NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Resende, Maria de
Lourdes Dias, nasceu no Barreiro,
em 29 de janeiro de 1927.
Começou por cantar na Rádio Graça e em 1945 fez estreia na Emissora Nacional.Em 1955, obteve a vitória no Prémio da Canção de Sucesso, realizado em Génova, com a Canção de Alcobaça, com letra de Silva Tavares e música deBelo Marques.
Recorde-se
que quem cantou pela primeira vez a Canção
de Alcobaça, foi Cidália Meireles, que tendo ido trabalhar para o Brasil,
cedeu o lugar a Maria de Lurdes Resende, que fazia parte do elenco do coro
feminino da EN.
Maria
Luísa Dionísio conta que foi Belo Marques
quem perante a impossibilidade de Cidália Meireles continuar a colaborar com a
Orquestra Típica e Coral de Alcobaça, tomou a iniciativa de convidar Maria de
Lourdes Resende, para o lugar, acabando assim por ficarem ambas
indissoluvelmente ligadas. A Canção de Alcobaça passou a fazer parte
obrigatória, do repertório de Maria de Lourdes Resende, atuasse ou não com a
OTC, bem como de artistas como Francisco José, no auge da fama e no Brasil.
Foi
Maria de Lurdes Resende, quem se veio a revelar a grande intérprete da Canção
de Alcobaça. Irrequieta e traquina, canta desde que se lembra, como em 1957
contou numa entrevista à revista Flama. Assim que nasceu, começou a berrar,
tarefa a que se dedicou durante o primeiro ano de vida, para grande desespero e
insónia dos pais. Ao crescer, ganhou a convicção de que um dia seria cantora
profissional, talvez até de ópera. Os pais opuseram-se com veemência e só aos
18 anos se estreou em palco, embora com o nome de Maria de Lurdes, porque
Resende era o nome da família que a tinha contrariado na sua ambição. Maria de
Lurdes Resende, chegou a ganhar grande popularidade, com uma voz ao serviço das
cantigas. Alcunhada gentilmente de a Feia Bonita, Maria de Lurdes Resende deu a resposta adequada,
popularizando a cantiga A Feia.
A Canção de Alcobaça foi o seu grande êxito, em Portugal e
além-fronteiras.
Quem passa por Alcobaça//Não passa sem
por cá voltar (…).
-Em 1970 recebeu a Comenda
da Ordem de Benemerência, por ocasião dos seus 25 anos de carreira e, em 1995,
foi homenageada por ocasião dos seus 50 anos de carreira.Recebeu as Medalhas de Prata das Câmaras Municipais do Barreiro, Alcobaça Lamego e a Medalha de Ouro da Câmara Municipal do Barreiro.
-No
megajantar dos 50 anos do Ginásio de Alcobaça, em 1 de junho de 1996, a
primeira dificuldade consistiu em sentar à mesa os mais de seiscentos
participantes, onde se contavam atletas, dirigentes do Ginásio de Alcobaça,
ex-dirigentes, ex-atletas, autarcas, dirigentes de outros clubes desportivos e
muitos amigos do Ginásio e de Alcobaça.
Entre
os presentes, contavam-se Maria de Lurdes Resende, o ex-presidente do Sporting,
Sousa Cintra, o presidente da Associação de Futebol de Leiria, Hélder Roque e o
treinador do GDChaves, José Romão.
Depois,
num espetáculo apresentado por Paulo Mendes e Pedro Nobre, desfilaram pelo
palco alguns artistas, como o popular Tony Milhinhos, que interpretou a Marcha
do Ginásio, As Parciais, o grupo Arco-Íris, de Chiqueda e algumas figuras da
história do Ginásio.
Sucederam-se
os discursos de felicitações.
Ribeiro, António Vítor Sanches Ferreira,
nasceu
a 30 de Janeiro de 1974, na Nazaré.
Viveu, cresceu e
estudou sempre em Alcobaça, onde os pais eram residentes e tinham raízes, até
1992, altura em que foi para Leiria para estudar Gestão, curso que abandonou a
meio do segundo ano por manifesta falta de vocação. Depois de um ano de
preparação, novamente em Alcobaça, entrou para a Universidade de Coimbra em
1995, para o curso de História que terminou em 1999. Iniciou imediatamente a
seguir o mestrado em História Moderna, que concluiu em 2002. A partir de 2003
começou a trabalhar numa exploração pecuária propriedade da família no sentido
de financiar o seu doutoramento, que iniciou em 2004 e que concluiu em 2009.
Durante esse período conciliou sempre as duas atividades. A tese de
doutoramento incidia sobre a exploração do imaginário místico português,
popular e erudito, utilizando como fontes os arquivos da inquisição portuguesa.
A tese de doutoramento, intitulada O auto dos místicos, foi publicada em 2016.
No período em que decorreu o doutoramento viajou esporadicamente por várias
regiões de África, Médio Oriente, Ásia Central, Cáucaso, Balcãs, e outras, na
companhia do fotojornalista do jornal Público e também alcobacense David
Clifford (1974-2015). Uma dessas viagens resultou numa reportagem, Para onde
caminha a Albânia? publicada em Outubro de 2005, no Público. Este ciclo de
viagens durou até ao nascimento da sua filha, Laura, em 2008.
Entre 2010 e 2015 foi
investigador da Fundação Para a Ciência e Tecnologia tendo-se debruçado sobre o
fenómeno da descristianização da sociedade portuguesa, desde o século XVII até
hoje, de que resultaram vários artigos científicos publicados em revistas
nacionais e estrangeiras e a redação de um livro, O império da vontade, que
aguarda ainda publicação. No ano de 2016, após a conclusão do contrato com a
Fundação para a Ciência e Tecnologia, candidatou-se a uma bolsa do Governo de
Macau, com um projeto de investigação intitulado Macau e os jesuítas na
construção do cristianismo chinês. O objetivo a que se propôs foi estudar a
forma como o cristianismo se foi tornando desde o século XVI até aos dias de
hoje numa verdadeira “religião popular chinesa”, a partir da vastíssima
documentação deixada pela Companhia de Jesus. No que respeita a interesses
extraprofissionais, foi praticante de hóquei em patins até aos 25 anos e
dedica-se, desde 2013 à produção de vinho, juntamente com os irmãos e o pai
numa base amadora e experimental, feito a partir de um pequeno vinhedo
familiar, na vila de Turquel, perto de Alcobaça.
-No
dia 2 de abril de 2016, António Ribeiro, apresentou na Biblioteca Municipal de
Alcobaça, o livro O Auto dos Místicos,
trabalho de doutoramento, que foi uma investigação desenvolvida durante três
anos, na Torre do Tombo, com artigos da inquisição, onde o autor tentou
explorar o imaginário místico português. O livro é constituído por duas partes.
A primeira parte é mais ligada àquele
misticismo oficial da igreja, Santa Teresa d’Ávila, S. João da Cruz… e a
segunda, mais ligada ao misticismo heterodoxo do povo como as aparições
marianas, os pastorinhos, os lobisomens, as possessões demoníacas, etc.,
explicou o historiador alcobacense.
-Um
ano após a morte de David Clifford, amigos do fotógrafo (entre os quaias
António Ribeiro) começou a preparar um livro para homenagear a vida dessa
figura que tocou tanta gente. Para o
efeito, um grupo através do facebook passou a reunir contributos de
interessados em ajudar a concretizar a homenagem. Desde amigos, familiares ou
fotógrafos e jornalistas de todo o País, foram mais de mil as pessoas que
participaram no grupo que teve o objetivo de celebrar a vida do enorme, gigante, amigo e camarada David Clifford.
Para isso, à data do seu falecimento, já havia voluntários para escolher as fotografias, paginas, escrever,
rever, comprar e mover as montanhas que forem preciso tirar do caminho.
-David
Clifford nasceu no Canadá, mas passou uma grande parte da juventude em Alcobaça.
Começou a destacar-se no mundo da fotografia enquanto foto jornalista do Público, onde desempenhou funções de
editor de fotografia. Dave, como era carinhosamente apelidado pelos amigos,
faleceu aos 40 anos, em junho de 2015. Desde então, foi alvo de uma homenagem
em Alcobaça, com a artista Natacha Costa Pereira a dedicar ao fotógrafo uma
representação visual numa fachada de um edifício devoluto na Rua Miguel
Bombarda.
Ribeiro, Altino do
Couto, natural de
Alcobaça, fez a vida pessoal e profissional em variados locais, desde Alpedriz,
Caldas da Rainha, Coimbra e Lisboa (trabalhou como modelador na grande
Exposição do Mundo Português de 1940).
Altino
Ribeiro trabalhou em 1939 e durante quase um ano, nos preparativos da
Exposição, fazendo com outros modeladores/estucadores (aliás essa era a sua
grande especialidade), as estátuas do certame. Ganhava 10$00 à hora, podendo
trabalhar quantas quisesse. No campo um homem ganhava apenas 20$00 por dia, com
direito a vinho. A oficina onde trabalhava, situava-se num antigo Quartel de
Cavalaria desativado, em Pedrouços. As maquetes eram elaboradas em barro,
inicialmente em tamanho reduzido, pelo escultor Leopoldo de Almeida que depois
as passava a gesso. Em seguida, Altino Ribeiro e os outros modeladores,
utilizando um pantógrafo manual, passavam-nas para o tamanho desejado, numa
forma perdida. Essa forma era, por sua vez, cheia de gesso, sendo enviada para
o canteiro ou para um fundição, no caso das estátuas de pessoas, sereias ou
monstros marinhos.
Quando
se deu o 25 de Abril, era proprietário de uma empresa de cerâmica, a Alticor, Ld.ª, com sede em Alpedriz, que chegou a ter ao serviço 54
trabalhadores e manteve até 1981, altura em que a vendeu e se reformou.
Embora
o seu grande prazer fosse a pesca desportiva de mar (teve vários barcos e à
mesa preferia peixe à carne), foi na cerâmica que desenvolveu a atividade
profissional, destacando-se a sua vertente de modelador. Tinha em casa
(primeiro andar da Rua 16 de outubro) uma notável coleção de miniaturas de sua
autoria, de que nunca foi capaz de se desfazer, apesar de instado, que zelava
amorosamente de perto e gostava de mostrar.
Nos
últimos anos de vida, ouvindo e vendo muito mal, além das artroses nas mãos que
as deformavam, que o impediam de trabalhar e ir à pesca, porque tinha paixão
pela leitura e não podia ver televisão, inscreveu-se em aulas de braille na
USALCOA, para espanto de amigos e conhecidos.
Tratou-se
de uma personalidade interessante, conversador e contador de histórias,
contestatário quase por natureza (antes do 25 de abril eras da oposição, depois
deste era também da oposição…), que se divertia a relembrar episódios
insólitos, absurdos ou impensáveis, ocorridos nos tempos do PREC, na sua
condição de empresário.
-Altino
Ribeiro, aos 90 anos, dizia que fiz parte
de um seleto grupo de amantes da pesca que reúne homens e mulheres de todas as
idades, que não medem esforços para enfrentar o mar, o sol quente, o frio, a
noite ou longas esperas pelo peixe desejado. O meu interesse pela pesca começou
ainda na infância e adolescência. Foi aos 6 anos de idade, após ir viver de
Alpedriz para Caldas da Rainha e em breve a frequentar a Foz do Arelho, a tomar
banho, a apanhar e a comer berbigão. Não fui incentivado pelos pais que nunca
foram pescadores, que fiz as primeiras pescarias no mar.
E
acrescentava que me apaixonei pela pesca,
à primeira vista, como se fosse uma namorada, uma paixão que nunca enfraqueceu.
Pelo contrário, foi ganhando força a cada ano. Já pesquei muitos gorazes,
chernes, robalos e safios. Navegar nas águas que vão da Foz do Arelho até S.
Pedro de Moel foi um programa que fiz vezes sem conta. Já não posso voltar ao
mar. Era no mar que eu estava bem, com muito peixe, não na caça ou na fábrica, lastimava
à medida que ia vendo a lavoura a que aliás nunca se dedicou, não obstante as
suas origens rurais, estender-se em direção ao mar da Nazaré, e a fauna
marítima desaparecer.
Era para o mar de S. Martinho, da
Nazaré ou de S. Pedro e sempre de barco (teve variados barcos com motores fora de bordo e
interiores, todos matriculados na Nazaré)
que seguia sempre que podia nos fins de semana. Tinha carta de patrão de costa,
carta de marinheiro e cédula marítima.
-Faleceu
em 2015.
Sobre Altino C. Ribeiro, leia-se Fleming
de Oliveira em No Tempo de Salazar, Caetano e Outros e No Tempo de Soares Cunhal e Outros.
Ribeiro, Carla Maria
de Jesus Sousa,
natural da Ataíja de Cima/Aljubarrota, esbelta menina com 16 anos, em junho de
2003 foi eleita em Dortmund/Alemanha, Miss Portugal/Alemanha, entre 15
concorrentes como a mais bela portuguesa
em terras germânicas.
Carla
residia com os pais, então emigrantes há 5 anos na Alemanha.
Ribeiro, Horácio Sousa, nasceu a 5 de julho de 1941 em Pataias
e reside em Pisões.
Empresário
em vários ramos (por vezes com métodos
muito discutíveis e reprovados que acarretaram a sua prisão), foi
Presidente da Junta de Freguesia de 5 de janeiro de 1977 a 22 de janeiro de
1983 (2 mandatos), eleito em lista do PPD/PSD.
No
seu primeiro mandato foi seu Secretario Sérgio Silva Vaz, desenhador e natural
de Pataias e Tesoureiro Abílio Duarte Bernardo, empresário e também natural de
Pataias. No segundo mandato, o Tesoureiro foi o mesmo do anterior e Secretário
Luís Filipe Machado Verdasca, Gestor Financeiro, natural de Pataias.
A
primeira eleição de Horácio Ribeiro, quebrou o mito que a Freguesia de Pataias era essencialmente de esquerda e
onde o centro-direita não entrava.
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