NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Raimundo, Amílcar Barbosa de Sousa, depois de 8 anos como Secretário da
Junta de São Vicente (Aljubarrota) e 12 como Presidente, concorreu a mais um
mandato às eleições de 11 de outubro de 2009, porque, no seu dizer, tenho a consciência que, de mãos dadas com a
população, ainda poderei fazer mais pela freguesia. Um trabalho nunca está
completo. Todos os dias se nos apresentam novos desafios e novas necessidades.
Nestas
eleições, não deu qualquer hipótese à concorrência, neste caso ao PS que só conseguiu
um eleito para a Assembleia de Freguesia de São Vicente de Aljubarrota.
Na
eleição anterior, a terceira, teve mais de 90% dos votos e a lista PSD oito dos
nove lugares da Assembleia de Freguesia.
-Amílcar
Raimundo, é natural de Aljubarrota, casado e pai de 2 filhos.
Aos
10 anos foi estudar para o Colégio Luís de Camões, em Rio Maior, de onde saiu
com o 9º ano.
Em
1974, em Alcobaça, obteve o 12º ano de escolaridade (área de ciências). Frequentou o propedêutico e concorreu à
Faculdade de Ciências.
Com
19 anos entrou na PT Comunicação,
onde permaneceu até 2008 em que se reformou. Hoje em dia, desenvolve
atividade na agricultura. É Irmão da
Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota. Quando pela primeira vez tomou
posse como Presidente da Junta, disse numa entrevista a O Alcoa que, tive um trabalho de preparação de outros
12 como secretário da Junta e, portanto tive de preparar o terreno todo para,
depois, entrar como presidente de Junta. Eu como sou uma pessoa assim assim,
preparei o trabalho mas é um trabalho longo, difícil e que ainda não está
concluído… e, nem sequer está ainda a 50%. O trabalho não depende só da
Junta, depende de toda a estrutura política, económica, financeira…Tudo
depende dessas situações! E, de maneira que, a pouco e pouco, vamos indo com
o apoio da Câmara, de algumas entidades, de terceiros, da população. Temos de
ter em conta que é a parte principal. Quando estou a falar nisto, estou a
falar do turismo, pois se não houver colaboração da parte dela, não pode ser
só as juntas e as Câmaras a dinamizar as coisas, há que contar com a
colaboração das pessoas. S. Vicente, há 12 anos, é tal e qual como é agora,
porque veio um senhor chamado Miguel Guerra que, com o PDM, congestionou toda
esta estrutura da urbanização. Foi um PDM feito à pressa e em cima do joelho,
As freguesias de Aljubarrota são das mais penalizadas, e está tudo limitado
na construção – os jovens querem construir nos terrenos que herdaram e não
têm hipótese nenhuma, de maneira que, desde lá até aqui, andamos nesta luta terrível.
É uma questão de fazer a remodelação e rectificação do PDM mas temos a
promessa do Presidente Paulo Inácio de que, em Junho isto vai à praça
pública. É preciso muito esforço e muita tarimba para se conseguir isto. E as
pessoas são vítimas desta situação! Quando se começa uma obra e se precisa do
apoio da população, a Junta propõe a ideia e as pessoas colaboram da forma
que podem. E estamos a falar em alguns particulares. Quero realçar o Sr Luis
da Graça, que tem sido um benemérito para a Junta de Freguesia. É formidável
em tudo: apoio de máquinas, abertura de caminhos. Por exemplo, na Ataija, os
espaços urbanos requalificados. Se não fosse ele, grande parte disto não
teria sido possível. Nós fizemos o que pudemos: uma homenagem a este
benemérito, sempre pretável e colaborante – tem sido uma mais-valia para a
Freguesia! E como ele há outros.
-Amílcar
Barbosa de Sousa Raimundo, confessa que ser
autarca cansa, mas a recompensa surge no carinho demonstrado pela população.
Sempre
que se recandidatou a Presidente da Junta,
sabia que ia ganhar. A campanha correu muito bem e senti que a minha mensagem
chegava às pessoas com quem falava. O bom trabalho e a adesão aos nossos
objetivos foram a chave de um grande resultado eleitoral que foi o que veio a
acontecer. As pessoas acreditaram na nossa postura e no nosso manifesto
eleitoral.
-O
Duque de Bragança (D. Duarte Pio) foi o convidado de honra para as
comemorações dos 611 anos da Batalha de Aljubarrota, que tiveram lugar dia 14
de agosto de 1996, por iniciativa das Juntas de Freguesia de S. Vicente e
Prazeres de Aljubarrota, e com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, cujos
vereadores estiveram presentes. As comemorações tiveram o início pelas 10h
com uma sessão de boas vindas no
edifício das Juntas de Freguesia, seguindo-se às 10.30h uma homenagem à
Padeira com a deposição de uma coroa de flores, na estátua existente e uma
salva de 21 tiros. Às 11h foi inaugurada a remodelação do Largo do Serraninho.
Na
parte da tarde, às 15h, foi inaugurada na capela da Misericórdia uma
exposição denominada Aljubarrota património e cultura, que pode ser visitada
nos dias 14 e 15 de agosto. Na mesma altura teve lugar uma conferência sobre
a Batalha de Aljubarrota seguindo-se depois uma visita à vila, incluindo uma
deslocação à Casa da Padeira onde foi servido um Porto de Honra aos
convidados e entidades presentes.
Além
disso, funcionou um arraial cujas receitas reverteram a favor da Santa Casa
da Misericórdia de Aljubarrota e a partir das 20h houve um serão musical com
o jovem Nuno Miguel, a atuação do grupo de música popular portuguesa Dois
Rios, de Alcobaça, a Orquestra Juvenil da Associação Recreativa da Boavista e
o Rancho Folclórico dos Moleanos.
-A
inauguração de um largo nos Casais de Santa Teresa, a recuperação do Poço
Medieval da Ataija de Baixo e do Parque de Merendas dos Moleanos, são três
obras com as quais as Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de
Aljubarrota festejaram o dia 14 de agosto, da batalha de Aljubarrota e
homenagear a Padeira.
As
obras inauguradas no dia 14 de agosto de 1997, foram realizadas pelas Juntas de Freguesia com o apoio do Parque Natural
das Serras de Aire e Candeeiros e da Câmara Municipal.
À noite houve festa popular, com um
espetáculo de variedades que contou com a presença de vários artistas, entre
os quais, o organista Nuno, da Boavista, os grupos de dança Parciais, de
Chaqueda, As Mitras 6, dos Olheiros e o grupo de dança africana Africa Dance, que venceu o Big Show SiC.
Os
lucros da festa reverteram para as obras de construção do Lar da Misericórdia
a decorrer na localidade.
-Na Freguesia, misturou-se a descrença de
que algum dia venha a jorrari alguma
coisa e a pequena expectativa de que, se existir petróleo, traga alguns benefícios para a freguesia,
ao nível do desenvolvimento turístico e da criação de novos acessos,
admitiu Amílcar Raimundo.
A zona, tem sido palco dos trabalhos de
prospeção da Mohave Gas and Oil que
tem a concessão da exploração de todo o Oeste. As
máquinas fazem barulho ao passar, mas ninguém se incomoda, porque a empresa
fez um trabalho muito perfeito e de muita qualidade, explicando o
procedimento às pessoas e nenhuma recusou a entrada nos seus terrenos,
disse Amílcar Raimundo
-Lúcia Duarte, foi uma das organizadoras da exposição Passado, Presente e Futuro, que
integrava as comemorações do 619.º
aniversário da Batalha de Aljubarrota (2004) e apresentou-se, trajada a
rigor, ostentando uma velha pá de forno. As várias iniciativas que recriaram
o ambiente medieval, em que se destacava a feira e o torneio a pé, contaram
com a participação de 200 figurantes e foram organizadas pela Câmara
Municipal de Alcobaça e pelas Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de
Aljubarrota.
A partir de 2004,
Aljubarrota quer ser o centro das comemorações, por ser a localidade que deu
o nome à Batalha, disse Amílcar Raimundo, frisando que o primeiro passo está dado. A categoria destas comemorações,
dirigidas ao povo, demonstram o que somos capazes de fazer
As palavras de Amílcar Raimundo, vão ao encontro do
pensamento do presidente da Junta de Freguesia de Prazeres, José Lourenço
Severino, que acrescentou: Fomos sempre
marginalizados pelos municípios vizinhos, mas agora estamos dispostos a
convidá-los, porque achamos que as comemorações devem ser abertas a todos.
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Raimundo, Arménio dos
Santos, conhecido por Max,
nasceu a 2 de fevereiro de 1956, em Areeiro/Évora de Alcobaça, filho de um
sapateiro e uma doméstica.
Estudou
até ao 6º ano em Alcobaça, tendo começado a trabalhar como cortador de carnes por
conta de José Comprido, com quem se manteve durante anos, até se estabelecer em
Pataias, com dois sócios e um talho.
Depois
de encerrar este talho, trabalhou como cortador em supermercados do concelho.
Mas a
sua paixão era outra, pois desde sempre foi um grande apreciador do Fado de
Lisboa. Não sendo propriamente cantor (também sabia cantar), tocava bem viola
de fado, a acompanhar vários artistas (alguns de renome), embora na qualidade
de amador.
Max,
como era conhecido em geral, teve o programa semanal (ao domingo à noite) na
Rádio CisterTudo Isto É Fado, seguramente
o mais antigo da estação.
Ultimamente
atuava na casa de fados de Alcobaça, Fadário,
gerida por Emanuel Moura.
No
dia do funeral, Emanuel Moura disse hoje
a cadeira estará vazia, mas o Fado continuará a ecoar em Alcobaça como ele
tanto gostava! Até sempre!
A
alcunha Max, que se impôs
carinhosamente como elemento de identificação, foi-lhe dada pelos colegas de
trabalho, alegadamente por ser extrovertido e divertido, tal como o Max dos antigos
filmes a preto e branco.
Os
amigos vão continuar a recordar o seu sorriso, as gargalhadas e a boa
disposição.
-Um ano depois do falecimento (20 de
março de 2015), os amigos organizaram uma Grandiosa Noite de Fados, em sua
homenagem. O evento teve lugar no Quartel dos Bombeiros de Alcobaça, no dia 8
de abril pelas 21,30 horas. As receitas reverteram a favor dos Bombeiros
Voluntários de Alcobaça. A acompanhar esta Grandiosa
Noite de Fados serviu-se a tradicional ceia, composta por caldo verde,
chouriço assado, filhoses e café d’avó.
Raimundo, Celestino
Santos, nasceu em 25
de setembro de 1951 em Alcobaça, numa família do Areeiro/Évora de Alcobaça,
sendo o pai funcionário da Câmara Municipal.
Ingressou
aí na Escola Primária e depois frequentou o Curso Geral de Administração e
Comércio, que não concluiu. Prestou serviço militar em Cabo Verde, na Ilha do
Sal e em S. Vicente, entre 1972 e 1974. Antes de prestar o serviço militar,
trabalhou no talho de Francisco Ferraz, que funcionou ao lado da Ourivesaria
Rilhó. Terminado o serviço militar, estabeleceu-se com o irmão Hélder num
talho, à Piçarra/Alcobaça e aí se têm mantido.
Como
o pai efetuava a distribuição da carne do Matadouro Municipal, tal veio a
influenciá-lo, em termos profissionais.
-Nos
tempos disponíveis, faz uma agricultura familiar especialmente aos
fins-de-semana. Qualifica de muito perniciosa, a influência das grandes
superfícies no negócio dos talhos. Apesar de já ter 50 anos de descontos para a
Previdência, não pretende reformar-se, pois gosta
de estar ocupado e de trabalhar, bem como de lidar com os clientes, já que
quase toda a gente de Alcobaça foi seu cliente.
Segundo
a filha Joana, é uma das pessoas mais
bem-dispostas que conhece, o que se
nota quando se entra no talho ou lida com os amigos e conhecidos.
Raimundo, Paula Teresa
Mendes do Amaral, nasceu em Alcobaça a 12 de Dezembro 1959, filha de uma
doméstica e de um serralheiro mecânico.
Estudou sempre em Alcobaça, até concluir o curso complementar
dos liceus.
Começou a trabalhar numa fábrica de cerâmica/faiança
decorativa e utilitária, onde passou por todo o processo de fabricação,
especializando-se na pintura manual até ao seu encerramento.
Fez diversas formações na área da cerâmica, mas dedicou-se à
pintura de azulejos com aplicação das decorações das antigas chitas de
Alcobaça, assim como nas várias peças de cerâmica que lhe apresentavam,
utilizando uma técnica tradicional com tintas de água para alto fogo.
Entretanto, começou a pesquisar os antigos desenhos de azul
de Alcobaça, utilizando pincéis de pele de cabrito e a reproduzi-los,
transferindo os desenhos com carvão.
Possui uma mufla, um atelier onde trabalha, expõe e vende
peças, algumas das quais mesmo por encomenda.
Diz que a decoração que
prefiro é sempre a que estou a fazer pela primeira vez, porque gosto de fazer
peças únicas.
-É viúva de Arménio
dos Santos Raimundo, Max, supra referenciado.
Raimundo, Joana Teresa
da Cruz, nasci em Alcobaça na
Primavera de 1984 e aí vivi até aos 18 anos. Foi em pequena que me comecei a
interessar por ilustração e animação, interesse esse que foi sempre reforçado
pela minha família. Nunca me faltaram livrinhos para colorir, materiais para
pintar e desenhar e, quando finalmente comecei a ler, bandas desenhadas para
ler. Nesse sentido, chegando à idade de traçar caminho no ensino secundário,
segui a área de Artes e Ofícios na Escola Secundária D. Pedro I. No entanto, na
altura em que tive que escolher o que tirar no ensino superior, pela insegurança
que sentia relativamente aos cursos de artes em termos de futuro profissional,
acabei por seguir a área da multimédia e tirar o curso de Novas Tecnologias da
Comunicação, na Universidade de Aveiro. Ao fim de 4 anos e terminada a
licenciatura, regressei brevemente à ilustração, tendo feito uma pós graduação
em Ilustração para Publicações Infantis e Juvenis, na EINA, Centre Universitari
de Disseny i Art em Barcelona. Este curso revelou-se importantíssimo nos
trabalhos editoriais que mais tarde desenvolvi. Este curso durou 6 meses, mas
não voltei para Alcobaça por muito tempo já que, no final desse ano, parti para
Veneza onde acabei por ficar a trabalhar 2 anos. Nesta altura, e apesar de
trabalhar como designer, comecei a fazer alguma ilustração para alguns
clientes. Até então os trabalhos que faziam eram praticamente todos pessoais,
com as excecionais colaborações com amigos mais próximos. De volta a Portugal e
a Alcobaça, iniciou-se um novo período a nível profissional. Se por um lado
continuei a trabalhar como designer, por outro começaram a surgir novas
oportunidades de trabalho como ilustradora: desde a participação em projetos
independentes como algumas fanzines, a colaborações com bandas e magazines da
área da música. Entretanto com a criação da editora alcobacense Escafandro,
surgem as primeiras oportunidades de edição de livros os volumes d’A Ordem do
Poço do Inferno, escritos pelo Nuno Valente, e o livro infantil Não é justo,
Alice!, escrito pela Joana Ramos. Até ao momento, continuo a viver em Alcobaça,
trabalhando a tempo inteiro como webdesigner e em partime como ilustradora.
Entretanto saí do estúdio onde
trabalhava e estou agora por conta própria.
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