Amanhã, um novo dia,
não digo não, ou nunca mais,
digo-te, só e simplesmente,
nunca digo sempre, nem jamais,
mas, ainda!
Ainda terei para nós uma saída
total, sem medo, infinitamente
nos encontraremos na estrada,
afecto desejado e guarida,
com merenda na pousada.
Ainda terei tempo para te amar,
de pedir, implorar.
Ainda terei maré,
para num momento chorar,
depois sorrir novamente.
Ainda haverá tristeza,
risonha primavera,
talvez sermos felizes,
sonho e quimera,
onde crise não é certeza.
Apesar das cicatrizes,
ainda haverá alegria.
Ainda haverá esperança,
amanhã, novo dia
pois a vida é uma criança.
Fleming de Oliveira
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