NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Serrano,
Octávio Vicente,
nasceu em Lisboa em 1957, filho do muito conservador e anterior referenciado.
A
infância foi passada em Angola, no Lobito, tendo vindo viver para Alcobaça aos
oito anos, onde concluiu o seu percurso estudantil, na Escola Secundária de
Alcobaça. Desde então, foi em Alcobaça que viveu e trabalhou.
Octávio
Serrano é licenciado em Contabilidade e Finanças, ramos em que exerce a
atividade profissional. Na área do debate político e da intervenção na coisa
pública, tem dois livros publicados, Reformar
a Democracia, uma necessidade (2013) e Portugal
Bloqueado (2014).
Sobre si diz que nascido em 1957, por circunstâncias da vida, alfacinha por acidente, acompanhei os meus
pais, em terras do Lobito; menino regressei, numa mudança marcante, entre um
ambiente urbano, largo de horizontes, para um ambiente rústico, estreito de
horizontes.
Na realidade, nunca
perdi essa curiosidade pelo novo, pelo diferente, pelo exótico.
Desde cedo concluí,
que na vida, existem duas opções permanentes: ser-se o que nós queremos, ou
ser-se o que os outros querem que nós sejamos. Sempre entendi, que se vivermos
de acordo com a nossa personalidade, sem a vergarmos a terceiros, cumprindo de
caminho as regras sociais de colaboração e pertença à comunidade em que estamos
inseridos, seria o melhor caminho para alimentarmos a nossa auto-satisfação e
felicidade pessoal.
Daí o meu afrontamento
permanente contra toda a forma de autocracia, arbitrariedade, prisão ainda que
sem grades; e da supremacia do meu gosto de liberdade de pensamento, de ser e
de estar, de independência face a todas as imposições sociais, culturais e
religiosas, explícitas ou implícitas, que de algum modo choquem ou procurem
amarfanhar o meu ser ou viver.
Começou na liberdade
de criança, integrado em grupos de rapazes que corriam e percorriam livremente,
traquinando, os campos e matas da zona da aldeia onde cresci, sobranceira a
Alcobaça; de Évora estamos falando; quando muito novo me tornei ateu, incapaz
de compreender a imprescindibilidade de Alguém, tal “big brother”, que pela
toda minha vida, me controlaria e oprimiria a consciência, o sentimento, o
pensamento; continuou, nos alvores da mocidade, quando pouco a pouco me
apercebi da opressão do regime de escuridão e atraso em que cresci; sem dúvida
também nos projetos incipientes orquestrados por nós, moços na puberdade, de
fugir para bem longe, da guerra trucidaria, para que nos quereriam
arregimentar, logo que possível, castrando a nossa liberdade e ajudando a
destruir a dos outros.
Um dia os capitães de
Abril abriram a janela, e a liberdade entrou; cheia de utopias e de
pragmatismos; todos aqueles dias vivi, em experiência frutificante, da
construção do meu “eu”; do meu “eu” comigo, e com os outros; com muitas
frustrações, mas com muita força pela vida. Esta foi a minha matriz de vida,
construída de mim e para mim, mas também para os outros que me acompanhariam
pela vida fora.
Normalmente, um dia
comecei a trabalhar; uma vida profissional intensa, que tramitou de simples
assalariado agrícola, simples servente de construção, operário especializado,
bancário, até à profissão que hoje exerço, contabilista; vida de luta e
trabalho, de competência e profissionalismo, coroado com um curso superior
terminado, como prenda de anos, no dia que fiz 54 anos! E sempre livre, no
pensar e no agir; na recusa permanente, em transgredir a minha ética pessoal de
homem livre e responsável, perante a sociedade; muitas as vezes à custa, de
afrontamento e de firmeza, recusando sempre a baixeza da traição, o lucro fácil
do engano, ou as ilusões despropositadas da ribalta. Sempre de pescoço
levantado!
Também constituí família;
uma daquelas que não pereceu nos tropeções do tempo, nas dificuldades da vida,
no cansaço das rotinas. Frutificou um casal, géneses ou não de mais futuro, de
genes projetados para diante. O devir o dirá!
Constituí património;
quem sabe se suficiente, como seguro protetivo de um ocaso problemático; no
fundo não interessará, de algum modo pó do cosmos sou, que um dia se
desintegrará e se reformulará, quicá em vida diferente, alimentando um ciclo,
que um dia viajará no cosmos!
Mas sabes leitor! Eu
sou um ser social, vivo em coletividade, alegro-me e entristeço-me; tenho
emoções e desejos. Também revolta. Por isso escrevi nestes últimos três anos,
três livros. São os meus contributos, contra o regresso da idade das trevas!
São a minha herança, partilhada para todos, os que a queiram receber. Talvez um
contributo para um futuro epitáfio.
Octávio Vicente
Serrano, muita coisa na vida, também escritor. Entre duas datas! Assim mesmo.
É autor dos livros Reformar a
Democracia, Uma Necessidade, Portugal Bloqueado e Democracia Participativa.
-Octávio
Vicente Serrano, filho do anterior
referenciado, apresentou o livro Democracia
Participativa/ As decisões nas mãos do Povo, no sábado, dia 30 de janeiro
de 2016, no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça.
O livro
dedicado a todos aqueles que aspiram a
uma sociedade verdadeiramente justa, livre democrática, foi apresentado
pelos alcobacences José Alberto Vasco, e Luís Guerra-Rosa.
Serrenho, Luís do Couto, vulgo Capador,
foi comerciante estabelecido no Rossio de Alcobaça, com negócio de taverna e
venda de jogo, além de um pequeno talho, assinando com dificuldade o nome,
nunca se envolveu em política, antes ou depois do 25 de abril. Apesar disso,
foi interveniente num dos episódios mais marcantes do PREC, em Alcobaça.
Em
1967, Luís do Couto Serrenho, abriu um talho na rua Vasco da Gama aonde
trabalharam os filhos Luís e Vitor. Luís teve um talho à Piçarra onde por
altura de 1974 surgiu o talho Hélder e
Celestino.
Sobre este assunto leia-se aqui com detalhe,
Carlos Leão da Silva, Hernâni Correia Bastos, Mário Amaral, Tarcísio Trindade e
ainda No Tempo de Soares, Cunhal e Outros, de Fleming de Oliveira.
Severino, José
Lourenço, mais
conhecido apenas por José Lourenço, a
19 de outubro de 2013 tomou posse da nova junta, resultante da União das
freguesias de Prazeres e São Vicente de Aljubarrota.
A
Junta de Freguesia de Aljubarrota tem como presidente José Lourenço (antigo
Presidente da Junta de Freguesia de Prazeres de Aljubarrota, com 2 mandatos
cumpridos e consecutivos), eleito numa lista de independentes que se mostrou satisfeito pelo sucesso numa luta de quase
20 anos pela unificação das duas juntas de freguesia.
Com José Lourenço na Junta
de Freguesia, estão o antigo presidente da Junta de São Vicente, Amílcar
Raimundo, que é o Secretário, sendo Tesoureiro
José António Baia de Almeida e Presidente
da Assembleia de Freguesia Vítor Manuel Ferreira dos Santos.
A nova Freguesia de Aljubarrota, tornou-se
uma das maiores do Concelho de Alcobaça, com 6.639 habitantes espalhados por 47
km2.
Aljubarrota
é uma das 13 vilas dos antigos coutos de Alcobaça, com foral concedido pelo
Abade de Alcobaça. Com a extinção das Ordens de Cister em 1834, perdeu
importância administrativa. Aljubarrota recuperou o estatuto de vila em 2
de julho de 1993 (Lei da AR da autoria de Silva Marques/PSD, aprovada
por unanimidade). A atual freguesia foi constituída em 2013, no âmbito de uma
reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias
de Prazeres de Aljubarrota e São Vicente de Aljubarrota.
-O
Duque de Bragança foi o convidado de honra para as comemorações dos 611 anos da
Batalha de Aljubarrota, que tiveram lugar dia 14 de agosto de 1996, por
iniciativa das Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota, e
com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, cujos vereadores estiveram
presentes.
As
comemorações tiveram o início pelas 10h com uma sessão solene de boas vindas no
edifício das Juntas de Freguesia, seguindo-se às 10.30h uma homenagem à Padeira
com a deposição de uma coroa de flores, na estátua existente e uma salva de 21
tiros. Às 11h foi inaugurada a remodelação do Largo do Serraninho.
Na
parte da tarde, foi inaugurada na capela da Misericórdia a exposição Aljubarrota património e cultura, que
pode ser visitada nos dias 14 e 15 de agosto. Na mesma altura teve lugar uma
conferência sobre a Batalha de Aljubarrota, seguindo-se uma visita à vila,
incluindo uma deslocação à Casa da Padeira onde foi servido um Porto de Honra.
Além
disso, funcionou um arraial cujas receitas reverteram a favor da Santa Casa da
Misericórdia de Aljubarrota e a partir das 20h houve um serão musical com o
jovem Nuno Miguel, a atuação do grupo de música popular portuguesa Dois Rios,
de Alcobaça e a Orquestra Juvenil da Associação Recreativa da Boavista e Rancho
Folclórico dos Moleanos.
-A
inauguração de um Largo nos Casais de Santa Teresa, a recuperação do Poço
Medieval da Ataija de Baixo e do Parque de Merendas dos Moleanos, foram três
obras com as quais as Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de
Aljubarrota festejaram o dia 14 de
agosto, da Batalha de Aljubarrota e homenagearam a mítica Padeira.
As
obras inauguradas no dia 14 de agosto de 1997, foram realizadas pelas Juntas de
Freguesia, com o apoio do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e da
Câmara Municipal.
À
noite houve festa popular, com um espetáculo de variedades que contou com a
presença de artistas, entre os quais, o organista Nuno, da Boavista, os grupos
de dança Parciais, de Chaqueda, As Mitras 6, dos Olheiros e o grupo de dança
africana Africa Dance, que venceu o Big Show SiC. Os lucros da festa
reverteram para as obras de construção do Lar da Misericórdia a decorrer.
-Lúcia Duarte, foi uma das organizadoras da exposição Passado, Presente e Futuro, que integrou
as Comemorações do 619.º aniversário da
Batalha de Aljubarrota (2004) e apresentou-se trajada a rigor, ostentando uma velha pá de forno. As iniciativas que recriaram
o ambiente medieval, em que se destacaram a feira e o torneio a pé, contaram
com a participação de 200 figurantes e foram organizadas conjuntamente pela
Câmara Municipal de Alcobaça e Juntas de
Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota.
-Cátia
Alexandra Peralta Fragoso, elegante estudante, com 14 anos, cabelos louros e
olhos esverdeados, foi escolhida como a representante da freguesia de Prazeres
de Aljubarrota, no concurso para a eleição de
Miss Alcobaça 1997.
Esta
jovem, natural de Chaqueda, foi eleita durante um desfile realizado na noite de
6 de novembro de 1997, na sede da Associação Recreativa de Chaqueda.
Seis
concorrentes participaram no desfile e concurso de misses.
-A vila de Aljubarrota recebeu, com sucesso, de 29 a 31 de julho de 2016 a 1ª Feira Internacional de Antiguidades.
Mais de cem colecionadores, oriundos de Portugal, Espanha,
França e Bélgica, apresentaram, durante os três dias do certame, antiguidades,
colecionismo e velharias. Além das antiguidades pode contar com animação
tradicional e espaços de tasquinhas e petiscos. O evento foi uma organização
conjunta dos colecionadores Carlos Henriques e José Manuel Dias, da Junta de
Freguesia de Aljubarrota e do Município de Alcobaça.
Além da venda de antiguidades como cerâmica, vidro, discos ou
livros, o visitante pode contar com a animação tradicional, com a atuação do
grupo Os Farra, As Concertinas do Baça e o Rancho
Folclórico dos Moleanos. Além disso, houve tasquinhas e petiscos, quer da
responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota, dos Escuteiros
de Aljubarrota, da Associação do Cadoiço e de Aires dos Santos.
-Em
2016, comemoraram-se os 631 anos da
Batalha de Aljubarrota, o que serviu de mote para a realização da anual Aljubarrota Medieval, que aconteceu nos
dias 12 a 15 de agosto.
O
evento envolveu a vila num ambiente que parecia remontar à Idade Média, através
das recriações de música e comes e bebes.
A
vila pareceu voltar atrás no tempo, no dia 12 de agosto, com o Torneio de Abertura
na Liça de Aljubarrota e a Noite da Padeira. No dia seguinte, a noite foi
dedicada a D. Nuno Álvares Pereira. A 14 de agosto foi feita a tradicional
Recriação da Batalha de Aljubarrota, que contou com centenas de figurantes. No
último dia do evento, destacou-se a recriação de um Casamento Medieval e, para
terminar, o Cortejo de Encerramento.
Shah, (Raja) Ahmad Nazim Azlan,
Presidente do Conselho
Nacional da Fundação Aga Khan, visitou Alcobaça em fins de julho de 2007 para
aprofundar as relações entre o Concelho e aquela instituição, tendo-se
encontrado com Gonçalves Sapinho.
O
Mosteiro esteve incluído desde logo no roteiro da visita a Portugal.
-A
Fundação Aga Khan é de origem privada e visa o desenvolvimento internacional,
vocacionado para o apoio a comunidades carenciadas, independentemente da raça,
religião ou língua. A sua missão é
promover soluções criativas e sustentáveis para os problemas da pobreza e
exclusão social. A Fundação concentra a ação em quatro áreas fundamentais para
o bem-estar das comunidades, como o desenvolvimento rural e urbano, educação,
saúde e capacitação de organização da sociedade civil.
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