segunda-feira, 21 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Raimundo, Amílcar Barbosa de Sousa, depois de 8 anos como Secretário da Junta de São Vicente (Aljubarrota) e 12 como Presidente, concorreu a mais um mandato às eleições de 11 de outubro de 2009, porque, no seu dizer, tenho a consciência que, de mãos dadas com a população, ainda poderei fazer mais pela freguesia. Um trabalho nunca está completo. Todos os dias se nos apresentam novos desafios e novas necessidades.
Nestas eleições, não deu qualquer hipótese à concorrência, neste caso ao PS que só conseguiu um eleito para a Assembleia de Freguesia de São Vicente de Aljubarrota.
Na eleição anterior, a terceira, teve mais de 90% dos votos e a lista PSD oito dos nove lugares da Assembleia de Freguesia.
-Amílcar Raimundo, é natural de Aljubarrota, casado e pai de 2 filhos.
Aos 10 anos foi estudar para o Colégio Luís de Camões, em Rio Maior, de onde saiu com o 9º ano.
Em 1974, em Alcobaça, obteve o 12º ano de escolaridade (área de ciências). Frequentou o propedêutico e concorreu à Faculdade de Ciências.
Com 19 anos entrou na PT Comunicação, onde permaneceu até 2008 em que se reformou. Hoje em dia, desenvolve atividade na agricultura. É Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota. Quando pela primeira vez tomou posse como Presidente da Junta, disse numa entrevista a O Alcoa que, tive um trabalho de preparação de outros 12 como secretário da Junta e, portanto tive de preparar o terreno todo para, depois, entrar como presidente de Junta. Eu como sou uma pessoa assim assim, preparei o trabalho mas é um trabalho longo, difícil e que ainda não está concluído… e, nem sequer está ainda a 50%. O trabalho não depende só da Junta, depende de toda a estrutura política, económica, financeira…Tudo depende dessas situações! E, de maneira que, a pouco e pouco, vamos indo com o apoio da Câmara, de algumas entidades, de terceiros, da população. Temos de ter em conta que é a parte principal. Quando estou a falar nisto, estou a falar do turismo, pois se não houver colaboração da parte dela, não pode ser só as juntas e as Câmaras a dinamizar as coisas, há que contar com a colaboração das pessoas. S. Vicente, há 12 anos, é tal e qual como é agora, porque veio um senhor chamado Miguel Guerra que, com o PDM, congestionou toda esta estrutura da urbanização. Foi um PDM feito à pressa e em cima do joelho, As freguesias de Aljubarrota são das mais penalizadas, e está tudo limitado na construção – os jovens querem construir nos terrenos que herdaram e não têm hipótese nenhuma, de maneira que, desde lá até aqui, andamos nesta luta terrível. É uma questão de fazer a remodelação e rectificação do PDM mas temos a promessa do Presidente Paulo Inácio de que, em Junho isto vai à praça pública. É preciso muito esforço e muita tarimba para se conseguir isto. E as pessoas são vítimas desta situação! Quando se começa uma obra e se precisa do apoio da população, a Junta propõe a ideia e as pessoas colaboram da forma que podem. E estamos a falar em alguns particulares. Quero realçar o Sr Luis da Graça, que tem sido um benemérito para a Junta de Freguesia. É formidável em tudo: apoio de máquinas, abertura de caminhos. Por exemplo, na Ataija, os espaços urbanos requalificados. Se não fosse ele, grande parte disto não teria sido possível. Nós fizemos o que pudemos: uma homenagem a este benemérito, sempre pretável e colaborante – tem sido uma mais-valia para a Freguesia! E como ele há outros.
-Amílcar Barbosa de Sousa Raimundo, confessa que ser autarca cansa, mas a recompensa surge no carinho demonstrado pela população.
Sempre que se recandidatou a Presidente da Junta, sabia que ia ganhar. A campanha correu muito bem e senti que a minha mensagem chegava às pessoas com quem falava. O bom trabalho e a adesão aos nossos objetivos foram a chave de um grande resultado eleitoral que foi o que veio a acontecer. As pessoas acreditaram na nossa postura e no nosso manifesto eleitoral.
-O Duque de Bragança (D. Duarte Pio) foi o convidado de honra para as comemorações dos 611 anos da Batalha de Aljubarrota, que tiveram lugar dia 14 de agosto de 1996, por iniciativa das Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota, e com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, cujos vereadores estiveram presentes. As comemorações tiveram o início pelas 10h com uma sessão  de boas vindas no edifício das Juntas de Freguesia, seguindo-se às 10.30h uma homenagem à Padeira com a deposição de uma coroa de flores, na estátua existente e uma salva de 21 tiros. Às 11h foi inaugurada a remodelação do Largo do Serraninho.
Na parte da tarde, às 15h, foi inaugurada na capela da Misericórdia uma exposição denominada Aljubarrota património e cultura, que pode ser visitada nos dias 14 e 15 de agosto. Na mesma altura teve lugar uma conferência sobre a Batalha de Aljubarrota seguindo-se depois uma visita à vila, incluindo uma deslocação à Casa da Padeira onde foi servido um Porto de Honra aos convidados e entidades presentes.
Além disso, funcionou um arraial cujas receitas reverteram a favor da Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota e a partir das 20h houve um serão musical com o jovem Nuno Miguel, a atuação do grupo de música popular portuguesa Dois Rios, de Alcobaça, a Orquestra Juvenil da Associação Recreativa da Boavista e o Rancho Folclórico dos Moleanos.
-A inauguração de um largo nos Casais de Santa Teresa, a recuperação do Poço Medieval da Ataija de Baixo e do Parque de Merendas dos Moleanos, são três obras com as quais as Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota festejaram o dia 14 de agosto, da batalha de Aljubarrota e homenagear a Padeira.
As obras inauguradas no dia 14 de agosto de 1997, foram realizadas pelas Juntas de Freguesia com o apoio do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e da Câmara Municipal.
À noite houve festa popular, com um espetáculo de variedades que contou com a presença de vários artistas, entre os quais, o organista Nuno, da Boavista, os grupos de dança Parciais, de Chaqueda, As Mitras 6, dos Olheiros e o grupo de dança africana Africa Dance, que venceu o Big Show SiC.
Os lucros da festa reverteram para as obras de construção do Lar da Misericórdia a decorrer na localidade.
-Na Freguesia, misturou-se a descrença de que algum dia venha a jorrari alguma coisa e a pequena expectativa de que, se existir petróleo, traga alguns benefícios para a freguesia, ao nível do desenvolvimento turístico e da criação de novos acessos, admitiu Amílcar Raimundo.
A zona, tem sido palco dos trabalhos de prospeção da Mohave Gas and Oil que tem a concessão da exploração de todo o  Oeste. As máquinas fazem barulho ao passar, mas ninguém se incomoda, porque a empresa fez um trabalho muito perfeito e de muita qualidade, explicando o procedimento às pessoas e nenhuma recusou a entrada nos seus terrenos, disse Amílcar Raimundo
-Lúcia Duarte, foi uma das organizadoras da exposição Passado, Presente e Futuro, que integrava as comemorações do 619.º aniversário da Batalha de Aljubarrota (2004) e apresentou-se, trajada a rigor, ostentando uma velha pá de forno. As várias iniciativas que recriaram o ambiente medieval, em que se destacava a feira e o torneio a pé, contaram com a participação de 200 figurantes e foram organizadas pela Câmara Municipal de Alcobaça e pelas Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota. 
A partir de 2004, Aljubarrota quer ser o centro das comemorações, por ser a localidade que deu o nome à Batalha, disse Amílcar Raimundo, frisando que o primeiro passo está dado. A categoria destas comemorações, dirigidas ao povo, demonstram o que somos capazes de fazer
As palavras de Amílcar Raimundo, vão ao encontro do pensamento do presidente da Junta de Freguesia de Prazeres, José Lourenço Severino, que acrescentou: Fomos sempre marginalizados pelos municípios vizinhos, mas agora estamos dispostos a convidá-los, porque achamos que as comemorações devem ser abertas a todos.
Raimundo, Arménio dos Santos, conhecido por Max, nasceu a 2 de fevereiro de 1956, em Areeiro/Évora de Alcobaça, filho de um sapateiro e uma doméstica.
Estudou até ao 6º ano em Alcobaça, tendo começado a trabalhar como cortador de carnes por conta de José Comprido, com quem se manteve durante anos, até se estabelecer em Pataias, com dois sócios e um talho.
Depois de encerrar este talho, trabalhou como cortador em supermercados do concelho.
Mas a sua paixão era outra, pois desde sempre foi um grande apreciador do Fado de Lisboa. Não sendo propriamente cantor (também sabia cantar), tocava bem viola de fado, a acompanhar vários artistas (alguns de renome), embora na qualidade de amador.
Max, como era conhecido em geral, teve o programa semanal (ao domingo à noite) na Rádio CisterTudo Isto É Fado, seguramente o mais antigo da estação.
Ultimamente atuava na casa de fados de Alcobaça, Fadário, gerida por Emanuel Moura.
No dia do funeral, Emanuel Moura disse hoje a cadeira estará vazia, mas o Fado continuará a ecoar em Alcobaça como ele tanto gostava! Até sempre!
A alcunha Max, que se impôs carinhosamente como elemento de identificação, foi-lhe dada pelos colegas de trabalho, alegadamente por ser extrovertido e divertido, tal como o Max dos antigos filmes a preto e branco.
Os amigos vão continuar a recordar o seu sorriso, as gargalhadas e a boa disposição.
 -Um ano depois do falecimento (20 de março de 2015), os amigos organizaram uma Grandiosa Noite de Fados, em sua homenagem. O evento teve lugar no Quartel dos Bombeiros de Alcobaça, no dia 8 de abril pelas 21,30 horas. As receitas reverteram a favor dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça. A acompanhar esta Grandiosa Noite de Fados serviu-se a tradicional ceia, composta por caldo verde, chouriço assado, filhoses e café d’avó.
Raimundo, Celestino Santos, nasceu em 25 de setembro de 1951 em Alcobaça, numa família do Areeiro/Évora de Alcobaça, sendo o pai funcionário da Câmara Municipal.
Ingressou aí na Escola Primária e depois frequentou o Curso Geral de Administração e Comércio, que não concluiu. Prestou serviço militar em Cabo Verde, na Ilha do Sal e em S. Vicente, entre 1972 e 1974. Antes de prestar o serviço militar, trabalhou no talho de Francisco Ferraz, que funcionou ao lado da Ourivesaria Rilhó. Terminado o serviço militar, estabeleceu-se com o irmão Hélder num talho, à Piçarra/Alcobaça e aí se têm mantido.
Como o pai efetuava a distribuição da carne do Matadouro Municipal, tal veio a influenciá-lo, em termos profissionais.
-Nos tempos disponíveis, faz uma agricultura familiar especialmente aos fins-de-semana. Qualifica de muito perniciosa, a influência das grandes superfícies no negócio dos talhos. Apesar de já ter 50 anos de descontos para a Previdência, não pretende reformar-se, pois gosta de estar ocupado e de trabalhar, bem como de lidar com os clientes, já que quase toda a gente de Alcobaça foi seu cliente.
Segundo a filha Joana, é uma das pessoas mais bem-dispostas que conhece, o que se nota quando se entra no talho ou lida com os amigos e conhecidos.
Raimundo, Paula Teresa Mendes do Amaral, nasceu em Alcobaça a 12 de Dezembro 1959, filha de uma doméstica e de um serralheiro mecânico.
Estudou sempre em Alcobaça, até concluir o curso complementar dos liceus.
Começou a trabalhar numa fábrica de cerâmica/faiança decorativa e utilitária, onde passou por todo o processo de fabricação, especializando-se na pintura manual até ao seu encerramento.
Fez diversas formações na área da cerâmica, mas dedicou-se à pintura de azulejos com aplicação das decorações das antigas chitas de Alcobaça, assim como nas várias peças de cerâmica que lhe apresentavam, utilizando uma técnica tradicional com tintas de água para alto fogo.
Entretanto, começou a pesquisar os antigos desenhos de azul de Alcobaça, utilizando pincéis de pele de cabrito e a reproduzi-los, transferindo os desenhos com carvão.
Possui uma mufla, um atelier onde trabalha, expõe e vende peças, algumas das quais mesmo por encomenda. 
Diz que a decoração que prefiro é sempre a que estou a fazer pela primeira vez, porque gosto de fazer peças únicas.
  viúva de Arménio dos Santos Raimundo, Max, supra referenciado.
Raimundo, Joana Teresa da Cruz, nasci em Alcobaça na Primavera de 1984 e aí vivi até aos 18 anos. Foi em pequena que me comecei a interessar por ilustração e animação, interesse esse que foi sempre reforçado pela minha família. Nunca me faltaram livrinhos para colorir, materiais para pintar e desenhar e, quando finalmente comecei a ler, bandas desenhadas para ler. Nesse sentido, chegando à idade de traçar caminho no ensino secundário, segui a área de Artes e Ofícios na Escola Secundária D. Pedro I. No entanto, na altura em que tive que escolher o que tirar no ensino superior, pela insegurança que sentia relativamente aos cursos de artes em termos de futuro profissional, acabei por seguir a área da multimédia e tirar o curso de Novas Tecnologias da Comunicação, na Universidade de Aveiro. Ao fim de 4 anos e terminada a licenciatura, regressei brevemente à ilustração, tendo feito uma pós­ graduação em Ilustração para Publicações Infantis e Juvenis, na EINA, Centre Universitari de Disseny i Art em Barcelona. Este curso revelou­-se importantíssimo nos trabalhos editoriais que mais tarde desenvolvi. Este curso durou 6 meses, mas não voltei para Alcobaça por muito tempo já que, no final desse ano, parti para Veneza onde acabei por ficar a trabalhar 2 anos. Nesta altura, e apesar de trabalhar como designer, comecei a fazer alguma ilustração para alguns clientes. Até então os trabalhos que faziam eram praticamente todos pessoais, com as excecionais colaborações com amigos mais próximos. De volta a Portugal e a Alcobaça, iniciou-­se um novo período a nível profissional. Se por um lado continuei a trabalhar como designer, por outro começaram a surgir novas oportunidades de trabalho como ilustradora: desde a participação em projetos independentes como algumas fanzines, a colaborações com bandas e magazines da área da música. Entretanto com a criação da editora alcobacense Escafandro, surgem as primeiras oportunidades de edição de livros ­ os volumes d’A Ordem do Poço do Inferno, escritos pelo Nuno Valente, e o livro infantil Não é justo, Alice!, escrito pela Joana Ramos. Até ao momento, continuo a viver em Alcobaça, trabalhando a tempo inteiro como web­designer e em part­ime como ilustradora.
Entretanto saí do estúdio onde trabalhava e estou agora por conta própria.

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