A Portuguesa foi composta sob os
efeitos da comoção nacional decorrente do Ultimato, cantada pelos
revolucionários de 31 de janeiro de 189.
Aquando da implantação da
República irrompeu de novo e espontaneamente entoada pelo povo que acorreu às
ruas de Lisboa pelo que naturalmente a Assembleia Constituinte a proclamou como
Hino Nacional.
Em junho de 1911, o Real deu lugar ao Escudo/ouro, unidade monetária com o valor nominal de 1000 réis que
se encontrava dividida em 100 centavos o qual passou a ser base do sistema
monetário nos territórios portugueses, salvo no Estado da Índia.
A nova moeda continuava, ao fim de algum
tempo, a causar confusão/perturbação popular, o que dava azo a que alguns
oportunistas procedessem a emissão e passagem de notas falsas, ainda que de
qualidade inferior, como aconteceu em outubro de 1914, em Alcobaça.
Segundo as declarações prestadas pelos
próprios aquando detidos pela polícia em Alcobaça, apurou-se que se haviam
deslocado de Lisboa, um tal rapaz que se chamava Palaz de Lencastre,
carpinteiro de 20 anos e um outro Manuel dos Santos, vendedor ambulante, de 72.
Desembarcando na estação de Valado de Frades de manhã, começaram logo a sua
faina fraudulenta.
Porquê em Alcobaça?
O Manuel dos Santos, tinha saído há muitos
anos da Vestiaria, de onde era natural, quando foi prestar serviço militar. O
Palaz era seu conhecido de há pouco tempo e reputado pela habilidade manual que
desenvolveu na Casa Pia, aonde o Manuel dos Santos o encontrou.
Em Alcobaça, havia pessoas aflitas, por
causa da troca de antigas notas de 5$000 e 20$000 reis. Segundo responsáveis do
Centro Republicano, que sugeriam aos mais velhos uma deslocação à sua sede para
lhes serem prestados esclarecimentos, não havia razões para receio, pois os
possuidores de notas de qualquer daqueles valores, podiam estar descansados, já
que não lhes iria faltar tempo para as permutarem por novas, tanto mais que o
prazo das notas de 20$000 reis foi prorrogado até 5 de Outubro de 1911, sem
prejuízo de sempre se poderem trocar numa agência ou correspondência do Banco
de Portugal. A mais próxima era em Leiria, pelo que o estabelecimento do Zé
Militar facilitava a troca a quem lá fizesse aquisições de géneros alimentares.
O mesmo acontecia com as notas de 5$000 reis, para cuja troca não havia
dificuldade no mesmo estabelecimento, pelo menos enquanto o Governo reconhecer
que há razão para continuar a prolongar o prazo.
A escrituração do Estado principiou a ser
feita de acordo com o escudo, no dia 1 de julho de 1913. Não seria apenas na
contabilidade pública que, doravante, se iriam usar escudos e centavos, pois
que os documentos particulares só valeriam em Juízo ou nas repartições
públicas, se escriturados de harmonia com a nova moeda. A moeda de 5 reis ou
meio centavo, iria subsistir durante algum tempo nas transações particulares.
Nas contas do Estado, iria efetuar-se arredondamento em centavos, para mais,
sempre que se trate de receita ou, na despesa, a fração de 5 ou menos.
Em janeiro de 1915, deixaram de ter curso
legal no continente, ilhas não incluídas, as moedas de 500 reis/D. Pedro V,
pelo que os seus possuidores com dificuldade em as trocar nas repartições
oficiais, podiam faze-lo no Zé Militar, ainda que da mesma forma referida.
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