NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Santo, Fernando
Ferreira,
nasceu em
1950 em Montes/Alcobaça, onde concluiu a Instrução Primária.
Nos Montes recebeu os
valores e os princípios que o orientaram durante a vida e aprendeu a valorizar
o trabalho através dos exemplos diários de quem trabalhava na agricultura.
Em 1960, passando a viver em Leiria, para frequentar o Liceu,
concluiu o ensino secundário, com o sonho
de vir a ser engenheiro. Ingressou no Instituto Superior Técnico aí
terminando Engenharia Civil. Em Leiria, e sem a presença dos pais aprendeu o valor da
liberdade e o consequente sentido de responsabilidade.
Não é conhecido na terra por qualquer alcunha ou diminutivo.
Fernando Santo tem, aliás, o mesmo nome do pai. Oriundo de terra de vinhas e de amanho, a agricultura nunca o seduziu,
apesar de os pais terem pomares, pinhal e vinho. Fascinava-o a engenharia e foi
por ela que optou, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa onde vive. A oportunidade de estudar no Instituto Superior Técnico e o
nível de exigência daquela escola permitiram perceber a importância e o valor
do conhecimento.
Iniciou a atividade profissional em 1972 no Gabinete de
Planeamento do Ministério das Obras Públicas. Em 1976 passou a trabalhar para o
setor privado onde se dedicou à elaboração de projetos, direção e fiscalização
de obras, consultoria e formação, especializando-se no setor da construção
civil, obras públicas e imobiliário.
Em 1990, terminou o Curso Geral de Gestão da Faculdade de
Economia, da Universidade Nova de Lisboa e em 2000 a Ordem dos Engenheiros
atribuiu-lhe o título de Especialista em Direção e Gestão da Construção,
passando a Coordenador da Especialização.
Foi Diretor e Administrador da EPUL/Empresa Pública de
Urbanização de Lisboa, e Diretor Geral da empresa que promoveu a construção da
Vila Expo, integrada no Plano da Expo98.
Em 2004, foi eleito Bastonário da Ordem dos Engenheiros,
cargo que exerceu durante dois mandatos, até 2010. Durante esse
período, foi eleito Presidente do Conselho
Nacional das Ordens Profissionais. Em 2008 criou o Conselho das
Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial
Portuguesa e Castelhana, do qual foi Presidente
até 2010. Foi Conselheiro Económico
e Social /CES, Vice-Presidente da Comissão do Desenvolvimento Regional e do Território
da Assembleia da República e Presidente do Observatório do Imobiliário da
Cidade de Lisboa.
Em 2011, foi-lhe reconhecida a categoria de Membro Conselheiro da Ordem dos Engenheiros.
Exerceu o cargo de Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça, entre junho de 2011 e dezembro de 2013 (Governo Passos Coelho).
Exerceu o cargo de Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça, entre junho de 2011 e dezembro de 2013 (Governo Passos Coelho).
É docente convidado do Instituto Superior de Economia e
Gestão, desde 2001 responsável pela disciplina Desenvolvimento de
Empreendimentos Imobiliários, Presidente do Conselho Consultivo do
IPDAL/Instituto para o Desenvolvimento da América Latina, membro do Conselho
Consultivo da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e Presidente da
Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores
Imobiliários.
Em agosto de 2015, foi nomeado Administrador da Caixa
Económica Montepio Geral, e Administrador do Montepio Gestão de Ativos
Imobiliários.
É autor e coautor de diversos livros e artigos sobre
construção, obras públicas e imobiliário.
Foi distinguido pelo IPDAL, pelos serviços prestados e pelo
Conselho de Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua
Oficial Portuguesa e Castelhana, pelos serviços prestados como mentor e
fundador da associação.
Em 2009, foi condecorado pelo Presidente da República com a
insígnia de Grande Oficial da Ordem de
Mérito.
Santos, Albertina dos, nasceu
em Lisboa a 12 de fevereiro de 1900.
Veio
morar para Ribeira do Marete em 1953, mas 10 anos depois regressou à capital.
Voltou mais tarde e então fixou definitivamente ali a sua residência. Casou aos
26 anos, era viúva de José dos Santos e do seu casamento nasceram duas filhas
que por sua vez não tiveram descendência. Segundo contava a filha Judite, a mãe
quase não tem audição, mas continua
bem-disposta. D. Albertina tinha bom aspeto, era pessoa bem-humorada,
sorridente, comia e bebia com apetite e não dispensava um bom cozido à portuguesa ou uma saborosa feijoada. Também apreciava
creme para o rosto. Ainda segundo a filha, D. Albertina que se deslocava em
cadeira de rodas, recentemente perdeu um
pouco o interesse que mantinha pela leitura, pois o seu passatempo preferido
era a leitura de revistas e livros policiais. À noite encerra-se no seu quarto
para ver televisão.
No
dia 16 de março de 2008, havia regressado do hospital, pois tivera uma infeção
respiratória e aparentemente sentia-se bem. Na véspera, à noite, ainda pediu
para lhe porem creme de beleza no rosto, alegando que os dias em que esteve no
hospital nada levou. No dia seguinte, de manhã pelas 8h,30m, serenamente
faleceu.
Quando
em 12 de fevereiro completou 108 anos (era a pessoa mais idosa da freguesia e
talvez do Concelho) foi homenageada com um almoço, onde além da família,
estiveram presentes alguns amigos e vizinhos que lhe cantaram os parabéns.
A
família conta que por alturas em que completou 103 anos (12 de fevereiro de
2003), sentiu-se mal e baixou ao hospital no dia 22 de fevereiro seguinte. Em
princípio não quis ir mas depois reconsiderou e disse que afinal vou, porque os hospitais fizeram-se para pessoas e não para
burros.
E
foi.
Santos, António Eduardo Cordeiro Monteiro, nasceu em Alcobaça a 3 de março de
1951.
José
da Assunção Santos, conhecido por Zé
Militar constituiu uma importante casa de mercearias, vinhos, adubos e
materiais de construção, sendo uma das mais importantes da vila. O
estabelecimento manteve-se aberto até 1998, meses depois da sua morte, dirigido
pelo filho José.
António,
era neto e filho dos comerciantes do Zé
Militar, sucessivamente proprietários dessa importante casa comercial.
Casou com Maria de Fátima Barão de Almeida Monteiro Santos.
Em
8 de fevereiro de 1984, pelas 19h, António Monteiro Santos faleceu num acidente
de viação, tal como a sua mulher e a sogra Eva Mariana (esposa do comerciante/armazenista
Diamantino Vasão de Almeida). Na estrada de Aveiras de Cima, já depois do termo
da autoestrada, próximo de Alcoentre, segundo o testemunho de populares, um
camião TIR ao fazer uma indevida ultrapassagem colidiu com o Mercedes conduzido
por António Eduardo, ficando este completamente desfeito e os seus três
ocupantes com morte imediata. A notícia correu célere na vila e causou a maior
consternação. Os sinistrados eram pessoas de fino trato, irradiando simpatia
com quem conviviam e pertenciam a duas conceituadas famílias alcobacenses.
Pelas
16 horas do dia 10, no Mosteiro de Alcobaça, foi rezada missa de corpo presente
pelo Padre Alexandre Siopa, perante enorme multidão. Às 17 horas realizaram-se
os funerais para o cemitério da vila, os quais constituíram, uma das mais
sentidas manifestações de pesar registadas na terra. O comércio fechou, em
sinal de homenagem ao luto sentido pelas famílias
-Outros
estabelecimentos comerciais do género, importantes, também existiram em Alcobaça.
Os
armazéns de mercearia de João Ferreira da Silva, existiram desde finais do
século XIX. Note-se que a partir de 1943 a João Ferreira da Silva e Sucessores,
passou a ter como sócios Joaquim Ferreira da Silva, Afonso Brusco Ferreira,
Domingos Pereira Arinto, Fernando Brusco Ferreira, Eurico dos Santos Granada e
Francisco Ferreira.
Sebastião
dos Santos Vazão, sito na Praça Afonso Henriques fundou um armazém em fins do
seculo XIX para venda de lã, algodão, calçado por medida, mercearias e artigos
para a agricultura.
Por
alturas de 1920, Hipólito, Goucha & Companhia, vendia rações para gado,
cevada, aveia, farinhas, açúcar, café e outros géneros. Mais tarde o
estabelecimento e armazém passou a girar com a denominação de Hipólitos, Goucha
& Silva Limitada.
Em
1970, ocorreu uma importante alteração, tendo algumas mercearias feito
associação com Carlos Leão da Silva (Carangueijo),
à Pissarra e a José Canha com Mercearia Sineiro, que veio inaugurar a Despensa,
o primeiro supermercado que houve em Alcobaça.
Em
1970, constituiu-se em Alcobaça a empresa, Alberto Neves Hipólito, Lda para
comércio de vinhos de António Rodrigues Aurélio, Maria José Rodrigues Aurélio,
António Alberto Aurélio a qual em 1974 por cedência de quotas passou para
Fernando Hipólito Goucha e Mulher Maria de Lurdes.
Santos, António Gomes
dos, natural dos
Pisões/Pataias, é conhecido por Homem-estátua
ou Staticman.
Vivi a infância num ambiente rural,
numa família modesta que labutava no campo. Para fazer o liceu e chegar à
Universidade tive sempre que trabalhar, porque embora os meus pais sempre
procurassem apoiar-me, o orçamento familiar não dava para tanto.
Na
Universidade de Coimbra, António Gomes dos Santos decidiu-se primeiro pela
Matemática e depois pela Engenharia Geográfica, optando finalmente pela
Geologia. Faltam-lhe três cadeiras para obter a licenciatura que, segundo diz, hei-de finalizar um dia destes.
Em
janeiro de 2003, recuperou o título de Recordista
Mundial de Imobilidade Voluntária
ao ficar estático durante 20h,11m,36s numa iniciativa realizada em Viseu,
integrada no programa de animação de uma fase do Grupo B do campeonato do mundo
de andebol.
Santos
já havia sido detentor duas vezes deste título, tendo-o recuperado a um indiano
que em 1997 lhe havia retirado o direito de constar no Guinness World Records.
-Dezoito
horas, 35 minutos e 15 segundos é o novo Recorde
do Mundo de Imobilidade, reconquistado no sábado dia 12 de julho de 1997,
no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, por António Gomes dos Santos, o
homem-estátua, que também ainda usa o nome artístico Hã Toino De Lírio.
A 30
de julho de 1988, António Gomes dos Santos viu o seu nome inscrito no Livro dos Recordes do Guiness, proeza
conseguida depois de 15 horas, 2 minutos e 55 segundos completamente parado no
shopping das Amoreiras, em Lisboa.
Depois
de 8 anos que lhe trouxeram fama e muitos convites para participações em
programas televisivos, espetáculos e anúncios publicitários, tanto em Portugal
como no estrangeiro, foi destronado, sendo autor dessa proeza Rhavi Prajapati,
indiano, que permaneceu imóvel durante 18 horas, 5 minutos e 50 segundos. Mas Hã Toino não desistiu e voltou à carga.
E meia hora a mais trouxe-o de novo para a ribalta, com a casa cheia de amigos
e curiosos que o aplaudiam com todo o calor.
Câmara de Alcobaça reconheceu a interessante proeza do homem estátua, e
aprovou em reunião, na segunda-feira, dia 14 de julho de 1997, um voto de
louvor e reconhecimento pela proeza.
Fiz em oito horas o que Carl Lewis
faria em 15 segundos,
disse António Santos, após bater o record
mundial de menor velocidade humana, no dia 3 de junho de 1999, no Parque
das Nações, em Lisboa, tendo percorrido 150 metros em oito horas e 15 segundos.
Testei um limite da capacidade humana e
atingi um máximo mundial de menor velocidade, adiantou António Santos, que
inventou ainda um misto de performance e
desporto, fazendo a ponte entre o Butô, uma dança japonesa tradicional na
qual os dançarinos se movem o mais lento possível, e o atletismo.
Tentei bater o contrário dos 100 metros
livres, mais explicou
o homem-estátua.
No âmbito da Semana da
Mobilidade, teve lugar no dia 21 de Setembro de 2008 (domingo), no Centro
Histórico de Leiria, o I Encontro de
Homens Estátua. Com a presença de dez artistas, este Encontro de Homens
Estátua contou com a participação de António Santos, recordista do Guiness de
imobilidade em 1988 e recordista mundial de imobilidade em 1997 e 2003, ano em
que foi detentor do recorde de imobilidade, com 20 horas, 11 minutos e 36
segundos.
-António
dos Santos, foi submetido a testes pela NASA.
Um dia apareceu no Diário de Notícias
um anúncio que dizia: A NASA procura homens para a cama. A seguir a este título
chamativo lá vinha o que a Agência Espacial pretendia, de facto. Queria homens
que se prestassem a ficar uma série de horas imóveis. Ora sendo eu recordista
mundial da imobilidade, pensei: bom... eu sou o candidato número um a isto. Por
coincidência ou não, nesse mesmo dia recebi em casa uma carta da NASA a
convidar-me para a experiência, que consistia num estudo de micro-gravitação.
Participei do mesmo com muito prazer.
O
homem-estátua já percorreu muita estrada. Na UE só lhe falta conhecer os países
nórdicos. Trabalhou também nos Estados Unidos e na Austrália, cumprindo
contratos comerciais. Nestes dois países nunca teve ensejo de trabalhar na rua,
o tipo de atuação de que mais gosta. Cada volta
à Europa demora-lhe cerca de quatro meses a completar. Ao continente americano
e à Austrália vai, cumpre o contrato e
volta logo que pode.
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