sexta-feira, 18 de janeiro de 2019





NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Inácio, António, natural e residente da Junqueira, é um dos poucos da região a fabricar cestos de vime.
Segundo referiu ao Região de Cister tinha 8 anos quando o pai lhe ensinou a fazer uma cesta de vime. Aos 12, começou e terminou a sua primeira peça e hoje, perto de 60 anos passados, recorda os tempos em que a Feira de Santana, em Rio Maior, era o principal mercado de vendas, para as vindimas e apanha de fruta. António Inácio conta que, depois de uma quebra no negócio há uns anos, agora parecem viver-se tempos mais prósperos. Há modelos de cestas e cestos de vime para os mais variados fins. Uma peça, das maiores, pode demorar cerca de cinco horas a ser produzida, enquanto uma das mais pequenas pode demorar uma hora. Agricultor, diz que as cestas e cestos de vime são um extra, mas não exclui ser também uma paixão. O filho, vai dando uma ajuda, mas António Inácio lamenta que não haja mais alguém interessado em manter viva a tradição.
Inácio, Manuel Luís, Manuel Bizóia, nasceu na maternidade do Hospital de Alcobaça, no dia 4 de setembro de 1947, pelas 19h.
A família Bizóia  tem origem na Rua do Castelo, Alcobaça, por volta de 1890. Um dos bisavós maternos de Manuel Inácio, tinha um rebanho de cabras que pastava nas ruínas do Castelo de Alcobaça. Uma das cabras vazou-lhe um olho, obrigando-o doravante a usar uma pala de couro para o resguardar. Esta alcunha passou de geração em geração mas, apenas, os homens parecem fazer o seu uso, pelo que continuará, com naturalidade através de seu filho Hugo. Nesta família, os homens têm o primeiro nome antes da alcunha, porque esta já é antiga, é para se saber de quem se trata.
O pequeno Manuel morou na Rua Costa Veiga até aos 4 anos, até que os pais foram viver para o Casal do Pereiro, onde fez a escola com a professora Camila Ribeiro.
Em 1959 fez a admissão à Escola Técnica tendo terminado o Curso Comercial em 1961.
Aprendeu pintura de construção civil, antes de assentar praça na Figueira da Foz. Entretanto obteve carta de pesados, ligeiros e motos, o que lhe possibilitou a escolha da profissão. De 1968 a 1970 assentou praça na Escola Prática de Administração Militar e em 1970 passou à disponibilidade.
Casou em 1967 e em 1970 fixou residência em Alcobaça, até hoje.
Trabalhou como motorista de táxi, com o amigo Domini de 1971 a 1973, transitando até 1982 para a Abadia de Alcobaça como motorista e setor comercial, e foi sucessivamente motorista no CEERIA e Lar Residencial de Alcobaça.
Foi Bombeiro Voluntário e motorista da corporação de Alcobaça entre 1963 e 1988.
É sócio do Benfica.
Na década de 1990 viveu em Roterdão/Holanda, aceitando o desafio de conhecer novas estradas, um novo povo, outras culturas, outros costumes.
A filha Natércia diz que ele compara a estrada ao mar. A estrada é sempre a mesma, mas andar nela, é sempre diferente. Nela se cruzam e se perdem vidas. É necessário uma espécie de sorte nesta travessia.
Manuel Inácio dedica-se a tempo inteiro à mulher, aos filhos e netos Diogo, Sara e Henrique, o futuro da família Bizóia.
Inácio, Natércia de Jesus, nasceu na Maternidade da Nazaré (por falta deste serviço em Alcobaça), a 19 de março de 1971, embora diga que sou do mundo, mas a minha terra é Alcobaça.
Natércia, como gosta de destacar, é o anagrama de Catarina (antigamente Caterina), nome que Camões construiu com a alteração das letras que o constituem.
Fez o Ensino Primário sempre com a mesma Professora (D.ª Estela), depois o Ciclo Preparatório e o Ensino Secundário (unificado e Complementar) na área de Humanísticas (Letras).
Aos 11 anos, reescreveu a sua primeira peça de teatro, convidou duas amigas e foi mostrá-la a alguns infantários, tendo sido bem recebida.
Aos 18 anos, reescreveu o Auto da Barca do Purgatório, de Gil Vicente, em rima contemporânea, substituindo o vocabulário arcaico, que no seu dizer afasta alguns jovens do real sentido irónico da peça. Nessa altura, entendeu que o teatro era a sua terapia, forma de estar na vida.
Aos 21 anos casou, teve o único filho. A vontade de ser mãe e educadora, afastou-a do curso superior que ambicionava, Psicologia.
Como justifica, muitos são aqueles que para conseguirem seguir o chamamento pela arte, exercem trabalhos e funções em paralelo, para conseguirem sobreviver.
Natércia Inácio tem desenvolvido atividades na área administrativa e na de comunicação, o que a torna uma pessoa feliz e de bem com a vida.
Em 1996, ajudou a fundar o Grupo de Teatro Prata da Casa, na Filarmónica da Vestiaria, sendo a única atriz feminina, tendo como encenador e saudoso Quiné. Fez formação em Teatro e Representação, trabalhou com vários encenadores, foi convidada a terminar um dos cursos no Teatro D. Maria II, convite que declinou pelo facto de o filho ser muito pequeno e não querer perder momentos nessa missão que é educar e estar presente como mãe.
Fez formação em 1998 em Teatro de Rua, assim como em Luz e Som.
Levou a palco como atriz, Cinismo e Honra, Serão homens amanhã e Povoação vende-se. Encenou poesia de Natália Correia, Teatro de Rua, entre outros trabalhos em que atuou como atriz.
Encenou e dirigiu atores em Os Malefícios do Tabaco, organizou espetáculos artísticos e pretende levar a cena Antes de começar, de Almada Negreiros.
Em 2013/2014 lecionou Teatro na Usalcoa, e em 2015/2016 a mesma disciplina na Universidade Sénior de Pataias.
No ano de 2014, publicou o livro A Contadora de Estórias e participou, com um poema, na Antologia, da Chiado Editora.
É uma das dinamizadoras do grupo de autores de Alcobaça Os Amigos das Letras, do grupo S.O.S Contadores de histórias, este com a finalidade de se deslocar a hospitais e locais onde as histórias ajudem a sorrir. Tem a decorrer um projeto de Meditação Infantil, com o intuito de colocar as crianças em contacto com a sua essência e conseguirem concentração. Figura na coletânea de Poesia Internacional, da Editora Papiro.
Natércia Inácio refere que tendo sido o seu nome criado por Camões, algo de belo ou literário dele deveria herdar.
Administrativa de profissão, desde muito nova teve um forte gosto por teatro, encenando, pisando palcos, criando e dando vida a curiosos personagens.   
Natércia entende que não tem um só tipo de escrita, pois a minha base foi sempre poesia e também na poesia tenho vários estilos, desde o soneto a formas menos organizadas e disciplinadas. Gosto de escrever contos, lendas e ainda não me aventurei no romance por falta de tempo. A corrente que une o que escrevo é a parte humana, o sentimento, o pensamento e o amor. O mundo real e o imaginário são uma fronteira muito ténue. Gosto que essa interpretação seja feita pelo leitor.
-Desde Outubro de 2016, é Presidente da associação/grupo Amigos das Letras, então formalmente constituída.
Inácio, Paulo Jorge Marques, nasceu a 1 de junho de 1967, em Mafra e vive na Cela.
Licenciou-se em Direito (especialização de Ciências Jurídicas, pela Universidade Autónoma de Lisboa) e frequentou o curso de estágio da Ordem dos Advogados.
Ao longo do percurso profissional, foi funcionário judicial no Tribunal de Alcobaça, tendo depois exercido advocacia.
É Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça desde 2009. Em paralelo, acumula os cargos de Presidente do Conselho Estratégico do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Presidente da Comissão de Vencimentos da Águas de Lisboa e Vale do Tejo e Membro da Comissão Executiva da Turismo do Centro de Portugal bem como da Comunidade Intermunicipal do Oeste.
Antes fora Presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça, no mandato de 2005 a 2009, Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Maria e Oliveira e responsável pelo Movimento Cívico TGV a Oeste da Serra dos Candeeiros Não. Foi Presidente da Associação de Estudantes, dirigente de várias Associações do Concelho de Alcobaça e fundador de grupos culturais.
No âmbito da ação política, foi Presidente a Secção do PSD de Alcobaça de 2006 a 2010, Presidente da Mesa da Assembleia de Militantes do PSD, Membro da Comissão Política Distrital de Leiria, Conselheiro de Jurisdição de Leiria, Conselheiro Nacional de vários Presidentes do PSD, Presidente da JSD de Alcobaça, candidato a Deputado da Assembleia da República, membro da Assembleia de Freguesia e da Assembleia Municipal e responsável de comitivas ao Parlamento Europeu.
Quando foi eleito em 2009 para um primeiro mandato na Câmara Municipal, Paulo Inácio descreveu-se como pessoa normalíssima, como qualquer cidadão. É com orgulho que também fala das suas origens humildes. Sou do povo e quero manter-me assim do povo.
Filho de um reformado da PSP e de uma doméstica, Paulo Inácio subiu a pulso na vida e licenciou-se em Direito já tardiamente, depois de ter exercido atividade profissional como oficial de justiça no Tribunal de Alcobaça. Casado, com uma filha, conheceu a mulher ainda no Ciclo, mas já foi com 19 anos que aprofundaram relações enquanto fundadores de um grupo de teatro onde também foi ator.
Vê na família a sua base e o porto de abrigo. Para além de biografias históricas e filmes policiais, Paulo Inácio tem predileção por ténis de mesa.
A tomada de posse de Paulo Inácio, como Presidente da Câmara e respetivo executivo, sucedendo a Gonçalves Sapinho, decorreu na Sala do Refeitório do Mosteiro de Alcobaça, que estava cheia até à porta. Ao mesmo tempo, tomaram posse os elementos da Assembleia Municipal, da Assembleia e Junta de Freguesia de Alcobaça. A esta afluência de assistentes, não terá sido estranha a despedida de Gonçalves Sapinho e membros do seu executivo que não transitaram para novo mandato, bem como a expetativa criada com a eleição de Paulo Inácio e sua equipa.
Sapinho surpreendeu os presentes, ao aparecer com o Colar da Torre e Espada, atribuída a Alcobaça pela intervenção do respetivo quartel no Movimento de Santarém (1919).
-As eleições autárquicas de 2009 foram realizadas em 11 de outubro. Estava em disputa a eleição de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais bem como 4 141 presidentes de juntas de freguesia e respetivas assembleias.
O PSD era, até à data, o maior partido autárquico detendo a presidência de 157 câmaras, contra 110 do PS. Um pouco distante aparecia a CDU com 32 presidências. O CDS-PP, com Daniel Campelo, em Ponte de Lima e o BE, em Salvaterra de Magos, tinham uma câmara cada. As restantes sete pertenciam a três independentes polémicos, Fátima Felgueiras (Felgueiras), Valentim Loureiro (Gondomar) e Isaltino Morais (Oeiras), os dois últimos reeleitos e ainda a José Manuel de Carvalho Marques (Sabrosa), Luís Manuel da Silva Azevedo (Alcanena), Alfredo Falamino Barroso (Redondo) e João Paulo de Almeida Lança Trindade (Alvito).
Após as eleições, o PSD continuou a reclamar o título de maior partido autárquico detendo a presidência de 139 câmaras contra 132 do PS. A CDU baixou em quatro o número de câmaras, ficando com 28. O CDS-PP com Victor Manuel Alves Mendes, em Ponte de Lima e o BE. com Ana Cristina Pardal Ribeiro, em Salvaterra de Magos mantiveram as câmaras que já detinham. O PSD liderado or Paulo Inácio obteve 44,93% dos votos e elegeu 4 vereadores em 7. Nas quatro câmaras mais populosas, os seus antigos detentores foram reeleitos, todos com maioria absoluta. Lisboa , PS com António Costa (44%), e as restantes do PSD, Sintra com Fernando Seara (42,3%), Porto com Rui Rio (47,5%) e Gaia com Luís Filipe Menezes (62%).
As listas de grupos de cidadãos (independentes), venceram em sete câmaras. Para além dos polémicos, Valentim Loureiro (Gondomar) e Isaltino Morais (Oeiras) que foram reeleitos, foram de novo eleitos Alfredo Falamino Barroso (Redondo, Évora), José Lopes Gonçalves Barbosa (Amares, Braga) anteriormente eleito nas listas do PS e Manuel Coelho Carvalho (Sines, Setúbal), dissidente da CDU. Venceram ainda as suas câmaras, João Maria Aranha Grilo (Alandroal) e Luís Filipe Pereira Mourinha (Estremoz) ambos no distrito de Évora.
Fátima Felgueiras (Felgueiras), não foi reeleita, recusando o cargo de vereadora a que teria direito.
-As eleições autárquicas portuguesas de 2013 foram realizadas a 29 de setembro. Estavam em disputa a eleição de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais, bem como 3 091 presidentes de junta de freguesia e as respetivas assembleias (note-se que já se encontrava em vigor a reforma da administração local).
Com os resultados destas eleições, o PS passou a reclamar o título de maior partido autárquico, detendo a presidência de 150 câmaras (uma delas, Funchal, em coligação) contra 106 do PSD (20 das quais em coligação.) A CDU aumentou em seis o número de câmaras, ficando com 34. O CDS-PP, com Victor Mendes, manteve a câmara de Ponte de Lima, e conquistou ainda os municípios de Velas, Santana, Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra, ficando com 5 câmaras]. O B.E. perdeu, para o PS, a única câmara que detinha, Salvaterra de Magos, cuja presidente, Ana Cristina Ribeiro, estava impedida de se recandidatar devido à lei da limitação de mandatos.
Nos quatro municípios mais populosos (Lisboa, Sintra, Gaia e Porto), apenas o detentor da câmara de Lisboa, António Costa (PS), podia recandidatar-se, tendo sido reeleito com maioria absoluta (51%).. Em Sintra e Gaia, o PS venceu com maioria relativa, com Basílio Horta (27%) e Eduardo Vítor Rodrigues (38%) a sucederem, respetivamente, a Fernando Seara e Luís Filipe Menezes, ambos do PSD. No caso do Porto, o independente (com apoio do CDS-PP) Rui Moreira conseguiu 39% dos votos, sucedendo a Rui Rio, do PSD.
As listas de grupos de cidadãos venceram em treze câmaras. Com os polémicos Valentim Loureiro (Gondomar) e Isaltino Morais (Oeiras) impedidos de se recandidatar, foram reeleitos Guilherme Pinto (dissidente do PS, em Matosinhos), Adelaide Teixeira (dissidente do PSD, em Portalegre), Paulo Vistas (pelo movimento de Isaltino Morais, em Oeiras e Luís Mourinha (Estremoz). Foram eleitos pela primeira vez António Matos Recto (pelo movimento de Alfredo Barroso, em Redondo), Rui Moreira (apoiado pelo CDS-PP, no Porto), Joaquim Bonifácio (apoiado pelo PS e pelo CDS-PP, em Aguiar da Beira), Fernando Nogueira (dissidente do PS, em Vila Nova de Cerveira), Teresa Belém Cardoso (dissidente do PSD, em Anadia), António Anselmo (dissidente do PS, em Borba), José António Garcês (São Vicente), Filipe Sousa (Santa Cruz) e Décio Pereira (Calheta).
Paulo Inácio foi reeleito em Alcobaça com 36,07% e o PSD elegeu 3 vereadores em 7.
-O processo de candidaturas a estas eleições, ficou marcado pelas divergências na interpretação da Lei da Limitação de Mandatos, que impede a recandidatura de autarcas após o exercício de três mandatos consecutivos. A polémica residiu no facto de a lei não referir explicitamente se são apenas proibidas recandidaturas ao cargo dirigente de um concelho ou freguesia específicos, ou se, pelo contrário, é barrada a recandidatura dos autarcas ao mesmo cargo, independentemente do território onde o exercem.
As candidaturas mais polémicas foram as de Luís Filipe Menezes (PSD/PPM/MPT) ao Porto e de Fernando Seara (PSD/CDS-PP/MPT) a Lisboa. Esta polémica terminou, porém, no dia 5 de setembro de 2013 com o Acórdão do Tribunal Constitucional ao considerar territorial a limitação de mandatos e viabilizando as candidaturas dos autarcas que, completando três mandatos consecutivos, se candidataram noutro local.
A campanha eleitoral ficou também marcada pela ausência de cobertura televisiva dos candidatos, devido a divergência com a CNE que obrigou à cobertura idêntica a todos os candidatos. Apenas o  Porto Canal organizou debates de concelhos do norte do País, não tendo havido qualquer debate televisionado entre os candidatos a Lisboa. Também a cobertura das rádios e jornais foi diminuta.

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