A GNR DO POSTO DE ALCOBAÇA
O SARGENTO BARBOSA
FLeming
de OLiveira
O
soldado Herminio Oliveira, reconhecia que o poder da GNR no interior do Posto
de Alcobaça, era frequentemente arbitrário. Conhecido na GNR da vila havia um
indivíduo, que embriagado, mas nem sempre, seviciava a mulher. Esta ia
queixar-se ao Posto, exibia as marcas no rosto, na cabeça, no tórax ou no
peito. A GNR lavrava o auto e enviava-o para o Tribunal. A mulher perdoava-lhe
até à próxima, que não demorava acontecer.
Um
dia, a mulher apareceu no Posto a contar, que o marido tentara metê-la no forno,
quando estava a cozer o pão. A mulher salvou-se, mas, ficou com os cabelos,
rosto e roupa, bastante chamuscadas e em pânico.
Trazido
o marido ao Posto, foi mais uma vez enviado ao Tribunal, escoltado pelo sold.
Hermínio.
O juiz
após o ouvir, chamou o agente, a quem disse para levarem o homem para o Posto, lhe
fizessem justiça, depois o mandassem embora, pois que, quaisquer novas condenações,
já não produziam efeito. A prisão, em vez de o endireitar, ainda o fazia
mais malandro.
Hermínio
Oliveira apresentou o caso ao Sarg. Barbosa, que começou por pô-lo de joelhos e
dar-lhe alguns safanões e tabefes. Em seguida, disse-lhe de dedo em riste que tomasse
bem nota, pois que nunca mais a mulher apresentasse queixa no
Posto e se isso voltasse a acontecer que ele mudasse de Concelho, não
mais chateasse a GNR, nunca mais lhe batesse, pois que se ela fosse lá, não
havia quem lhe valesse, ele ficava definitivamente estendido no chão.
Ao
ouvir isto, o homem tomou finalmente consciência da gravidade da
situação, saiu do Posto com um valente pontapé no traseiro, perante a galhofa
e uma assuada dos guardas.
Sem comentários:
Enviar um comentário