NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Tempero, José
Ferreira, nasceu a 26
de novembro de 1932 em Alfeizerão, filho de um comerciante e de uma doméstica,
sendo o mais novo de quatro irmãos.
A
filha Sofia (aliás única) sobre o pai que, desde sempre revelou uma
personalidade invulgar, lembra que da sua
infância e juventude a família recorda a peculiar atração pela aventura, o espírito
curioso e intrépido que sempre o levaram a explorar novos caminhos e
experiências. Ao tempo, a pedagogia
escolar revelou-se incapaz de o cativar, pelo que apenas completaria o
ensino primário. Seguiu-se inevitavelmente o primeiro contacto com o quotidiano
no estabelecimento comercial do pai (mercearia e drogaria), contudo, este viria
a tornar-se num obstáculo para a sua juventude
ávida de liberdade e sem responsabilidades.
A
perda dos progenitores entre os 17 e 18 anos, comprometeria o futuro trocando a
pequena aldeia de Alfeizerão pela animada
Nazaré, onde vingava a mercearia e padaria dos seus tios António Coelho e
Idalinda (tia materna). Na nova função viria a aprender uma série de tarefas
associadas à produção de pão, e à aquisição e venda de bens alimentares. O contacto com a população local, recheada
de histórias de vida singulares que tanto admirava, permitiram-lhe desenvolver
várias, profundas e longas amizades.
Grande apaixonado pela cultura popular, na gente da Nazaré reconheceu uma
identidade própria, tornando-se um perscrutador que ouvia atentamente histórias
e memórias que os antigos lhe confessavam à beira mar. Entretanto, os bailes e convívios entre amigos preenchiam a agenda
social do jovem Zé Tempero, cujo caráter comunicativo e afável, porte elegante
e de olhos verdes, atraiam as atenções do género oposto.
A busca de independência, fê-lo
percorrer outros caminhos, tornando-se caixeiro-viajante ao serviço de empresas
e armazéns da região. A sua simpatia e invulgar cortesia,
conjugadas com os seus dotes inatos de bem convencer, mereceram reconhecimento
imediato na venda de produtos alimentares, tratores e máquinas agrícolas, entre
outros.
Será nesta época (contando 25 anos) que
algumas peripécias sucederam a propósito das suas semelhanças físicas com um
dos galãs do cinema português.
Relatava o próprio, que por vezes fora interrogado pelas nazarenas sobre se ele
era mesmo o conhecido ator Virgílio Teixeira, ao que lhes confirmava, pedindo
discrição (consciente da reação contrária),
justificando o trabalho de caixeiro como necessidade de subsistência.
Naturalmente, em poucos minutos, o local ficava repleto de jovens desejosas de
o observar.
Mais
tarde, um amigo irá encaminhá-lo a uma empresa emergente, a Regisconta, especializada na venda direta de máquinas
registadoras comerciais. O seu universo de vendas alargou-se, percorrendo o
território nacional, incluindo as ilhas. Desbravando
serras e atravessando planícies, levará
aquela máquina aos pequenos lojistas de manga-de-alpaca e dinheiro na gaveta
que, pela primeira vez, verão as suas contas melhor seguras e controladas.
A sua paixão pelos objetos com história, a par do interesse pelas histórias dos
objetos, irão enformar aquilo que chamou o
meu vício saudável, a aquisição de automóveis antigos dispersos pelo país
que ía conhecendo.
Será
o matrimónio aos 34 anos com Maria da Glória, uma jovem lisboeta, que o levará
a fixar residência em Alcobaça, prolongando aqui a sociedade com dois amigos e
companheiros de profissão, com os quais já partilhava uma lavandaria em Caldas
da Rainha. Surge então a Tribela
(drogaria/perfumaria e brinquedos), sita na Rua Dr. Brilhante (confinando com a
desaparecida sapataria Norte), local que ficaria a seu encargo, até ao
trespasse nos anos de 1970. Será neste espaço, que granjeará amizades fiéis e
grande popularidade.
Na
década de 1970 em Alcobaça, a construção de um tanque para aprendizagem de
natação, foi uma das suas batalhas. Superada
a missão, novas preocupações foram surgindo, como a ampliação do parque de campismo,
não sendo raras as vezes em que surgia nas reuniões públicas da Câmara
Municipal apelando para execuções prementes, ou o seu contrário.
A sua
opinião e conduta participativa geraram convites para organizar ou promover
entidades e iniciativas. Entre várias, referem-se em Alcobaça, a Associação de
Comerciantes, o Clube de Campismo, o Núcleo do Sporting. A merecer maior
destaque o seu papel na COCA nascida
em 1975, sucedendo à anterior experiência na organização do Carnaval das
Caldas. Na COCA, onde revelava o seu
perfil mais folião e criativo, proporá a formação do grupo de majoretes, o
primeiro do país e que viveria sob a tutela do amigo Amadeu, chefe da fanfarra
dos Bombeiros de Alcobaça, seu aliado nesta inspiração que perduraria.
A
paixão pelos automóveis antigos, partilhada por mais dois amigos, irá dar
origem ao NACA/ Núcleo de Amigos de
Carros Antigos de Alcobaça, organização conjunta com Fleming de Oliveira e
Carlos Ribeiro Claro. Juntos, viriam a
concretizar vários encontros de automóveis, em colaboração com o Clube
Português de Automóveis Antigos, alcançando a reposição da paragem em Alcobaça
no âmbito do secular Raly Figueira da Foz-Lisboa.
Além
das quatro rodas, o ciclismo foi o seu desporto preferido. Várias vezes se
deslocou a França para acompanhar o Tour,
seguindo as pedaladas de Joaquim Agostinho. Daí o seu envolvimento no Circuito
S. Bernardo, onde chegou a ser o
apresentador de serviço, sem nunca perder o olhar atento sobre a sua prova
preferida, o contrarrelógio.
A sua cidadania foi posta ao serviço da
cidade, quando no final da década de 1990 assumiu a presidência da Junta de
Freguesia de Alcobaça (1997-2000), cargo que desempenhou com empenho e
dedicação, cujas premissas ao servir a cidade e o cidadão, foram pautadas pela
isenção e integridade, nos princípios da democracia e espírito comunitário. Da
sua personalidade recordamos a eterna boa disposição, o seu peculiar e oportuno
sentido de humor, a simpatia e afabilidade, a cortesia e sentido crítico que a
par nunca o comprometiam, bem como o culto da amizade que valorizava e
promovia.
A
capacidade de criação poética, numa lógica de quadras e versos espontâneos ou
por encomenda, emergia com facilidade
envolta num prazer muito pessoal. Os resultados da sua veia poética,
oferecidos a familiares e amigos em momentos evocativos mais ou menos sérios, remetem-nos para o que sempre presidiu na
sua vida, o humor, a generosidade e um infinito romantismo.
Tempero
era um conversador e contador de histórias, mais ou menos coloridas, mas sempre de salão,
e poeta repentista, de rima fácil e oportuna, premiado em concursos de quadras
populares.
Sofia
Tempero, esclareceu que, fornecer dados
para o texto supra, não foi tarefa fácil, desde logo por se tratar do pai, o que exigiu reflexão envolta em cinzenta nostalgia,
colorida saudade, muita emoção e um processo de preparação emocional, havendo
dias que não conseguia escrever.
-Uma
única concorrente aderiu ao Concurso de
Vestidos de Chita Alcobaça97, que teve lugar na Praça da República, com o
apoio da Junta de Freguesia.
Tânia
Cunha, natural do Casal da Areia e emigrante em França, foi a única que se
inscreveu e arriscou participar no
Concurso de Vestidos de Chita Alcobaça 97, apresentando um vestido confecionado
pela costureira Teolinda Palmeira, da Nazaré.
A
concorrente foi enquadrada por outras convidadas que desfilaram
apresentando vestidos que tinham sido
usados em concursos anteriores. Sem concorrentes, o concurso foi assim
substituído por um desfile. No entanto e apesar de ter sido um serão agradável,
foi amargo para muitos que se sentiram enganados ao assistirem a um espetáculo
anunciado como concurso, e que afinal foi apenas um desfile de fatos já vistos.
Salvou
o espetáculo, a atuação do Rancho
Folclórico Tá-Mar, da Nazaré que, com vibrantes e animadas danças,
proporcionou uma atuação muito aplaudida.
-Do
Brasil para o carnaval de 1999 em Alcobaça, veio o casal sensação do momento,
Ronaldo e Susana que entusiasmaram os espetadores do corso de domingo.
Ele,
Rei do carnaval, jogador do Milão e talvez o melhor do mundo, ela, Rainha do
carnaval, seguramente modelo escultural e namorada, espalharam um misto de
admiração e de frustração. Admiração por serem famosos e frustração por terem
estado pouco tempo.
A Claustrofolia, com o apoio da Junta de
Freguesia e da Câmara, marcou pontos. O Rei do Carnaval recebeu cerca de 9 mil
contos, mais as despesas na deslocação. A verba acordada acabou por ser baixa
tendo em conta o que Ronaldo recebe no
futebol italiano. A vinda deste jogador a Alcobaça custou à Claustrofolia
cerca de 14 mil contos na totalidade, contado com a estadia e a viagem em voo
charter. 18 mil contos foi o valor obtido com as vendas dos bilhetes para o
recinto nos dois dias de festa, 8.600 pessoas compraram ingressos no domingo e
4.000 na terça-feira. Estes valores são inferiores aos do ano anterior em cerca
de 10 mil contos.
Note-se
que este Ronaldo, não é o português Cristiano Ronaldo, mas sim Ronaldo
Luís Nazário de Lima, mais conhecido apenas como Ronaldo, nascido no Rio de Janeiro as 22 de setembro de 1976.
É considerado por especialistas e fãs como um dos maiores jogadores de futebol
de todos os tempos.
-Ronaldo
foi homenageado pela Região de Turismo de Leiria-Fátima num almoço realizado no
refeitório do Mosteiro de Alcobaça. Quatro presidentes de Câmara da região e
diversos vereadores formaram a comissão de honra que recebeu o futebolista no
dia 16 de fevereiro de 1999.
Como
pano de fundo esteve a candidatura ao Euro2004 que Ronaldo fez questão de
apoiar. Antes do almoço, o jogador visitou o Mosteiro de Alcobaça, que lhe
motivou elogios. Fiquei surpreendido com
a grandeza deste monumento.
-O dia 7 de abril de 2000 foi escolhido pelo Presidente e
Junta de Freguesia de Alcobaça para homenagear os alcobacenses que se
destacaram, em 1999, nas áreas da cultura, do desporto e das artes.
Cerca de 30 cidadãos, oito associações e um grupo musical,
subiram ao pódio no Hotel Santa Maria, para receber uma medalha em honra ao modo como levaram longe o nome
de Alcobaça.
Atletas do Clube de Natação, do Clube de Ténis, do Atletismo
do Ginásio, do Karaté estiveram ao lado da Carpe Diem, Associação de Dadores Benévolos de Sangue, Clube de Campismo de
Alcobaça, The Gift, Amadeu José Ferreira, Majoretes e Fanfarra de Alcobaça,
Aníbal Freire, Hugo Matos, Susana
Santos.
Temos de dar valor às pessoas
da terra, enfatizou José Tempero.
O primeiro a receber a placa de homenagem e o mais aplaudido,
foi Ricardo Baptista Cunha, que mereceu palavras de agradecimento pelo que tem feito por Alcobaça, na música.
Com 78 anos, Ricardo Cunha ensina
graciosa e abnegadamente música aos jovens. Foi fundador e maestro da
Orquestra Típica da Maiorga.
José Tempero explicou que, o valor da cerimónia não está na homenagem mas nas pessoas que têm
representado esta cidade por todo o lado. Isto servirá de incentivo e estímulo
para que os mais jovens sigam estes exemplos. Queremos “pagar” o esforço e nobreza dos atos que praticaram.
A Claustrofolia foi a única associação ausente, porque quis
estar representada por dez elementos, mas a Junta naturalmente só permitiu a
presença de dois.
Tereso, José Carlos Mendes, Presidente da Junta de Freguesia de
Turquel, empresário na área da suinicultura, tinha 50 anos e pôs termo à vida
na manhã de sábado, dia 24 de Novembro de 2012, contando 50 anos.
-Para
o Presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, com a morte de José Carlos
Tereso, perde Turquel, perde Alcobaça e
perde o poder local. O autarca lembrou um
excelente presidente da Junta e um grande amigo, salientando que o
turquelense era um dos mais
reivindicativos presidentes de junta.
José Carlos Mendes Tereso, fora eleito nas listas
do PSD em Outubro de 2009. Nas cerimónias fúnebres participaram as diversas
coletividades da freguesia. A Câmara Municipal de Alcobaça decretou dois dias
de luto municipal, cumpridos a 26 e 27 de Novembro de 2012.
Tereso, José Costa, que nasceu
em Turquel a 18 de junho de 1944 e
aí se criou, é empresário agrícola (reformado).
Assumiu mais uma vez funções como
Presidente da Junta de Turquel, em 16 de dezembro de
2012.
José
Carlos Mendes Tereso, presidente da
Junta de Freguesia de Turquel, empresário na área da suinicultura, com 50 anos,
havia posto termo à vida na manhã de sábado, dia 24 de Novembro de 2012,
contando 50 anos.
Em anos anteriores, José Costa Tereso já tinha sido
Presidente de Junta. Agora, neste mandato que
foi concluir, era Secretário e sendo o número dois da lista, entrou em
funções devido ao falecimento de José Carlos Mendes Tereso. Eu
já fazia parte do projeto Turquel não pode parar e estava dentro dos assuntos.
Agora foi e é dar continuidade a esse trabalho.
José Costa Tereso, esteve emigrado em França, e dedicou parte
importante da vida à suinicultura e à política local.
-Considera a indústria o pilar de
crescimento da freguesia. O povo de Turquel é guerreiro, trabalhador e não desiste à primeira. E
com trabalho tudo se consegue. Há uma empresa de grande nível que será o maior
empregador da freguesia, que é a Dimatur. Mesmo noutros setores, enquanto umas
empresas fecham, nascem outras. Turquel é um povo trabalhador, todos se
esforçam e todos dão a mão, quando é preciso.
Ser autarca é
gratificante, pois, gosto de conviver com as pessoas, saber
as necessidades delas e tentar resolver. Claro que muitas vezes não sou capaz,
mas é gratificante. Mais nada me envolve na política.
Mas não vai houve recandidatura.
Quem venha que tenha sempre o bom senso de receber bem as pessoas e mesmo que
às vezes custe, que não é o meu caso, que continue a lutar por Turquel, porque
o povo de Turquel merece.
-Cerca de 92 assinaturas constaram do abaixo-assinado que
pediu o escoamento de água e pavimentação da estrada de Orjo e Casal de Baixo,
em Turquel, entregue na reunião da Assembleia Municipal de Alcobaça, que teve
lugar no dia 29 de abril de 2016.
Há
alguns anos que esta estrada se tem vindo a degradar, estando neste momento num
estado lastimável, disse Bruno Silva, representante dos cidadãos promotores do
abaixo-assinado, temendo o próximo inverno, que trará incómodos acrescidos a toda a população que diariamente utiliza a
estrada.
Segundo Bruno Silva, a
estrada em questão é uma via bastante importante de utilidade pública pois faz
a ligação da estrada nacional 8/6, desde a localidade do Orjo, passando pelo
Casal de Baixo até à estrada do Casal da Lagoa, que, por sua vez, faz a ligação
ao Itinerário Complementar (IC) 2.
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