HAJA
NATAL!
FLeming de OLiveira
É vulgar dizer-se que “Natal é quando o Homem quiser” no
seguimento da poesia do versátil e irreverente Ary dos Santos e da canção que
lhe deu voz.
Na
verdade, é rotundamente falso do ponto de vista cristão, que o Natal seja
quando o Homem quiser pois, foi uma vez só e apenas quando Deus quis.
Então porque
dizer que o “Natal é quando o Homem
quiser”, se sabemos que é incorreto?
Não deixa
de ser curioso que, enquanto no pecado original Adão culpou a mulher pela sua
falha, no nascimento de Cristo é uma mulher que assume o projeto de Deus e a ele
se mantém fiel, enquanto vários homens, nomeadamente os Apóstolos fogem.
Se aquela asserção não
significa literalmente o que diz, todavia contem algo correto, no sentido que é
ocasião, assim queira a liberdade do Homem, de tornar presente a mensagem, de
fazer o bem, de levar a paz. Os cristãos antigos pensaram acertadamente quando
acharam que o Natal é sempre e não apenas um dia em cada ano.
Infelizmente,
as mais recentes gerações de cristãos onde me incluo, parecem transformar o
Natal num culto pagão, desprovido do real significado e reduzindo-o a um dia,
por sinal, repleto de distrações.
O Natal transformou-se
num dia de família, quando é um dia de Igreja, num dia de dar presentes, quando
é dia de agradecer o presente de Deus, num dia de comer e beber, quando é dia
de partilhar com os que menos têm, num dia de ficar em casa, quando é dia de
celebrar comunitariamente, num dia de fuga do Mundo, quando é dia de encontro
com o outro.
O nascimento de Jesus,
não deveria ser momento de enfeites para esconder podridões, mas de mergulhar
na sujidade do eu e do mundo e, aí, estabelecer uma luz e um lugar de
renovação.
O Natal tem
perdido sentido, não por causa dos “Leiria
Shopping” ou “Colombo” e do
consumismo associado, mas pela ausência de liberdade e de consciência dos
cristãos em relação à própria Liturgia.
Caros leitores, o Natal é
mesmo quando cada um de nós quiser, assevero eu!
Não claramente
o primeiro há mais de 2.000 anos, mas aquele de que o mundo precisa, seja na
Ucrânia, Gasa ou Alcobaça.
Haja
Natal em ti ou mim, para que cada dia seja Natal para os demais.
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