nasci na Maiorga, filho e neto de operário,
vai para setenta anos, estudei lá, em Alcobaça e em Leiria, donde segui para
Lisboa para ingressar no Instituto Superior de Agronomia. Aqui me licenciei em
arquitetura paisagista e, mais tarde, em agronomia. Passei pela Câmara
Municipal de Lisboa, onde fiz o meu estágio de fim de curso e onde comecei a
trabalhar como arquiteto paisagista.Depois foi o serviço militar. Casei, fui
para Moçambique como oficial do Serviço Cartográfico do Exército, e estive,
antes e depois do 25 de abril. A seguir foi a profissão liberal, o ensino, em
várias escolas e universidades, mas especialmente na Faculdade de Arquitetura
da Universidade de Lisboa; e também em Itália. De um avô herdei o gosto pela
política e, de outro, pela terra. A associação de estudantes, a escrita nos
jornais, o Juvenil do Diário de Lisboa, a herança familiar republicana e a
certeza de que era possível mudar o país que tínhamos levaram-me, cedo a
dedicar à política parte do meu tempo. Da CEUD ao Partido Socialista foi um
passo breve; e depois a Assembleia Municipal de Alcobaça e a Assembleia da
República. Da terra mantinha-se o que era a matriz agrícola que era o meu chão
e que a arquitetura paisagista alargava para outros espaços e preocupações. Do
urbanismo ao território. Com passagens pela Câmara Municipal de Lisboa, como
técnico, responsável por um gabinete de planeamento, assessor da presidência;
mas também pela de Santarém, coordenando o gabinete de planeamento, pela de
Cascais como assessor e pela Ambelis, a agência para a modernização económica
de Lisboa, como presidente. O urbanismo e o território nas suas aplicações
práticas e diversas que a profissão liberal também mantém e estimula. Uma
comenda dada pelo Rei de Espanha homenageou o trabalho de promoção de
investimentos em Lisboa e a promoção da sua economia. Mas o ensino sempre. O
doutoramento, a agregação, a investigação como condição do fazer. Os livros
como registo e interpretação de experiências. Nos intervalos, as viagens, os
livros, os amigos, as conversas. O tempo repartido entre Lisboa e Alcobaça e
por onde a imaginação nos leva. No centro de tudo a família. Mulher, uma filha,
arquiteta, dois netos que aprendem o que lhes ensinam e estudam o que a sua
curiosidade estimula para irem mais além”.
Sem comentários:
Enviar um comentário