sexta-feira, 18 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Oliveira, Francisco Rodrigues de, vulgo Chico Ferrador.
JERO escreveu no jornal Região de Cister as seguintes notas:
Quando lhe perguntámos a idade, fez questão de salientar que nasceu da parte da tarde do dia 16 de setembro de 1922, por volta das 17,30 horas, como sua Mãe lhe referiu muitas vezes ao longo da vida.
Francisco Rodrigues de Oliveira é alcobacense há 90 anos e viu a luz do dia na Rua do Castelo, onde ainda vive numa casa duma azinhaga que dá para o castelo e que tem um quintal onde faz as suas lavouras, que lhe preenchem o tempo e dão boa mesa.
Foi ferrador desde miúdo e trabalhou até aos oitenta.
Ainda o vimos trabalhar e não mais esquecemos que foi figura de proa na recriação de um mercado à antiga, realizado na Praça Afonso Henriques aquando das comemorações do centenário do Hospital de Alcobaça, em 1990.
O ferrador aplicava as ferraduras nos cascos de mulas, cavalos e burros trabalhando com poucos utensílios. Utilizava normalmente apenas uma turquês e formão. Com o evoluir dos tempos foi uma profissão que, praticamente, desapareceu e a que se chamava Tronco. O Senhor Chico já não tem nenhum familiar vivo.
É o último da sua raça mas percebe-se que, do alto do seu metro e oitenta e tal, está agarrado à vida. O céu pode esperar, concluímos nós.
-Faleceu em fins de 2015.
Oliveira, Hermínio Martins, nasceu a 23 de julho de 1933 em Vila Verde/Braga. aonde estudou até à 3ª. Classe, sendo que a 4ª. Classe foi feita em Lisboa, aquando do cumprimento do serviço militar.
Diz que esteve para ser Padre, pelo que frequentou o Seminário durante dois anos. Não pretendendo voltar à terra natal e à vida do campo, concorreu à GNR ingressando no Quartel do Beato para frequentar o respetivo curso de admissão. Em seguida transitou para o Quartel da Estrela tendo-lhe aí sido proposto uma colocação em Alcobaça, visto ser necessário um condutor para a viatura do Posto, que se encontrava parada.
Minhoto, nunca tinha ouvido falar em Alcobaça, pelo que foi logo comprar um mapa, tendo ficado muito satisfeito por saber que era junto ao mar que nunca tinha visto, antes de ir para a tropa. Chegou a Alcobaça em janeiro de 1960, sendo comandante do Posto o Sarg. Alves, em breve substituído pelo famoso, nem sempre pelas melhores e mais honrosas razões, Sarg. Barbosa. No Posto de Alcobaça trabalhou cerca de oito anos até pedir a exonoração da GNR para fundar a Recauchutagem 31, conjuntamente com o sogro Fernando Dias Marques, a frente da qual esteve durante cerca de 14 anos.
Abandonou a Recauchutagem 31 e estabeleceu-se com a ODPNEUS Ld.ª.
Algo saudoso do antigo regime (o que não esconde), bem como do seu verde Minho e do Verde Tinto, é um empresário bem-sucedido e em expansão, ajudado pelos filhos.
Oliveira, José, JERO diz que, lembra-me como se fosse hoje. E já vão 36 anos…
Recebi uma chamada telefónica no meu local de trabalho. Reconheci uma voz amiga que me cumprimentou num tom de voz angustiado. Olhei para o relógio e vi que faltavam poucos minutos para o meio-dia. O meu pai tinha sido atropelado às 11h30 à saída vila, junto à Assessor, e tinha sido levado para o Hospital de Alcobaça. Perguntei se estava mal e a resposta foi afirmativa.
Não me levantei logo da secretária. Pressenti que iriam seguir-se más notícias e tentei arrumar uns papéis enquanto arrumava ideias. Tinha em primeiro lugar que passar por casa da minha mãe.
Encontrei-me minutos depois frente à sua casa com a amiga que me tinha telefonado. Antes de tocar a campainha respirei fundo e tentei ganhar mais uns segundos.
Depois, apareceu a minha mãe que sorriu feliz por me ver a uma hora que não era habitual. Não esqueço mais o seu sorriso e a transformação que se seguiu no segundo seguinte quando soube ao que vínhamos.
Seguimos para o Hospital. Chegámos às Urgências e vi o Dr. Pedrosa. Quase não foram precisas palavras para perceber que não havia esperança. A partir daquele momento tentei o mais possível salvaguardar a minha mãe da confusão que nos rodeava. Deixei-a por um momento e pedi aos médicos que me deixassem ver por um minuto o meu pai. Entrei no Banco de Urgências e vi-o deitado numa maca. Não dava acordo de si mas ainda respirava. Peguei-lhe numa mão, que senti ainda quente, e despedi-me. Silenciosamente.
Agradeci aquele momento aos médicos - Dr. Franco e Dr. Pedrosa - que não mais esquecerei.
Em desespero de causa, foi pedido ainda um helicóptero para transportar o meu pai para um Hospital de Lisboa. Chegou por volta 14h00, mas era tarde mais.
Quando o helicóptero levantou sem levar o ferido a minha mãe percebeu o que eu ainda não lhe tinha dito. A informação do falecimento chegou-nos pouco depois. No "Banco", onde tanto esforço se tinha feito para salvar o meu Pai, médicos e enfermeiros partilhavam a nossa dor. Mais um momento que não esqueci naquela fatídica tarde do dia 12 de Outubro de 1979.
Depois toda a atenção se virou para a minha Mãe. Naquele Hospital e naquelas mesmas salas tínhamos vivido momentos trágicos e extremamente dolorosos 11 anos antes. A minha irmã Maria Eduarda, com 23 anos de idade, tinha estado ali depois de acidente de automóvel que a vitimou perto da Benedita em 6 de Novembro de 1968.
O meu pai foi sepultado no cemitério de Alcobaça.
A partir daqui transcrevo a notícia que veio publicada no quinzenário "O Alcoa" de 18.Outunbro.1979, nº. 1466.
(…) O seu funeral, realizado no dia seguinte para o cemitério de Alcobaça, após missa de corpo presente, foi a prova inequívoca de que a sua morte causou profundo pesar em quantos com ele privaram.
(…) José de Oliveira tinha 66 anos. Era natural de Lisboa, mas aos 13 anos veio para Alcobaça como aprendiz para a barbearia do Baltazar. Ainda bastante novo tomou de trespasse a Barbearia do Moita (pai do sr. José Ramalho Moita) onde hoje está o Banco Português do Atlântico. A sua vontade de progredir leva-o, tempos depois, a tomar de trespasse a barbearia (na Rua das Lojas) onde tinha começado como aprendiz. Anos depois veio a estabelecer-se na Rua Afonso de Albuquerque, quase em frente do Cineteatro. Nestes últimos 9 anos foi funcionário do Departamento de Fruticultura.
(… ) José de Oliveira não era natural de Alcobaça, mas o seu amor à nossa vila era tão grande que nos dava a sensação de ter cá nascido. Era uma pessoa boa, um santo. Um exemplar chefe de família e um são companheiro de trabalho.
Uma palavra final vinda do filho.
Foi o melhor Avô do Mundo. Não dava brinquedos de lojas aos netos. Fazia-os com as suas mãos e tinha todo o tempo do mundo para brincar com eles. Eles também não esquecem o Avô Zé.
Oliveira, José Eduardo Reis, JERO, segundo o próprio desde que me batizaram nos idos de 1940, o meu nome é José Eduardo Reis de Oliveira. Consta ainda da certidão de nascimento que nasci em Alcobaça, em 4 de abril de 1940.
JERO são as iniciais do meu nome, com que comecei a assinar os meus artigos como jornalista, por volta de 1958, na Página Desportiva do jornal O Alcoa.
Passados tantos anos, um e outro subsistem, embora nos tempos que correm quase toda a gente me trata por JERO.
Por onde andei ao longo destes anos todos? Não sei se isso tem algum interesse. Mas na dúvida posso esclarecer que andei quase sempre por Alcobaça, terra da minha paixão.
Profissionalmente estive ligado ao Ministério da Justiça (de 1958 a 1962 nos Tribunais da Covilhã e Alcobaça), ao Banco Pinto Sotto Maior (de 1966 a 1968 em Leiria e Lisboa) e à SPAL/Porcelanas de Alcobaça, SA, mais de 32 anos.
O tempo de maior afastamento de Alcobaça deveu-se ao cumprimento do serviço militar. Estive 4 anos fora de casa (de 1962 a 1966). Orgulho-me desses tempos. Fiz parte da C. Caç. 675, que esteve no Norte da Guiné de julho de 1964 até fins de abril de 1966. Fui Furriel Enfermeiro, louvado e condecorado, o cronista da C.Caç.675, escrevendo um Diário de 280 páginas que, em passado recente, um especialista na matéria, o Professor Universitário Beja Santos, pôs a hipótese de ter sido o primeiro livro impresso sobre a Guerra do Ultramar (1965).
Depois fartei-me de trabalhar na SPAL, tendo tido a responsabilidade da direção comercial do mercado local. Gostei muito do que fiz. Não vesti só a camisola. A Empresa estava-me no sangue. Reformei-me em 2002.
Na Universidade da Vida cursei cidadania e passei a participar ativamente nas coisas da minha terra. Já estive na Direção de variadas instituições.
Escrevi e editei em Maio de 2009 o meu 2º. Livro Golpes de Mão’s. Foram quase 2 anos de trabalho, amplamente recompensados pelas palavras e gestos de muitos amigos. As tais coisas boas da vida que não há dinheiro que pague.
Em outubro de 2011 escrevi Alcobaça é Comigo, Um século e tal em histórias e historietas de gentes da minha terra. Foi, felizmente, outra experiência enriquecedora.
Em 9 de abril de 2014 recebi uma dedicatória, de que muito me orgulho num livro dos historiadores e ex-militares que cumpriram serviço militar na Guiné entre 1968 e 1970, Francisco Henriques da Silva e Mário Beja Santos.
Num estudo sobre a História da Guiné portuguesa e da Guiné-Bissau (Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau: Um Roteiro) incluíram 8 páginas do meu livro Diário da CCAÇ 675, que consideram um documento histórico de referência na história recente da literatura portuguesa sobre a guerra colonial. Em 8 de Novembro de 2014 apresentei o livro sobre a Família Coelho, no Armazém das Artes.
Tenho um blog http//jeroalcoa.blogspot.com e sou ferrenho utilizador facebook, com 2 páginas que alimento diariamente desde 2009 e 2014, respetivamente, José Eduardo Oliveira-Praça da Amizade e Bom dia Alcobaça.
Também comprei uma máquina fotográfica e quase que já me sinto fotógrafo. Faço diariamente “montes ” de fotografias.
Para acabar refiro também dois retratos que os meus netos fazem a meu respeito.“ O meu avô escreve livros”, escreveu o Pedro.
A Mariana disse algo ligeiramente diferente: “Oh avó já sei por quem o avô está apaixonado. É pelo computador.”
Mandei fazer entretanto novos cartões-de-visita, onde refiro, além do meu nome, o que mais gosto de fazer na vida: - Alcobacense Profissional.
Atualmente sou Diretor Comercial do semanário Região de Cister, onde também colaboro com artigos de opinião.
Quanto a livros novos? Tenho dois na calha!
E por aqui me fico.
-A ADEPA realizou, em 1999, pelas 21:30 horas, uma tertúlia, no Hotel Santa Maria.
O objetivo, consistiu em proporcionar um serão diferente aos alcobacenses, recordando o Rancho do Alcôa, que nasceu no ano de 1939, e desapareceu 18 anos mais tarde. Esta homenagem surgiu no âmbito da comemoração do 60º aniversário da sua primeira atuação, que data de 17 de agosto de 1939. Este evento revelou uma excelente organização por parte da ADEPA que contou com a especial colaboração de José Eduardo Reis de Oliveira/JERO e que, segundo Carlos Mendonça, presidente da Adepa, foi, o grande mentor deste acontecimento, a quem prestou a justa homenagem, pelo esforço para conseguir concretizar o acontecimento.
À entrada, os presentes foram convidados a ver expostos o espólio do Rancho, constituído por panfletos, fotografias e trajes, alguns pintados à mão.
Na sala estar, com cerca de 200 pessoas, e depois de Carlos Mendonça ter agradecido às entidades e pessoas que participaram na iniciativa, José Eduardo R. Oliveira conduziu uma apresentação, com projeção de slides, tendo recuado seis décadas. Começou por homenagear José Pedro Coelho que simboliza, para mim, um património vivo do Rancho do Alcôa, agradecendo-lhe tudo quanto fez por Alcobaça; foi componente do rancho de 1939 a 1956, foi ensaiador-adjunto, foi ator, foi cantor, foi dançarino, foi um homem de bem.
Continuou com um relato dos inúmeros conflitos por que passava o mundo, desde o fim da Guerra Civil de Espanha, até à II Guerra. Partindo, assim, do geral para o particular, chegou a Alcobaça. E foi nesta altura que grandes nomes alcobacenses foram relembrados, pessoas que contribuíram para a vida cultural da terra. Foi a partir deste momento que o Rancho do Alcôa começou a dar o ar da sua graça. Muitas fotografias foram apresentadas, bem como folhetos com as atuações e os locais por onde passaram.
Após esta incursão histórica, seguiu-se uma interessante surpresa, os antigos componentes do rancho, presentes, foram ao palco, acompanhados por Aníbal e Samuel Traquina, para interpretarem a Marcha do Alcôa, letra de Eurico Araújo Rosa e música de José Sanches da Silva. Uma tão bela e afinada interpretação que originou um enorme aplauso e um bis profundo que obrigou que se cantasse novamente a marcha.
Um espaço de troca de histórias e recordações, também teve lugar, originando um momento de saudade, pesar, alegria e satisfação. Neste espaço, muitos foram recordados e homenageados, mas por serem muitos, destacam-se apenas os nomes de Mercedes e Carlos Campeão, Firmo de Almeida e irmão Ernesto.
No final do evento, um prato da SPAL, foi oferecido aos elementos do rancho, onde se podia ler 60º aniversário do Rancho do Alcôa, e tratando-se de um aniversário, um enorme bolo com um desenho do estandarte do Rancho foi cortado, depois de se  cantarem os parabéns.
-JERO, lançou, no dia 2 de maio de 2009, no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, um livro de memórias de guerra. Segundo o autor, Golpes de Mão’s, é um livro escrito em dois tempos: em 1964-1965, tendo como fonte um Diário de Guerra (Confidencial), de sua autoria, que registou a vida dos militares da C.Caç. 675, em quadrícula no Norte da Guiné (zona de Binta e Guidage) e em 2007-2008 num Portugal em tempo de paz, mas com feridas de guerra mal cicatrizadas, ouvindo e registando memórias de ex-combatentes.
-Alcobaça é Comigo, é um livro apresentado no dia 9 de outubro de 2011 no Parlatório do Parque dos Monges/Chiqueda.
Nele, JERO busca um passado que não quer (ou não deve) olvidar, nas muitas vivências e amizades que o tempo foi apagando ou afastando. São 30 histórias, como podiam ser mais, que marcaram certas épocas de Alcobaça, umas sérias, outras brincalhonas, outras assim-assim.
-JERO, apresentou no dia 8 de novembro de 2014, mais outro livro, agora sobre a Família Coelho, no Armazém das Artes.
Perante familiares, o autor mereceu diversos elogios pela atividade literária. Madalena Tavares, que apresentou a obra, frisou que JERO não sendo historiador, é das pessoas que mais tem contribuído para escrever a história de Alcobaça, salientando que o livro resultou de um trabalho de pesquisa exaustivo. Eu jamais me atreveria a fazer um trabalho destes sem uma aplicação informática, que sei que o José Eduardo não tinha, salientou.
O Arquiteto Manuel da Bernarda, o primeiro elemento da família Coelho a obter  licenciatura, também teceu elogios ao primo, notando que é graças a pessoas como o JERO que a história se escreve. Há uma memória da terra e somos testemunhos vivos. A história passa depressa, a memória dura 60, 70 anos e se não for contada fica muito mais difícil escrever a história.
O livro Família Coelho identificou 357 pessoas.
-Julieta Aurélio, de 18 anos, estudante, foi eleita Miss Chita 2016, no Baile de Chita que decorreu, no 27 de maio de 2016, no Clube Desportivo Pataiense.
O evento, teve como jurados Florbela Costa, Hermínio Rodrigues, Jorge Pereira de Sampaio, José Eduardo Reis Oliveira e Teresa Salvador.
-José Eduardo Oliveira, Luci Pais e Rui Rasquilho apresentaram no dia 18 de dezembro de 2016, na Sala da Debulhadora da Cooperativa Agrícola de Alcobaça a obra, Arco de Memória’s. Trata-se de uma coletânea de textos publicados no REGIÃO DE CISTER ao longo dos últimos anos, reunindo artigos do contador de histórias (JERO), da ex-jornalista (Luci) e agora colaboradora de opinião do jornal, e do historiador (Rasquilho). O repto partiu de JERO, que convidou os dois autores a participar no projeto, por serem muito diferentes, mas que têm em comum a paixão pela escrita e pelo jornal. Um dos objetivos de Arco de Memória’s passa por contribuir para a memória da comunidade e, ao mesmo tempo, homenagear José Timóteo de Matos, recentemente falecido.
Paralelamente à apresentação do livro, os autores realizaram um colóquio, intitulado A Cidade, o Mosteiro e os Afetos, na Cooperativa Agrícola de Alcobaça moderado por Joaquim Paulo, diretor do semanário dos concelhos de Alcobaça e Nazaré.
-JERO é filho do referenciado antecedente
JERO é referido outras vezes neste Dicionário.
Oliveira, Óscar Manuel Ferreira Carvalho de, nasceu em 19 de julho de 1955, em Caldas da Rainha, onde viveu e estudou até aos 17 anos, tendo feito o liceu no Externato Ramalho Ortigão.
Em 1972 entrou no Instituto Superior Técnico, um dos bastiões estudantis da luta contra o regime, de tal forma que o encontrou fechado de abril de 1973 a janeiro de 1974 e, desde então até 25 de abril de 1974, funcionou com entradas controladas pela PIDE/DGS.
Concluiu a licenciatura em 1978, na véspera de fazer 23 anos.
Entretanto, aproveitou a oportunidade, em dezembro de 1977, de entrar no mercado de trabalho, iniciando funções na Câmara Municipal de Lisboa, fazendo o acompanhamento das Cooperativas de Habitação Económica incluídas no processo SAAL/Serviço Ambulatório de Apoio Local, de bairros degradados, tendo em vista a construção de novas habitações para o realojamento e subsequente demolição das barracas.
Simultaneamente, entre março e setembro de 1978, trabalhou em part-time no gabinete de estudos de uma empresa especializada em pré-fabricação pesada/SOMAPRE, onde ingressou por convite de um antigo professor no ISTécnico.
Em 1982, teve uma passagem de cerca de três meses, pela Divisão de Trânsito da Câmara de Lisboa, tendo regressado ao serviço de origem por intercessão do chefe, Engº. Manuel Monteiro Ribeiro Veloso.
Em 1987, optou, em conjunto com a mulher, natural de Alcobaça, por efetuar um regresso às origens, diligenciando no sentido de aferir das possibilidades de mudança para o Oeste, preferencialmente no eixo Alcobaça-Caldas da Rainha-Nazaré. A esta opção não foram alheias as necessidades logísticas, decorrentes da entrada das duas filhas na Escola Primária.
Proporcionou-se, então, a transferência para a Câmara Municipal de Alcobaça, onde entrou no dia 2 de novembro de 1987, quatro anos antes da reforma por limite de idade, do Engº. José Carlos Costa e Sousa (referido oportunamente neste Dicionário).
Depois de exercer funções, principalmente ligadas às obras municipais, em janeiro de 1989 foi nomeado Chefe de Divisão dos Serviços Urbanos, comissão de serviço  interrompida perto do termo, no final de 1991, uma vez que foi escolhido para suceder ao Eng.º Costa e Sousa, na Direção do Departamento.
Foi como Diretor de Departamento que, em junho de 2011, solicitou a aposentação antecipada, que veio a ocorrer em janeiro de 2012, um mês após ter sido substituído pelo Engº. José António, na sequência de um concurso a que já não concorreu.
Em suma, exerceu cargos de chefia e direção ao longo de 23 anos, de janeiro de 1989 a dezembro de 2011, tendo tido, como diz, a sorte de consigo terem colaborado mais diretamente profissionais, não apenas licenciados, que aliaram ao seu apetrechamento técnico uma extraordinária dedicação ao serviço, sem o que não teria sido possível uma prestação da equipa de que me posso orgulhar.
À data da aposentação, tinha sido avô pela primeira vez, contando entretanto quatro netos.
Voltando ao campo profissional, mas fora do serviço autárquico, desde que concluiu a licenciatura até meados da década de 1990, pouco tempo após ter sido nomeado Diretor de Departamento, exerceu profissão liberal, na área de projetos.
Nos últimos anos, tem sido chamado a exercer funções de perito judicial, maioritariamente em questões relacionadas com a sua área de especialidade de engenharia, bem como avaliações imobiliárias, valência para que frequentou formação durante um ano, antes e após a aposentação.
Ultimamente, as avaliações imobiliárias tem-lhe permitido exercer atividade liberal a pedido de particulares e de notários, no âmbito de processos para os quais a lei lhes conferiu competências.
-Desde sempre, tive particular gosto por algumas questões da informática, principalmente ao nível da programação, tendo elaborado software para cálculos incluídos em projetos de estruturas, que nunca comercializei, mas que foram utilizados profissionalmente, quer por mim quer por amigos a quem os facultei, na execução de projetos.
Oliveira Dias, Tomás Duarte da Câmara, nascido a 9 de outubro de 1933, é natural de Leiria, onde reside.
Foi advogado (licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1956), funcionário público (até 1965), administrador de empresas (depois de 1967) e político (há muito retirado) e um dos fundadores do Partido Popular Democrático e seu dirigente em Leiria durante alguns anos, tendo acompanhado de perto alguns momentos importantes da vida do partido pelo País e, em concreto, o de Alcobaça.
O PPD fez a sua apresentação em Alcobaça a 7 de fevereiro de 1975 no Cineteatro de Alcobaça, cheio e com boa e animada presença da JSD, apesar da campanha eleitoral se iniciar oficialmente apenas em 4 de Março. Usaram da palavra Oliveira Dias, Ferreira Júnior, Gonçalves Sapinho, Firmino Franco, Silva Carvalho e Fleming de Oliveira.
Oliveira Dias, fundou a Associação para o Desenvolvimento de Leiria, da qual foi presidente durante sete anos.
Leia-se Fleming de Oliveira in No Tempo de Soares, Cunhal e Outros.
-Numa homenagem que lhe foi feita, D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo Emérito de Leiria-Fátima, referiu que a palavra tolerância foi a bandeira que sempre o orientou.
-A distinção de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, atribuída por Jorge Sampaio, foi o reconhecimento do seu contributo pelos serviços relevantes prestados em prol da dignificação da Pessoa e da causa da Liberdade.
Oliveira e Sousa, João Vicente de Saldanha/Marquês de Rio Maior e Conde de Azinhaga, nasceu a 23 de julho de 1930 em Lisboa, na freguesia de S. José, cidade onde se formou em Agronomia.
Não conseguindo emprego, decidiu arrendar a Quinta de Vale de Ventos (Turquel) ao avô, tornando-se agricultor na serra dos Candeeiros. Com o início do Empreendimento da Fruticultura, do II Plano de Fomento (em 1959), que havia sido confiado ao Prof. Joaquim Vieira Natividade, foi convidado para integrar aquele projeto, em Alcobaça. Depois de casar, e possuindo casa de férias em S. Martinho do Porto, aí ficou a viver algum tempo, arranjando também um andar em Alcobaça. Foi funcionário do Ministério da Agricultura em Santarém e diretor da Estação Nacional de Fruticultura de Vieira Natividade, em Alcobaça, de que se reformou na década de 1990.
Diz que sente orgulho por, ao lado de Vieira Natividade, ter trabalhado no fomento frutícola em Portugal. A agricultura ainda lhe corre nas veias, tal qual o sangue da linhagem nobre.
Veio para a Azinhaga, Golegã, quando o Prof. Natividade resolveu fazer um núcleo em Santarém e o destacou para lá laborar. Então, eu pedi ao meu avô se podia vir morar para a casa da Azinhaga, onde resido há 43 anos. Reformei-me como diretor da Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade (antes Centro Nacional de Estudos e de Fomento da Fruticultura), na década de noventa. Como explica João Saldanha, O Prof. Vieira Natividade, que era investigador da Estação Agronómica Nacional – Departamento de Pomologia, foi incumbido da tarefa do fomento da fruticultura e, para tal, teve de criar uma engrenagem com vários colaboradores, em Alcobaça.
João Saldanha integrou esse primeiro grupo, a par de Avelar do Couto, Rodrigo Farinha e João Goucho. Com o Plano de Fomento, o Prof. J. Natividade passou a utilizar os seus conhecimentos na execução de novos pomares, de acordo com as técnicas modernas.
Como diz, já tocou muitos burros, sinal de que a sua vida se tem repartido por diversas atividades e interesses. O Marquês de Rio Maior, vive na Azinhaga, é proprietário rural, Provedor da Misericórdia de Azinhaga, presidente da assembleia geral da Agrotejo e dono de uma unidade de turismo de habitação. Monárquico convicto, descendente do Marquês de Pombal e do Duque de Saldanha, convive bem com a República. Em conversa despreocupada aborda de forma viva e bem-disposta, episódios de uma vida recheada, em que foi o primeiro presidente da Câmara da Golegã, depois da revolução do 25 de Abril.
Foi Diretor da Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade em Alcobaça, aonde se reformou.
João Saldanha, confessa-se um homem privilegiado, pela família que tem e por ter tido a sorte de trabalhar com Vieira Natividade, que apelida de o agrónomo português do séc. XX.
-João Vicente Saldanha, esteve em Alcobaça e no Mosteiro no dia 29 de agosto de 2010, na qualidade de Chanceler da Real Irmandade de São Miguel de Ala, uma das mais antigas Ordens da Casa Real Portuguesa (criada no séc. XII), para investir novos Irmãos e Cavaleiros Honorários, como Jorge Pereira de Sampaio (que recebeu capa e veneras) e o Padre Fernando de Cima (que recebeu capa de capelão).
Estiveram ainda presentes D. Miguel de Bragança em representação de D. Duarte Pio (Juiz da Ordem), os Duques de Viseu, Coimbra e a Duquesa do Cadaval, investida como Irmã Professa.
















Sem comentários: