NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Sá Carneiro, Francisco Manuel Lumbrales de, em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o PPD/PSD, o CDS, o PPM e alguns independentes. A coligação venceu as eleições legislativas desse ano, com maioria absoluta.
-Sá Carneiro veio a Alcobaça em campanha eleitoral pela AD para as eleições legislativas de outubro de 1980, tendo em setembro jantado com militantes, dirigentes, candidatos do PSD e CDS (de Alcobaça e Distrito de Leiria) e imprensa, no Restaurante Corações Unidos, acompanhado de Snu Abcassis.
Sá Gomes, Rui José
Simões Bayão de,
natural de Lisboa, nascido 25 de janeiro de 1960, é licenciado e mestre em
Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa.
Foi
nomeado diretor-geral dos Serviços Prisionais, em agosto de 2006, altura em que
estava a ser estudado o projeto de revisão do Parque Penitenciário, que previa
a redução para metade do número de prisões em Portugal.
Oficializada
por decreto-lei a extinção das prisões de Castelo Branco, Portimão e Santarém e
a transformação do estabelecimento de Évora em cadeia de alta segurança e de
reclusão para elementos das forças de segurança, no âmbito da remodelação e
modernização das penitenciárias, Rui Sá Gomes, transitou da Direção-Geral dos
Serviços Prisionais, para Secretário de Estado da Administração Interna.
-Nesta
qualidade, presidiu no dia 5 de março de 2009, no Auditório da Biblioteca
Municipal, com pompa e circunstância, à assinatura do Protocolo para a
Construção do Destacamento da GNR de Alcobaça.
O
Destacamento iria agrupar e tutelar os concelhos de Alcobaça (quarteis da GNR
de Alcobaça, Benedita, Pataias e S. Martinho do Porto) e Nazaré (Valado dos
Frades), que sairia deste modo da alçada do Destacamento de Caldas da Rainha.
A
construção das novas instalações a localizar na Quinta das Freiras, nas
imediações da EPADRC e da Nova Alcobaça, ficaria a cargo do
Município que seria oportunamente reembolsado.
O
Município, todavia, nunca foi reembolsado, porque este Protocolo, não passou do
papel, como muitas retumbantes iniciativas do governo de José Sócrates.
Sá Natividade, Irene de, mais
conhecida como Irene Sá, nasceu no Porto em 28 de novembro de
1900 e faleceu a 15 de julho de 1995 em Alcobaça.
A partir dos 3 anos viveu em Alcobaça, e cedo manifestou
tendências artísticas que mais tarde, como esposa do Prof. J. Vieira Natividade
(com quem casou em 1923), iria
desenvolver em convívio artístico-literário com personalidades de relevo, como
Afonso Lopes Vieira, Alberto de Sousa e Sousa Lopes. Em 1916, começou a pintar
aguarela e óleo. Dedicou-se à cerâmica, a partir de 1925.
A
pintura e a tapeçaria de Irene Sá Natividade foram admiradas em várias
exposições e exaltadas pelas críticas mais exigentes.
Em
1951, realizou a sua primeira exposição em Alcobaça. Um ano mais tarde, seis
das suas mais ricas e belas tapeçarias foram expostas no Secretariado Nacional
da Informação. Em 1954, expôs no Porto. Anos depois, uma das salas do Museu
José Malhoa, em Caldas da Rainha, foi emoldurada por uma das melhores coleções
de tapeçaria jamais vista na cidade. Encontra-se representada com duas
aguarelas, na sala II do Museu de José Malhoa. Outras obras, encontram-se em
instituições públicas e coleções privadas.
-Antigamente as senhoras
estudavam em casa. Fui autodidata, aprendendo
e aperfeiçoando à minha custa, comprando imensos livros.
As pinturas a óleo, aguarelas, trabalhos em seda e lã,
pinturas de peças de faiança artística e as
tapeçarias, levaram-na a ocupar um lugar de relevo nas artes. As suas
tapeçarias retratam cenas rurais, com características populares de Alcobaça e
da Madeira.
Em Alcobaça expôs os seus trabalhos em 1988, data em que
vendeu uma tapeçaria, por mil contos, a um particular da terra.
-O seu nome e obra são referidos em vários livros
estrangeiros e, em 1979, foi nomeada pela Accademia Italia della Arti e del
Leavoro, Accademician d’Italie avec Medaille d’Or.
Em 1990, Irene de Sá doou o património artístico e recheio da
sua casa ao IPPAR, para integrar a
Casa-Museu Vieira Natividade.
Passados alguns anos, Irene Natividade, não estava arrependida, mas desiludida porque pensou que ainda iria ver
o museu Vieira Natividade aberto ao público, mas depois começou a descrer.Mas
isso não aconteceu. Era uma pessoa
reservada e simples, mas com convicções fortes.
Sales, António Manuel Patrício de Aboim, nasceu em Lisboa a 11 de janeiro de
1950.
Estudou
no Liceu Camões, no Colégio Valsassina e no Liceu Gil Vicente. Depois trabalhou
como Chefe de Departamento de Divulgação do Instituto da Vinha e do Vinho. Há
uns 20 anos, fixou-se no Ardido/Turquel, onde adquiriu uma casa antiga que
recuperou. Desde então, passa o tempo entre Odemira, para dirigir propriedades
familiares e o Ardido no seu atelier de pintura e, quando está inspirado, dedica-se a escrever poesia.
-Sales,
disse que deve a influência e o gosto
pela pintura à mãe e o da escrita ao pai, médico de profissão, que era leitor
compulsivo e o iniciou na leitura dos clássicos.
A sua
pintura tem evocação dos trópicos, imagens e tonalidades quentes que nos
transportam para um por-do-sol alentejano ou para uma baía de Moçambique. A sua
obra tem sido exposta em galerias da zona de Lisboa, e aí vendido quadros.
Salgueiro, Artur Santos, conhecido
por Quinas, era o único moleiro da
freguesia de Pataias.
A
poucos dias de completar 69 anos, A. Salgueiro, ainda possuía dois moinhos de
tipo artesanal a laborar, um junto a sua residência (em Pataias Gare) e outro
arrendado junto as ruinas da antiga Indústria
Vidreira de Pataias.
Do
património deste moleiro, constava ainda um moinho elétrico (implementado nos
anos 1970) e um outro artesanal nos Pisões, desativado.
-Nascido
dia 10 de outubro de 1943, na aldeia de Pisões, Artur Salgueiro é descendente
de uma família de moleiros. Desde muito cedo ajudou os pais na moagem de
cereais e, já durante o seu percurso escolar, possuía um moinho a seu encargo.
Após
a conclusão da 4ª classe, dedicou-se exclusivamente a moagem de cereais, não
conhecendo outra profissão.
Salgueiro, Fernando Vieira, nasceu nos Montes a 27 de abril de 1943
e aí faleceu a 22 de julho de 2013, de doença prolongada e onde se encontra
sepultado.
Fernando
Vieira (como era mais conhecido) foi um criativo muito hábil.
Na
infância, os seus brinquedos eram os mais conseguidos da terra e incluíam, por
via de regra, um dispositivo complementar, da própria lavra, que lhes
simplificava o uso ou permitia novas aplicações. Tal vocação, ditou-lhe a
profissão e a qualidade de desempenho: construiu uma oficina (que o filho Pedro
mantém) onde reparava quase todo o tipo de equipamentos e melhorava outros. Na
cabeça, fervilhavam projetos de novos equipamentos, em correspondência com a
fase etária, de que nem 10% puderam ter concretização.
Iniciou-se
com a reparação de motores e alfaias agrícolas, bem com a venda de motorizadas.
Depois passou para a agricultura e indústria, fabricou calibradores de fruta
quando a agricultura estava em grande expansão. Também desenvolveu trabalhos na
construção de estruturas metálicas (como o cais de recolha de uva da
Cooperativa Agrícola de Alcobaça) e telhados de barracões, destinados a
frigoríficos de fruta em Montes. Com o declínio da agricultura tradicional,
virou-se para a indústria como a cerâmica e terracota, fabricação de moldes e
assistência mecânica às máquinas da região, assim como a assistência a fabricas
de madeiras e de pedra. Além do desenvolvimento do calibrador de maçã que teve
grande sucesso, desenvolveu outras máquinas para a agricultura, preparoui um
carro todo terreno para apanha de fruta e poda, assim como desenvolveu ume
máquina de descasque da casca verde das nozes máquina desenvolvida com base
numa de origem francesa que operava com pregos no interior. Nesta adaptou uma
rede no interior, desenvolvida por si, evitando assim a quebra das nozes em
grande quantidade. Esta máquina ainda é fabricada nos dias de hoje na sua
oficina que continua a trabalhar, propriedade da viúiva e sendo gerida pelo
filho mais velho.
-Criatividade
análoga tinha no futebol (segundo os amigos), com fintas e fintinhas, tipo brinca-na-areia, que desesperava adversários e, por vezes, os da própria equipa, quando a
progressão era frustrante.
Para
as brincadeiras de criança adoptou um grito de guerra que o deliciava, bem como
aos companheiros como Francisco Machado: ao
ataque, ao ataque...fujam, fujam .
-Fez
parte da Junta de Freguesia de Alpedriz de que foi presidente, e um dos
principais responsáveis pela criação da efémera Freguesia de Montes, a cuja
comissão instaladora pertenceu. Aliás,
anos antes da criação da freguesia de Montes, existiu um movimento de recolha
de assinaturas que esmoreceu, mas veio a ser recuperado por Fernando Salgueiro,
ainda sendo Presidente da Junta de Alpedriz, o que não o constrangeu
minimamente.
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