sexta-feira, 10 de março de 2017

ACABARAM OS SALDOS, VIVAM OS “PRÓXIMOS” SALDOS!

Num dia dos princípios de Agosto último, ouvi no Algarve, uma conversa deste tipo.
“Então Bitocas, como é que estamos de saldos? Já te passou a febre ou nem chegaste a embarcar nessa dura jornada? Eu confesso, e sou muito franca como sabes, que só agora é que a coisa acalmou, fiquei cansadíssima, depois de ter inspeccionado algumas lojas. Tenho ideia de que nesta altura do campeonato, já está tudo mais do que escolhido, mas não tenho a certeza. Ainda assim vou à Guia ou a Faro. Os preços são interessantes, há muita coisa que reaparece, há muita coisa que é devolvida na loucura inicial e no pós fúria da primeira semana e, com paciência, ainda se fazem umas belas compras. Pela parte que me toca, e à cautela comprei em Lisboa mais umas t-shirts brancas, e outras peças, assim muito básicas, coisas que uso aqui na praia e que aproveito para comprar, sem ter de ir a esse horror de ir à Feira de Carcavelos”.
Aqui em Alcobaça, parece-me que o tempo frio começou há uns dez anos e ainda nos faltam algumas semanas para chegar a primavera. Por isso, venham os casacos, as camisolas, os ponchos, as botas e tudo aquilo a que temos direito. Mas que maçada, já não há saldos. Acabaram. Havia ali um casaco de pêlo, em dois tons, que estava muito a chamar por mim.
Cada campanha de saldos, demonstra que evolução capitalista, não consegue fazer face, ao especial senso feminista.
Nenhum partido de “esquerda” seduzirá as “camaradas”, anunciando contra a austeridade “exterior”, que repudia, o que gostaria impor no “interior”. Não seria descabelado dizer que o “Muro”  veio abaixo, com um impulso tão forte como o que chama as senhoras às barricadas dos saldos do “EL Corte Ingles” ou similares,  Diriam as senhoras (e com toda a razão) que sou machista, se não “reconhecesse” (?) que nós os homens se entregam a caprichos, porventura, mais exóticos ou caros que as mulheres, que conheço.
Um amigo meu, defendeu que as mulheres querem, afinal, o mesmo que os homens, apenas mais persistentemente. Com efeito, certos homens mostram-se igualmente volúveis no seu desejo, mas ao invés demonstram uma perigosa indiferença pelo ideal coletivista e se embrutecem com menor coincidência/consciência e maior resignação. A mulher, pelo contrário, antirromântica por excelência (?), segundo esse meu cínico amigo, está naturalmente dotada para o individualismo e seleção, odeia a uniformidade e gosta de distinguir-se, no que é o seu arrobo da elegância.
Tenho reparado que, quando o ”look” de uma mulher causa sensação, a protagonista resiste a revelar aonde adquiriu o seu flamante vestido, para tratar de evitar que a imitam. Isto prova que a mulher não aspira a vestir-se para atrair o homem, outrossim para matar de inveja, o resto das mulheres.
Os cientistas constataram que a palavra que um bébé pronuncia depois de papá e mamã, é “meu”, pelo que deduziram que a propriedade privada está inscrita no coração humano, desde o primeiro balbuciar e comprova o fracasso das ideologias que a pretendem erradicar.
Aproveito para recordar aos a minha idade que, quando aquela burguesa, convertida ao comunismo, não teve dúvidas em enviar o filho para liquidar Troksy por ordem de Estaline, exigiu ao partido uma sinecura em Paris, porque se negava a viver num bloco coletivo em Moscovo.
E digam lá, que não havia classes nesse “socialismo científico”.


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