domingo, 24 de dezembro de 2023

BRINDE AOS "INOCENTES"-ALCOBAÇA-1ª REPÙBLICA

 

BRINDE AOS “INOCENTTES

(ALCOBAÇA-1ª República)

 

FLeming de OLiveira

 

 

 

O Pe. Francisco Coelho Ribeiro d’Abranches, pároco de Alcobaça, no dia 4 de fevereiro de 1908, pelas 11h, celebrou missa na Igreja do Mosteiro, sufragando as almas de D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, assassinados no dia 1 no Terreiro do Paço, tendo convidado algumas corporações e entidades civis e militares da Vila, tal como alunos (de ambos os sexos) da escola oficial. Entre a assistência destacava-se o Comandante do Reg. Art.2, aquartelado no Mosteiro, o qual ocupava a primeira fila envergando fato de gala, acompanhado pela oficialidade e alguns praças. O Pe. Augusto Adelino de Miranda, capelão do Regimento fez, ao Evangelho, uma alocução apropriada.

  Ribeiro d’Abranches, que acumulava com a Junta da Paróquia de Alcobaça, em 5 de outubro de 1910 demitiu-se das funções políticas.

  Maliciosamente, o Semana Alcobacense anunciou a pronta adesão do sacerdote Abranches  ao novo regime. Todavia, no ano seguinte, este pediu para ser transferido para outra paróquia, dado não se sentir confortável em Alcobaça com os novos tempos, mas regressou em outubro de 1920 – terra onde deixei muitos e bons amigos – numa altura em que o ambiente era politicamente mais sereno. Na procura de recuperar o tempo perdido tomou a iniciativa de, no dia 24 desse mês, celebrar missa por alma dos paroquianos falecidos durante a sua ausência. O Pe. Ribeiro d’Abranches nos dias 7 e 8 de fevereiro seguinte, brindou os inocentes, ministrando gratuitamente o batismo aos que lhe forem apresentados. Terão sido 7 os inocentes que se apresentaram[1].

 

 



[1] Fleming de Oliveira in, No Tempo de Reis, Republicanos & Outros.

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