sexta-feira, 18 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Guerra, Iris Cristina da Silva Cardoso Lucas Ramos, nasceu em São Tomé e Príncipe, a 13 de fevereiro de 1973, filha de João Manuel Nazário Lucas e Maria Luísa da Silva Cardoso Lucas.
Segunda a própria, veio para a Metrópole aos 2 anos de idade para ser educada pela avó paterna em Tões, Lamego e no Colégio Académico em Vila Real.
Assim, Iris nasceu de uma matriz multicultural e integrativa, fazendo o destino com que o lado materno e paterno se encontrassem em África. O bisavô materno, Germano Cardoso, abastado agricultor em Lamego, foi no final dos anos de 1920 para São Tomé e Príncipe, onde adquiriu duas roças para produção de cacau e café. Levou consigo um sonho e o filho mais velho, António Cardoso. O mesmo aconteceu mais tarde com os pais, depois do regresso da Mãe, de férias, a S. Tomé e desta ter sido eleita Miss, à revelia do avô. O pai já lá estava depois de aos doze anos, ter seguido o mesmo destino, com os avós paternos.
Esta é uma história com o pano de fundo de África, em que a paixão e o amor por África e Portugal, ajudou a criar pontes pelo lado da coragem, empreendedorismo, determinação e na qual pela audácia, permitiu desafiar algumas regras culturais e sociais da época.
Iris cresceu com três irmãos, Ana, Cláudia e João, ligados por uma corrente inseparável, amados e educados nos valores do respeito, trabalho e entreajuda.
Frequentou o Jardim-Escola João de Deus, tal como os irmãos mais novos, fez o liceu em Alcobaça, com alguns dos amigos e professores que continuam a ser referência na sua história de vida.
Cedo escolhi estudar em Coimbra e conseguindo conciliar as exigências da vida académica coimbrã, terminei em 1996 a licenciatura em Psicologia. É Psicóloga Clínica pela Universidade de Coimbra e Psicoterapeuta pela Associação de Terapias Comportamental e Cognitiva /APTCC, Lisboa.
Iris tem desenvolvido a prática profissional na área da Psicoterapia e Saúde Mental Comunitária, inicialmente em contexto prisional/Estabelecimento Prisional de Lisboa, hospitalar /Equipa Comunitária de Cascais do Hospital de São Francisco Xavier/ e mais tarde, na área da Deficiência/CEERIA.
Mantém prática clínica em contexto privado desde 1997, em Alcobaça e Lisboa e supervisiona, há vários anos, a prática clínica de outros colegas.
É Presidente da Direção Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos Portugueses desde outubro de 2012, com sede em Coimbra.
Integra a equipa do Mecanismo Nacional de Prevenção Contra a Tortura/ Estabelecimentos prisionais e serviços de internamento de psiquiatria e o Grupo Nacional contra a Violência sobre os profissionais de Saúde. Coordena a Equipa de Saúde Mental Comunitária Pomar de Braços, em Alcobaça. É formadora e desenvolve palestras e conferências relacionadas com psicoterapia, processos de mudança, promoção da saúde mental, necessidades emocionais e competências de regulação emocional.
É casada com António Guerra (antereoir referenciado) desde 1998 e mãe de Maria e António, sendo esta a melhor experiência e desafio da vida.
Guerra, Joaquim, nasceu a 22 de novembro de 1911 na Quinta de Vale de Ventos, onde os pais eram rendeiros, numa família da Benedita (Casal Gregório e Pedra Redonda), sendo o terceiro entre dez irmãos.
Frequentou a Escola Primária da Benedita. Por insistência do primo Cónego Manuel Luís, do endireita de Turquel, Sr. Gomes e outros, os pais enviaram-no aos 14 anos para um colégio interno na Figueira da Foz, aonde concluiu o 5º. ano do liceu. O 6º. e 7º. anos foram efetuados no Liceu de Santarém e os preparatórios em Lisboa na Escola Politécnica e no Porto, sendo que os cinco anos do Curso de Medicina o ligaram para sempre a Coimbra. Gostou do ambiente académico, jogou futebol na Associação Académica, até que um entorse no joelho, o incapacitou para a competição, tendo ficado todavia muito amigo do guarda-redes Tibério Antunes, futuro diretor da Maternidade Alfredo da Costa e do avançado Isabelinha, futuro oftalmologista em Santarém. Praticou toureio a cavalo nas festas da Queima das Fitas.
Quis dedicar-se à cirurgia, mas o pai cortou a fraca mesada, pelo que teve de iniciar a sua atividade de médico João Semana em Turquel no verão de 1940. Em dezembro de 1944, casou-se com Irene Isaura Alves Pereira Guerra nascida em Lisboa, mas com raízes paternas há muitos séculos em Turquel. Além do consultório em Turquel e Benedita, também teve um em Rio Maior em meados da década de 1950. A atividade dos consultórios era estendida aos domicílios nas freguesias de Turquel, Évora, Benedita, Vimeiro, Santa Catarina, Alcobertas ou Alvorninha, em lugares em que o acesso só era possível a pé ou a cavalo, muitas vezes em noites de chuva e vento agreste.
Joaquim Guerra contava que, em situações de urgência, efetuou transfusões de sangue apenas com uma seringa, agulha, ampolas de citrato de sódio, um tacho e colher. Hospitais do Estado só havia em Lisboa, Porto e Coimbra. Sem ambulâncias, nem alcatrão nas estradas, os Hospitais da Misericórdia funcionavam rudimentarmente em concelhos como Alcobaça, tendo contabilizado mais de 4.000 partos, com resultados bons. Com a década de 1960, chegou a Portugal a especialização, o início das Carreiras Médicas, pelo que resolveu dedicar-se à Estomatologia, sem abandonar a clínica médica, abrindo consultório em Alcobaça e encerrando o da Benedita.
Sempre manifestou preocupação com o desenvolvimento de Turquel e melhoria das condições económicas e socioculturais da sua população e considerava que aquela localidade se deveria desenvolver para nascente em direção ao Carvalhal, tendo promovido com esse fim a abertura de uma estrada em meados da década de 1950, quando esteve à frente de obras da Igreja Paroquial e de casa de famílias carenciadas.
O desporto, como escola de valores na educação, constituiu um objetivo que se enquadrava na sua personalidade, pelo que na década de 1950 promoveu o futebol. São discutíveis os meios que utilizou, que têm de ser analisados de acordo com a época e as condições que dispunha, na opinião da própria família.
Ao iniciar-se a década de 1960, desenvolveu-se em Turquel a prática do hóquei em patins, que logo apoiou, custeando o primeiro rinque, material e deslocações. Dedicou-se ao Hóquei Clube de Turquel até ao fim da vida, com entusiasmo e paixão. Com alguns interregnos, foi Presidente da Direção muitos anos, até resignar aos 83 anos, em 1994.
Esteve na Direção do Ginásio Clube de Alcobaça, no período que percorreu o caminho da 3ª. Divisão até à porta da 1ª. divisão nacional.
O Hóquei Clube de Turquel, fruto do trabalho intenso de centenas de pessoas, tem-se evidenciado, para além dos múltiplos e conhecidos êxitos desportivos, pela defesa de valores humanos.
Em 1998, frequentou um curso de pós-graduação de ortodontia, na Universidade.
Pode-se dizer que morreu de pé, lutou pelo que sempre defendeu até a morte o encontrar, aos 95 anos.
Deixou, segundo a família uma memória de vontade férrea, determinação e capacidade de trabalho na defesa dos seus princípios religiosos e morais.
-A Câmara Municipal de Alcobaça, por proposta do Vereador da Cultura José Pedrosa, deliberou atribuir a Medalha de Prata do Município ao Dr. Joaquim Guerra como reconhecimento por tudo quanto fez em prol do desporto, concretamente na modalidade desportiva que o apaixonou, o Hóquei em Patins.
A proposta, coincidiu com a homenagem que Hóquei Clube de Turquel promoveu a Joaquim Guerra. A proposta de Medalha de Prata do Município, mereceu a aprovação unânime dos vereadores.
-Paulo Portas cantou os parabéns a Joaquim Guerra, quando fez 90 anos.
Paulo Portas, na qualidade de líder do CDS/Partido Popular e a deputada pelo Distrito de Leiria Celeste Cardona, estiveram em visita a Turquel para apoiar a candidatura da lista independente liderada por Luís d’Avó Ribeiro, à Junta de Freguesia de Turquel.
O deputado chegou ao Largo do Pelourinho, onde foi recebido por alguns turquelenses que cumprimentou, seguindo-se de imediato um discurso circunstancial em que confessou ser um apaixonado por hóquei em patins, pois sempre que pode não perde um jogo.
Um dos momentos imprevistos do dia, foi o pedido para que se cantassem os parabéns ao Dr. Joaquim Guerra, que fazia nesse dia 90 anos, o que foi aceite e correspondido.
Seguiu-se uma breve visita à vila e contactos com a população, para que os visitantes tomassem conta das realidades e necessidades locais. Foi visitado o bazar e sala de chá a funcionar no centro da vila para apuramento de fundos para a construção de um Lar de Idosos.
-Teve lugar em Turquel, a festa de homenagem ao Dr. Joaquim Guerra, um homem que dedicou a vida ao trabalho, à comunidade, ao desporto, e em particular ao Hóquei em Patins.
A homenagem foi uma iniciativa do Hóquei Clube de Turquel, em conjunto com a população, e uma das frases mais ouvidas durante o dia foi, justa e merecida, aliás repetida durante a cerimónia, que começou com a celebração da missa pelas 11h no interior do Pavilhão, repleto de centenas de pessoas.
Seguiu-se a homenagem, e o descerramento na parte frontal do pavilhão do lado nascente de um busto do Dr. Guerra, obra do escultor António Delgado. Este momento foi presenciado por muito povo anónimo, atletas do clube, dirigentes desportivos do clube e de outros clubes convidados, autarcas e colegas de profissão, representantes da Associação de Patinagem de Leiria, Associação de Patinagem do Ribatejo, Associação de Patinagem de Aveiro, Federação Portuguesa de Patinagem, Hóquei Clube de Barcelos, Valongo, Sporting de Tomar, AACD, Cister Sport de Alcobaça, Beneditense, e outros, que embora não estando presentes fizeram chegar as suas mensagens.
Foi notória a presença de jogadores que envergaram a camisola do HCT, enquanto o Dr. Guerra foi dirigente, e lhe quiseram manifestar o reconhecimento, como Artur Pereira, Tó-Jó, oui o Marinho.
Guerra, Maria da Visitação, mais conhecida por Ti Visita, nasceu a 1 de julho de 1908, e com 102 anos foi a pessoa mais idosa da Benedita se não mesmo do concelho de Alcobaça.
Viúva de José da Silva, a sua prole contava 6 filhos, 15 netos e 15 bisnetos. Aos 102 anos, encontrava-se acamada, mas bem-disposta, conversadora e muito lúcida. Aquando da festa do seu 102º Aniversário, teve um sorriso rasgado e uma palavra amiga para as muitas visitas.
Guerra, Maria Isabel Peralta de Oliveira Lisboa, nasceu a 7 de maio de 1952 em Alcobaça.
É viúva, do médico Joaquim Guerra..
Médica conceituada a trabalhar no Centro de Saúde de Alcobaça, foi a primeira presidente da Comissão Concelhia do CDS de Alcobaça em 1989, acumulando os cargos de membro do Conselho Nacional e do Movimento de Mulheres do partido. Pertenceu à Assembleia Municipal de Alcobaça tendo feito algumas intervenções tendo como base o seu amor a Alcobaça e a filosofia democrata cristã.
Guerra, Miguel Martinho Ferreira, nasceu a 19 de dezembro de 1935, no lugar da Pedra Redonda/Benedita, tendo sido o 7º., e último filho de Maria do Rosário Ferreira e de José Coelho Guerra.
José Coelho Guerra, foi um homem muito respeitado e de valores sólidos tendo transmitido ao benjamim da família esta forma generosa, humilde e alegre de estar na vida.
Miguel Guerra, como recordam as filhas, lembrava-lhes que fazer o bem é um imperativo na vida do ser humano, dando o exemplo de seu pai que mandou construir uma casa para albergar mendigos, na qual ceavam e pernoitavam.
De 1942 a 1945 fez a Instrução Primária na Escola de Freires e, seguindo os passos do irmão, Pároco José Guerra, ingressou no Seminário de Almada. O seminarista Miguel Guerra destacou-se pela boa disposição e maneiras francas, que lhe asseguraram amigos para a vida.
Todavia, a Direção do Seminário percebeu que a vida eclesiástica não se coadunava com Miguel Guerra, pelo que foi convidado a abandonar o Seminário de Almada.
Em 1950, regressou à Pedra Redonda, e passou a frequentar o Externato de Alcobaça, para onde se deslocava diariamente de bicicleta até completar o antigo 5º. ano do liceu.
Cumpriu o Serviço Militar no Sete /Leiria, reunido-se anualmente com os companheiros, até aos últimos anos de vida.
Em 1958, casou na Benedita e foi pai de duas filhas, que lhe deram quatro netos.
Filho de agricultor e foi esta a profissão que Miguel Guerra escolheu, ligando-se à fruticultura durante a vida, possuindo enorme orgulho nas suas terras e colheitas.
Em 1974, após o 25 de Abril, iniciou vida política. Em 20 de janeiro de 1976 foi empossado Presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Alcobaça, cargo que exerceu até às primeiras eleições autárquicas, em 12 de dezembro de 1976, nas quais sem maioria absoluta foi eleito Presidente da Câmara de Alcobaça em lista do PS (vencendo a lista do PPD encabeçada por Fleming de Oliveira, que assumiu as funções de seu substituto legal) funções que exerceu até 16 de dezembro de 1979.
Em 1977, foi eleito Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça e em1979 Presidente da Assembleia Geral. Em 1982, após ter perdido as eleições para Presidente da Câmara, ocupou o lugar de vereador, e em 17 de dezembro de 1989 voltou a ser eleito Presidente até 14 de dezembro de 1997.
Os seus mandatos ficaram marcados pela elevação de Alcobaça a cidade, construção de diversos Centros de Saúde, sedes de Junta de Freguesia, infra estruturas de saneamento básico e redes de águas e infra estruturas rodoviárias e melhoria das condições de ensino, desporto e cultura.
Quando abandonou a vida política dedicou-se às propriedades, que continuou a explorar, e à família.
-Faleceu no dia 9 de dezembro de 2012, na Benedita.
Centenas de pessoas estiveram presentes no último adeus a Miguel Guerra, o único autarca socialista a presidir à Câmara de Alcobaça e primeiro presidente daquela autarquia, eleito após o 25 de Abril.
Miguel Guerra, morreu aos 76 anos na sua casa, na Benedita. As cerimónias fúnebres realizaram-se no dia seguinte e na Igreja Paroquial da Benedita, praticamente cheia, compareceram muitos autarcas locais e protagonistas da vida política alcobacense nas últimas décadas, antigos companheiros e adversários políticos.
Miguel Guerra, tinha na agricultura a sua principal ocupação e interesse. Foi eleito presidente da Câmara de Alcobaça pela primeira vez em 1976, mantendo-se no cargo até 1979, altura em que a Aliança Democrática venceu as eleições autárquicas. O socialista regressou à Câmara de Alcobaça em 1986, presidindo à autarquia até 1997, quando perdeu as eleições para Gonçalves Sapinho.
Os seus mandatos ficaram marcados pela elevação de Alcobaça a cidade, pelas inaugurações de Centros de Saúde, pelo arranque de sedes de juntas de Freguesia, entre outras obras. Foi também durante a sua liderança municipal que foi criado o Cistermúsica.
Miguel Guerra, era irmão do cónego José Guerra, pároco das Caldas da Rainha, já falecido.
-Jero diz que os ex-seminaristas do tempo eram quase todos da Benedita e sabiam Português que se fartava. Lembro-me do Miguel Guerra, do João Guerra e do Guerra Madaleno. Estes jovens deslocavam-se todos os dias da Benedita para Alcobaça de bicicleta. E no fim das aulas regressavam a casa de bicicleta! Trinta quilómetros por dia. Alguns viraram figuras públicas, mas o Miguel Guerra, que foi presidente da Câmara de Alcobaça, foi ao longo da vida sempre o mesmo: um homem simples e bom que deixou saudades junto da população do concelho que serviu. E que os amigos não esquecem.
-O PS foi o mais votado nas eleições autárquicas de 1976, conquistando a presidência de 115 câmaras municipais (Alcobaça, com Miguel Guerra), incluindo as principais cidades do país. Apesar de ter tido menos nove por cento dos votos, o PSD conquistou o mesmo número de presidências, com predominância nos pequenos concelhos do interior-norte e centro. Os comunistas, através da Aliança Popular Unitária (APU), foram a terceira força mais votada, dominando o Alentejo e a então chamada cintura vermelha de Lisboa e totalizando 37 câmaras. Seguiu-se o CDS, com 36 presidências, e o PPM com uma.
-Nas eleições autárquicas de 1989, Miguel Guerra e o PS venceram as eleições em Alcobaça, o PSD caiu para 114 presidências de câmara (uma em coligação com o CDS), tendo sido ultrapassado pela primeira vez pelo PS, que conquistou 120 (três em coligação com o CDS e uma com a CDU). Foi a primeira derrota do PSD  no tempo de Cavaco Silva, que deixou fugir também para os socialistas a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Os comunistas continuaram a dominar o Alentejo e a cintura de Lisboa, com 50 câmaras, enquanto o CDS se quedou pelas 20 presidências. A UDP chegou à presidência, com um sacerdote, da Câmara de Machico, na Madeira.
-Miguel Guerra viria a perder as eleições para Gonçalves Sapinho (PSD) em 1997. PS e PSD reeditaram o empate das primeiras eleições, com 127 presidências de câmara cada, mas ainda com ligeira vantagem para os socialistas, que mantiveram Lisboa, em coligação com a CDU e a UDP. A coligação comunista, CDU, começou a perder terreno no Alentejo e recuou para as 41 presidências de câmara. Mas a maior queda é do CDS, que segurou apenas a presidência em oito municípios. O PPM voltou à presidência do único município que antes deteve: Ribeira de Pena.
Guerra, Paulo Ribeiro de Almeida, nasceu na Benedita, em 11 de março de 1920, filho de José Ribeiro de Almeida e de Ana Ferreira Guerra de Almeida.
Concluiu o curso de Engenheira Agronómica no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, em 1942, com a especialização em solos e cartografia.
Cumpriu o Serviço Militar na Arma de Artilharia, tendo atingido o posto de Tenente.
Trabalhou em Portugal no Ministério da Agricultura e muito ativamente na campanha contra o escaravelho da batata.
Investigador, cientista distinto em ciências do solo, em 1948, foi para o Sul de Angola dedicar-se à Agrologia (ciência que trata do conhecimento dos terrenos nas suas relações com a agricultura) e em 1953 chefiou a Brigada Agrológica dos Caminhos de Ferro de Moçâmedes. Nesta Brigada resultaram, além das publicações das cartas de solos entre Serpa Pinto e a fronteira Leste (Rodésia) na escala 1:100.000, estudos de pormenor (1:28.000) em manchas selecionadas superiormente, como o reconhecimento pedológico da região de Sá da Bandeira /Humpata /Chibia e a do Huíla, tornando-se também conhecedor profundo das Terras do Fim do Mundo (Luiana/Angola).
Em 1958 regressou à Metrópole e entrou para os quadros da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Desenvolvimento) exercendo, a partir de então, atividade na Rodésia do Norte, Venezuela, Argentina, Costa Rica, México, S. Salvador, Chile e também na República de Santo Domingo.
Em 1983 trabalhou no Instituto Universitário dos Açores.
É autor de publicações técnicas como Cultura da oliveira no maciço jurássico de Aire e Candeeiros; Azeite/Lagar/Equipamento (1944); Reconhecimento geral agrícola, florestal e pecuário das zonas de influência do caminho de ferro de Moçâmedes entre Serpa Pinto e a fronteira Leste (traçados Norte e Sul) .
-Faleceu em 30 de maio de 2000.
Guerra, Pedro Mateus, nasceu a 22 de novembro de 1951, em Pedra Redonda/Benedita, sendo o mais velho de 4 irmãos.
Ficando órfão de pai aos 9 anos, foi estudar para o Seminário de Santarém durante 4 anos, de onde saiu aos 14 anos, para ajudar no sustento da família. Trabalhou 4 anos nos Cogumelos das Grutas de Turquel, foi madeireiro, taqueiro, criador de gado e  empregado de escritório, sendo  empresário por conta própria na área da construção, desde 1980.
Aos 18 anos ingressou no Externato Cooperativo da Benedita para estudar à noite, tendo sido finalista do curso formação de serralheiros e do curso liceal.
Cumpriu serviço militar nas Caldas da Rainha, Sacavém e como furriel fez a última comissão do Exército Português, em Moçambique.
Foi Presidente do INSE desde 2011 a 2015, cumpriu mandatos nos seus orgãos sociais em anos anteriores, Presidente da Mesa da Associação Norte da Vila da Benedita.
Desde 1985 até 2015, tem ocupado cargos nos órgãos da ABCD, de Secretário a Presidente da Mesa da Assembleia Geral.
Deputado Municipal desde 1997, foi eleito em listas do PSD, sendo seu líder de bancada.
Participou nas primeiras eleições autárquicas após 25 de Abril de 1974 na Benedita, sendo várias vezes Membro da Assembleia de Freguesia e uma vez Presidente.
Guerra, Tiago Mateus, nasceu na Benedita a 26 de julho de 1953.
Comerciante no ramo de materiais de construção, negócios na vinha, pecuária e rações é, desde há 23 épocas, Presidente do Hóquei Clube de Turquel. Este sobrinho do Dr. Joaquim Guerra, ao longo dos vários mandatos na Direção do HCT, obteve na época de 2010/2011 a vitória na Super Taça Feminina 2011/2012 o campeonato nacional feminino.
Os pais eram naturais da Pedra Redonda, e é sócio do HCT desde maio de 1966, quando começou a praticar hóquei, desporto que sempre o entusiasmou. Praticou a modalidade até aos 20 anos e depois passou a dedicar-se mais atentamente aos assuntos profissionais, sem deixar de a acompanhar. Quando o tio, Dr. Joaquim Guerra, pediu a demissão da Direção, foi convidado a assumir a presidência, cujo mandato é de um ano. Todavia, com excepção de um ano, tem-se mantido no lugar.
Tiago Guerra, aos 10 anos trabalhava para uma empresa de um tio, de apanha (numas grutas) e comercialização de cogumelos, que hoje já não existe. Era uma empresa que chegou a ter em armazém cerca de 10.000 caixas de cogumelos e recolhia em média 400 quilos por dia. Depois foi estudar para o ECB, em horário noturno.
Conta que, durante anos, conduziu uma camioneta sem carta.

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