A JUSTIÇA EM GREVE
(2005)
Há dias, a 24, 25 e 26 de Outubro, houve uma greve nacional na Justiça, Juízes, MP e Funcionários, o que não acontecia desde 1986.
Foi uma decisão controversa, que deixou no ar interrogações, a vários tipos, incómodas.
Ao destacarem nesta greve, a sua condição de assalariados, doEstado, e não a de membros de um Órgão de Soberania, os Tribunais, creio que os juízes perderam, em termos de opinião pública, não me refiro em termos reivindicativo-sindicais, por causa do vil metal,algo bem mais difícil de recuperar que as regalias, mas o seu prestígio social e profissional.
Uma magistratura judicial que sente a necessidade de recorrer à greve, como única forma de pressionar o poder político e tentar resolver os seus problemas, radicalizando sem alternativa as suas posições demonstrando incapacidade de conciliação, fica diminuída na sua autoridade e independência.
E por mais razão que possa ter na forma como tem sido tratada pelo Ministro da Justiça (Alberto Costa), afinal a culpa é dos Juízes ou do Governo?
Não se esqueça a forma desastrosa como este lidou, enquanto Ministro da Administração Interna, com a polícia em quem não se revia.
Desde pequeno, ouvia dizer na Casa de Miramar, que o exemplo deve vir de cima.
Mas se é assim, sendo eles, para muitas causas e situações os que estão por cima, deveriam começar por dar o exemplo.
Nunca vimos os nossos Juízes reclamar sobre a lentidão da Justiça que administram em nome do Povo ou na falta de operacionalidade do sistema judicial.
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