quinta-feira, 22 de setembro de 2011

VIVALDI E AS 4 ESTAÇÕES


Está um sábado invernoso, embora ainda de Outono. Não apetece sair à rua e é tempo bom para ler o Expresso, tomar um chá e ouvir música. Que tal Vivaldi e as Quatro Estações? Pois foi isso mesmo que fui ouvir no leitor de DVD. Não sou um melómeno, não reconheço uma nota de música (nem do tamanho de um camião), tenho um ouvido duro, não toco nenhum instrumento. Mas mesmo assim gosto de música, especialmente coral sinfónica. Quando cantava no Orfeon Académico e muito mais tarde nos Antigos Orfeonistas (e não fazia play back, ao invés do que diziam malevolamente os meus filhos, especialmente o Miguel), integrava-me nos baixos e era inapto para solar (fazer um solo). Antes de ouvir uma peça musical gosto de a tentar perceber, enquadrar, como dizia a Zica que chegou a tocar piano muito bem, pois aprendeu nas Silva Monteiro, quando nos levava ao S. João assistir aos concertos, para nos obrigar a fazer toilete (pois era chique) e cultivar. Vivaldi, é um compositor barroco, instrumental como toda a gente sabe, que aprecio, porque o suponho compreender na sua intenção programática, ao pretender descrever ou expressar com sons, ideias poéticas, diria extra musicais. É uma música muito sensorial.
Ao ouvir o INVERNO, encontro tonalidades menores, embora muito expressivas. Sugere-me bem a ideia do frio, com notas repetidas que me entram como agulhas, seguidas de rajadas do solista a que a orquetra dá resposta. O andamento que mais aprecio, é aquele em que Vivaldi utiliza o pizzicato para representar a chuva, enquanto permite ao solista divagar numa melodia sonhadora.
Como disse não sou um entendido. Mas talvez por isso, AS QUATRO ESTAÇÕES, são uma obra singular, que ultrapassa os limites da chamada “música clássica”, para conquistar o favor de um ouvido duro como o meu.

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