segunda-feira, 21 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Santo, Fernando Ferreira, nasceu em 1950 em Montes/Alcobaça, onde concluiu a Instrução Primária. 
Nos Montes recebeu os valores e os princípios que o orientaram durante a vida e aprendeu a valorizar o trabalho através dos exemplos diários de quem trabalhava na agricultura. 
Em 1960, passando a viver em Leiria, para frequentar o Liceu, concluiu o ensino secundário, com o sonho de vir a ser engenheiro. Ingressou no Instituto Superior Técnico aí terminando Engenharia Civil. Em Leiria, e sem a presença dos pais aprendeu o valor da liberdade e o consequente sentido de responsabilidade. 
Não é conhecido na terra por qualquer alcunha ou diminutivo. Fernando Santo tem, aliás, o mesmo nome do pai. Oriundo de terra de vinhas e de amanho, a agricultura nunca o seduziu, apesar de os pais terem pomares, pinhal e vinho. Fascinava-o a engenharia e foi por ela que optou, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa onde vive. A oportunidade de estudar no Instituto Superior Técnico e o nível de exigência daquela escola permitiram perceber a importância e o valor do conhecimento.
Iniciou a atividade profissional em 1972 no Gabinete de Planeamento do Ministério das Obras Públicas. Em 1976 passou a trabalhar para o setor privado onde se dedicou à elaboração de projetos, direção e fiscalização de obras, consultoria e formação, especializando-se no setor da construção civil, obras públicas e imobiliário.
Em 1990, terminou o Curso Geral de Gestão da Faculdade de Economia, da Universidade Nova de Lisboa e em 2000 a Ordem dos Engenheiros atribuiu-lhe o título de Especialista em Direção e Gestão da Construção, passando a Coordenador da Especialização.
Foi Diretor e Administrador da EPUL/Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, e Diretor Geral da empresa que promoveu a construção da Vila Expo, integrada no Plano da Expo98.
Em 2004, foi eleito Bastonário da Ordem dos Engenheiros, cargo que exerceu durante dois mandatos, até 2010. Durante esse período, foi eleito Presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais. Em 2008 criou o Conselho das Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana, do qual foi Presidente até 2010. Foi Conselheiro Económico e Social /CES, Vice-Presidente da Comissão do Desenvolvimento Regional e do Território da Assembleia da República e Presidente do Observatório do Imobiliário da Cidade de Lisboa.
Em 2011, foi-lhe reconhecida a categoria de Membro Conselheiro da Ordem dos Engenheiros.
Exerceu o cargo de Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça, entre junho de 2011 e dezembro de 2013 (Governo Passos Coelho).
É docente convidado do Instituto Superior de Economia e Gestão, desde 2001 responsável pela disciplina Desenvolvimento de Empreendimentos Imobiliários, Presidente do Conselho Consultivo do IPDAL/Instituto para o Desenvolvimento da América Latina, membro do Conselho Consultivo da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e Presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários. 
Em agosto de 2015, foi nomeado Administrador da Caixa Económica Montepio Geral, e Administrador do Montepio Gestão de Ativos Imobiliários.
É autor e coautor de diversos livros e artigos sobre construção, obras públicas e imobiliário.
Foi distinguido pelo IPDAL, pelos serviços prestados e pelo Conselho de Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana, pelos serviços prestados como mentor e fundador da associação.
Em 2009, foi condecorado pelo Presidente da República com a insígnia de Grande Oficial da Ordem de Mérito.
Santos, Albertina dos, nasceu em Lisboa a 12 de fevereiro de 1900.
Veio morar para Ribeira do Marete em 1953, mas 10 anos depois regressou à capital. Voltou mais tarde e então fixou definitivamente ali a sua residência. Casou aos 26 anos, era viúva de José dos Santos e do seu casamento nasceram duas filhas que por sua vez não tiveram descendência. Segundo contava a filha Judite, a mãe quase não tem audição, mas continua bem-disposta. D. Albertina tinha bom aspeto, era pessoa bem-humorada, sorridente, comia e bebia com apetite e não dispensava um bom cozido à portuguesa ou uma saborosa feijoada. Também apreciava creme para o rosto. Ainda segundo a filha, D. Albertina que se deslocava em cadeira de rodas, recentemente perdeu um pouco o interesse que mantinha pela leitura, pois o seu passatempo preferido era a leitura de revistas e livros policiais. À noite encerra-se no seu quarto para ver televisão.
No dia 16 de março de 2008, havia regressado do hospital, pois tivera uma infeção respiratória e aparentemente sentia-se bem. Na véspera, à noite, ainda pediu para lhe porem creme de beleza no rosto, alegando que os dias em que esteve no hospital nada levou. No dia seguinte, de manhã pelas 8h,30m, serenamente faleceu.
Quando em 12 de fevereiro completou 108 anos (era a pessoa mais idosa da freguesia e talvez do Concelho) foi homenageada com um almoço, onde além da família, estiveram presentes alguns amigos e vizinhos que lhe cantaram os parabéns.
A família conta que por alturas em que completou 103 anos (12 de fevereiro de 2003), sentiu-se mal e baixou ao hospital no dia 22 de fevereiro seguinte. Em princípio não quis ir mas depois reconsiderou e disse que afinal vou, porque os hospitais fizeram-se para pessoas e não para burros.
E foi.
Santos, António Eduardo Cordeiro Monteiro, nasceu em Alcobaça a 3 de março de 1951.
José da Assunção Santos, conhecido por Zé Militar constituiu uma importante casa de mercearias, vinhos, adubos e materiais de construção, sendo uma das mais importantes da vila. O estabelecimento manteve-se aberto até 1998, meses depois da sua morte, dirigido pelo filho José.
António, era neto e filho dos comerciantes do Zé Militar, sucessivamente proprietários dessa importante casa comercial. Casou com Maria de Fátima Barão de Almeida Monteiro Santos.
Em 8 de fevereiro de 1984, pelas 19h, António Monteiro Santos faleceu num acidente de viação, tal como a sua mulher e a sogra Eva Mariana (esposa do comerciante/armazenista Diamantino Vasão de Almeida). Na estrada de Aveiras de Cima, já depois do termo da autoestrada, próximo de Alcoentre, segundo o testemunho de populares, um camião TIR ao fazer uma indevida ultrapassagem colidiu com o Mercedes conduzido por António Eduardo, ficando este completamente desfeito e os seus três ocupantes com morte imediata. A notícia correu célere na vila e causou a maior consternação. Os sinistrados eram pessoas de fino trato, irradiando simpatia com quem conviviam e pertenciam a duas conceituadas famílias alcobacenses.
Pelas 16 horas do dia 10, no Mosteiro de Alcobaça, foi rezada missa de corpo presente pelo Padre Alexandre Siopa, perante enorme multidão. Às 17 horas realizaram-se os funerais para o cemitério da vila, os quais constituíram, uma das mais sentidas manifestações de pesar registadas na terra. O comércio fechou, em sinal de homenagem ao luto sentido pelas famílias
-Outros estabelecimentos comerciais do género, importantes,  também existiram em Alcobaça.
Os armazéns de mercearia de João Ferreira da Silva, existiram desde finais do século XIX. Note-se que a partir de 1943 a João Ferreira da Silva e Sucessores, passou a ter como sócios Joaquim Ferreira da Silva, Afonso Brusco Ferreira, Domingos Pereira Arinto, Fernando Brusco Ferreira, Eurico dos Santos Granada e Francisco Ferreira.
Sebastião dos Santos Vazão, sito na Praça Afonso Henriques fundou um armazém em fins do seculo XIX para venda de lã, algodão, calçado por medida, mercearias e artigos para a agricultura.
Por alturas de 1920, Hipólito, Goucha & Companhia, vendia rações para gado, cevada, aveia, farinhas, açúcar, café e outros géneros. Mais tarde o estabelecimento e armazém passou a girar com a denominação de Hipólitos, Goucha & Silva Limitada.
Em 1970, ocorreu uma importante alteração, tendo algumas mercearias feito associação com Carlos Leão da Silva (Carangueijo), à Pissarra e a José Canha com Mercearia Sineiro, que veio inaugurar a Despensa, o primeiro supermercado que houve em Alcobaça.
Em 1970, constituiu-se em Alcobaça a empresa, Alberto Neves Hipólito, Lda para comércio de vinhos de António Rodrigues Aurélio, Maria José Rodrigues Aurélio, António Alberto Aurélio a qual em 1974 por cedência de quotas passou para Fernando Hipólito Goucha e Mulher Maria de Lurdes.
Santos, António Gomes dos, natural dos Pisões/Pataias, é conhecido por Homem-estátua ou Staticman.
Vivi a infância num ambiente rural, numa família modesta que labutava no campo. Para fazer o liceu e chegar à Universidade tive sempre que trabalhar, porque embora os meus pais sempre procurassem apoiar-me, o orçamento familiar não dava para tanto.
Na Universidade de Coimbra, António Gomes dos Santos decidiu-se primeiro pela Matemática e depois pela Engenharia Geográfica, optando finalmente pela Geologia. Faltam-lhe três cadeiras para obter a licenciatura que, segundo diz, hei-de finalizar um dia destes.
Em janeiro de 2003, recuperou o título de Recordista Mundial de Imobilidade Voluntária ao ficar estático durante 20h,11m,36s numa iniciativa realizada em Viseu, integrada no programa de animação de uma fase do Grupo B do campeonato do mundo de andebol.
Santos já havia sido detentor duas vezes deste título, tendo-o recuperado a um indiano que em 1997 lhe havia retirado o direito de constar no Guinness World Records.
-Dezoito horas, 35 minutos e 15 segundos é o novo Recorde do Mundo de Imobilidade, reconquistado no sábado dia 12 de julho de 1997, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, por António Gomes dos Santos, o homem-estátua, que também ainda usa o nome artístico Hã Toino De Lírio.
A 30 de julho de 1988, António Gomes dos Santos viu o seu nome inscrito no Livro dos Recordes do Guiness, proeza conseguida depois de 15 horas, 2 minutos e 55 segundos completamente parado no shopping das Amoreiras, em Lisboa.
Depois de 8 anos que lhe trouxeram fama e muitos convites para participações em programas televisivos, espetáculos e anúncios publicitários, tanto em Portugal como no estrangeiro, foi destronado, sendo autor dessa proeza Rhavi Prajapati, indiano, que permaneceu imóvel durante 18 horas, 5 minutos e 50 segundos. Mas Hã Toino não desistiu e voltou à carga. E meia hora a mais trouxe-o de novo para a ribalta, com a casa cheia de amigos e curiosos que o aplaudiam com todo o calor.  Câmara de Alcobaça reconheceu a interessante proeza do homem estátua, e aprovou em reunião, na segunda-feira, dia 14 de julho de 1997, um voto de louvor e reconhecimento pela proeza.
Fiz em oito horas o que Carl Lewis faria em 15 segundos, disse António Santos, após bater o record mundial de menor velocidade humana, no dia 3 de junho de 1999, no Parque das Nações, em Lisboa, tendo percorrido 150 metros em oito horas e 15 segundos. Testei um limite da capacidade humana e atingi um máximo mundial de menor velocidade, adiantou António Santos, que inventou ainda um misto de performance e desporto, fazendo a ponte entre o Butô, uma dança japonesa tradicional na qual os dançarinos se movem o mais lento possível, e o atletismo.
Tentei bater o contrário dos 100 metros livres, mais explicou o homem-estátua.
No âmbito da Semana da Mobilidade, teve lugar no dia 21 de Setembro de 2008 (domingo), no Centro Histórico de Leiria, o I Encontro de Homens Estátua. Com a presença de dez artistas, este Encontro de Homens Estátua contou com a participação de António Santos, recordista do Guiness de imobilidade em 1988 e recordista mundial de imobilidade em 1997 e 2003, ano em que foi detentor do recorde de imobilidade, com 20 horas, 11 minutos e 36 segundos.
-António dos Santos, foi submetido a testes pela NASA.
Um dia apareceu no Diário de Notícias um anúncio que dizia: A NASA procura homens para a cama. A seguir a este título chamativo lá vinha o que a Agência Espacial pretendia, de facto. Queria homens que se prestassem a ficar uma série de horas imóveis. Ora sendo eu recordista mundial da imobilidade, pensei: bom... eu sou o candidato número um a isto. Por coincidência ou não, nesse mesmo dia recebi em casa uma carta da NASA a convidar-me para a experiência, que consistia num estudo de micro-gravitação. Participei do mesmo com muito prazer.
O homem-estátua já percorreu muita estrada. Na UE só lhe falta conhecer os países nórdicos. Trabalhou também nos Estados Unidos e na Austrália, cumprindo contratos comerciais. Nestes dois países nunca teve ensejo de trabalhar na rua, o tipo de atuação de que mais gosta. Cada volta à Europa demora-lhe cerca de quatro meses a completar. Ao continente americano e à Austrália vai, cumpre o contrato e volta logo que pode.

Sem comentários: