segunda-feira, 21 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Ramalho Eanes, António dos Santos, que nasceu em Alcains, Castelo Branco a 25 de janeiro de 1935, foi o 16.º presidente da República, assim como, o primeiro democraticamente eleito após a revolução de 1974, cargo que exerceu de 14 de julho de 1976 a 30 de setembro de 1986.
Na eleição de 1976, RE obteve 2. 967.537 votos (61,59%) contra 792.760 (14,37%) de Otelo  Saraiva de  Carvalho. No círculo eleitoral de Leira, o resultado foi de RE (76,6%) e OSC de 9,2%.
Na eleição de 1980, RE obteve 3.262.520 votos (56,44%) contra 2.325481(40,23%) de Soares Carneiro. No círculo eleitoral de Leiria o resultado foi de RE 45,3% e SC de 51,3%.
-Eanes deslocou-se a Alcobaça, no dia 25 de julho de 1976, em campanha eleitoral. A sua visita, aliás breve, era aguardada por muitos populares que se concentraram junto à Praça D. Afonso Henriques. Eanes desceu do carro e cumprimentou alguns e proferiu breves palavras e arrancou.
-As cerimónias do dia 27 de maio de 1979, comemorativas do 8º Centenário do Mosteiro de Alcobaça, revestiram-se de brilhantismo e solenidade com a assistência de milhares de pessoas que se encontravam dentro do Mosteiro e se espalharam por todo e vasto Rossio.
Estiveram presentes, como convidados especiais, o Presidente da República, Gen. Ramalho Eanes e Esposa, o Primeiro-ministro Carlos Mota Pinto e os Ministros da Administração Interna e da Investigação Científica.
Também estiveram presentes o Secretário de Estado da Cultura David Mourão-Ferreira e o de Administração Regional e Local, o Presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça, presidente da CMA e vereadores, bem como outros presidentes de Câmaras do Distrito.
Como representantes da Igreja, compareceram o Cardeal Patriarca, D. António Ribeiro, o Núncio Apostólico, os arcebispos de Braga, Mitilene e Luanda, os bispos de Leiria e de Nova Lisboa e os bispos auxiliares do patriarcado.
-A imprensa regional e nacional, tal como a rádio e televisão fizeram ampla cobertura do evento.
O Gen. Ramalho Eanes chegou a Alcobaça por volta das 15horas. Após receção na Sala dos Reis, aonde foi assinado o Livro de Honra, os convidados dirigiram-se à antiga Adega dos Monges, para assistir a uma conferência do Professor Joaquim Veríssimo Serrão, Presidente da Academia Portuguesa de História.
Terminada a sessão, encerrada pelo Bispo D. António Marcelino, todos se dirigiram para o antigo Dormitório do Mosteiro, para apreciarem a exposição dos Códices Alcobacenses e de Livros Portugueses impressos. Seguiu-se na igreja uma celebração eucarística presidida pelo Cardeal Patriarca.
No final, foi servido um beberete no antigo Refeitório do Mosteiro.
O oitavo centenário da fundação do Mosteiro, foi assinalado com várias cerimónias e eventos, tendo ficado registado na pedra com um obelisco de José Aurélio, inaugurado dias
-Nas eleições de 1980, na freguesia de Alcobaça, Soares Carneiro (apoiado pela AD) obteve 1512 votos contra 1.680 de Eanes. No Concelho de Alcobaça Soares Carneiro  recolheu 15.827 e Ramalho Eanes 14.996.
Ramalho, Abílio Fialho, nasceu em Algarão/Benedita a 2 de outubro de 1956.
Fez a formação primária e secundária na Benedita e em Cascais, onde frequentou a 3ª., 4ª., 5ª. e 6ª. classes.
No Externato Cooperativo da Benedita, efetuou com aproveitamento em regime noturno, o Curso Geral de Mecânica (com equivalência ao 5º. ano do liceu) e os 6º. e 7º. anos do Ensino Secundário (Curso Complementar do Liceu).
Entre outras atividades laborais, como operário de construção civil e fabril numa fábrica de calçado da Ribafria, foi durante três anos, dos 17 aos 20 anos, torneiro mecânico numa fábrica de cutelarias da Benedita.
Cursou Direito, em Lisboa, tendo concluído em 1982.
Durante um ano letivo, desenvolveu atividade docente, trabalhos oficinais, no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa.
Ingressou na Magistratura Judicial em 3 de outubro de 1983.
Após frequência do Centro de Estudos Judiciários, cumpriu as subsequentes fases de estágio em diversos tribunais de Lisboa.
Foi Juiz de Direito nas comarcas de Almada (1986-1988), Sátão (1988/89), Oeiras (curto período em 1989), Barreiro (de 1989 a 1992, e de 1991 a 1996, como Juiz de Círculo, nas comarcas de Barreiro, Moita, Montijo e Lisboa/Tribunal da Boa Hora, de 1996 a 2002, bem como de novo no Barreiro (entre 2002 e 2005).
Foi promovido a Juiz Desembargador, no Tribunal da Relação de Coimbra.
Paralelamente, embora com algumas intermitências, motivadas por lesões, manteve prática desportiva, especialmente nas artes marciais.
Ramalho, Maria Júlia Pedro, nasceu no Vimeiro, em 24 de  julho de 1966, mas reside nos Gaiteiros, Turquel.
Nunca tendo tirado um curso (completou apenas o 12º ano no ECB), é, e considera-se, autodidata. Foi aos 16 anos que Júlia Ramalho começou a gostar da arte de tapeçaria, graças a Irene Sá Natividade (esposa de Joaquim Vieira Natividade), que lhe incutiu esse gosto e com quem viveu durante cerca de 15 anos em casa desta, em Alcobaça.
Começando com pequenos trabalhos (cada m2 demora cerca de 2 meses a concluir), rapidamente passou a outros mais difíceis e complicados, todos fruto de sua concepção e grande sensibilidade artística, o que a tornou detentora de um estilo próprio, sem paralelo no País, que  vai muito além  do virtuosismo. Cada obra, dada a dimensão, chega a demorar um ano a fazer e pode ser relativamente cara. A sua técnica consiste, fundamentalmente, num ponto de matiz aplicado em estopa de linho e lã. Júlia Ramalho, diz que tenho pena de não me poder dedicar a tempo inteiro à tapeçaria.
-Há cenas das novelas Jardins Proibidos e Mulheres que também se escrevem com trabalhos manuais de Alcobaça. Júlia Ramalho, tem três das suas tapeçarias a decorar aquelas novelas, emitidas pela TVI. Júlia Ramalho explicou que, depois de enviar um email para a Plural (produtora oficial da TVI), o cenógrafo veio a sua casa escolher duas obras de arte para os Jardins Proibidos e uma para Mulheres.
É um orgulho ver o meu trabalho em exibição na televisão. De alguma forma, é o reconhecimento de anos e anos de trabalho, ou melhor, de uma grande paixão, confidenciou Júlia Ramalho.
-Júlia Ramalho, foi convidada a expor no Hotel Praia d’El Rey Golf&Beach Resort, em Óbidos, no evento Sunset Market, que decorreu em 2 de agosto de 2014, com o objetivo de mostrar o bom artesanato da região.
Tendo contactado o hotel para expor , nas palavras da artesã, ficaram encantados com o tipo de trabalho, pois é uma coisa única e que nunca tinham visto.
-Júlia Ramalho foi a figura central de uma exposição na Adega dos Balseiros, do Museu do Vinho de Alcobaça, que decorreu em setembro e outubro de 2015.  
O legado de Irene Natividade esteve novamente plasmado num conjunto de trabalho singular e original.
-De 25 a 27 de setembro de 2015, o Município de Alcobaça associou-se às Jornadas Europeias do Património, uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, assinalada em cerca 40 países, com vista à sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do Património.
O tema central da edição desse ano, Património Industrial e Técnico, sublinhou a importância das fábricas, pontes, moinhos, canais, linhas de caminho-de-ferro, lojas, vilas operárias, minas, portos, património da água e da luz, pequenas indústrias artesanais, arquivos públicos e empresariais, entre muitos outros legados da indústria e da técnica.
Das várias iniciativas que decorreram no âmbito da programação das Jornadas Europeias do Património, destacam-se Tapeçarias – Exposição da artesã Júlia Ramalho, (Museu do Vinho), as quais fazem a evocação, sentida e bucólica, da vida e o trabalho rural.
-Júlia Ramalho esteve, no dia 21 de novembro de 2016, em destaque na televisão, ao mostrar a sua arte da tapeçaria em direto no programa Agora Nós, emitido pela RTP 1. O trabalho da artesã, faz a evocação sentida e bucólica da vida e do trabalho rural. O interesse pela tapeçaria surgiu aos 16 anos, quando Júlia Ramalho começou a trabalhar com a agulha e rapidamente passou de trabalhos pequenos para obras complexas que requeriam estudo e exercícios de paciência e insistência.
Raposo de Magalhães, Fernando Emílio Neves, filho mais novo do casal José Emílio e Judite Barreto Neves Raposo de Magalhães, nasceu em Lisboa, a 12 de outubro de 1937.
Fez o liceu no ensino particular (Externato Marista e Clenardo).
Em 1955, os pais decidiram não fazer sentido ter uma casa em Lisboa apenas para albergar o Fernando e seu irmão Manuel, pelo que estes passaram a viver num pequeno apartamento, completamente independentes.
Como não se revelava bom estudante só concluiu o curso liceal, não chegando a ingressar na Universidade. Distinguia-se todavia no desporto, onde mostrava particular aptidão no voleibol, jogando no Sporting e depois o Lisboa Ginásio, modalidade em chegou a internacional, com 19 anos.
Além desta modalidade, praticou futebol, ténis, vela e iniciou-se no rugby, onde teve uma passagem efémera, porque entretanto começou a trabalhar em Alcobaça.
Viveu na capital até aos 19 anos e como não mostrava particular interesse ou aptidão pelos estudos, seu Pai, mandou-o trabalhar para a Crisal (fábrica da família) mas primeiro fez um estágio de 3 meses na Resinagem Nacional, propriedade do irmão António.
Deixou Lisboa e os amigos, mas manteve contacto estreito com eles.
Em 1961 casou-se com Maria Luísa Nunes de Almeida Bandeira, filha de um cirurgião que exercia a atividade em Leiria e na Empresa de Cimentos de Leiria.
Embora nunca tenha saído da Crisal/Atlantis durante os 53 anos que ali trabalhou, integrou ainda os corpos gerentes de outras empresas e instituições. Em Junho de 1974, integrado na lista de Francisco Pinto Balsemão, ganhou as eleições para o Automóvel Club de Portugal. A Lista de Balsemão foi eleita com 75% dos votos, naquilo que mais tarde se chamou a primeira eleição livre depois do 25 de Abril. Ficou apenas um triénio, atuando como Diretor/Secretário, porque não tinha tempo para conciliar o trabalho na Atlantis com as solicitações do ACP.
A partir do final da década de 1960, integrou o Conselho Fiscal da Macedo & Coelho S.A., cargo em que se manteve durante largos anos. Pouco tempo depois, foi nomeado administrador da Sopursal – Soc. Industrial de Sal do Algarve. Mais tarde passou a seu Presidente do Conselho de Administração, função que desempenhou durante cerca de 13 anos, até à venda a uma multinacional. Foi ainda administrador (não executivo) da Resinagem Nacional, S.A., durante um curto período. Nos anos de 1960, comprou 60% da Sociedade Automóveis Cruz de Cristo, Lda (distribuidora do Gás Cidla no concelho de Alcobaça) de que seu pai tinha sido sócio fundador.
Também se interessou pela vida associativa de Alcobaça e foi presidente do Círculo Alcobacense de Arte e Cultura e do Clube Alcobacense.
-No campo das artes e letras, fez duas exposições de pintura em Lisboa e publicou dois livros Contos de Verão e Contos Que Nunca Te Contei.
-Fernando Raposo de Magalhães lançou no 13 de Junho de 2008, em Alcobaça, no Café Tertúlia, o livro Contos Que Nunca Te Contei. Este foi o segundo livro de contos, publicado cerca de nove anos depois de ter surpreendido favoravelmente com o livro de estreia, Contos de Verão. Estes Contos Que Nunca Te Contei, contam com um prefácio de Maria João Seixas e ilustrações de Luís Guimarães, prometendo encantar os leitores com a veia, o humor e o espírito literário anteriormente demonstrados pelo autor.
Esporadicamente F. Raposo de Magalhães, colabora na imprensa escrita com artigos de opinião.
-Vive, com a Mulher, na sua casa da freguesia dos Prazeres de Alcobaça e passa muito tempo em Lisboa. É irmão de António, João e Manuel Raposo de Magalhaes aqui infra referenciados.

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