sexta-feira, 18 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Piedade, Francelina Canha, já pela década de 1920 ganhava a vida em Alcobaça, a conduzir automóveis de aluguer.
Mas não só.
Segundo os registos conhecidos, terá sido a primeira motorista profissional portuguesa a guiar camionetes de passageiros. E se outros predicados não tivesse, há pelo menos que referir que foi negociante, ciclista, cocheiro, caçadora (atirava bem aos coelhos), e mãe de família. Existe na posse da família, o original do alvará, passado pela Câmara Municipal de Alcobaça, em 15 de dezembro de 1922, sendo Presidente Leonardo Taveira Pinto, correspondente à matrícula de cocheiro, que lhe concedeu licença a para bolear ou dirigir carros de transportes de pessoas, por aluguer, cumprido que estava o Regulamento para a Polícia e Trânsito de Veículos no Distrito de Leiria.
Segundo a própria Francelina, em entrevista publicada em O Século, de 11 de setembro de 1973, aliás depois da sua morte, antes de lidar com automóveis, tinha tido uma alquilaria, com trens e carros de aluguer. Havia bons fregueses e o negócio não era mau. Mas vieram os automóveis e a coisa começou a fraquejar. Toda a gente preferia os carros sem cavalos.
Como e com quem aprendeu a conduzir automóveis?
Foi o Manuel Moreira, mecânico da Bussing, cá de Alcobaça, que me ensinou. Tinha ido especializar-se à Alemanha. E tinha eu 29 anos, contou de uma vez D. Francelina. No 1° de maio de 1923, comprou um Citröen, de meia mola, por 23 contos de reis, sendo que nessa altura ainda não tinha carta de condução. Andei a guiar dois anos sem carta. Fiz exame em 1925. O primeiro exame que fiz foi o de ligeiros-amador, em 26 de maio de 1925 e a minha carta tem o n° 6840, tendo sido o examinador Vasco Calisto (Pai).
A Empresa de Camions de Alcobaça, Ldª, tinha ido à falência e encontrava-se em fase de liquidação do património, quando a Sociedade de Automóveis Cruz de Cristo Ldª, foi constituída em 21 de janeiro de 1929. Foram seus sócios fundadores além de Francelina Piedade Canha, José Emílio Raposo de Magalhães, José Ferreira da Silva, Tomás Gonçalves Marques, Francisco Ferreira da Bernarda e Albertino Graça Ferreira. Foi nesta altura que D. Francelina tirou a carta de condução de serviços públicos. A Sociedade de Automóveis Cruz de Cristo, Ldª ainda existe, como se sabe.
Em agosto de 1930, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal fez saber por edital que a praça de automóveis passa a ser às segundas, terças, quartas e sextas-feiras na Praça Afonso Henriques, na parte destinada à venda da fruta e nos restantes dias na Praça do Município, ou seja na antiga Estrada n° 10, que atravessava a dita praça.
Hoje, ninguém se lembra que na na tiga Praça da Fruta os carros ficavam com a frente voltada para a praça, colocando-se no local mais aproximado da Estrada Porto-Lisboa. Por sua vez, na Praça do Município, os carros dispunham-se de frente para as casas existentes do lado poente, começando a sua arrumação a ser feita em frente da casa de Alberto Neves Hipólito, à direita uns dos outros.
E as camionetes?
O lugar destas era na Praça do Município, na parte da antiga E.N. n° 10, começando a sua arrumação a ser feita em frente da esquina da Casa Natividade e também à direita umas das outras. Para facilitar o acesso dos passageiros, e disciplinar a concorrência, as camionetas de carreira ordinária que eram as da Cruz de Cristo Ldª e a de Campos & Trindade, poderiam estacionar com meia-hora de antecedência nos locais a elas destinados, que eram o mais próximo da Estação Telégrafo-Postal e ao lado da Praça da Fruta, mesmo ao Domingo, desde que estivessem a trabalhar e não prejudicassem o trânsito.
Mulher de negócios, com boné e por vezes de gravata posta, ar encorpado, andava sempre atarefada. Um dia pretendeu competir numa competição automobilística, o Quilómetro Lançado da Reta de Tornada-Caldas da Rainha pois, se sabia guiar tão bem como os outros, também podia ser que fizesse figura a correr. Inscrevi-me, paguei 100 escudos. No fim de contas só assisti à corrida, pois não me deixaram correr. Explicaram-me que a corrida era para homens e amadores.
A vida de Francelina Canha Piedade, que sempre decorreu em Alcobaça, é curiosa e a seu modo emblemática, pois representa a luta para contornar os acentuados preconceitos e descriminação sexual. Os vizinhos pasmavam-se e criticavam-na, como reconhecia a própria, mas isso pouco importava, o que importava era tratar da sua vida.
-Faleceu em 1972.                                             
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Salazar, Caetano e Outros.
Pimenta, Carlos dos Santos, nasceu em Alcobaça, a 26 de setembro de 1916, mas desde muito cedo mudou-se para Leiria onde, depois de concluir estudos, começou a exercer como solicitador encartado.
Foi o primeiro Presidente da Câmara de Leiria, eleito depois do 25 de abril, aliás em listas do PPD/PSD. Ao longo da vida, muito diversificada, foi presidente da Região de Turismo Rota do Sol, colaborador da Misericórdia e Hospital, bem como ainda um dos fundadores da União Desportiva de Leiria (fundada em 6 de junho de 1966). Por tudo isso e dadas as caraterísticas de homem solidário, granjeou muita estima e respeito.
Foi filho do Alferes Pimenta, que teve destaque no Movimento de Santarém em 1919, no qual interveio o Quartel de Alcobaça em defesa da República, o que veio a dar origem à atribuição da Torre e Espada à Vila de Alcobaça, conforme se descreve com detalhe em No Tempo de Salazar, Caetano e Outros (Fleming de Oliveira).
Pimenta, Eliseu Ribeiro, nascido a 20 de outubro de 1963 em Ribafria/Benedita, é licenciado em Geografia e Planeamento Regional e Urbano pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e professor do Ensino Técnico – Profissional e Técnico Superior de Planeamento/Coordenador da Equipa do Projeto de Urbanismo e Arquitetura.
É autor de Benedita, Futuro Concelho?, caraterização geral da freguesia, análise da lei quadro da criação de Municípios.
A propósito desta obra, o Correio da Manhã, de 26 de setembro de 1995 registou que de Eliseu Ribeiro Pimenta saiu a público o livro Benedita, Futuro Concelho? edição do autor que mereceu o patrocínio da Junta de Freguesia da Benedita, vila do Concelho de Alcobaça, afamada pelos dotes de trabalho de seus filhos que souberam desenvolver um verdadeiro universo industrial, muito ativo e diversificado. De modo especial a partir da década de 70 registou-se ali um verdadeiro boom industrial. Ampliaram as tradicionais fábricas de calçado, cutelaria e marroquinaria, cresceram antigas unidades de serralharia civil, metalomecânica e mobiliária, como se implantaram novos polos de produção fabril, desde o fabrico de instrumentos e equipamentos médico-cirúrgicos de precisão, a alimentos compostos para animais. Este último setor justificou-se pelo facto de ser a Benedita importante centro produtor de carne de frango e suíno. Ao extraordinário desenvolvimento registado nesta freguesia, aliaram-se a seu tempo novas atividades terciárias, quer para apoio da indústria local quer para dar resposta a uma população sempre crescente.
Pimentel, Afonso Rodrigues, nasceu a 21 de novembro de 1931 em Alcobaça, onde sempre viveu e trabalhou em vários lugares e funções.
Começou na Abadia de Alcobaça (fábrica de licores), seguidamente e durante muitos anos em Raul da Bernarda (cerâmica doméstica e decorativa), até que foi sócio de Carlos, Costa e Pimentel, Ldª (cerâmica doméstica e decorativa).
Pessoa sociável, fazia relações com facilidade com clientes e amigos.
Nos tempos disponíveis, gostava de caçar e ver cinema, ir ao futebol, além de conviver com amigos e clientes.
Pertenceu ao Racho Alcoa, aos corpos sociais do Ginásio CA, foi Presidente da Associação Alcobacense de Cultura e Desporto e fez teatro amador.
Amigo de Sousa Cintra (presidente do Sporting), tinha lugar cativo no Estádio de Alvalade.
-Faleceu em 16 de agosto de 2002, vítima de cirrose hepática.
Pina, Guilherme, do Benedita Sport Club de Natação, ainda do escalão júnior, venceu a 18 de abril de 2015, a prova de 5.000 metros absolutos no Campeonato Nacional de Longa Distância em natação, que decorreu no Centro Olímpico de Piscinas de Coimbra.
A Federação Portuguesa de Natação informou que o atleta do Benedita nadou a distância com a melhor marca do ano, júnior de 17 anos, em 54m,46,23.
Por sua vez, outros atletas da região estiveram em destaque nos Campeonatos Nacionais de Inverno, que decorreram no Jamor, com a conquista de diversos títulos.
Guilherme Pina bateu o recorde nacional de juniores nos 1.500m livres, com o tempo de 15m31s96, e garantiu os mínimos para os Campeonatos da Europa, que vão decorrer em 2016. O jovem nadador beneditense esteve em destaque logo no primeiro dia da competição, ao estabelecer o novo recorde nacional júnior nos 800m livres, com a marca de 8m09s87, obtendo igualmente mínimos para o Europeu de Juniores. Guilherme Pina obteve quatro títulos de Campeão Nacional, sendo dois no escalão júnior e dois absolutos, além do 2.º lugar nos 400m livres no escalão júnior.
Na competição, Francisco Santos, do Benedita Sport Clube de Natação, sagrou-se campeão nacional dos 100m costas com 57s81 em absolutos e juniores, foi 2.º nos 100 livres e 3.º lugar nos 200m costas no escalão júnior.
Inês Silva, do Clube de Natação de Alcobaça, sagrou-se campeã nacional de juniores, nas provas de 50m e 100 m bruços, sendo ainda vice-campeã nacional de absolutos naquelas provas. A nadadora de Alcobaça destacou-se nos 100m bruços, que venceu com o tempo de 1m12s51, ficando a escassos 51 centésimos dos mínimos de participação no Europeu de Juniores, que se realizam na cidade húngara de Hodmezovasartely, entre 6 e 11 de julho. A nadadora do Clube de Natação de Alcobaça obteve, ainda, a medalha de bronze nos 200m estilos em juniores, com o tempo de 2m23s91.
-Guilherme Pina, bateu dois recordes nacionais no Europeu de Juniores de 2016, que decorreu na cidade de Hódmezovásárhely/ Hungria.
O nadador estabeleceu o máximo nacional dos 1.500 metros livres, obtendo o 6.º lugar da final, com o tempo de 15m,23s,46, retirando mais de 8 segundos ao anterior máximo, que já lhe pertencia. Um dia depois, Guilherme Pina repetiu a proeza, sendo 6.º classificado nos 800 metros livres, com o tempo de 8m,6s,97, novo recorde nacional da categoria. Antes daquela proeza, o jovem internacional já tinha quebrado o recorde pessoal dos 400 metros livres, com a marca de 3m,59s,83, ainda assim um resultado insuficiente para chegar à final. O atleta da Seleção Nacional de juniores quedou-se pela 27.ª posição, mas reservou-se para as distâncias mais longas, nas quais confirmou o potencial que tem exibido nos últimos anos.
Pintasilgo, Maria de Lourdes Ruivo da Silva de Matos, candidata às eleições presidenciais de 1986, foi a primeira dos candidatos a visitar Alcobaça, tendo-o feito ainda num período de pré-campanha.
Dadas as circunstâncias, não se registou qualquer manifestação dos simpatizantes da sua candidatura. A sua presença ficou assinalada com um almoço convívio num restaurante de Alcobaça, onde estiveram presentes além dos mandatários Distrital (Gonçalves Sapinho) e Concelhio, algumas dezenas de apoiantes.
-Lourdes Pintasilgo, nasceu em Abrantes,18 de Janeiro de 1930  e faleceu em Lisboa a 10 de Julho de 2004, foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo chefiado o V Governo Constitucional, em funções de Julho de 1979 a Janeiro de 1980 e a terceira mulher a desempenhar o cargo de primeiro-ministro na Europa, depois da croata Savka Dabčević-Kučar e dois meses depois da tomada de posse de Margaret Thatcher.
Foi candidata independente às eleições presidenciais de 1986, as mais competitivas e polarizadas do regime democrático português, onde pela primeira vez os candidatos eram civis e não militares. Sem o apoio de máquina partidária e gozando do prestígio que recolhera enquanto primeira-ministra, Maria de Lourdes Pintasilgo formalizou a sua candidatura em 9 de dezembro de 1985, com cerca de 15 000 assinaturas e surgia como a candidata mais bem posicionada nas sondagens, recolhendo elevadas percentagens das intenções de voto. Todavia, na primeira volta, foi preterida em face dos candidatos de esquerda, dotados de apoios dos partidos. Os resultados eleitorais traduziam o triunfo dos aparelhos partidários sobre as apostas singularizadas, penalizando fortemente a que havia sido a candidatura mais personalizada, a de Maria de Lourdes Pintasilgo, com 7,4% dos votos.
Pinto, David, antigo e conceituado comerciante de Alcobaça nasceu em 1907 e faleceu no dia 10 de maio de 1985.
Desde cedo, revelou-se defensor dos ideais republicanos e democratas, tendo feito parte do grupo que, em 1931, fundou o Voz de Alcobaça. Durante o período do Estado Novo participou em diversas campanhas com a oposição democrática. Após o 25 abril ingressou no Partido Socialista através da Secção de Alcobaça.
Em 1999 a Secção de Alcobaça do PS festejou os seus 25 anos de existência com um almoço que reuniu corpos dirigentes (José Miguel Medeiros Deputado à Assembleia da República e Presidente da Federação Distrital do PS, Alberto Costa, deputado e Ex-Ministro da Administração Interna, natural de Évora de Alcobaça), militantes, autarcas e simpatizantes. Aquando dos discursos não foi esquecido David Pinto, nome histórico do PS de Alcobaça. Mário Amaral, em representação dos fundadores da Secção, referiu que somos um grupo e desse grupo eu gostaria de destacar o camarada David Pinto que foi quem mais contribuiu para que esta secção seja hoje o que é e propôs que à sala de reuniões da secção fosse dado o nome de David Pinto.
-Segundo Leonel Fadigas, que com ele ainda chegou a conviver, embora as diferenças de idade fossem elevadas, David Pinto (1907-1985) foi uma destacada personalidade social e política de Alcobaça, onde desenvolveu, desde cedo uma importante atividade comercial. Foi escriturário da casa agrícola Raposo de Magalhães onde, na década de 1920, se cruzou com Manuel de Sousa Ribeiro, o qual posteriormente, foi o criador da emblemática Ginja de Alcobaça M.S.R., marca registada em 1930. Poucos anos mais tarde haveria de lhe adquirir a marca e a fórmula de fabrico, dando-lhe continuidade. Em 1940 criou a sociedade comercial David Pinto & Companhia, Lda que, durante muitos anos, comercializou aquela bebida identitária de Alcobaça, à qual o seu nome ficou permanentemente ligado.
Desde muito novo envolvido nos movimentos cívicos e políticos de oposição ao Estado Novo, David Pinto foi uma personalidade muito ativa e respeitada da Oposição Democrática, em Alcobaça e no distrito de Leiria. A sua personalidade afável e o exemplo da sua permanente disponibilidade para integrar iniciativas e ações de combate político ao Estado Novo fizeram com que tivesse sido sempre uma referência importante da área política onde se inseria.
 Membro da Ação Socialista Portuguesa, organização política antecessora do Partido Socialista, a seguir ao 25 de abril de 1974 foi uns dos fundadores da secção de Alcobaça do Partido Socialista com Mário Bandeira, Mário Amaral e Joaquim Matias Ferreira.
-O licor de ginja MSR surgiu em Alcobaça na década de 1920, pela mão de Manuel de Assis da Silva Daun e Lorena Guimarães Oliveira de Souza Ribeiro (1894-1976), nascido em Cedofeita/Porto, no seio de uma família brasonada e abastada, com formação cultural e académica superior obtida em Inglaterra. Veio para Alcobaça e sabe-se que na década de 1920, trabalhou nas duas mais importantes casas agrícolas de Alcobaça, no sector de produção de vinhos e aguardentes, tendo-se transformado num reputado especialista em vinhos, vinagres e aguardentes.
Com os seus conhecimentos e em desafio às ginjas caseiras que proliferavam por Alcobaça, (saídas do Mosteiro de Alcobaça), propôs-se fazer a melhor das ginjas, desenvolvendo uma fórmula de fabrico que se mantém inalterada até hoje, criando a Ginja MSR, cujo registo da marca data de 1930.
Na Casa Agrícola Raposo de Magalhães, Manuel de Sousa Ribeiro, conheceu David Pinto (1907-1985), escriturário, que com uma clara visão das potencialidades e qualidades do Licor de Ginja, lhe adquiriu, na década de 30, a fórmula exclusiva de fabrico, fundando em 1940, a firma David Pinto & Companhia, Lda., que desde essa altura produz o Licor de Ginja MSR.
Pinto de Abreu, Carlos Alberto Ribeiro, nasceu a 12 de junho de 1967, em Caldas da Rainha, e viveu em Alcobaça até aos 17 anos, aí frequentando e finalizando o Ensino Básico e Secundário.
Trata-se de um renomado e distinto advogado lisboeta, que tem prestigiado a classe e a justiça.
Em 1984 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, no ano propedêutico, tendo iniciado e terminado a licenciatura em Direito nos anos de 1985 e 1990, respetivamente. Seguidamente, entre 1991 e 1992, frequentou e concluiu a Pós-Graduação em Estudos Europeus, na dominante jurídica, também na Universidade Católica.
Exerce a advocacia desde 1992, tendo iniciado a carreira no escritório do Professor Germano Marques da Silva que, mais tarde, no ano de 2000, se tornou uma sociedade de advogados – Germano Marques da Silva e Associados, Sociedade de Advogados RL – e da qual foi sócio fundador e administrador executivo.
Mais tarde, em 2007, fundou a sua própria sociedade de advogados denominada Carlos Pinto de Abreu e Associados, Sociedade de Advogados RL, que tem escritórios em Lisboa e no Porto. Para além de sócio fundador e maioritário, Presidente do Conselho Geral e advogado na sociedade Carlos Pinto de Abreu e Associados, é membro da Direcção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), desde 2013, da Direcção da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), desde 2017.
Ao longo da sua carreira, exerceu diversos cargos na Ordem dos Advogados, tais como Vice-Presidente do Conselho Superior (2011-2013), Presidente do Conselho Distrital de Lisboa (2008-2011), Vogal no Conselho Geral (2005-2007) e Vogal e Presidente na Comissão dos Direitos Humanos (2002-2007).
Foi ainda Presidente de Júris de Agregação e Coordenador da área de Prática Processual Penal no Centro de Estágio do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, membro no Grupo de Trabalho para a Revisão do Sistema de Execução de Penas, membro da Comissão de Acompanhamento do Sistema de Vigilância Electrónica de Arguidos em Obrigação de Permanência na Habitação e membro da Unidade de Missão para a Reforma Penal.
Foi membro da Comissão de Ética do SAAPE e membro, designado pelo Ministério da Justiça, representante na Comissão de Fiscalização dos Centros Educativos. Pertenceu ao Júri de acesso a auditores de justiça ao Centro de Estudos Judiciários e membro do Júri do 4º concurso curricular de acesso ao Supremo Tribunal de Justiça.
Desempenhou funções de docente universitário, nas cadeiras de Direito Penal e de Direito do Trabalho, sendo que hoje em dia apenas leciona em regime ocasional em cursos de pós-graduação.
Para além dos cargos que exerceu, é autor de diversos livros e inúmeros artigos.
Na área dos Direitos Humanos, que muito valoriza, publicou quatro obras de referência, em colaboração com outros autores, académicos e profissionais do foro. Publicou outras obras e artigos, relacionados, principalmente, com temas de Direito Penal e Processual Penal, de Direito da Família e de Menores, de História e de Direitos Humanos.
-Carlos Pinto de Abreu tem um percurso profissional distinto e relevante. A sua advocacia e o  escritório pautam-se por princípios e regras bem definidas, de rigor, independência e integridade.
A utilidade do exercício da Advocacia e o valor acrescentado dos serviços jurídicos está na resposta pronta, na antecipação dos problemas, na prevenção dos riscos, na utilidade do aconselhamento, na minimização dos danos, na proactividade dos conselhos, na qualidade do patrocínio e na efectividade da defesa.
O trabalho ou a actividade de um Advogado ou de uma Advogada é também uma tarefa difícil e complexa, não apenas jurídica, mas de visão, de estratégia e de gestão, sempre rica, inovadora, aliciante, única e irrepetível, porque geradora de mais-valias significativas ou minimizadora de riscos não negligenciáveis.
O exercício da Advocacia é bem mais do que uma simples e formal prestação de um serviço jurídico, tradicional, concreto, estanque e pronto a entregar ou a prestação de serviços simples, isolados, cegos, assépticos, pré-preparados, repetíveis, ocasionais e autonomizáveis.
Mas porque não se prescinde de um saber de experiência feito… e de vida, a atividade do Advogado e da Advogada é uma prestação humana, transversal, global e complexa, pois que se não circunscreve a fronteiras estritas, a ramos específicos do direito, a compartimentos estanques da prática ou a etiquetas delimitadoras do jurídico e de outras ciências jurídicas auxiliares, ou não.
-Desportista, ainda muito novo, foi campeão regional de Leiria em juvenis nos 400 metros barreiras e na estafeta de 4x100 metros e campeão regional absoluto em 4x400 metros. Tem  participado (sem especiais preocupações com os resultados) em provas de estrada em Portugal e no estrangeiro, tendo já mais de duas dezenas de maratonas concluídas, designadamente em Tóquio, Londres, Nova Iorque, Boston, Chicago, Dublin, Estocolmo, Madrid, Barcelona, Valência, Porto e Lisboa.
Pinto Marques, João Silva Carvalho, nasceu em Lisboa a 23 de julho de 1971, tendo estudado no Colégio S. João de Brito e concluído o curso de Engenharia Química na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Filho de Maria Teresa Carvalho Pinto Marques e António Pinto Marques ambos médicos em Lisboa e residentes em Cascais, durante alguns anos foi Gerente Executivo de Raúl da Bernada & Filhos, Ld.ª, aliás o último, dado que a fábrica veio a encerrar a atividade.
É neto de José Silva Carvalho e bisneto de Mariana da Bernarda, que se podem ler aqui.
Pinto Júnior, José, natural de Alcobaça, comerciante estabelecido, no nº 11 da Rua 16 de Outubro, com a Casa das Meias.
Com a demissão de Jorge de Jesus Nogueira Silvestre, Presidente da Comissão Administrativa da CMA, interinamente passou a ocupar o lugar Gilberto Magalhães Coutinho, Vice-Presidente e Vereador dos Mercados e Feiras, do Abastecimento Público e dos Serviços Municipalizados. Os Vereadores António da Silva Rosa, Alberto Serrano e João Lameiras de Figueiredo, apresentaram também as respetivas demissões em 2 de Abril de 1975, pelo que, se impunha constituir uma nova CA para a CMA. Após demoradas negociações, já que o Governador Civil de Leiria, Rocha e Silva, queria favorecer determinadas forças, veio a ser empossada em 6 de Maio de 1975 a nova CA, com a seguinte composição:
PRESIDENTE: José Pinto Júnior (PCP). VOGAIS: Gilberto Magalhães Coutinho e Celeste Vilhena Costa, (MDP/CDE), Vitalino Casinhas e Leonel Afonso Belo (PS), Alfredo Carvalho Lino (PPD), e José Ventura Duarte (Independente).
José Pinto, filiado no PC, aos 55 anos de idade, reconhecia que não tinha preparação para o lugar e que, por isso, nunca havia pensado ser Presidente da Câmara. O próprio, segundo Mário Vazão, também reconhecia a sua falta de perfil e empolava o sacrifício que fazia, em cumprimento de uma tarefa partidária, que até lhe fez perder alguns quilos.
Aquando da muito concorrida tomada de posse no Governo Civil de Leiria, a 6 de Maio de 1975, Fleming de Oliveira, mandatado pela Comissão Concelhia de Alcobaça do PPD, pediu a palavra para contestar a nova Presidência da CA, com o argumento que o lugar iria ser ocupado por José Pinto, indigitado por um partido minoritário (PCP), não representativo em face dos recentes resultados eleitorais para a Assembleia Constituinte.
Rocha e Silva, à falta de melhor argumento e confrontado, mais tarde, com a  contestação popular à CA de José Pinto, disse a Mário Vazão que o Sr. Pinto está na Câmara por comum acordo dos partidos políticos (o que não é verdade). Houve aqui, depois da saída do Eng. Silvestre, muitas sessões para se formar a Câmara de Alcobaça. Se apareceu como está, foi de comum acordo (o que não é em nada verdade) com os partidos políticos, eles é que representam a vontade de povo (o que também é falso). Se o Sr. Pinto é filiado no PC não interessa, pois o PPD e o PS não apresentaram candidatos, pelos menos à altura.
Pinto que não era um ingénuo, além do que não tinha preparação, nem currículo para o lugar, como era público e notório, além de ser um fiel ortodoxo militante do PC, pouco tempo depois de ter tomado posse como Presidente da CA, desabafou a Mário Vazão que precisavam de alguém para o lugar, para queimar, pelo que eu nada tenho a perder e prontifiquei-me.
A muitos alcobacenses, José Pinto deu a perfeita ideia, que gostava do lugar e estava disposto a continuar a sacrificar-se, apesar da falta de qualificação, da falta de apoio popular e dos acontecimentos que vieram a determinar a ocupação da Câmara em Julho de 1975. De facto, ainda segundo Mário Vazão, José Pinto contou que o Governador Civil de Leiria, insistiu para que não se demitisse, mas pus-lhe condições, como seja a remodelação dos meus auxiliares. Pelo menos dois não concordo que continuem.
-Na sequência dos incidentes que determinaram o assalto e ocupação da Câmara Municipal, realizou-se, no sábado, dia 26 de julho de 1975, um Plenário para a Freguesia de Alcobaça eleger o seu representante para a constituição da nova CA da CMA. Nesse sábado ou porque as pessoas foram avisadas com pouca antecedência, ou por outro motivo qualquer, a sala reservada para o efeito, junto ao Tribunal, então no primeiro andar da ala norte do Mosteiro, registou escassas dezenas de pessoas, pelo que foi decidido adiar o Plenário para o dia seguinte, domingo, sendo que desta vez a sala encheu-se, com muita gente, ordeira e interessada, proveniente de todas as camadas sociais e mesmo de lugares do concelho. Após esclarecimentos por parte dos promotores da reunião, seguiu-se uma votação, onde não havendo listas, nem cadernos eleitorais, cada um, poderia votar em quem muito bem entendesse. Em votação secreta, os nomes mais votados foram, Joaquim Zeferino Lucas, Vítor Figueiredo, Manuel Alberto Tomas Correia, Augusto Simões, António Zeferino, Manuel da Bernarda, João Monteiro, Adão Lameiras, e José Carlos Teixeira. Estes começaram sucessivamente a declinar a responsabilidade, pelos mais variados motivos, familiares, políticos ou profissionais. Dado que nenhum parecia disposto a aceitar, a assembleia começou a protestar e exigiu que Joaquim Zeferino Lucas, conceituado comerciante de móveis, estofos e decorações, por ter sido o mais votado, aceitasse o lugar. A escolha foi aprovada por aclamação. Em seguida, a Mesa propôs ainda que se efectuasse uma recolha de assinaturas a solicitar a libertação dos presos em Caxias, Tarcísio Trindade, Luís do Couto Serrenho Capador, Mário Amaral, Carlos Leão da Silva Caranguejo e Hernâni Bastos. A proposta foi aprovada por aclamação, começando-se imediatamente a recolher assinaturas.
Na segunda-feira à noite, realizou-se a reunião, para a escolha, entre os eleitos, dos futuros Presidente e Vice-Presidente. Estavam presentes os delegados, Joaquim Zeferino Lucas, por Alcobaça, José Eduardo da Silva e Sousa, por Alfeizerão, Firmino Franco, por Alpedriz, Diamantino do Couto Ferreira, por Benedita, José Eusébio da Silva, por Cela, António Gomes Barbosa Ribeiro, por Coz, Manuel da Silva Rodrigues, por Évora, Carlos Ribeiro Claro, por Prazeres de Aljubarrota, António Agostinho Marques, por Turquel e José Fernando Alexandre Ramalho, por Vimeiro. Faltaram os delegados de Maiorga, Pataias, S. Martinho do Porto, Bárrio e Vestearia. Feita nova votação, por escrutínio secreto, mas sempre sem cadernos eleitorais, deu como resultado que fossem eleitos Joaquim Zeferino Lucas, como Presidente e Diamantino do Couto Ferreira, respeitado comerciante da Benedita, como Vice-Presidente.
A escolha destes, acabou por ser irrelevante, dado que a demissão de José Pinto, não foi aceite e o Governo Civil, não reconheceu validade a estes Plenários populares.
José Pinto veio a final a ser substituído por Miguel Guerra, mas depois do assalto à Câmara.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Soares, Caetano e Outros e aqui Partido Comunista Português (Alcobaça), Carlos Leão da Silva (Caranguejo) Hernâni C. Bastos, José C. Serrenho (Capador), Mário Amaral, Tarcísio Trindade.
Piorro, Rosa, que nasceu em 4 de fevereiro de 1919 em Ílhavo numa família muito pobre, filha de um pescador e de uma senhora que lavava roupa para fora, veio viver para Alcobaça ainda nova.
Serviu em casa da parteira Maria Henriqueta aonde cresceu e se fez uma linda rapariga. Conheceu então Acácio Coelho, Serol, com quem veio a casar. Foi companheira dedicada de um homem extrovertido que Alcobaça ainda hoje recorda.
Rosa faleceu com 90 anos em 23 de outubro de 2009, tendo sobrevivido ao marido 10 anos.
-De aparência calma, gostava de se sentar num sofá encarnado, enrolada num xaile negro, com ar descontraído de quem espera sem ansiedade que um cliente entre pela loja de velharias.
Analfabeta, a Rosa Piorro, da Feira da Ladra (onde vendia mobiliário usado e peças provenientes de recheios de casas que comprava), segundo o Região de Cister, tinha um passado cheio de histórias e sempre algo para contar.
Chegou a ir algumas vezes à escola e até tinha jeito, porque sabia as letras todas, só não sabia juntá-las. Mas como era de família pobre, quando os barcos chegavam à praia com as redes, iam logo a correr. Tínhamos que andar quilómetros para apanhar “feixes” de lenha e fazer outros serviços para nos governarmos. Na altura não senti a falta da escola, mas hoje tenho pena de não compreender certas coisas que os outros percebem.
Veio para Alcobaça para tentar melhorar a vida, com cerca de 17 anos, servir para casa de uma senhora parteira, que era da sua terra. Aqui pelo tinha um ordenado e comida, ainda que também trabalhasse muito. Depois namorei e casei.
Enquanto trabalhou, tinha pouco tempo livre. Nunca fui uma pessoa mandriona e tenho sempre que fazer. Ao domingo por vezes as minhas filhas vêm aqui ter comigo e convidam-me para ir dar um passeio. Vamos até a Nazaré ou a Praia de Paredes. Toda a minha família foi gente do mar e eu gosto de ver o mar, apesar de me sentir cansada, gosto de ir.
Pires de Lima, Maria Isabel, Ministra da Cultura do XVII Governo, (antiga militante do PCP) presidido por José Sócrates, esteve em Alcobaça a 8 de abril de 2006, para presidir às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, e aproveitou para apresentar o projeto de constituição da rede dos três monumentos Património Mundial da região.
Deste modo, os Mosteiros de Alcobaça, da Batalha e o Convento de Cristo, ficaram ligados em rede, através de uma rota a que Ministra chamou de Monumentos Património Mundial.
Considerando que o património enquanto produto diferenciado, é um fator de desenvolvimento das economias locais, Isabel Pires de Lima apontou a rota criada como a possibilidade de usufruto integrado de três monumentos nacionais que são três jóias do património português. Se formos capazes de os pôr a funcionar em rota, conseguiremos potenciar muito mais o que têm, disse a Ministra, que defendeu ainda que os monumentos devem encontrar, o mais possível, formas de auto-sustentação.
Em Alcobaça, houve visitas guiadas ao Mosteiro, seguidas de animação lúdica, das 10h30 às 11h30 e das 15h00 às 16h00. O jogo de pistas Mistérios de Cister foi uma das atividades propostas, complementada com um momento musical preparado por alunos e professores para quatro turmas do segundo ciclo da Escola Frei Estevão Martins. O dia previu o tipo de visitas guiadas das 10h30 às 12h30 e das 15h00 às 17h00, com acesso à obra de restauro da Sacristia Manuelina.
As 16h00, foi apresentado o projeto Rota dos Monumentos Património Mundial, na Capela de Nossa Senhora do Desterro. Na mesma ocasião, decorreu o lançamento da visita temática guiada da Rede dos três monumentos do Centro (Convento de Cristo, Mosteiro de Alcobaça e Mosteiro da Batalha), sob a denominação Construção dos Mosteiros: a face desconhecida dos monumentos. A iniciativa foi aberta ao público.
Durante o dia, esteve patente a exposição O tempo e a Moda, uma interessante organização conjunta do Mosteiro e do Museu do Traje, com participação dos comerciantes de Alcobaça.
À noite, a partir das 21h30 decorreu na Sala do Capítulo um concerto, com o Quarteto de Saxofones da Academia de Música de Alcobaça.
-Foi para ouvir e falar de amor, que se juntou um grupo de pessoas no Mosteiro de Alcobaça, no dia 7 de janeiro de 2012. O ambiente (intimista) proporcionou momentos de partilha sobre Inês de Castro: o futuro da memória, tema que para alguns mudou para sempre a cultura portuguesa.
Policarpo, (Cardeal) D. José da Cruz, Cardeal Patriarca Emérito de Lisboa, morreu a 13 de março de 2014, aos 78 anos, na sequência de uma operação a um aneurisma na aorta, no hospital do SAMS, em Lisboa, onde deu entrada depois de se ter sentido bastante indisposto essa mesma manhã.
Padre desde agosto de 1961, foi bispo auxiliar de Lisboa em 1978. A 24 de março de 1998, após a morte do cardeal António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997, assumiu a função de patriarca de Lisboa.
Renunciou ao cargo em 2011, por limite de idade. A resignação foi aceite por Bento XVI, mas só seria confirmada pelo Papa Francisco, que nomeou um novo patriarca de Lisboa (D. Manuel Clemente) a 18 de maio de 2013.
Foi feito cardeal por João Paulo II em 2001 e participou no Conclave de abril de 2005 que elegeu Bento XVI, e no Conclave de março deste de 2013, que escolheu o Papa Francisco.
No Vaticano, o patriarca emérito foi membro do Conselho Pontifício da Cultura e desempenhou essas funções na Congregação de Educação Cristã e no Conselho Pontifício para os Leigos.
-D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha.
Praticamente todas as semanas, D. José Policarpo visitava a Benedita, que sempre frequentou, dada a proximidade com a sua aldeia. A sua casa foi construída na extremidade do concelho das Caldas da Rainha.
Havia paragens obrigatórias. O Café Carmos foi o espaço que escolheu para beber o café, fumar o cigarro (vício de que nunca se libertou) e ler o jornal. Era uma simpatia de pessoa. Tinha sempre uma palavra amiga. Gostava muito de ficar no seu canto, contou Luís Pereira, responsável do espaço.
Há mais de quatro décadas que o Cardeal Patriarca Emérito frequentava o Café dos Carmos, juntamente com a família. Por vezes, juntava-se aqui com os irmãos e os sobrinhos, relembra. Era nas mãos do cabeleireiro Rui Fialho que D. José Policarpo confiava, há cerca de 24 anos, o seu cabelo.
José Vinagre, contou ao Região de Cister, uma história engraçada que viveu com o Patriarca. A rua que dava acesso à casa de D. José recebeu o seu nome. Na ocasião, José Vinagre prometeu a D. José Policarpo sempre a via e a placa limpa, ato que este lhe exigia todas vezes que o encontrava.
-A Câmara Municipal de Alcobaça vinha manifestando reiterado interesse em receber um polo universitário, pelo que para tal Miguel Guerra reuniu no dia 30 de outubro de 1993 com um conjunto de influentes personalidades eclesiásticas, a fim de conseguir as boas graças da igreja para a instalação de um Pólo da Universidade Católica em Alcobaça.
O encontro sobre o qual reinou alguma reserva, teve lugar no restaurante O Telheiro, que nessa noite apenas recebeu os convidados de Miguel Guerra, D. José Policarpo, Reitor da Universidade Católica Portuguesa, o recém-eleito Presidente da Conferência Episcopal, os Bispos de Leiria e de Aveiro, o Cônego José Guerra, o Padre Alexandre Siopa, o Governador Civil de Leiria e os vereadores da Câmara de Alcobaça.
O encontro teve principal objetivo sensibilizar o Reitor da Universidade Católica para que o polo daquela universidade pudesse vir para Alcobaça. Contudo, se o desejo é ambicioso por si, tornava-se ainda mais quando Alcobaça tinh de disputar o objetivo com Caldas da Rainha, cuja Câmara javançou com um avultado subsidio a conceder durante 10 anos.
-O Cardeal Patriarca inaugurou o retábulo da Igreja Paroquial da Benedita, em 19 de novembro de 1993.
-A igreja do Mosteiro de Alcobaça foi pequena para acolher os que se quiseram associar à ordenação de três padres, ocorrida na tarde do domingo, 27 setembro de 1997.
Amigos, familiares e muitos cristãos assistiram ao crescimento da igreja, aumentada em mais três padres. No domingo, dia 5 de outubro, tiveram lugar as primeiras missas (Missas Novas) dos novos padres. José Dionísio, celebrou no Casal da Maceda, enquanto Paulo Franco celebrou na igreja da Benedita.
José dos Santos Dionísio, natural da freguesia da Cela, Paulo César Serralheiro Franco, natural da freguesia da Benedita e Nélson Matias Pereira, natural da freguesia do Ramalhal, concelho de Torres Vedras, foram ordenados sacerdotes no dia 27 de setembro na Igreja do Mosteiro de Alcobaça. A cerimónia demorou cerca de duas horas e foi presidida pelo Arcebispo Coadjutor de Lisboa D. José Policarpo. Nela estiveram presentes largas dezenas de padres e muitos fiéis que, provenientes de diversos pontos da diocese de Lisboa, quiseram participar na ordenação dos três novos sacerdotes. O altar foi montado num estrado instalado no transepto, entre os túmulos de D. Pedro e D. Inês. O elevado número de cristãos que eram esperados e o fato de esta igreja ser a mais cumprida de Portugal, criaram de condições especiais para esta celebração religiosa, de que não existe memória no Mosteiro de Alcobaça. Face a isso e para permitir que todos acompanhassem o desenrolar da celebração, foi instalado um circuito interno de televisão, com televisores espalhados ao longo do mosteiro.
A celebração seguiu o ritual  das ordenações e após a leitura do Evangelho, os novos padres foram chamados e apresentados ao Bispo, seguindo-se as ordenações.
-D. José Policarpo inaugurou, na Benedita, a Sala Museu de Arte Sacra, em 6 de junho de 1998 e no mesmo dia o campo de futebol do Centro Cultural Recreativo e Desportivo de Azambujeira, Pinheiro, Engenhosa, Raposeira e Mata de Cima.
-Cardeal Patriarca de Lisboa, visitou Alcobaça no dia 29 de dezembro de 2001, a fim de realizar uma palestra precedida de jantar no Salão de Festas dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, a convite do Rotary Club de Alcobaça.
-O Padre Francisco Cosme foi homenageado pela população da Benedita no dia 8 de setembro de 2002, à qual esteve ligado durante 21 anos. O programa incluiu Missa Solene celebrada por D. José Policarpo e um almoço convívio oferecido pela população no Centro de Recursos do ECB.
-D. José Policarpo voltou a Alcobaça em 21 de novembro de 2004 para as comemorações dos 50 anos da construção da Igreja do Vimeiro, onde descerrou um busto do Padre Manuel de Oliveira, Sacerdote que a mandou construir, inaugurada com a presença do Cardeal Patriarca Gonçalves Cerejeira.
-No Domingo, dia 23 de novembro de 2008, depois da celebração da Eucaristia, às 15h30, foi feita a bênção e inauguração do edifício do Centro Comunitário da Benedita.
Presidiu à Eucaristia e à bênção o Cardeal Patriarca D. José Policarpo. Acompanhou-o o Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Anacleto Oliveira.
Estiveram também presentes o Presidente da Câmara Municipal, Gonçalves Sapinho, o Vereador José Vinagre, a Presidente da Junta de Freguesia Maria José Filipe, o Comandante da GNR, o Comandante dos Bombeiros, outras entidades e associações que se fizeram representar, na multidão de paroquianos e de visitas que se quiseram associar a esta ocasião festiva.
Conforme disse o Padre Armindo, no seu discurso, Esta obra marca uma nova fase na história da nossa Paróquia. A igreja paroquial continua a ser a sede da comunidade cristã, mas grande parte da acção pastoral passará a realizar-se neste espaço que vamos inaugurar. Concentra num só edifício uma grande diversidade de infra-estruturas pastorais, o que favorecerá o encontro e uma maior interatividade entre as pessoas. Servirá a todas as idades, mas serão certamente os mais novos os principais beneficiários deste equipamento. Será uma casa orientada para a formação espiritual de que necessitamos em todas as fases da nossa vida.
-O Presbitério de Lisboa reuniu no Santuário de Fátima, nos dias 28 e 29 de janeiro de 2009, reeditando o evento semelhante ocorrido no Ano Jubilar de 2000. Além da presença do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo e seus bispos auxiliares, participaram na assembleia mais de 280 padres, a que se juntaram 32 seminaristas dos Seminários dos Olivais e Redemptoris Mater.
A cerimónia de encerramento, decorreu no Mosteiro de Alcobaça, ao fim da tarde do dia 29. O padre Francisco Cosme e Cecília Gil, Diretora do Mosteiro, acolheram os visitantes. As cerimónias que se seguiram tiveram grande luzimento e sentido religioso, não só pela presença de numerosa comitiva, como pel número  de fieis que assistiram à Missa.
-No dia 18 de abril de 2010, D. José Policarpo defendeu, em Alcobaça, que é preciso diminuir o número de cristãos faz de conta, considerando o elevado número dos não praticantes como um dos principais problemas da Igreja. O Cardeal Patriarca dirigia-se a centenas de jovens participantes nas VIII Jornadas Diocesanas da Juventude, na Sala do Refeitório do Mosteiro, com quem manteve um diálogo franco e animado, muitas vezes interrompido por fortes aplausos. Nos caminhos da vida, a autenticidade é que manda. Não se deixem conquistar por ninguém. Sejam autênticos e não cristãos faz de conta.
-D. José Policarpo, presidiu à bênção e inauguração oficial das novas instalações do Centro Social e Paroquial de Alfeizerão, na comemoração do seu 40º. aniversário, no dia 31 de outubro de 2010.
Este dia festivo, teve início com celebração eucarística na igreja paroquial de Alfeizerão, onde D. José Policarpo foi interpelado pelo conteúdo da frase um coração que vê, proferida pelo Papa Bento XVI, aquando da visita a Portugal.
O Cardeal, salientou a importância da caridade no amor fraterno, referindo que não é só a inteligência que percebe, é um coração que vê. O progresso espiritual é feito a partir dum coração que vê, dum coração que sente, anseia e deseja. Os desejos espirituais são o maior dom de Deus, porque é onde Deus nos mostra e suscita no nosso coração vontades e anseios, que Ele satisfará por irmos ao Seu encontro.
Após a celebração, a comunidade paroquial de Alfeizerão que se fez representar em grande número, formou-se em cortejo dirigindo-se às novas instalações do Centro Social Paroquial, para a bênção e inauguração.
Na cerimónia, estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, o diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Leiria, a presidente da Junta de Freguesia, entre outras individualidades e instituições de caráter cultural da vila.
-D. José Policarpo abençoou o Centro Pastoral José Nazário.
O sonho de José Nazário, ficou cumprido. Aquele benemérito ofereceu o terreno e os 260 mil euros necessários para a edificação de um Centro Comunitário e Pastoral no Casal Pardo e a obra tornou-se realidade no domingo, 6 de novembro de 2011, tendo recebido a bênção do Cardeal Patriarca de Lisboa.
D. José Policarpo, considerou a dádiva como um exemplo que hoje em dia é muito difícil de encontrar, ou seja, utilizar os bens e rendimentos com o destino que esteja de acordo como coração que vê, pois é preciso que estes exemplos sejam semente de uma sociedade nova. Precisamos cada vez mais de ser uma sociedade solidária, afirmou a mais alta figura da Igreja no nosso País, que deixou o repto ao pároco Joaquim Vieira Gonçalves a pôr as crianças a contatar com as pessoas idosas, fazendo sentir a beleza do amor.
O Centro Pastoral integra um centro de convívio para idosos e um espaço para catequese, equipado com seis salas e um recinto polivalente, destinado a crianças do Casal Pardo, Casal Velho e Valado de Santa Quitéria, todas da Paróquia de São João Batista, de Alfeizerão, num terreno com área de 530, 00 m2.
Paulo Silveira, da comissão de obras, esclareceu que o benemérito tinha o desejo de fazer a ligação entre jovens e idosos num projeto cristão, enquanto o presidente da Câmara de Alcobaça salientou que este projeto concretizou o sonho de várias gerações. Paulo Inácio frisou que as sociedades modernas precisam arranjar espaços de contato intergeracional, por forma a reforçar valores importantes, de honra, de família, de palavra, que é urgente incutir nas gerações incutir nas gerações mais jovens.
Visivelmente emocionado, José Nazário destacou o empenho dos responsáveis que com ele idealizaram este edifício, onde pretende que crianças e adultos se tornem bons cristãos e bons cidadãos.
-Ponderada a fecundidade e riqueza da sua vida, compreende-se que D. José Policarpo, tenha afirmado que de facto, o Cónego Serrazina foi dos membros notáveis do presbitério de Lisboa na segunda metade do século XX (in Prefácio do livro Cónego José M. Serrazina, edição da Caritas Portuguesa em cooperação com a Paróquia da Benedita).
Esta obra foi apresentada no dia 8 de julho de 2012, no Centro Comunitário Pastoral da Benedita, com a presença do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo e o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca.
D. José Policarpo é referido ainda mais vezes neste Dicionário.
Pombo, Maria Manuela Costa, nasceu em Alcobaça, a 12 de julho de 1941.
Casada com José Pombo, com quem tem um filho, sempre viveu em Alcobaça e trabalhou na Conservatória do Registo Civil durante 46 anos.
-Ao Região de Cister, Manuela Pombo contou que desde muito nova começou a trabalhar e, ao longo da vida, sempre gostou de colaborar em iniciativas relacionadas com as coletividades. Entre outras funções, pertenceu à direção dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, e foi responsável pela secção de patinagem artística da AACD.
Começou a trabalhar no Registo Civil como uma ocupação de férias. Pediu ao pai para lhe arranjar uma ocupação e como conhecia um senhor que trabalhava no registo civil por lá permaneceu até ao começo do ano letivo. Como gostava daquilo que estava a fazer, o dilema surgiu entre o continuar a trabalhar e ir estudar. Lá pedi ao meu pai para ficar no trabalho como praticamente e fui estudar à noite, mas não conseguindo conciliar o trabalho com os estudos acabou por abandonar a escola.
Entrou na função pública como copista e, subiu na carreira até atingir o escalão máximo, ajudante de conservador do registo civil.
A idade não perdoa e Manuela Pombo está aposentada há alguns anos.
O gosto e as solicitações de que tem sido alvo para colaborar com coletividades e instituições sem fins lucrativos, fazem ainda parte do seu quotidiano. As pessoas pedem-me para fazer parte e não consigo dizer que não.
-Foi Presidente da Junta de Freguesia de Alcobaça, ao longo de 3 mandatos sucessivos, eleita sempre em listas do PSD.
No 1º. mandato de 2001 a 2005, tomou posse a 7 de janeiro de 2002, tendo como Secretário, Diamantino Madeira Faustino (CDU) e Tesoureiro, Eduardo José Bento Coelho Semião (PS).
No 2º. mandato de 2005 a 2009, tomou posse a 26 de outubro de 2005, tendo como Secretário, Luís Afonso Peres Pereira (PSD) e Tesoureiro, José Luís Rodrigues Silvério (PSD).
No 3º. mandato de 2009 a 2013, tomou posse a 29 de outubro de 2009 tendo como Secretário, José Luís Rodrigues Silvério (PSD) e Tesoureiro Luís Manuel Brás Querido (CDS-PP).
O PS e o CDS/PP foram os partidos menos votados para a Assembleia de Freguesia de Alcobaça nestas eleições mas conseguiram, todavia, tirar dividendos e negociar com o PSD, entrando para o executivo da junta deixando de fora a CDU e os independentes. O PS para a Assembleia de Freguesia elegeu quatro elementos, contra três independentes, três da CDU, dois do PS e um do CDS, pelo que teve de negociar dado lhe faltar a maioria absoluta que perdeu por várias centenas de votos. Manuela Pombo preferiu não comentar este entendimento, a que foi alheia.
Diz que gosto de desafios, de lidar com pessoas, não sou capaz de estar parada.
-Organizado pelo Clube de Natação de Alcobaça, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, Junta de Freguesia de Alcobaça e pela Associação de Natação do Distrito de Leiria, decorreu no dia 21 de Janeiro 2011, a XIV edição do Torneio Junta de Freguesia de Alcobaça, para a categoria de cadetes, prova que contou com a participação de 110 nadadores, em representação de vários clubes.
O Torneio realizou-se a uma sexta-feira, por causa das eleições presidenciais, o que não constituiu óbice a uma excelente e bem organizada jornada de promoção da natação, como aliás é apanágio do CNAL.
-No dia 20 de outubro de 2013, domingo, foi inaugurada a nova sede da Junta de Freguesia de Alcobaça, no edifício da antiga Escola Primária.
Dezenas de pessoas marcaram presença, entre as quais Paulo Inácio, presidente da Câmara, Isabel Fonseca, presidente da União de Freguesias de Alcobaça e Vestiaria, Rogério Raimundo, ex-vereador da CDU e vários membros da Assembleia Municipal.
A inauguração foi feita pela antiga Presidente de Junta, Manuela Pombo, que não conseguiu conter as lágrimas depois de 12 anos a lutar por um edifício para a Junta com melhores condições.
Manuela Pombo, é referida várias vezes neste Dicionário.
Pombo, Pedro da Silva Domingos, nasceu em 5 de julho de 1970. Estudou até ao 9º ano e é Sócio-Gerente da empresa de Segurança contra incêndio em edifícios. Com 6 anos, iniciou a acitividade na Fanfarra dos Bombeiros de Alcobaça. Depois passou para bombeiro, até cessar funções de adjunto de comando no ano de 2016. Neste momento assumiu a presidência da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, substituindo o comerciante Antero de Campos.
A Assembleia Geral, que elegeu os novos corpos sociais, decorreu no dia 28 de dezembro de 2016 no quartel da corporação, tendo a lista encabeçada pelo antigo adjunto do comando, sob o mote Reforçar a Dinâmica de Futuro, a única a sufrágio e sido eleita com 79 votos a favor, um contra e oito abstenções.
Já estou nesta casa há mais de 40 anos. Entrei aos 6 anos para a Fanfarra e com o conhecimento e experiência que já tenho nesta corporação vi na saída da atual Direção uma oportunidade para ajudar mais os Bombeiros de Alcobaça,
Na hora da saída, Antero de Campos sublinhou que passados 13 anos era tempo de dar a pasta a uma nova equipa para manter a dinâmica da instituição, razão pela qual tal, como como os restantes corpos sociais, foi decidido não se recandidatarem.
A corporação dos Bombeiros emprega 25 funcionários, contando com 80 bombeiros no quadro ativo e de reserva e dez no quadro de honra.
 Pombo entrou com 6 anos para a Fanfarra dos Bombeiros e desde então nunca mais se desligou dos Bombeiros. Era o Comandante Adjunto (não existe o lugar de segundo comandante), sendo o Comandante Mário Cerol.
 Marco Faustino assumiu a presidência da Assembleia Geral e Renato Jácome a do Conselho Fiscal.
Da nova lista, apenas três nomes transitam da anterior, entre os quais o eterno e jovem Basílio Martins.

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