NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Ramalho Eanes, António dos Santos, que nasceu em Alcains, Castelo Branco a 25 de janeiro de 1935, foi o 16.º presidente da República, assim como, o
primeiro democraticamente eleito após a revolução
de 1974, cargo que
exerceu de 14
de julho de 1976 a 30 de setembro de 1986.Na eleição de 1976, RE obteve 2. 967.537 votos (61,59%) contra 792.760 (14,37%) de Otelo Saraiva de Carvalho. No círculo eleitoral de Leira, o resultado foi de RE (76,6%) e OSC de 9,2%.
Na eleição de 1980, RE obteve 3.262.520 votos (56,44%) contra 2.325481(40,23%) de Soares Carneiro. No círculo eleitoral de Leiria o resultado foi de RE 45,3% e SC de 51,3%.
-Eanes deslocou-se a Alcobaça, no dia 25 de julho de 1976, em campanha eleitoral. A sua visita, aliás breve, era aguardada por muitos populares que se concentraram junto à Praça D. Afonso Henriques. Eanes desceu do carro e cumprimentou alguns e proferiu breves palavras e arrancou.
-As
cerimónias do dia 27 de maio de 1979, comemorativas do 8º Centenário do
Mosteiro de Alcobaça, revestiram-se de brilhantismo e solenidade com a assistência
de milhares de pessoas que se encontravam dentro do Mosteiro e se espalharam
por todo e vasto Rossio.
Estiveram
presentes, como convidados especiais, o Presidente da República, Gen. Ramalho
Eanes e Esposa, o Primeiro-ministro Carlos Mota Pinto e os Ministros da
Administração Interna e da Investigação Científica.
Também
estiveram presentes o Secretário de Estado da Cultura David Mourão-Ferreira e o
de Administração Regional e Local, o Presidente da Assembleia Municipal de
Alcobaça, presidente da CMA e vereadores, bem como outros presidentes de
Câmaras do Distrito.
Como
representantes da Igreja, compareceram o Cardeal Patriarca, D. António Ribeiro,
o Núncio Apostólico, os arcebispos de Braga, Mitilene e Luanda, os bispos de
Leiria e de Nova Lisboa e os bispos auxiliares do patriarcado.
-A
imprensa regional e nacional, tal como a rádio e televisão fizeram ampla
cobertura do evento.
O
Gen. Ramalho Eanes chegou a Alcobaça por volta das 15horas. Após receção na Sala dos Reis, aonde foi assinado o Livro
de Honra, os convidados dirigiram-se à antiga Adega dos Monges, para assistir a
uma conferência do Professor Joaquim Veríssimo Serrão, Presidente da Academia Portuguesa de História.
Terminada
a sessão, encerrada pelo Bispo D. António Marcelino, todos se dirigiram para o
antigo Dormitório do Mosteiro, para apreciarem a exposição dos Códices
Alcobacenses e de Livros Portugueses impressos. Seguiu-se na igreja uma
celebração eucarística presidida pelo Cardeal Patriarca.
No
final, foi servido um beberete no antigo Refeitório do Mosteiro.
O oitavo
centenário da fundação do Mosteiro, foi assinalado com várias cerimónias e
eventos, tendo ficado registado na pedra com um obelisco de José Aurélio,
inaugurado dias-Nas eleições de 1980, na freguesia de Alcobaça, Soares Carneiro (apoiado pela AD) obteve 1512 votos contra 1.680 de Eanes. No Concelho de Alcobaça Soares Carneiro recolheu 15.827 e Ramalho Eanes 14.996.
Ramalho, Abílio
Fialho, nasceu em Algarão/Benedita a 2 de outubro de 1956.
Fez a
formação primária e secundária na Benedita e em Cascais, onde frequentou a 3ª.,
4ª., 5ª. e 6ª. classes.
No
Externato Cooperativo da Benedita, efetuou com aproveitamento em regime
noturno, o Curso Geral de Mecânica (com equivalência ao 5º. ano do liceu) e os
6º. e 7º. anos do Ensino Secundário (Curso Complementar do Liceu).
Entre
outras atividades laborais, como operário de construção civil e fabril numa
fábrica de calçado da Ribafria, foi durante três anos, dos 17 aos 20 anos,
torneiro mecânico numa fábrica de cutelarias da Benedita.
Cursou
Direito, em Lisboa, tendo concluído em 1982.
Durante
um ano letivo, desenvolveu atividade docente, trabalhos oficinais, no Liceu
Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa.
Ingressou
na Magistratura Judicial em 3 de outubro de 1983.
Após
frequência do Centro de Estudos Judiciários, cumpriu as subsequentes fases de
estágio em diversos tribunais de Lisboa.
Foi
Juiz de Direito nas comarcas de Almada (1986-1988), Sátão (1988/89), Oeiras
(curto período em 1989), Barreiro (de 1989 a 1992, e de 1991 a 1996, como Juiz
de Círculo, nas comarcas de Barreiro, Moita, Montijo e Lisboa/Tribunal da Boa
Hora, de 1996 a 2002, bem como de novo no Barreiro (entre 2002 e 2005).
Foi
promovido a Juiz Desembargador, no Tribunal da Relação de Coimbra.
Paralelamente,
embora com algumas intermitências, motivadas por lesões, manteve prática
desportiva, especialmente nas artes marciais.
Ramalho, Maria Júlia Pedro, nasceu no Vimeiro, em 24 de julho de 1966, mas
reside nos Gaiteiros, Turquel.
Nunca tendo
tirado um curso (completou apenas o 12º ano no ECB), é, e considera-se,
autodidata. Foi aos 16 anos que Júlia Ramalho começou a gostar da arte de
tapeçaria, graças a Irene Sá Natividade (esposa de Joaquim Vieira Natividade),
que lhe incutiu esse gosto e com quem viveu durante cerca de 15 anos em casa
desta, em Alcobaça.
Começando
com pequenos trabalhos (cada m2 demora cerca de 2 meses a concluir),
rapidamente passou a outros mais difíceis e complicados, todos fruto de sua
concepção e grande sensibilidade artística, o que a tornou detentora de um
estilo próprio, sem paralelo no País, que vai muito além do virtuosismo.
Cada obra, dada a dimensão, chega a demorar um ano a fazer e pode ser
relativamente cara. A sua técnica consiste, fundamentalmente, num ponto de
matiz aplicado em estopa de linho e lã. Júlia Ramalho, diz que tenho pena de não me poder dedicar a tempo
inteiro à tapeçaria.
-Há cenas
das novelas Jardins Proibidos e Mulheres que
também se escrevem com trabalhos manuais de Alcobaça. Júlia Ramalho, tem três
das suas tapeçarias a decorar aquelas novelas, emitidas pela TVI. Júlia Ramalho
explicou que, depois de enviar um email para a Plural (produtora oficial da
TVI), o cenógrafo veio a sua casa escolher duas obras de arte para os Jardins
Proibidos e uma para Mulheres.
É um orgulho
ver o meu trabalho em exibição na televisão. De alguma forma, é o
reconhecimento de anos e anos de trabalho, ou melhor, de uma grande paixão, confidenciou Júlia Ramalho.
-Júlia
Ramalho, foi convidada a expor no Hotel Praia d’El Rey Golf&Beach Resort,
em Óbidos, no evento Sunset Market,
que decorreu em 2 de agosto de 2014, com o objetivo de mostrar o bom artesanato
da região.
Tendo
contactado o hotel para expor , nas palavras da artesã, ficaram encantados com o tipo de trabalho, pois é uma coisa única e
que nunca tinham visto.
-Júlia Ramalho
foi a figura central de uma exposição na Adega
dos Balseiros, do Museu do Vinho de Alcobaça, que decorreu em setembro e
outubro de 2015.
O legado de
Irene Natividade esteve novamente plasmado num conjunto de trabalho singular e
original.
-De 25 a 27 de setembro de 2015, o Município de
Alcobaça associou-se às Jornadas Europeias do Património, uma iniciativa anual
do Conselho da Europa e da União Europeia, assinalada em cerca 40 países, com
vista à sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do
Património.
O tema
central da edição desse ano, Património Industrial e Técnico, sublinhou
a importância das fábricas, pontes, moinhos, canais, linhas de
caminho-de-ferro, lojas, vilas operárias, minas, portos, património da água e
da luz, pequenas indústrias artesanais, arquivos públicos e empresariais, entre
muitos outros legados da indústria e da técnica.
Das várias
iniciativas que decorreram no âmbito da programação das Jornadas Europeias do
Património, destacam-se Tapeçarias –
Exposição da artesã Júlia Ramalho, (Museu do Vinho), as quais fazem a evocação, sentida e bucólica, da vida e o trabalho
rural.
-Júlia
Ramalho esteve, no dia 21 de novembro de 2016, em destaque na televisão, ao
mostrar a sua arte da tapeçaria em direto no programa Agora Nós, emitido pela RTP 1. O trabalho da artesã, faz a evocação
sentida e bucólica da vida e do trabalho rural. O interesse pela tapeçaria
surgiu aos 16 anos, quando Júlia Ramalho começou a trabalhar com a agulha
e rapidamente passou de trabalhos pequenos para obras complexas que requeriam
estudo e exercícios de paciência e insistência.
Raposo
de Magalhães, Fernando Emílio Neves, filho mais novo do casal José
Emílio e Judite Barreto Neves Raposo de Magalhães, nasceu em Lisboa, a 12 de
outubro de 1937.
Fez o
liceu no ensino particular (Externato Marista e Clenardo).
Em
1955, os pais decidiram não fazer sentido ter uma casa em Lisboa apenas para
albergar o Fernando e seu irmão Manuel, pelo que estes passaram a viver num
pequeno apartamento, completamente independentes.
Como não se revelava bom estudante só
concluiu o curso liceal, não chegando a ingressar na Universidade.
Distinguia-se todavia no desporto, onde mostrava particular aptidão no
voleibol, jogando no Sporting e depois o Lisboa Ginásio, modalidade em chegou a
internacional, com 19 anos.
Além
desta modalidade, praticou futebol, ténis, vela e iniciou-se no rugby, onde
teve uma passagem efémera, porque entretanto começou a trabalhar em Alcobaça.
Viveu
na capital até aos 19 anos e como não mostrava particular interesse ou aptidão pelos
estudos, seu Pai, mandou-o trabalhar para a Crisal (fábrica da família) mas
primeiro fez um estágio de 3 meses na Resinagem Nacional, propriedade do irmão
António.
Deixou
Lisboa e os amigos, mas manteve contacto estreito com eles.
Em
1961 casou-se com Maria Luísa Nunes de Almeida Bandeira, filha de um cirurgião
que exercia a atividade em Leiria e na Empresa de Cimentos de Leiria.
Embora
nunca tenha saído da Crisal/Atlantis durante os 53 anos que ali trabalhou,
integrou ainda os corpos gerentes de outras empresas e instituições. Em Junho
de 1974, integrado na lista de Francisco Pinto Balsemão, ganhou as eleições
para o Automóvel Club de Portugal. A Lista de Balsemão foi eleita com 75% dos
votos, naquilo que mais tarde se chamou a
primeira eleição livre depois do 25 de Abril. Ficou apenas um triénio,
atuando como Diretor/Secretário, porque não
tinha tempo para conciliar o trabalho na Atlantis com as solicitações do ACP.
A
partir do final da década de 1960, integrou o Conselho Fiscal da Macedo &
Coelho S.A., cargo em que se manteve durante largos anos. Pouco tempo depois,
foi nomeado administrador da Sopursal – Soc. Industrial de Sal do Algarve. Mais
tarde passou a seu Presidente do Conselho de Administração, função que desempenhou
durante cerca de 13 anos, até à venda a uma multinacional. Foi ainda
administrador (não executivo) da Resinagem Nacional, S.A., durante um curto
período. Nos anos de 1960, comprou 60% da Sociedade Automóveis Cruz de Cristo,
Lda (distribuidora do Gás Cidla no concelho de Alcobaça) de que seu pai tinha
sido sócio fundador.
Também
se interessou pela vida associativa de Alcobaça e foi presidente do Círculo
Alcobacense de Arte e Cultura e do Clube Alcobacense.
-No
campo das artes e letras, fez duas exposições de pintura em Lisboa e publicou
dois livros Contos de Verão e Contos Que Nunca Te Contei.
-Fernando
Raposo de Magalhães lançou no 13 de Junho de 2008, em Alcobaça, no Café
Tertúlia, o livro Contos Que Nunca Te
Contei. Este foi o segundo livro de contos, publicado cerca de nove anos
depois de ter surpreendido favoravelmente com o livro de estreia, Contos de Verão. Estes Contos Que Nunca Te Contei, contam com
um prefácio de Maria João Seixas e ilustrações de Luís Guimarães, prometendo
encantar os leitores com a veia, o humor e o espírito literário anteriormente
demonstrados pelo autor.
Esporadicamente
F. Raposo de Magalhães, colabora na imprensa escrita com artigos de opinião.
-Vive,
com a Mulher, na sua casa da freguesia dos Prazeres de Alcobaça e passa muito
tempo em Lisboa. É irmão de António,
João e Manuel Raposo de Magalhaes aqui infra referenciados.
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