NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Raimundo, José Maria
da Silva, nasceu a 23 de abril de 1944 na
Benedita, onde reside e estudou até à 4ª. Classe.
Iniciou
a atividade profissional aos 11 anos, numa oficina de calçado e tendo entre
1965 e 1968 cumprido serviço militar em Portugal e Moçambique, em 1969
regressou à atividade no setor do calçado numa empresa industrial, instalada na
freguesia da Benedita
No
ano de 1972, estabeleceu-se por conta própria numa garagem anexa à casa de
habitação e em 1977 veio a constituir a Sindocal/Nova Sociedade Industrial de Calçado, Ld.ª, conjuntamente com 4
sócios, da qual veio em breve a adquirir a totalidade das quotas, com a entrada
da esposa.
Com a
passagem da Sindocal a S A em 1994, foi designado Presidente do Conselho de
Administração.
Porém,
em 2007 abandonou as funções executivas na empresa por forma a fomentar a
sucessão.
Desde
2008, tem desenvolvimento trading em
Moçambique, Angola e Guiné-Bissau.
Raimundo,
Rogério Manuel, nasceu a 18 de abril de 1951, na Cela, precisamente na casa
onde reside.
Frequentava o 4.º ano de Engª. Mecânica no Instituto Superior
Técnico, quando decidiu ser professor de Matemática, em Alcobaça, para se poder
entregar à causa do Centro Cénico da Cela, onde tem 40 anos como dirigente
voluntário, instituição que no seu dizer demonstra
ser possível, unir, envolver e construir.
Sente satisfação ao ver
os sorrisos das crianças, dos idosos, os 80 postos de trabalho criados numa
aldeia, ouvir e ver música e folclore.
Em 1978 e 1979, viveu a experiência de ser Professor Cooperante,
em Maputo.
-Para
o registo histórico de militante do PC, R. Raimundo invoca uma curiosidade. Em
Moçambique, teve a primeira reunião de célula de partido, dirigida por Mário
Lino, Ministro das Obras Públicas, no governo PS (2005/2009).
Quando
regressou a Portugal é que me meti a
fundo na luta político-partidária no nosso concelho de Alcobaça. Ainda não
parei e nunca tive qualquer cena complicada ao longo de 30 anos. Respeitei e
fui respeitado.
Em
1980, no seu primeiro ato público de militante do PC, esteve ao lado de Álvaro
Cunhal, na mesa de um comício no Cineteatro de Alcobaça. Foi aí que se
apercebeu que, enquanto outros camaradas discursavam, Álvaro Cunhal fazia um
traço em cada vírgula, para destacar a sua pausa, quando fizesse a sua leitura.
Desde a cena violentíssima do comício
do PCP em Alcobaça, no Pavilhão Gimnodesportivo, com tiroteio, podemos dizer
que, Alcobaça, passou a ser uma terra, que respeitou as diferenças partidárias.
-A
primeira vez que concorreu a um cargo político, foi nas eleições autárquicas de
1980, sendo o primeiro da lista da Assembleia Municipal e eleito, com mais 2
elementos.
Em Dezembro de 1997, obteve seis mil votos, multiplicando por
seis vezes a votação que a CDU obtivera nas legislativas.
Do
seu primeiro mandato na Assembleia Municipal, cujo presidente era Tarcísio Trindade, destaco o saboroso momento,
quando se discutiu a questão de inspiração soviética e do Conselho Mundial da
Paz, se Alcobaça também deveria ser Espaço
Livre de Armas Nucleares.
Firmino Henriques Franco/PSD, fez uma intervenção inesquecível/provocatória
pois, não percebo para que é que estão a propor isso para Alcobaça. Essa
bomba de neutrões não é aquela que escolhe quem mata?
A
confusão, onde se misturaram a surpresa, gargalhadas e protestos foi tanta que,
por essa ou outras, Tarcísio Trindade demitiu-se de Presidente da Assembleia
Municipal, alegando entre o mais que não tinha sido eleito para isto. O
seu problema era afinal não se adaptar aos novos tempos…
Foi durante 10 anos dirigente sindical, aquando do arranque
do Sindicato dos Professores da Região
Centro, no Distrito de Leiria.
Depois de professor esteve e está destacado no Centro de
Formação de Professores dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré.
É dirigente da União das
Coletividades do Concelho de Alcobaça instituição que fomentou cultura,
desporto e recreio, mas está, há 2 anos, mais uma vez suspensa.
Faz parte do Conselho Nacional da Confederação Portuguesa das
Coletividades de Cultura e Recreio.
Fez sempre política. Membro do PCP, começou a vida de autarca
em 1980, quando foi eleito pela CDU para a Assembleia Municipal de Alcobaça em
3 mandatos seguidos, membro da Assembleia de Freguesia da Cela durante um
mandato, vereador de Câmara Municipal de Alcobaça, pela CDU, de 1997 a 2013 tem
substituído de vez em quando, a Vereadora (Independente da CDU), Vanda Marques,
quando ela não pode.
Entende vigorosamente
que já devia estar aposentado, se não fosse uma lei do PSócrates que além dos
36 anos de serviço público criou a condição de ter que ter idade. Agora estou com 40 anos e 8 meses de serviço
e ainda sou novo para os governos do centrão: PS,PSD,CDS.
Tem, segundo confessa, 2 sonhos por concretizar, Cooperativa de
Habitação para restauro e qualificação de imóveis no CCCela e introduzir o
ensino não diretivo, estilo escola da ponte os quais se atrasaram-se causa da
desgovernação deste país.
-A
CDU promoveu no dia 30 de novembro de 1993, um jantar de campanha para as eleições
autárquicas, do dia 12 de dezembro.
O
jantar teve lugar no restaurante Corações Unidos em Alcobaça e, além dos
candidatos, militantes e simpatizantes, entre os quais Rogério Raimundo, esteve
presente Carlos Brito, membro do comité central do PCP.
-Teve
lugar no dia 30 de janeiro de 1994 o lançamento da primeira pedra para a
construção do edifício polivalente do Centro Cénico de Bem Estar da Cela, que
contou com a presença da Diretora do Centro Regional de Segurança social de
Leiria, Fátima Pinheiro, do Presidente da Câmara, Miguel Guerra, do Presidente
da Junta de Freguesia da Cela, Francisco Eusébio, do Vereador da Cultura,
António José Henriques, do Pároco da Cela, Padre António Marques, de representantes
de corpos sociais do Centro Cénico da Cela, dos idosos, das crianças, das
funcionárias, das várias secções como o folclores, e o grupo de música
Butterfly, os gerentes da firma construtora André & Braz de Alcobaça.
O
Edifício Polivalente que o Centro Cénico vai edificar inclui um lar e centro de
dia para idosos, creche e jardim-de-infância.
A
obra estava orçada em mais de 130 mil contos, sendo comparticipada em cerca de
80 mil contos pelo Centro Regional de Segurança Social de Leiria. Contudo o
Centro Cénico fica encargo de angariar os cerca de 50 mil contos para que a
obra daí a dois anos seja uma realidade.
-Este
fato levou Rogério Raimundo a dizer aos muitos presentes que o Centro voltará a bater à porta das
pessoas, para lhes solicitar a comparticipação em tão avultado investimento.O
Centro Cénico tem uma magnífica obra, para uma resposta integrada para
crianças, população em geral e idosos, onde mesmo os idosos residentes, não
estão afastados da sua vida comunitária, afirmou o Secretário de Estado da
Inserção Social, Rui Cunha, durante uma visita ao Centro Cénico da Cela, no dia
2 de maio de 1996. Aquele membro do governo afirmou ainda que é pena que não haja capacidade e dinamismo
noutras terras como há no Centro Cénico, pois estamos a fazer uma carta social
para intervir em zonas de maior carência e onde não emergem estas iniciativas.
Aproveitando
a ocasião, Rogério Raimundo, em nome da direção do CCC pediu ao Secretário de
Estado apoio para a compra, a curto prazo, de uma carrinha de 30 lugares e, já
a pensar em novas iniciativas, pediu auxílio para o bom andamento de um projeto
daquela instituição de solidariedade social que apresentou no âmbito das IDL
(iniciativas para o desenvolvimento local) para a criação e instalação de uma
ludoteca e de uma mediateca.
Rogério
Raimundo, pediu ainda a intercessão de Rui Cunha para que o CCC venha a receber a verba prometida pelo
Instituto de Emprego e Formação Profissional referente a criação de nove postos
de trabalho. Rui Cunha, prometeu desenvolver os necessários contactos junto
do Secretário de Estado do Trabalho.
Ao
finalizar a visita, Rui Cunha teve ainda um encontro com dirigentes das várias
IPSS ali presentes a convite do CCC, uma iniciativa que o Secretário de Estado
considerou muito louvável.
-Rogério Raimundo apresentou, no dia 26 de Dezembro,
requerimento para a suspensão do mandato de vereador do PCP/ CDU, durante o mês
de Janeiro 2012. O autarca sublinhou que, durante
14 anos nunca utilizou este direito, nem sequer em férias, registando apenas 2
ou 3 faltas a reuniões durante esse tempo. Eu, os eleitos e a CDU e o PCP entendemos ser a altura de descansar
durante alguns meses e preparar novos quadros para as próximas eleições
autárquicas, sublinha Rogério Raimundo que será substituído pela nº 2ª da
lista à Câmara, a professora Vanda Marques.
-No
Restaurante Paraíso, na Benedita, realizou-se, um jantar da Concelhia de
Alcobaça da CDU. De acordo com um comunicado daquela força política, o evento
foi uma preparação para o XX Congresso do PCP, e contou com a participação de
Ângelo Alves, membro da Comissão Política do Comité Central do Partido
Comunista Português e de Rogério Raimundo.
-Rogério
Raimundo é o rosto do PCP em Alcobaça.
Rainho, António
Carvalho, nascido a 3
de janeiro de 1937, na Batalha, numa família humilde, estudou em Leiria, na
Escola Domingos Sequeira, concluindo o Curso Comercial.
Trabalhou
com o pai em carpintaria, até à conclusão dos estudos, nesta primeira fase.
O
primeiro trabalho, com base nos conhecimentos académicos, aconteceu em Mira de
Aire, num momento de grande atividade industrial. Decorridos dois anos foi
incorporado no Serviço Militar, durante dezoito meses.
Fui à inspeção em 1957 e assentei praça
em Infantaria 7/Leiria, em abril de 1958.
Fiz ali a recruta e segui
posteriormente para Mafra onde tirei o curso de sargento miliciano de
transmissões. Após o curso passei por Amadora e fui recolocado onde, como cabo
miliciano, conclui o tempo normal de serviço. Saí para a vida civil depois de
cumprir o tempo de serviço militar de dezoito meses. Decorridos cerca de dois
anos fui “requisitado” para o Ultramar, como furriel miliciano. Embarquei no
Vera Cruz em 21 de outubro de 1961, chegando a Luanda no dia 1 de novembro do
mesmo ano. Permaneci ali três semanas, fui destacado para Catete onde permaneci
poucos dias e embarquei para Cabinda, onde permaneci até ao regresso, dia 28 de
janeiro de 1964, chegando a Lisboa dia quatro de fevereiro. Fui sempre
apolítico, antes do 25 de Abril, a não ser o ter assinado uma petição para que
o General Humberto Delgado pudesse ser candidato. De qualquer modo, sempre me
conheci como desinteressado da política, porque nessa altura a província vivia
muito distante dos grandes centros, onde se decidiam as coisas. Nunca se
recenseara, nem votara.
Para
quê?, pensava
consigo.
Quando surgiu o 25 de Abril, agora,
sim, tenho de me integrar nesta questão tão importante. Os dias que se seguiram
foram de excitação e de permanente ouvido à rádio e à televisão, no sentido de
uma integração em linha política que mais se adequasse a minha maneira de
pensar e de estar na vida.
Conhecia
de nome Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Mota Amaral e as suas intervenções na
Assembleia Nacional, inseridas no que se convencionou chamar a Ala Liberal.
Tendo
o PPD, sido fundado nos primeiros dias de maio de 1974, António Rainho
deslocou-se por esses dias, com expectativa e amigos, a uma sessão de
esclarecimento na Batalha, onde estiveram presentes, como oradores, José
Ferreira Júnior, Tomás de Oliveira Dias e Quintela, todos de Leiria.
Ao
passar a residir em Alcobaça, Rainho integrou-se no PPD local, porque conhecia
algumas pessoas, nomeadamente Silva Carvalho, que fazia parte dos órgãos
sociais da SPAL e com quem trabalhava de perto.
Recordo-me do modo como o Engº. Silva
Carvalho vivia a política, com grande entusiasmo e sempre de maneira a
aglutinar pessoas para o PPD.
Em
1961, foi chamado a novo compromisso militar no Ultramar, tendo embarcado em
outubro de 1961 e regressado em finais de fevereiro de 1964.
Voltando
ao trabalho em Alcobaça, procurou valorizar-se na área contabilística e fiscal,
atingindo a categoria de Técnico de Contas.
Em
1968, ingressou na SPAL, onde se iniciou como Técnico de Contas, abarcando uma
boa área de responsabilidades administrativas, que se prolongaram até 2004,
quando se reformou.
Estes
trinta e cinco anos de profissão elevaram-no à categoria de Diretor Financeiro,
de Recursos Humanos e Administrativo.
Em
1997, frequentou na Universidade Católica um Curso de Gestão Estratégica, que
concluiu.
Ao
longo destes anos colaborou em várias Empresas do Concelho de Alcobaça, Porto
de Mós e Rio Maior, como Técnico de Contas.
Em
1984, fundou, com mais quatro sócios, uma Empresa na área de Contabilidade e
Fiscalidade.
Durante
8 anos, foi Presidente do Conselho de Administração, na Fundação Maria e
Oliveira, com trabalho reconhecido amplamente e fundou a Universidade
Sénior/USALCOA, instituição de grande envolvência social.
Filiou-se
no Partido Popular Democrático/PPD/PSD, aquando da sua constituição. Nas
eleições autárquicas de 1976, foi o 2º. da lista para a Assembleia Municipal,
encabeçada por José Sapinho.
Fez
parte ainda de algumas Assembleias Municipais e foi eleito Presidente da
Comissão Política do PSD/ Alcobaça, na década de 1990, acabando por integrar
uma lista candidata à Câmara Municipal, sendo eleito Vereador, funções que
desempenhou com elevado mérito, por um mandato.
Recordando
algumas facetas lúdicas da vida, conta
que sempre que lhe era possível os bailes
eram o seu passatempo e que, enquanto militar em Mafra, saía de casa ao domingo
à tarde e só chegava, com um companheiro, ao quartel pela manhã de segunda
feira, visitando e frequentando todos os bailes que se lhe iam deparando. Aqui
se deve acrescentar que tudo isto era possível porque tinha uma moto, o que era
muito raro na altura. A velocidade apaixonava-me e, com mais três amigos
colegas de Mira de Aire, assustavam a gente que vivia junto à estrada.
Considera-se feliz pelo trabalho profissional e social,
ao longo da vida, mas não esquece a
frustração que sentiu e ainda sente por não ter construído novas instalações
para albergar os idosos da Fundação Maria e Oliveira, por força do que
reputa insensibilidades políticas.
Este facto foi uma das razões para ida para Cuba, onde residiu vários anos.
Porém, a família de Alcobaça e os amigos sempre o colocaram numa rota aérea de ida e volta.
Hoje
em dia só de volta.
O
desporto sempre o entusiasmou, desde o futebol, ao atletismo, ténis e, agora
caminhadas.
Come para viver e não vive para comer, mas
não despreza um lanche ou almoço em grupo com os amigos, acompanhado de um bom
vinho.
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