Foi por alturas de Setembro de 1975, cerca de meia noite. João Belo, que viveu muitos anos nos Estados Unidos onde se naturalizou, vinha calmamente de Peniche para Alcobaça no seu um pouco estafado FIAT 124, com alguns anos, mas artilhado (tinha o motor rebaixado, o que lhe permitia atingir velocidades elevadas), depois de se ter encontrado com um amigo que lhe ofereceu um belo robalo, com uns quatro ou cinco quilos. Disse-nos João Belo que por volta da meia noite, numa noite clara, de lua cheia e céu limpo perto do restaurante O Cortiço, em Tornada, vi de repente dois focos à frente do meu carro, verticais, de cima para baixo sobre a estrada, que me pareciam perseguir e pensando que fossem os faróis que tivessem caído pois estavam podres, apaguei a luz. Porém, os focos continuaram ligados. Parei o carro, abri a porta receosamente, e vi claramente que os focos não eram do carro, mas de alguma coisa que estava por perto a voar.
Note-se que as noites de Verão no campo, com temperaturas agradáveis, são óptimas para se ver o céu, as estrelas, quem sabe talvez mesmo uma nave espacial....Toda a gente já ouviu contar histórias acerca de contactos com seres (homenzinhos verdes, estranhos humanóides) ou coisas de outros mundos, luzes esquisitas no céu, discos voadores de muitas formas e feitios, raptos por marcianos, estranhas marcas em campos agrícolas. De maneiras mais ou menos credíveis ou explicáveis.
Não se esqueça também que por esta altura, se vivia em Portugal e concretamente em Alcobaça, um momento de grande agitação política e social. Há pouco houvera o assalto à sede do PC que foi destruída por populares e Álvaro Cunhal ia sendo apanhado à mão, num comício realizado no Pavilhão Gimno-Desportivo. Não obstante João Belo ser cidadão norte-americano, teve alguma intervenção nesses acontecimentos, pelo que pensou inicialmente que poderia estar a ser vítima de uma retaliação. Continuando, diz que arranquei então com velocidade, e quando cheguei ao lado da Casa do Pão de Ló (junto às bombas de gasolina), vi dois rapazes de motorizada, parados, a olharem estupefactos para o ar. Parei o carro junto deles, saí e apercebi-me então da presença de um objecto redondo (como o disco), de grandes e fantásticas dimensões que me vinha seguindo, aparentemente metálico acinzentado, com o diâmetro de uma arena de praça de touros (Campo Pequeno), imobilizado aproximadamente no local correspondente ao da curva onde se situa actualmente a entrada para Alfeizerão, no sentido, Alcobaça-Caldas da Rainha, sob o viaduto da A8. A certa altura, os focos fortes apagaram-se, enquanto que umas luzes mais pequenas se acenderam, como se fossem as de uma pequena janela de avião e então os detalhes tornaram-se mais nítidos. O aparelho assemelhava-se vagamente, se bem me apercebi, a dois pratos de sopa, virados um contra o outro, com janelas iluminadas na cercadura e com uma aberturas por baixo que pareciam as turbinas de um jacto.
João Belo não se apercebeu se alguém ocupava o aparelho, do qual não saía som algum. De repente, ao fim de um ou dois minutos o disco disparou em direcção à encosta do lado nascente, sem barulho ou fumo e desapareceu sem rasto. Que tipo de propulsão utilizava? Não faz a mínima ideia.
Quando viu os rapazes da motorizada, João Belo comentou que estavam perante um disco voador. Mas eles estavam tão admirados, perplexos e até possivelmente receosos, que nem lhe responderam. João Belo acrescenta, que ainda hoje não sei quem eram eles, mas suponho que deveriam ser trabalhadores rurais de ali perto.
Depois do disco arrancar, quando se apercebeu que, afinal, não estava a ser nem observado, nem perseguido aliviou a tensão tanto assim, que continuei o caminho, tentando encontrar mais vestígios da presença do aparelho. Meteu-se no carro e parou à frente na curva para o Casal Pardo, a olhar para o céu. Mas mais nada viu. Dirigindo-se para Alcobaça, já passada a excitação inicial, foi entregar o robalo a um amigo que o amanhou.
Levei o peixe para casa, contei a história à família, mas ninguém me acreditou, rindo-se, dando a ideia que achavam que eu estava a inventar uma história maluca.
Para não se sujeitar a correr o risco de ser tomado por tolo, mentiroso ou mitómano, apenas tornou a contar a história a mais uma ou duas pessoas de confiança, mas que também se riram, e não acreditaram. O único que aparentemente terá acreditado, foi o amigo José Tempero, que por acaso é de Alfeizerão.
Recentemente, neste ano de 2008, João Belo foi procurado em casa em Alcobaça, por um tal Manuel Silva Mateus, que se intitula Psicólogo, Parapsicólogo, Terapeuta Holístico e Membro Qualificado da Federação Mundial de Parapsicologia e Ciências Afins que, lhe disse estar a investigar e estudar este tipo de fenómenos e lhe pediu que contasse a história, com vista a inseri-la numa série que passa semanalmente ao fim das tardes de domingo na RTP2, da autoria de Joaquim Fernandes (CTEG) e que se intitula Encontros Imediatos. Este senhor, terá sabido da história através de uma pessoa da Nazaré, das relações de João Belo, que na Foz do Arelho, anos antes, também terá assistido, a um fenómeno que considera inexplicável, fez-lhe variadíssimas perguntas com o objectivo de testar a seriedade e credibilidade do depoimento. João Belo, na opinião de quem o conhece nunca revelou sinais de ser pessoa mentirosa, enfabuladora ou que tivesse pura e simplesmente inventado esta história, para se tornar popular.
Durante a presença do ovni, junto do carro, este não sofreu quaisquer interferências, seja no motor ou na captação da emissão rádio. João Belo reafirma estar absolutamente convencido que não fui vítima de uma alucinação ou de uma miragem. Todavia, não é capaz de explicar o que se passou, muito menos a propulsão (fonte de energia) que o aparelho utilizava, se era de origem terrestre ou extraterrestre. Adianta que se hoje em dia, ainda está disponível para contar esta história com mais de trinta anos (aparentemente inverosímil), tal se deve à circunstância de ter vivido um acontecimento que considera se não único, pelo menos, extremamente invulgar. Pessoas que estudaram o caso de João Belo asseguram que detectaram nele um nível de equilíbrio que dá credibilidade ao depoimento.
Depois disto, poder-se-ia perguntar se os OVNI’s têm alguma predilecção por Portugal. Desconhecemos a resposta, mas a acreditar na quantidade de portugueses que dizem ter vivido experiências desta natureza, a resposta parece que só pode ser afirmativa. Ao longo dos últimos anos, pessoas de todos os cantos do País e classes sociais, juram ter assistido a fenómenos deste tipo.
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