NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Piedade, Francelina
Canha, já pela década de 1920 ganhava a vida
em Alcobaça, a conduzir automóveis de aluguer.
Mas
não só.
Segundo
os registos conhecidos, terá sido a primeira motorista profissional portuguesa
a guiar camionetes de passageiros. E se outros predicados não tivesse, há pelo
menos que referir que foi negociante, ciclista, cocheiro, caçadora (atirava bem
aos coelhos), e mãe de família. Existe na posse da família, o original do
alvará, passado pela Câmara Municipal de Alcobaça, em 15 de dezembro de 1922,
sendo Presidente Leonardo Taveira Pinto, correspondente à matrícula de
cocheiro, que lhe concedeu licença a para bolear ou dirigir carros de
transportes de pessoas, por aluguer, cumprido que estava o Regulamento para a Polícia e Trânsito de Veículos no Distrito de
Leiria.
Segundo
a própria Francelina, em entrevista publicada em O Século, de 11 de setembro de
1973, aliás depois da sua morte, antes
de lidar com automóveis, tinha tido uma alquilaria, com trens e carros de
aluguer. Havia bons fregueses e o negócio não era mau. Mas vieram os automóveis
e a coisa começou a fraquejar. Toda a gente preferia os carros sem cavalos.
Como
e com quem aprendeu a conduzir automóveis?
Foi o Manuel Moreira, mecânico da Bussing, cá de
Alcobaça, que me ensinou. Tinha ido especializar-se à Alemanha. E tinha eu 29
anos, contou de uma
vez D. Francelina. No 1° de maio de 1923, comprou um Citröen, de meia mola, por
23 contos de reis, sendo que nessa altura ainda não tinha carta de condução. Andei a guiar dois anos sem carta. Fiz exame
em 1925. O primeiro exame que fiz foi o de ligeiros-amador, em 26 de maio de
1925 e a minha carta tem o n° 6840, tendo sido o examinador Vasco Calisto (Pai).
A Empresa de Camions de Alcobaça, Ldª,
tinha ido à falência e encontrava-se em fase de liquidação do património,
quando a Sociedade de Automóveis Cruz de
Cristo Ldª, foi constituída em 21 de janeiro de 1929. Foram seus sócios
fundadores além de Francelina Piedade Canha, José Emílio Raposo de Magalhães,
José Ferreira da Silva, Tomás Gonçalves Marques, Francisco Ferreira da Bernarda
e Albertino Graça Ferreira. Foi nesta altura que D. Francelina tirou a carta de
condução de serviços públicos. A Sociedade de Automóveis Cruz de Cristo, Ldª
ainda existe, como se sabe.
Em
agosto de 1930, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal fez saber por
edital que a praça de automóveis
passa a ser às segundas, terças, quartas e sextas-feiras na Praça Afonso
Henriques, na parte destinada à venda da fruta e nos restantes dias na Praça do
Município, ou seja na antiga Estrada n° 10, que atravessava a dita praça.
Hoje,
ninguém se lembra que na na tiga Praça da Fruta os carros ficavam com a frente
voltada para a praça, colocando-se no local mais aproximado da Estrada
Porto-Lisboa. Por sua vez, na Praça do Município, os carros dispunham-se de
frente para as casas existentes do lado poente, começando a sua arrumação a ser
feita em frente da casa de Alberto Neves Hipólito, à direita uns dos outros.
E as
camionetes?
O
lugar destas era na Praça do Município, na parte da antiga E.N. n° 10,
começando a sua arrumação a ser feita em frente da esquina da Casa Natividade e
também à direita umas das outras. Para facilitar o acesso dos passageiros, e
disciplinar a concorrência, as camionetas de carreira ordinária que eram as da
Cruz de Cristo Ldª e a de Campos & Trindade, poderiam estacionar com
meia-hora de antecedência nos locais a elas destinados, que eram o mais próximo
da Estação Telégrafo-Postal e ao lado da Praça da Fruta, mesmo ao Domingo, desde
que estivessem a trabalhar e não prejudicassem o trânsito.
Mulher
de negócios, com boné e por vezes de gravata posta, ar encorpado, andava sempre
atarefada. Um dia pretendeu competir numa competição automobilística, o Quilómetro Lançado da Reta de Tornada-Caldas
da Rainha pois, se sabia guiar
tão bem como os outros, também podia ser que fizesse figura a correr.
Inscrevi-me, paguei 100 escudos. No fim de contas só assisti à corrida, pois
não me deixaram correr. Explicaram-me
que a corrida era para homens e amadores.
A
vida de Francelina Canha Piedade, que sempre decorreu em Alcobaça, é curiosa e
a seu modo emblemática, pois representa a
luta para contornar os acentuados preconceitos e descriminação sexual. Os
vizinhos pasmavam-se e criticavam-na, como reconhecia a própria, mas isso pouco importava, o que importava era
tratar da sua vida.
-Faleceu em 1972.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo
de Salazar, Caetano e Outros.
Pimenta, Carlos dos
Santos, nasceu em
Alcobaça, a 26 de setembro de 1916, mas desde muito cedo mudou-se para Leiria
onde, depois de concluir estudos, começou a exercer como solicitador encartado.
Foi o
primeiro Presidente da Câmara de Leiria, eleito depois do 25 de abril, aliás em
listas do PPD/PSD. Ao longo da vida, muito diversificada, foi presidente da
Região de Turismo Rota do Sol, colaborador da Misericórdia e Hospital, bem como
ainda um dos fundadores da União Desportiva de Leiria (fundada em 6 de junho de
1966). Por tudo isso e dadas as caraterísticas de homem solidário, granjeou
muita estima e respeito.
Foi
filho do Alferes Pimenta, que teve destaque no Movimento de Santarém em 1919,
no qual interveio o Quartel de Alcobaça em defesa da República, o que veio a
dar origem à atribuição da Torre e Espada à Vila de Alcobaça, conforme se
descreve com detalhe em No Tempo de
Salazar, Caetano e Outros (Fleming de Oliveira).
Pimenta,
Eliseu Ribeiro,
nascido a 20 de outubro de
1963 em Ribafria/Benedita, é licenciado em Geografia e Planeamento Regional e
Urbano pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa e professor do Ensino Técnico – Profissional e Técnico Superior de
Planeamento/Coordenador da Equipa do Projeto de Urbanismo e Arquitetura.
É
autor de Benedita, Futuro Concelho?,
caraterização geral da freguesia, análise da lei quadro da criação de
Municípios.
A
propósito desta obra, o Correio da Manhã, de 26 de setembro de 1995 registou
que de Eliseu Ribeiro Pimenta saiu a
público o livro Benedita, Futuro Concelho? edição do autor que mereceu o
patrocínio da Junta de Freguesia da Benedita, vila do Concelho de Alcobaça,
afamada pelos dotes de trabalho de seus filhos que souberam desenvolver um
verdadeiro universo industrial, muito ativo e diversificado. De modo especial a
partir da década de 70 registou-se ali um verdadeiro boom industrial. Ampliaram
as tradicionais fábricas de calçado, cutelaria e marroquinaria, cresceram
antigas unidades de serralharia civil, metalomecânica e mobiliária, como se
implantaram novos polos de produção fabril, desde o fabrico de instrumentos e
equipamentos médico-cirúrgicos de precisão, a alimentos compostos para animais.
Este último setor justificou-se pelo facto de ser a Benedita importante centro
produtor de carne de frango e suíno. Ao extraordinário desenvolvimento
registado nesta freguesia, aliaram-se a seu tempo novas atividades terciárias,
quer para apoio da indústria local quer para dar resposta a uma população
sempre crescente.
Pimentel, Afonso Rodrigues, nasceu a 21 de novembro de 1931 em
Alcobaça, onde sempre viveu e trabalhou em vários lugares e funções.
Começou
na Abadia de Alcobaça (fábrica de licores), seguidamente e durante muitos anos
em Raul da Bernarda (cerâmica doméstica e decorativa), até que foi sócio de
Carlos, Costa e Pimentel, Ldª (cerâmica doméstica e decorativa).
Pessoa
sociável, fazia relações com facilidade com clientes e amigos.
Nos
tempos disponíveis, gostava de caçar e ver cinema, ir ao futebol, além de
conviver com amigos e clientes.
Pertenceu
ao Racho Alcoa, aos corpos sociais do Ginásio CA, foi Presidente da Associação
Alcobacense de Cultura e Desporto e fez teatro amador.
Amigo
de Sousa Cintra (presidente do Sporting), tinha lugar cativo no Estádio de
Alvalade.
-Faleceu
em 16 de agosto de 2002, vítima de cirrose hepática.
Pina, Guilherme, do
Benedita Sport Club de Natação, ainda do escalão júnior, venceu a 18 de abril
de 2015, a prova de 5.000 metros absolutos no Campeonato Nacional de Longa
Distância em natação, que decorreu no Centro Olímpico de Piscinas de Coimbra.
A
Federação Portuguesa de Natação informou que o atleta do Benedita nadou a
distância com a melhor marca do ano, júnior de 17 anos, em 54m,46,23.
Por
sua vez, outros atletas da região estiveram em destaque nos Campeonatos
Nacionais de Inverno, que decorreram no Jamor, com a conquista de diversos
títulos.
Guilherme
Pina bateu o recorde nacional de juniores nos 1.500m livres, com o tempo de
15m31s96, e garantiu os mínimos para os Campeonatos da Europa, que vão decorrer
em 2016. O jovem nadador beneditense esteve em destaque logo no primeiro dia da
competição, ao estabelecer o novo recorde nacional júnior nos 800m livres, com
a marca de 8m09s87, obtendo igualmente mínimos para o Europeu de Juniores.
Guilherme Pina obteve quatro títulos de Campeão Nacional, sendo dois no escalão
júnior e dois absolutos, além do 2.º lugar nos 400m livres no escalão júnior.
Na
competição, Francisco Santos, do Benedita Sport Clube de Natação, sagrou-se
campeão nacional dos 100m costas com 57s81 em absolutos e juniores, foi 2.º nos
100 livres e 3.º lugar nos 200m costas no escalão júnior.
Inês
Silva, do Clube de Natação de Alcobaça, sagrou-se campeã nacional de juniores,
nas provas de 50m e 100 m bruços, sendo ainda vice-campeã nacional de absolutos
naquelas provas. A nadadora de Alcobaça destacou-se nos 100m bruços, que venceu
com o tempo de 1m12s51, ficando a escassos 51 centésimos dos mínimos de
participação no Europeu de Juniores, que se realizam na cidade húngara de
Hodmezovasartely, entre 6 e 11 de julho. A nadadora do Clube de Natação de
Alcobaça obteve, ainda, a medalha de bronze nos 200m estilos em juniores, com o
tempo de 2m23s91.
-Guilherme
Pina, bateu dois recordes nacionais no Europeu de Juniores de 2016, que
decorreu na cidade de Hódmezovásárhely/ Hungria.
O
nadador estabeleceu o máximo nacional dos 1.500 metros livres, obtendo o 6.º
lugar da final, com o tempo de 15m,23s,46, retirando mais de 8 segundos ao
anterior máximo, que já lhe pertencia. Um dia depois, Guilherme Pina repetiu a
proeza, sendo 6.º classificado nos 800 metros livres, com o tempo de 8m,6s,97,
novo recorde nacional da categoria. Antes daquela proeza, o jovem internacional
já tinha quebrado o recorde pessoal dos 400 metros livres, com a marca de
3m,59s,83, ainda assim um resultado insuficiente para chegar à final. O atleta
da Seleção Nacional de juniores quedou-se pela 27.ª posição, mas reservou-se para as distâncias mais longas,
nas quais confirmou o potencial que tem exibido nos últimos anos.
Pintasilgo, Maria de
Lourdes Ruivo da Silva de Matos, candidata
às eleições presidenciais de 1986, foi a primeira dos candidatos a visitar
Alcobaça, tendo-o feito ainda num período de pré-campanha.
Dadas
as circunstâncias, não se registou qualquer manifestação dos simpatizantes da
sua candidatura. A sua presença ficou assinalada com um almoço convívio num
restaurante de Alcobaça, onde estiveram presentes além dos mandatários
Distrital (Gonçalves Sapinho) e Concelhio, algumas dezenas de apoiantes.
-Lourdes
Pintasilgo, nasceu em Abrantes, a 18 de Janeiro de 1930 e faleceu em Lisboa a 10 de Julho de 2004,
foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo chefiado o V
Governo Constitucional,
em funções de Julho de 1979 a Janeiro de 1980 e a terceira mulher a desempenhar o
cargo de primeiro-ministro na Europa, depois da croata Savka
Dabčević-Kučar e dois meses depois da tomada de posse de Margaret Thatcher.Foi candidata independente às eleições presidenciais de 1986, as mais competitivas e polarizadas do regime democrático português, onde pela primeira vez os candidatos eram civis e não militares. Sem o apoio de máquina partidária e gozando do prestígio que recolhera enquanto primeira-ministra, Maria de Lourdes Pintasilgo formalizou a sua candidatura em 9 de dezembro de 1985, com cerca de 15 000 assinaturas e surgia como a candidata mais bem posicionada nas sondagens, recolhendo elevadas percentagens das intenções de voto. Todavia, na primeira volta, foi preterida em face dos candidatos de esquerda, dotados de apoios dos partidos. Os resultados eleitorais traduziam o triunfo dos aparelhos partidários sobre as apostas singularizadas, penalizando fortemente a que havia sido a candidatura mais personalizada, a de Maria de Lourdes Pintasilgo, com 7,4% dos votos.
Pinto, David, antigo e conceituado comerciante de
Alcobaça nasceu em 1907 e faleceu no dia 10 de maio de 1985.
Desde
cedo, revelou-se defensor dos ideais republicanos e democratas, tendo feito
parte do grupo que, em 1931, fundou o Voz
de Alcobaça. Durante o período do Estado Novo participou em diversas
campanhas com a oposição democrática. Após o 25 abril ingressou no Partido
Socialista através da Secção de Alcobaça.
Em
1999 a Secção de Alcobaça do PS festejou os seus 25 anos de existência com um
almoço que reuniu corpos dirigentes (José Miguel Medeiros Deputado à Assembleia
da República e Presidente da Federação Distrital do PS, Alberto Costa, deputado
e Ex-Ministro da Administração Interna, natural de Évora de Alcobaça),
militantes, autarcas e simpatizantes. Aquando dos discursos não foi esquecido
David Pinto, nome histórico do PS de Alcobaça. Mário Amaral, em representação
dos fundadores da Secção, referiu que somos
um grupo e desse grupo eu gostaria de destacar o camarada David Pinto que foi
quem mais contribuiu para que esta secção seja hoje o que é e propôs que à sala de reuniões da secção
fosse dado o nome de David Pinto.
-Segundo
Leonel Fadigas, que com ele ainda chegou a conviver, embora as diferenças de
idade fossem elevadas, David Pinto
(1907-1985) foi uma destacada personalidade social e política de Alcobaça, onde
desenvolveu, desde cedo uma importante atividade comercial. Foi escriturário da
casa agrícola Raposo de Magalhães onde, na década de 1920, se cruzou com Manuel
de Sousa Ribeiro, o qual posteriormente, foi o criador da emblemática Ginja de
Alcobaça M.S.R., marca registada em 1930. Poucos anos mais tarde haveria de lhe
adquirir a marca e a fórmula de fabrico, dando-lhe continuidade. Em 1940 criou
a sociedade comercial David Pinto & Companhia, Lda que, durante muitos
anos, comercializou aquela bebida identitária de Alcobaça, à qual o seu nome
ficou permanentemente ligado.
Desde muito novo envolvido nos
movimentos cívicos e políticos de oposição ao Estado Novo, David Pinto foi uma
personalidade muito ativa e respeitada da Oposição Democrática, em Alcobaça e
no distrito de Leiria. A sua personalidade afável e o exemplo da sua permanente
disponibilidade para integrar iniciativas e ações de combate político ao Estado
Novo fizeram com que tivesse sido sempre uma referência importante da área
política onde se inseria.
Membro da Ação Socialista Portuguesa,
organização política antecessora do Partido Socialista, a seguir ao 25 de abril
de 1974 foi uns dos fundadores da secção de Alcobaça do Partido Socialista com
Mário Bandeira, Mário Amaral e Joaquim Matias Ferreira.
-O
licor de ginja MSR surgiu em Alcobaça na década de 1920, pela mão de Manuel de
Assis da Silva Daun e Lorena Guimarães Oliveira de Souza Ribeiro (1894-1976),
nascido em Cedofeita/Porto, no seio de uma família brasonada e abastada, com
formação cultural e académica superior obtida em Inglaterra. Veio para Alcobaça
e sabe-se que na década de 1920, trabalhou nas duas mais importantes casas
agrícolas de Alcobaça, no sector de produção de vinhos e aguardentes, tendo-se
transformado num reputado especialista em vinhos, vinagres e aguardentes.
Com os
seus conhecimentos e em desafio às ginjas caseiras que proliferavam por
Alcobaça, (saídas do Mosteiro de Alcobaça), propôs-se fazer a melhor das
ginjas, desenvolvendo uma fórmula de fabrico que se mantém inalterada até hoje,
criando a Ginja MSR, cujo registo da
marca data de 1930.
Na
Casa Agrícola Raposo de Magalhães, Manuel de Sousa Ribeiro, conheceu David
Pinto (1907-1985), escriturário, que com uma clara visão das potencialidades e
qualidades do Licor de Ginja, lhe adquiriu, na década de 30, a fórmula
exclusiva de fabrico, fundando em 1940, a firma David Pinto & Companhia,
Lda., que desde essa altura produz o Licor
de Ginja MSR.
Pinto de Abreu, Carlos
Alberto Ribeiro, nasceu a 12 de junho de 1967, em Caldas da Rainha, e viveu
em Alcobaça até aos 17 anos, aí frequentando e finalizando o Ensino Básico e
Secundário.
Trata-se
de um renomado e distinto advogado lisboeta, que tem prestigiado a classe e a
justiça.
Em
1984 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa/Lisboa,
no ano propedêutico, tendo iniciado e terminado a licenciatura em Direito nos
anos de 1985 e 1990, respetivamente. Seguidamente, entre 1991 e 1992,
frequentou e concluiu a Pós-Graduação em Estudos Europeus, na dominante
jurídica, também na Universidade Católica.
Exerce
a advocacia desde 1992, tendo iniciado a carreira no escritório do Professor
Germano Marques da Silva que, mais tarde, no ano de 2000, se tornou uma
sociedade de advogados – Germano Marques da Silva e Associados, Sociedade de
Advogados RL – e da qual foi sócio fundador e administrador executivo.
Mais
tarde, em 2007, fundou a sua própria sociedade de advogados denominada Carlos Pinto de Abreu e Associados,
Sociedade de Advogados RL, que tem escritórios em Lisboa e no Porto. Para
além de sócio fundador e maioritário, Presidente do Conselho Geral e advogado
na sociedade Carlos Pinto de Abreu e Associados, é membro da Direcção da
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), desde 2013, da Direcção da
Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), desde 2017.
Ao
longo da sua carreira, exerceu diversos cargos na Ordem dos Advogados, tais
como Vice-Presidente do Conselho Superior (2011-2013), Presidente do Conselho
Distrital de Lisboa (2008-2011), Vogal no Conselho Geral (2005-2007) e Vogal e
Presidente na Comissão dos Direitos Humanos (2002-2007).
Foi
ainda Presidente de Júris de Agregação e Coordenador da área de Prática
Processual Penal no Centro de Estágio do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem
dos Advogados, membro no Grupo de Trabalho para a Revisão do Sistema de
Execução de Penas, membro da Comissão de Acompanhamento do Sistema de
Vigilância Electrónica de Arguidos em Obrigação de Permanência na Habitação e
membro da Unidade de Missão para a Reforma Penal.
Foi
membro da Comissão de Ética do SAAPE e membro, designado pelo Ministério da
Justiça, representante na Comissão de Fiscalização dos Centros Educativos. Pertenceu
ao Júri de acesso a auditores de justiça ao Centro de Estudos Judiciários e
membro do Júri do 4º concurso curricular de acesso ao Supremo Tribunal de
Justiça.
Desempenhou
funções de docente universitário, nas cadeiras de Direito Penal e de Direito do
Trabalho, sendo que hoje em dia apenas leciona em regime ocasional em cursos de
pós-graduação.
Para
além dos cargos que exerceu, é autor de diversos livros e inúmeros artigos.
Na
área dos Direitos Humanos, que muito valoriza, publicou quatro obras de referência,
em colaboração com outros autores, académicos e profissionais do foro. Publicou
outras obras e artigos, relacionados, principalmente, com temas de Direito
Penal e Processual Penal, de Direito da Família e de Menores, de História e de
Direitos Humanos.
-Carlos
Pinto de Abreu tem um percurso profissional distinto
e relevante. A sua advocacia e o escritório pautam-se por princípios e regras
bem definidas, de rigor, independência e integridade.
A utilidade do exercício da Advocacia e
o valor acrescentado dos serviços jurídicos está na resposta pronta, na
antecipação dos problemas, na prevenção dos riscos, na utilidade do
aconselhamento, na minimização dos danos, na proactividade dos conselhos, na
qualidade do patrocínio e na efectividade da defesa.
O trabalho ou a actividade de um
Advogado ou de uma Advogada é também uma tarefa difícil e complexa, não apenas
jurídica, mas de visão, de estratégia e de gestão, sempre rica, inovadora,
aliciante, única e irrepetível, porque geradora de mais-valias significativas
ou minimizadora de riscos não negligenciáveis.
O exercício da Advocacia é bem mais do
que uma simples e formal prestação de um serviço jurídico, tradicional,
concreto, estanque e pronto a entregar ou a prestação de serviços simples,
isolados, cegos, assépticos, pré-preparados, repetíveis, ocasionais e
autonomizáveis.
Mas porque não se prescinde de um saber
de experiência feito… e de vida, a atividade do Advogado e da Advogada é uma
prestação humana, transversal, global e complexa, pois que se não circunscreve
a fronteiras estritas, a ramos específicos do direito, a compartimentos
estanques da prática ou a etiquetas delimitadoras do jurídico e de outras
ciências jurídicas auxiliares, ou não.
-Desportista,
ainda muito novo, foi campeão regional de Leiria em juvenis nos 400 metros
barreiras e na estafeta de 4x100 metros e campeão regional absoluto em 4x400
metros. Tem participado (sem especiais
preocupações com os resultados) em provas de estrada em Portugal e no
estrangeiro, tendo já mais de duas dezenas de maratonas concluídas,
designadamente em Tóquio, Londres, Nova Iorque, Boston, Chicago, Dublin,
Estocolmo, Madrid, Barcelona, Valência, Porto e Lisboa.
Pinto Marques, João Silva Carvalho, nasceu em Lisboa a 23 de julho de 1971, tendo estudado no
Colégio S. João de Brito e concluído o curso de Engenharia Química na Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Filho
de Maria Teresa Carvalho Pinto Marques e António Pinto Marques ambos médicos em
Lisboa e residentes em Cascais, durante alguns anos foi Gerente Executivo de
Raúl da Bernada & Filhos, Ld.ª, aliás o último, dado que a fábrica veio a
encerrar a atividade.
É
neto de José Silva Carvalho e bisneto de Mariana da Bernarda, que se podem ler
aqui.
Pinto Júnior, José, natural de Alcobaça, comerciante
estabelecido, no nº 11 da Rua 16 de Outubro, com a Casa das Meias.
Com a
demissão de Jorge de Jesus Nogueira Silvestre, Presidente da Comissão
Administrativa da CMA, interinamente passou a ocupar o lugar Gilberto Magalhães
Coutinho, Vice-Presidente e Vereador dos Mercados e Feiras, do Abastecimento
Público e dos Serviços Municipalizados. Os Vereadores António da Silva Rosa,
Alberto Serrano e João Lameiras de Figueiredo, apresentaram também as
respetivas demissões em 2 de Abril de 1975, pelo que, se impunha constituir uma
nova CA para a CMA. Após demoradas negociações, já que o Governador Civil de
Leiria, Rocha e Silva, queria favorecer determinadas forças, veio a ser
empossada em 6 de Maio de 1975 a nova CA, com a seguinte composição:
PRESIDENTE:
José Pinto Júnior (PCP). VOGAIS: Gilberto Magalhães Coutinho e Celeste Vilhena
Costa, (MDP/CDE), Vitalino Casinhas e Leonel Afonso Belo (PS), Alfredo Carvalho
Lino (PPD), e José Ventura Duarte (Independente).
José Pinto, filiado no PC, aos 55 anos de idade,
reconhecia que não tinha preparação para o lugar e que, por isso, nunca havia
pensado ser Presidente da Câmara. O próprio, segundo Mário Vazão, também reconhecia a sua falta de perfil e
empolava o sacrifício que fazia, em cumprimento
de uma tarefa partidária, que até lhe fez perder alguns quilos.
Aquando
da muito concorrida tomada de posse no Governo Civil de Leiria, a 6 de Maio de
1975, Fleming de Oliveira, mandatado pela Comissão Concelhia de Alcobaça do
PPD, pediu a palavra para contestar a nova
Presidência da CA, com o argumento que o lugar iria ser ocupado por José Pinto,
indigitado por um partido minoritário (PCP), não representativo em face dos
recentes resultados eleitorais para a Assembleia Constituinte.
Rocha
e Silva, à falta de melhor argumento e confrontado, mais tarde, com a contestação popular à CA de José Pinto, disse
a Mário Vazão que o Sr. Pinto está na
Câmara por comum acordo dos partidos políticos (o que não é verdade). Houve aqui, depois da saída do Eng.
Silvestre, muitas sessões para se formar a Câmara de Alcobaça. Se apareceu como
está, foi de comum acordo (o que não é em nada verdade) com os partidos políticos, eles é que
representam a vontade de povo (o que também é falso). Se o Sr. Pinto é filiado no PC não interessa, pois o PPD e o PS não
apresentaram candidatos, pelos menos à altura.
Pinto
que não era um ingénuo, além do que não tinha preparação, nem currículo para o
lugar, como era público e notório, além de ser um fiel ortodoxo militante do
PC, pouco tempo depois de ter tomado posse como Presidente da CA, desabafou a
Mário Vazão que precisavam de alguém para o lugar, para queimar, pelo que eu nada tenho a perder e prontifiquei-me.
A
muitos alcobacenses, José Pinto deu a perfeita ideia, que gostava do lugar e
estava disposto a continuar a
sacrificar-se, apesar da falta de qualificação, da falta de apoio popular e
dos acontecimentos que vieram a determinar a ocupação da Câmara em Julho de
1975. De facto, ainda segundo Mário Vazão, José Pinto contou que o Governador Civil de Leiria, insistiu para
que não se demitisse, mas pus-lhe
condições, como seja a remodelação dos meus auxiliares. Pelo menos dois não
concordo que continuem.
-Na
sequência dos incidentes que determinaram o assalto e ocupação da Câmara
Municipal, realizou-se, no sábado, dia 26 de julho de 1975, um Plenário para a
Freguesia de Alcobaça eleger o seu representante para a constituição da nova CA
da CMA. Nesse sábado ou porque as pessoas foram avisadas com pouca
antecedência, ou por outro motivo qualquer, a sala reservada para o efeito,
junto ao Tribunal, então no primeiro andar da ala norte do Mosteiro, registou
escassas dezenas de pessoas, pelo que foi decidido adiar o Plenário para o dia
seguinte, domingo, sendo que desta vez a sala encheu-se, com muita gente,
ordeira e interessada, proveniente de todas as camadas sociais e mesmo de lugares
do concelho. Após esclarecimentos por parte dos promotores da reunião,
seguiu-se uma votação, onde não havendo listas, nem cadernos eleitorais, cada
um, poderia votar em quem muito bem entendesse. Em votação secreta, os nomes
mais votados foram, Joaquim Zeferino Lucas, Vítor Figueiredo, Manuel Alberto
Tomas Correia, Augusto Simões, António Zeferino, Manuel da Bernarda, João
Monteiro, Adão Lameiras, e José Carlos Teixeira. Estes começaram sucessivamente
a declinar a responsabilidade, pelos mais variados motivos, familiares,
políticos ou profissionais. Dado que nenhum parecia disposto a aceitar, a
assembleia começou a protestar e exigiu que Joaquim Zeferino Lucas, conceituado
comerciante de móveis, estofos e decorações, por ter sido o mais votado, aceitasse
o lugar. A escolha foi aprovada por aclamação. Em seguida, a Mesa propôs ainda
que se efectuasse uma recolha de assinaturas a solicitar a libertação dos
presos em Caxias, Tarcísio Trindade, Luís do Couto Serrenho Capador, Mário Amaral, Carlos Leão da Silva
Caranguejo e Hernâni Bastos. A
proposta foi aprovada por aclamação, começando-se imediatamente a recolher
assinaturas.
Na
segunda-feira à noite, realizou-se a reunião, para a escolha, entre os eleitos,
dos futuros Presidente e Vice-Presidente. Estavam presentes os delegados,
Joaquim Zeferino Lucas, por Alcobaça, José Eduardo da Silva e Sousa, por
Alfeizerão, Firmino Franco, por Alpedriz, Diamantino do Couto Ferreira, por
Benedita, José Eusébio da Silva, por Cela, António Gomes Barbosa Ribeiro, por
Coz, Manuel da Silva Rodrigues, por Évora, Carlos Ribeiro Claro, por Prazeres
de Aljubarrota, António Agostinho Marques, por Turquel e José Fernando
Alexandre Ramalho, por Vimeiro. Faltaram os delegados de Maiorga, Pataias, S.
Martinho do Porto, Bárrio e Vestearia. Feita nova votação, por escrutínio
secreto, mas sempre sem cadernos eleitorais, deu como resultado que fossem
eleitos Joaquim Zeferino Lucas, como Presidente e Diamantino do Couto Ferreira,
respeitado comerciante da Benedita, como Vice-Presidente.
A
escolha destes, acabou por ser irrelevante, dado que a demissão de José Pinto,
não foi aceite e o Governo Civil, não reconheceu validade a estes Plenários
populares.
José
Pinto veio a final a ser substituído por Miguel Guerra, mas depois do assalto à
Câmara.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo
de Soares, Caetano e Outros e aqui Partido Comunista Português (Alcobaça),
Carlos Leão da Silva (Caranguejo) Hernâni C. Bastos, José C. Serrenho
(Capador), Mário Amaral, Tarcísio Trindade.
Piorro,
Rosa, que nasceu em 4 de fevereiro de 1919 em Ílhavo numa família
muito pobre, filha de um pescador e de uma senhora que lavava roupa para fora,
veio viver para Alcobaça ainda nova.
Serviu em casa da parteira
Maria Henriqueta aonde cresceu e se fez uma linda rapariga. Conheceu então
Acácio Coelho, Serol, com quem veio a
casar. Foi companheira dedicada de um homem extrovertido que Alcobaça ainda
hoje recorda.
Rosa faleceu com 90 anos em
23 de outubro de 2009, tendo sobrevivido ao marido 10 anos.
-De
aparência calma, gostava de se sentar num sofá encarnado, enrolada num xaile
negro, com ar descontraído de quem espera sem ansiedade que um cliente entre
pela loja de velharias.
Analfabeta,
a Rosa Piorro, da Feira da Ladra (onde vendia mobiliário usado e peças
provenientes de recheios de casas que comprava), segundo o Região de Cister, tinha um passado cheio de histórias e sempre
algo para contar.
Chegou
a ir algumas vezes à escola e até tinha
jeito, porque sabia as letras todas, só não sabia juntá-las. Mas como
era de família pobre, quando os barcos chegavam à praia com as redes, iam logo
a correr. Tínhamos que andar quilómetros
para apanhar “feixes” de lenha e fazer outros serviços para nos governarmos. Na
altura não senti a falta da escola, mas hoje tenho pena de não compreender
certas coisas que os outros percebem.
Veio
para Alcobaça para tentar melhorar a vida, com cerca de 17 anos, servir para casa de uma senhora parteira,
que era da sua terra. Aqui pelo tinha
um ordenado e comida, ainda que também trabalhasse muito. Depois namorei e
casei.
Enquanto
trabalhou, tinha pouco tempo livre. Nunca
fui uma pessoa mandriona e tenho sempre que fazer. Ao domingo por vezes as
minhas filhas vêm aqui ter comigo e convidam-me para ir dar um passeio. Vamos
até a Nazaré ou a Praia de Paredes. Toda a minha família foi gente do mar e eu
gosto de ver o mar, apesar de me sentir cansada, gosto de ir.
Pires de Lima, Maria Isabel, Ministra da Cultura do XVII Governo, (antiga militante do PCP) presidido por
José Sócrates, esteve
em Alcobaça a 8 de abril de 2006, para presidir às comemorações do Dia
Internacional dos Monumentos e Sítios, e aproveitou para apresentar o projeto
de constituição da rede dos três monumentos Património Mundial da região. Deste modo, os Mosteiros de Alcobaça, da Batalha e o Convento de Cristo, ficaram ligados em rede, através de uma rota a que Ministra chamou de Monumentos Património Mundial.
Considerando que o património enquanto produto diferenciado, é um fator de desenvolvimento das economias locais, Isabel Pires de Lima apontou a rota criada como a possibilidade de usufruto integrado de três monumentos nacionais que são três jóias do património português. Se formos capazes de os pôr a funcionar em rota, conseguiremos potenciar muito mais o que têm, disse a Ministra, que defendeu ainda que os monumentos devem encontrar, o mais possível, formas de auto-sustentação.
Em
Alcobaça, houve visitas guiadas ao Mosteiro, seguidas de animação lúdica, das
10h30 às 11h30 e das 15h00 às 16h00. O jogo de pistas Mistérios de Cister foi
uma das atividades propostas, complementada com um momento musical preparado
por alunos e professores para quatro turmas do segundo ciclo da Escola Frei
Estevão Martins. O dia previu o tipo de visitas guiadas das 10h30 às 12h30 e
das 15h00 às 17h00, com acesso à obra de restauro da Sacristia Manuelina.
As
16h00, foi apresentado o projeto Rota dos
Monumentos Património Mundial, na Capela de Nossa Senhora do Desterro. Na
mesma ocasião, decorreu o lançamento da visita temática guiada da Rede dos três
monumentos do Centro (Convento de Cristo, Mosteiro de Alcobaça e Mosteiro da
Batalha), sob a denominação Construção dos Mosteiros: a face desconhecida dos
monumentos. A iniciativa foi aberta ao público.
Durante
o dia, esteve patente a exposição O tempo e a Moda, uma interessante
organização conjunta do Mosteiro e do Museu do Traje, com participação dos
comerciantes de Alcobaça.
À
noite, a partir das 21h30 decorreu na Sala do Capítulo um concerto, com o Quarteto de Saxofones da Academia de Música
de Alcobaça.
-Foi
para ouvir e falar de amor, que se juntou um grupo de pessoas no Mosteiro de
Alcobaça, no dia 7 de janeiro de 2012. O ambiente (intimista) proporcionou
momentos de partilha sobre Inês de Castro: o futuro da memória, tema que para
alguns mudou para sempre a cultura
portuguesa.
Policarpo, (Cardeal) D. José da Cruz, Cardeal
Patriarca Emérito de Lisboa, morreu a 13 de março de 2014, aos 78 anos, na
sequência de uma operação a um aneurisma na aorta, no hospital do SAMS, em
Lisboa, onde deu entrada depois de se ter sentido bastante indisposto essa mesma
manhã.
Padre desde agosto de 1961, foi bispo auxiliar de Lisboa
em 1978. A 24 de março de 1998, após a morte do cardeal António Ribeiro, de
quem era coadjutor desde março de 1997, assumiu a função de patriarca de
Lisboa.
Renunciou ao cargo em 2011, por limite de idade. A
resignação foi aceite por Bento XVI, mas só seria confirmada pelo Papa
Francisco, que nomeou um novo patriarca de Lisboa (D. Manuel Clemente) a 18 de
maio de 2013.
Foi feito cardeal por João Paulo II em 2001 e participou
no Conclave de abril de 2005 que elegeu Bento XVI, e no Conclave de março deste
de 2013, que escolheu o Papa Francisco.
No Vaticano, o patriarca emérito foi membro do Conselho
Pontifício da Cultura e desempenhou essas funções na Congregação de Educação
Cristã e no Conselho Pontifício para os Leigos.
-D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936
em Alvorninha.
Praticamente todas as semanas, D. José Policarpo visitava
a Benedita, que sempre frequentou, dada a proximidade com a sua aldeia. A sua
casa foi construída na extremidade do concelho das Caldas da Rainha.
Havia paragens obrigatórias. O Café Carmos foi o espaço que
escolheu para beber o café, fumar o cigarro (vício de que nunca se libertou) e
ler o jornal. Era uma simpatia de
pessoa. Tinha sempre uma palavra amiga. Gostava muito de ficar no seu canto,
contou Luís Pereira, responsável do espaço.
Há mais de quatro décadas que o Cardeal Patriarca Emérito
frequentava o Café dos Carmos, juntamente com a família. Por vezes, juntava-se aqui com os irmãos e os sobrinhos, relembra.
Era nas mãos do cabeleireiro Rui Fialho que D. José Policarpo confiava, há
cerca de 24 anos, o seu cabelo.
José Vinagre, contou ao Região de Cister, uma história engraçada que viveu com o
Patriarca. A rua que dava acesso à casa de D. José recebeu o seu nome. Na
ocasião, José Vinagre prometeu a D. José Policarpo sempre a via e a placa
limpa, ato que este lhe exigia todas vezes que o encontrava.
-A
Câmara Municipal de Alcobaça vinha manifestando reiterado interesse em receber
um polo universitário, pelo que para tal Miguel Guerra reuniu no dia 30 de
outubro de 1993 com um conjunto de influentes personalidades eclesiásticas, a
fim de conseguir as boas graças da igreja para a instalação de um Pólo da
Universidade Católica em Alcobaça.
O
encontro sobre o qual reinou alguma reserva, teve lugar no restaurante O Telheiro, que nessa noite apenas
recebeu os convidados de Miguel Guerra, D. José Policarpo, Reitor da
Universidade Católica Portuguesa, o recém-eleito Presidente da Conferência
Episcopal, os Bispos de Leiria e de Aveiro, o Cônego José Guerra, o Padre
Alexandre Siopa, o Governador Civil de Leiria e os vereadores da Câmara de
Alcobaça.
O
encontro teve principal objetivo sensibilizar o Reitor da Universidade Católica
para que o polo daquela universidade pudesse vir para Alcobaça. Contudo, se o
desejo é ambicioso por si, tornava-se ainda mais quando Alcobaça tinh de
disputar o objetivo com Caldas da Rainha, cuja Câmara javançou com um avultado
subsidio a conceder durante 10 anos.
-O
Cardeal Patriarca inaugurou o retábulo da Igreja Paroquial da Benedita, em 19
de novembro de 1993.
-A
igreja do Mosteiro de Alcobaça foi pequena para acolher os que se quiseram
associar à ordenação de três padres, ocorrida na tarde do domingo, 27 setembro
de 1997.
Amigos,
familiares e muitos cristãos assistiram
ao crescimento da igreja, aumentada em mais três padres. No domingo, dia 5
de outubro, tiveram lugar as primeiras missas (Missas Novas) dos novos padres.
José Dionísio, celebrou no Casal da Maceda, enquanto Paulo Franco celebrou na
igreja da Benedita.
José
dos Santos Dionísio, natural da freguesia da Cela, Paulo César Serralheiro
Franco, natural da freguesia da Benedita e Nélson Matias Pereira, natural da
freguesia do Ramalhal, concelho de Torres Vedras, foram ordenados sacerdotes no
dia 27 de setembro na Igreja do Mosteiro de Alcobaça. A cerimónia demorou cerca
de duas horas e foi presidida pelo Arcebispo Coadjutor de Lisboa D. José
Policarpo. Nela estiveram presentes largas dezenas de padres e muitos fiéis
que, provenientes de diversos pontos da diocese de Lisboa, quiseram participar
na ordenação dos três novos sacerdotes. O altar foi montado num estrado
instalado no transepto, entre os túmulos de D. Pedro e D. Inês. O elevado
número de cristãos que eram esperados e o fato de esta igreja ser a mais
cumprida de Portugal, criaram de condições especiais para esta celebração
religiosa, de que não existe memória no Mosteiro de Alcobaça. Face a isso e
para permitir que todos acompanhassem o desenrolar da celebração, foi instalado
um circuito interno de televisão, com televisores espalhados ao longo do
mosteiro.
A celebração
seguiu o ritual das ordenações e após a
leitura do Evangelho, os novos padres foram chamados e apresentados ao Bispo,
seguindo-se as ordenações.
-D.
José Policarpo inaugurou, na Benedita, a Sala
Museu de Arte Sacra, em 6 de junho de 1998 e no mesmo dia o campo de
futebol do Centro Cultural Recreativo e Desportivo de Azambujeira, Pinheiro,
Engenhosa, Raposeira e Mata de Cima.
-Cardeal Patriarca de Lisboa, visitou Alcobaça no dia 29 de
dezembro de 2001, a fim de realizar uma palestra precedida de jantar no Salão
de Festas dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, a convite do Rotary Club de
Alcobaça.
-O Padre Francisco Cosme foi homenageado pela população da
Benedita no dia 8 de setembro de 2002, à qual esteve ligado durante 21 anos. O
programa incluiu Missa Solene celebrada por D. José Policarpo e um almoço
convívio oferecido pela população no Centro de Recursos do ECB.
-D. José Policarpo voltou
a Alcobaça em 21 de novembro de 2004 para as comemorações dos 50 anos da
construção da Igreja do Vimeiro, onde descerrou um busto do Padre Manuel de
Oliveira, Sacerdote que a mandou construir, inaugurada com a presença do
Cardeal Patriarca Gonçalves Cerejeira.
-No
Domingo, dia 23 de novembro de 2008, depois da celebração da Eucaristia, às
15h30, foi feita a bênção e inauguração do edifício do Centro Comunitário da
Benedita.
Presidiu
à Eucaristia e à bênção o Cardeal Patriarca D. José Policarpo. Acompanhou-o o
Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Anacleto Oliveira.
Estiveram
também presentes o Presidente da Câmara Municipal, Gonçalves Sapinho, o
Vereador José Vinagre, a Presidente da Junta de Freguesia Maria José Filipe, o
Comandante da GNR, o Comandante dos Bombeiros, outras entidades e associações
que se fizeram representar, na multidão de paroquianos e de visitas que se
quiseram associar a esta ocasião festiva.
Conforme
disse o Padre Armindo, no seu discurso, Esta obra marca uma nova fase na história da nossa Paróquia. A igreja
paroquial continua a ser a sede da comunidade cristã, mas grande parte da acção
pastoral passará a realizar-se neste espaço que vamos inaugurar. Concentra num
só edifício uma grande diversidade de infra-estruturas pastorais, o que
favorecerá o encontro e uma maior interatividade entre as pessoas. Servirá a
todas as idades, mas serão certamente os mais novos os principais beneficiários
deste equipamento. Será uma casa orientada para a formação espiritual de que
necessitamos em todas as fases da nossa vida.
-O
Presbitério de Lisboa reuniu no Santuário de Fátima, nos dias 28 e 29 de
janeiro de 2009, reeditando o evento semelhante ocorrido no Ano Jubilar de
2000. Além da presença do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo e seus bispos
auxiliares, participaram na assembleia mais de 280 padres, a que se juntaram 32
seminaristas dos Seminários dos Olivais e Redemptoris Mater.
A
cerimónia de encerramento, decorreu no Mosteiro de Alcobaça, ao fim da tarde do
dia 29. O padre Francisco Cosme e Cecília Gil, Diretora do Mosteiro, acolheram
os visitantes. As cerimónias que se seguiram tiveram grande luzimento e sentido
religioso, não só pela presença de numerosa comitiva, como pel número de fieis que assistiram à Missa.
-No
dia 18 de abril de 2010, D. José Policarpo defendeu, em Alcobaça, que é preciso diminuir o número de cristãos faz de
conta, considerando o elevado número dos não praticantes como um dos
principais problemas da Igreja. O Cardeal Patriarca dirigia-se a centenas de
jovens participantes nas VIII Jornadas Diocesanas da Juventude, na Sala do
Refeitório do Mosteiro, com quem manteve um diálogo franco e animado, muitas
vezes interrompido por fortes aplausos. Nos
caminhos da vida, a autenticidade é que manda. Não se deixem conquistar por
ninguém. Sejam autênticos e não cristãos faz de conta.
-D.
José Policarpo, presidiu à bênção e inauguração oficial das novas instalações
do Centro Social e Paroquial de Alfeizerão, na comemoração do seu 40º.
aniversário, no dia 31 de outubro de 2010.
Este
dia festivo, teve início com celebração eucarística na igreja paroquial de
Alfeizerão, onde D. José Policarpo foi interpelado pelo conteúdo da frase um coração que vê, proferida pelo Papa
Bento XVI, aquando da visita a Portugal.
O
Cardeal, salientou a importância da
caridade no amor fraterno, referindo que não é só a inteligência que percebe, é um coração que vê. O progresso
espiritual é feito a partir dum coração que vê, dum coração que sente, anseia e
deseja. Os desejos espirituais são o maior dom de Deus, porque é onde Deus nos
mostra e suscita no nosso coração vontades e anseios, que Ele satisfará por
irmos ao Seu encontro.
Após
a celebração, a comunidade paroquial de Alfeizerão que se fez representar em
grande número, formou-se em cortejo dirigindo-se às novas instalações do Centro
Social Paroquial, para a bênção e inauguração.
Na
cerimónia, estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, o
diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Leiria, a presidente da
Junta de Freguesia, entre outras individualidades e instituições de caráter
cultural da vila.
-D. José Policarpo abençoou
o Centro Pastoral José Nazário.O sonho de José Nazário, ficou cumprido. Aquele benemérito ofereceu o terreno e os 260 mil euros necessários para a edificação de um Centro Comunitário e Pastoral no Casal Pardo e a obra tornou-se realidade no domingo, 6 de novembro de 2011, tendo recebido a bênção do Cardeal Patriarca de Lisboa.
D. José Policarpo, considerou a dádiva como um exemplo que hoje em dia é muito difícil de encontrar, ou seja, utilizar os bens e rendimentos com o destino que esteja de acordo como coração que vê, pois é preciso que estes exemplos sejam semente de uma sociedade nova. Precisamos cada vez mais de ser uma sociedade solidária, afirmou a mais alta figura da Igreja no nosso País, que deixou o repto ao pároco Joaquim Vieira Gonçalves a pôr as crianças a contatar com as pessoas idosas, fazendo sentir a beleza do amor.
O Centro Pastoral integra um centro de convívio para idosos e um espaço para catequese, equipado com seis salas e um recinto polivalente, destinado a crianças do Casal Pardo, Casal Velho e Valado de Santa Quitéria, todas da Paróquia de São João Batista, de Alfeizerão, num terreno com área de 530, 00 m2.
Paulo Silveira, da comissão de obras, esclareceu que o benemérito tinha o desejo de fazer a ligação entre jovens e idosos num projeto cristão, enquanto o presidente da Câmara de Alcobaça salientou que este projeto concretizou o sonho de várias gerações. Paulo Inácio frisou que as sociedades modernas precisam arranjar espaços de contato intergeracional, por forma a reforçar valores importantes, de honra, de família, de palavra, que é urgente incutir nas gerações incutir nas gerações mais jovens.
Visivelmente emocionado, José Nazário destacou o empenho dos responsáveis que com ele idealizaram este edifício, onde pretende que crianças e adultos se tornem bons cristãos e bons cidadãos.
-Ponderada a fecundidade e riqueza da
sua vida,
compreende-se que D. José Policarpo, tenha afirmado que de facto, o Cónego Serrazina foi dos membros notáveis do presbitério de
Lisboa na segunda metade do século XX (in Prefácio do livro Cónego José M. Serrazina, edição da Caritas
Portuguesa em cooperação com a Paróquia da Benedita).
Esta
obra foi apresentada no dia 8 de julho de 2012, no Centro Comunitário Pastoral
da Benedita, com a presença do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo e o
presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca.
D. José Policarpo é referido ainda mais
vezes neste Dicionário.
Pombo, Maria Manuela
Costa,
nasceu em Alcobaça, a 12
de julho de 1941.
Casada
com José Pombo, com quem tem um filho, sempre viveu em Alcobaça e trabalhou na
Conservatória do Registo Civil durante 46 anos.
-Ao Região de Cister, Manuela Pombo contou
que desde muito nova começou a trabalhar e, ao longo da vida, sempre gostou de
colaborar em iniciativas relacionadas com as coletividades. Entre outras
funções, pertenceu à direção dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, e foi
responsável pela secção de patinagem artística da AACD.
Começou
a trabalhar no Registo Civil como uma ocupação de férias. Pediu ao pai para lhe
arranjar uma ocupação e como conhecia um
senhor que trabalhava no registo civil por lá permaneceu até ao começo do ano
letivo. Como gostava daquilo que
estava a fazer, o dilema surgiu entre o continuar a trabalhar e ir estudar.
Lá pedi ao meu pai para ficar no trabalho
como praticamente e fui estudar à noite, mas não conseguindo conciliar o
trabalho com os estudos acabou por abandonar a escola.
Entrou
na função pública como copista e, subiu na carreira até atingir o escalão
máximo, ajudante de conservador do registo civil.
A
idade não perdoa e Manuela Pombo está aposentada há alguns anos.
O
gosto e as solicitações de que tem sido alvo para colaborar com coletividades e
instituições sem fins lucrativos, fazem ainda parte do seu quotidiano. As pessoas pedem-me para fazer parte e não
consigo dizer que não.
-Foi
Presidente da Junta de Freguesia de Alcobaça, ao longo de 3 mandatos
sucessivos, eleita sempre em listas do PSD.
No 1º. mandato de 2001 a 2005, tomou posse a 7 de janeiro de 2002,
tendo como Secretário, Diamantino Madeira Faustino (CDU) e Tesoureiro, Eduardo
José Bento Coelho Semião (PS).
No 2º. mandato de 2005 a 2009, tomou posse a 26 de outubro de 2005,
tendo como Secretário, Luís Afonso Peres Pereira (PSD) e Tesoureiro, José Luís
Rodrigues Silvério (PSD).
No 3º. mandato de 2009 a 2013, tomou posse a 29 de outubro de 2009 tendo
como Secretário, José Luís Rodrigues Silvério (PSD) e Tesoureiro Luís Manuel
Brás Querido (CDS-PP).
O PS
e o CDS/PP foram os partidos menos votados para a Assembleia de Freguesia de
Alcobaça nestas eleições mas conseguiram, todavia, tirar dividendos e negociar
com o PSD, entrando para o executivo da junta deixando de fora a CDU e os
independentes. O PS para a Assembleia de Freguesia elegeu quatro elementos,
contra três independentes, três da CDU, dois do PS e um do CDS, pelo que teve
de negociar dado lhe faltar a maioria absoluta que perdeu por várias centenas
de votos. Manuela Pombo preferiu não comentar este entendimento, a que foi alheia.
Diz que gosto de
desafios, de lidar com pessoas, não sou capaz de estar parada.
-Organizado
pelo Clube de Natação de Alcobaça, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça,
Junta de Freguesia de Alcobaça e pela Associação de Natação do Distrito de
Leiria, decorreu no dia 21 de Janeiro 2011, a XIV edição do Torneio Junta de
Freguesia de Alcobaça, para a categoria de cadetes, prova que contou com a
participação de 110 nadadores, em representação de vários clubes.
O
Torneio realizou-se a uma sexta-feira, por causa das eleições presidenciais, o
que não constituiu óbice a uma excelente e bem organizada jornada de promoção
da natação, como aliás é apanágio do CNAL.
-No dia 20 de outubro de
2013, domingo, foi inaugurada a nova sede da Junta de Freguesia de Alcobaça, no
edifício da antiga Escola Primária.Dezenas de pessoas marcaram presença, entre as quais Paulo Inácio, presidente da Câmara, Isabel Fonseca, presidente da União de Freguesias de Alcobaça e Vestiaria, Rogério Raimundo, ex-vereador da CDU e vários membros da Assembleia Municipal.
A inauguração foi feita pela antiga Presidente de Junta, Manuela Pombo, que não conseguiu conter as lágrimas depois de 12 anos a lutar por um edifício para a Junta com melhores condições.
Manuela Pombo, é referida várias vezes
neste Dicionário.
Pombo,
Pedro da Silva Domingos, nasceu
em 5 de julho de 1970.
Estudou até
ao 9º ano e é Sócio-Gerente da empresa de Segurança contra incêndio em
edifícios. Com 6 anos, iniciou a acitividade na Fanfarra dos Bombeiros de
Alcobaça. Depois passou para bombeiro, até cessar funções de adjunto de comando
no ano de 2016. Neste momento assumiu
a presidência da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Alcobaça, substituindo o comerciante Antero de Campos.
A
Assembleia Geral, que elegeu os novos corpos sociais, decorreu no dia 28 de
dezembro de 2016 no quartel da corporação, tendo a lista encabeçada pelo antigo
adjunto do comando, sob o mote Reforçar a Dinâmica de Futuro, a única a
sufrágio e sido eleita com 79 votos a favor, um contra e oito abstenções.
Já estou nesta casa há
mais de 40 anos. Entrei aos 6 anos para
a Fanfarra e com o conhecimento e experiência que já tenho nesta corporação vi
na saída da atual Direção uma oportunidade para ajudar mais os Bombeiros de
Alcobaça,
Na
hora da saída, Antero de Campos sublinhou que passados 13 anos era tempo de dar a pasta a uma nova equipa para manter
a dinâmica da instituição, razão pela
qual tal, como como os restantes corpos sociais, foi decidido não se
recandidatarem.
A
corporação dos Bombeiros emprega 25 funcionários, contando com 80 bombeiros no
quadro ativo e de reserva e dez no quadro de honra.
Pombo entrou com 6 anos para a Fanfarra dos
Bombeiros e desde então nunca mais se desligou dos Bombeiros. Era o Comandante
Adjunto (não existe o lugar de segundo comandante), sendo o Comandante Mário
Cerol.
Marco Faustino assumiu a presidência da
Assembleia Geral e Renato Jácome a do Conselho Fiscal.
Da
nova lista, apenas três nomes transitam da anterior, entre os quais o eterno e jovem Basílio Martins.
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