quarta-feira, 5 de abril de 2017

-A NOVA BANDEIRA EM PORTUGAL E ALCOBAÇA COM A I REPÚBLICA-


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O debate sobre as cores da Bandeira Nacional será um bom momento para Sampaio Bruno refletir sobre a compatibilidade da tradição com a revolução. Dez dias após o 5 de Outubro, defendeu que a bandeira vermelha e verde era a bandeira da Revolução rompendo com a tradição nacional, correspondente ao período revolucionário e à memória republicana, e a bandeira da Nação renovando a tradição nacional, tinha que continuar a ter as cores azul e branco, substituindo a coroa monárquica, por uma estrela de ouro republicana: (…) a bandeira azul-e-branca, com o seu escudo e disposição, é a única que o preto de África conhece como representativa da soberania de Portugal. (…) é o símbolo de Portugal para o indígena das nossas colónias. É a única que ele conhece. Fazê-la desaparecer implica comprometer a nossa soberania colonial (…).
Após a implantação da República, foi nomeada uma Comissão para apresentar um projeto de bandeira que representasse a ligação entre o Regime Republicano e a História, que resumisse a vontade nacional.
Vários projetos foram analisados, mas com a primeira apresentação pública da bandeira a dia 1 de dezembro de 1910, foi este dia declarado o da Festa da Bandeira. A cor vermelha que já estava presente no estandarte português desde D. João II, era uma cor viril, a cor da conquista e do risco e o verde a cor da revolução e do futuro. O escudo das quinas, com a esfera armilar, interpretava o génio aventureiro português. 
Em 7 de dezembro de 1910, a Câmara Municipal de Alcobaça deliberou encarregar um vereador de adquirir em Lisboa uma Bandeira Nacional, para ser hasteada em dias solenes nos Paços do Concelho. Todavia, foi Alberto Vila Nova quem fez essa aquisição, aquando de uma deslocação à capital.
A Junta da Paróquia de Maiorga, só em setembro de 1911, teve condições materiais para adquirir na Cordoaria Nacional, uma bandeira nacional, a qual foi hasteada na sua sede depois de uma missa solene, numa cerimónia onde se deram, Vivas à Pátria, à República e ao Governo Provisório, se lançaram foguetes, abrilhantada pela Banda de Música local que interpretou A Portuguesa, e ainda pelo discurso do Pároco Pe. António Duarte Patoleia, que enalteceu a ideia da República associada à de Pátria.
Realizada a parte principal da festa, música e povo percorreram algumas ruas da localidade em boa ordem, dirigiram-se à habitação do Pe. Patoleia, onde foi servido um lanche a alguns convidados.
Outras Juntas de Paróquia também adquiriram a Bandeira Nacional.
Nalguns casos mediante subscrição popular.


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