Sopa é comida de pobres
e
dos que recordam a pobreza?
FLEMING
DE OLIVEIRA
Sopa é
comida de pobres e dos que recordam a pobreza?
Não,
se é que nunca, nunca, deixe de o ser, dizia Lurdes Barbosa Coutinho,
de Burinhosa que acrescentava, mal de quem sendo pobre ou remediado
renega a sopa a pensar que passa por rico.
Enfim,
mal dos que deixaram a sopa para tentar apagar as marcas de um passado modesto
ou de privações, como foi o seu caso. Lurdes reconhecia quanto é valiosa, tal
como os 2 filhos que vivem no Luxemburgo e a não dispensam quando feita à boa
moda portuguesa, acompanhada de um copo de tinto que mandam vir da terra. Para
Lurdes a sopa deve ser comida de rico, de urbano apressado, de remediado, de
rural, de trabalhador braçal e ou mesmo de ocioso. É boa para meninos, adultos
e idosos. E acrescentava, a sopa pertence à tradição da Burinhosa, porque
sempre foi, e não deixa de ser, boa para a saúde. É honrada por mitos, estórias
e contos. Há séculos que a sopa é um dos monumentos alimentares da cultura
mediterrânica e portuguesa.
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