Realizado por: Mariana Bernardo e Luís Pereira
Introdução
Depois
de duas guerras que deixaram a Europa completamente devastada, a necessidade de
a mesma se unir para preservar a sua herança cultural e reencontrar a
prosperidade económica e a sua influência política era imensa.
Assim,
foram criadas várias organizações europeístas, promoveram-se encontros, debates
e congressos e deu-se início às iniciativas diplomáticas entre os futuros
estados-membros obrigando os mesmos a comunicarem entre todos.
Com
este trabalho pretendemos então explicar como foram estas iniciativas feitas e
que organismos/tratados foram feitos e realizados para chegar ao órgão europeu
dos dias de hoje: União Europeia. O conteúdo do trabalho será então debruçado,
maioritariamente sobre o tema “ Da CECA à CEE”, pois foram estes os
antecedentes da nossa atual União Europeia e vamos demonstrar o quanto os
mesmos foram importantes. Apresentamos ainda as vantagens que a CEE terá
trazido para a Europa e como a mesma terá sido o “embrião” da União Europeia.
A ascensão da Europa
Na
primeira metade do século XX a europa estava mergulhada num clima pós-guerra e,
portanto, era necessário preservar a sua herança cultural comum e agora
existia, mais do que nunca, “ a necessidade de se unir para reencontrar a prosperidade
económica e, se possível a sua influência política”.
A afirmação de um organismo que
conseguisse juntar os países europeus e ajudá-los a reconstruírem-se foi feita
por Churchill quando o mesmo lança um “apelo ao renascimento europeu” que seria
alicerçado numa “ espécie de Estados Unidos da Europa”. Foram então criadas
várias organizações europeístas, promoveram-se encontros, debates, congressos e
foram também iniciadas as iniciativas diplomáticas entre estados-membros.
Obviamente que a concretização deste
plano não iria ser pacífica. São então postos em confronto os mais ousados que
advogam uma Europa supranacional (federalistas) enquanto outros admitiam apenas
uma confederação de Estados só independente.
Em
1947 constitui-se uma união aduaneira entre a Bélgica, os Países Baixos e o
Luxemburgo chamada de Benelux. Esta união é considerada o embrião da CEE,
Comunidade Económica Europeia.
Em
1948 confrontam-se as duas correntes: a corrente dos unionistas e a dos
federalistas. A corrente unionista defende uma união de Estados europeus, mas
excluíam qualquer abandono de soberania, propondo uma Confederação de Estados
Europeus. Por outro lado a corrente federalista defende a transferência de
soberania. Para além disto será também em 1948 que é criada a OECE, Organização
Europeia de Cooperação Económica, que nasce sob o controlo dos EUA sendo que os
mesmos achavam que, ter uma europa ocidental coesa seria a maior barreira
contra o comunismo.
Em
1951 a Inglaterra dinamiza a criação de uma zona de livre-câmbio, a EFTA, European Fair Trade Association que
envolvia os seguintes países: Portugal, Reino Unido, Suíça, Áustria, Noruega,
Suécia e Dinamarca.
O
primeiro passo de extrema importância para a cooperação europeia resultou da
Declaração de Schuman (1950) que, como podemos ver no documento 3, conjeturava
a cooperação entre a França e a Alemanha no domínio na produção de carvão e
aço, acabando assim com a rivalidade secular entre os dois países. Deste primeiro passo vai resultar, em 1951, a
CECA- Comunidade Económica do Carvão e do Aço que tinha o intuito de integrar
as indústrias do carvão e do aço dos países europeus ocidentais. Os seus
inspiradores são Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros
(cujo um exerto de um dos seus discursos se encontra no Documento 3), e Jean
Monnet (cuja biografia está nos anexos), também o seu primeiro
presidente. Posteriormente e para além da Alemanha e da França, aderiram a
esta iniciativa a Itália, a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo.
Documento 3:
Excerto do
Discurso de Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, 9 de
maio de 1950
A
CECA, apesar de ter um carácter mais económico e limitado, é considerada o
início de uma união económica mais abrangente que foi criada em 1957 pelo
Tratado de Roma: a CEE- Comunidade Económica Europa.
Documento 4: Excerto do Tratado de Roma, 1957.
Os
seis países que constituíram a CECA também faziam parte do Tratado de Roma.
Este foi estimado como o ponto de partida da União Europeia dos dias de hoje.
Os principais objetivos deste pacto internacional, como podemos ver no
documento 4, serão então: o estabelecimento de um mercado comum, onde fosse
possível a livre circulação de mercadorias, de capitais, e de trabalhadores; a
aproximação progressiva da política e da economia e a expansão económica
contínua e equilibrada. Era ainda previsto o estabelecimento de uma política
comum nos âmbitos da agricultura, dos transportes e da produção energética.
Para este parâmetro foi criada a EURATOM – Comissão Europeia da Energia Atómica
-, com funcionamento independente da CEE.
Pretendia-se,
enfim, "uma união cada vez mais estreita entre os povos europeus (...)
mediante uma ação comum, o progresso económico e social dos seus países,
eliminando as barreiras que dividem a Europa"[1].
O
projeto de livre circulação de mercadorias pressuposto no Tratado de Roma veio
a ser concretizado em 1968, sendo que desde logo, isto originou um forte
aumento das trocas intercomunitárias. Em 1970, a CEE tornara-se já a maior
potência mundial do mundo o que resultou no seu alargamento: em 1 de janeiro de
1973 juntaram-se o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca.
Desde aí até agora a
Europa tem caminhado em direção à plena união político-económica, sendo que
esta será a única via capaz de fazer com que a atual União Europeia possa
competir com as outras superpotências e desempenhar um grande papel não só a
nível político e económico internacionalmente, mas também um papel de relevo na
geoestratégia mundial.
Conclusão
Com
a apresentação deste trabalho mostramos como foi possível a recuperação da
Europa após duas guerras que devastaram o continente para lá do imaginável.
Assim focamos na CECA e na CEE e como as mesmas se criaram e quais foram os
seus objetivos principais, nomeadamente os objetivos económicos.
Com
este trabalho foi-nos possível compreender melhor o processo de recuperação da
Europa. Foi-nos também possível ver que este processo não foi um processo
pacífico. De um lado temos quem advogue uma Europa supranacional (federalistas)
e outros que queria apenas uma federação de Estados independentes.
Por
último, foi-nos possível ficar com uma perspetiva diferente sobre o porquê de a
Europa ser como é atualmente e os processos/tratados que levaram à criação
daquilo a que hoje denominamos de União Europeia.
Bibliografia
·
Estórias da História, Tratado de Roma, visitado a 6 de março, 2017 disponível em: http://estoriasdahistoria12.blogspot.pt/2012/02/tratado-de-roma-1957.html
·
Infoescola, Comunidade Económica Europeia, visitado em 9 de março, 2017 disponível
em:http://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=zQuCgQgF&id=21DC608C19437A26741FC762A5E77FD403381F8F&q=comunidade+econ%C3%B4mica+europeia+&simid=607994429351002975&selectedIndex=0&ajaxhist=0
·
COUTO, Célia e outros, Um novo Tempo da História – parte 2, Porto Editora, 2015
·
COUTO, Célia e outros, O Tempo da História – parte 2, Porto Editora, 2009
Anexo
O Mundo da
Segunda Guerra Mundial à década de 80
Ficha Biográfica
Ano/Turma:
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Alunos:
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Temática
selecionada:
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Data
de Verificação:
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12º LH-A
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Luís Gabriel
Vicente Ribeiro Pereira
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A afirmação de
novas potências:
A ascensão da Europa
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___ / ___ / 2017
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Mariana Carreira
Bernardo
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Identificação
do biografado:
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Jean Monet
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Data de nascimento
e
falecimento:
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9 de novembro, 1888 e 16 de março, 1979
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Local de nascimento
e
falecimento:
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Cognac, França
e Bazoches-sur-Guyonne,
França
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Área
de ação em que se evidenciou:
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Política
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Minibiografia
da personalidade selecionada
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Monet era oriundo da região de Cognac, em
França. Após acabar o secundário, aos 16 anos de idade, viajou por diversos
países como comerciante de conhaque e, mais tarde, como banqueiro. Durante as
duas guerras mundiais, exerceu cargos importantes relacionados com a
coordenação da produção industrial em França e no Reino Unido.Jean Monet foi um
consultor económico e grande político francês, visto por muitos como o
arquiteto da Comunidade Económica Europeia (CEE). Monet atuou nos bastidores
de governos europeus e americanos como um internacionalista
pragmático bem relacionado. Dedicou
a sua vida à causa da integração europeia, tendo sido o inspirador do «Plano
Schuman» que previa a fusão da indústria pesada da Europa Ocidental.
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Fontes
de Informação Consultadas*:
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União Europeia, Os Fundadores da EU, consultado a 20 de janeiro, 2017 disponível
em: https://europa.eu/european-union/about-eu/history/founding-fathers_pt#box_8
·
Wikipédia, Jean Monnet, consultado a 20 de janeiro, 2017 disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Monnet
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