NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Henriques,
António José Rodrigues, conta que, nasci na aldeia de Castanheira a 8 de junho de 1951, filho único de uma
família de agricultores simples e humildes. Fiz a quarta classe na escola de
aldeia, tipicamente, tendo como professoras Joana Barros e Amália
Ascenso. Fiz o exame de quarta classe em Alcobaça, e o exame de admissão
em Leiria no Liceu Rodrigues Lobo. Foram os primeiros passos na orla rígida da
educação, num Portugal caracterizado pela pobreza extrema do seu povo e pela
opressão da ditadura salazarista.
Estudei até ao quinto ano no Colégio do
Dr. Cabrita (onde hoje se encontra o CEERIA), passando depois para Porto de Mós
(onde terminei o sétimo ano do liceu Alínea F.).
Já na minha adolescência, com o
singular sangue quente a correr nas veias, decidi, a título voluntário,
inscrever-me na Força Aérea - como piloto. Posteriormente ingressei no exército
português, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, sem saber que seria
aqui que se daria o início da minha formação pessoal e social que influenciaram
o resto do meu desenvolvimento humano. O destino levou-me a bom porto, porto
esse quase que como uma dádiva se parecesse: tive o prazer de ser comandado
pelo capitão Salgueiro Maia, com quem partilhei momentos que nunca esquecerei.
Após o 25 de abril, nas primeiras
instâncias da minha posição exterior no ramo profissional, fui colocado no 2º.
Tribunal Militar como secretário do Juiz Coordenador do Tribunal, tendo ai
contacto direto com o processo do General Humberto Delgado. Em simultâneo,
encontrava-me num curso de engenharia mecânica, no ISEL.
Passados uns tempos, fui colocado no
Ministério da Educação, onde fiz parte do Gabinete da Implementação Nacional do
Leite Escolar e montagem de cantinas por todo o Pais.
Aos fins de semana vinha até a
minha aldeia, onde me divertia com os meus amigos de infância. Por desafio ou
não, foi dentro deste ciclo de amigos e com a ajuda deles, que quis avançar e
abraçar o meu primeiro projeto próprio, e nasceu a Discoteca o Moinho - local privado, numa azenha familiar,
apenas posteriormente aberto ao público. Foi tornado um sucesso nacional.
Correram os tempos, a paixão pela
política e pela luta social transformou-se em algo concreto e visível no meu
caminho. Concorri à Junta de Freguesia de Cós, onde fiz dois mandatos como
secretário.
Os projetos pessoais continuaram: abri,
em 1982, uma farmácia em Cós, com a minha mulher, um laboratório de
análises na Batalha, passando para Alcobaça, onde ainda hoje funciona. É uma
unidade de referência distrital atualmente.
Inquieto e hiperativo, como me
considero, dinamizei as empresas, e em 1989 participei na lista vencedora
d
Em 1994, integrei de novo as
listas do PS. Fui vereador com vários pelouros e o PS, mais uma vez, ganhava a
Câmara com a maior vitória de sempre. Momentos dourados.
Vindo o terminus do mandato,
dediquei-me mais intensamente às minhas empresas, apostando na modernização,
inovação, e prestado mais apoio à sua gestão.
Fiz, e ainda faço, parte dos fundadores
da Rádio Cister, Fundador
do Jornal de Cister -
ainda hoje um semanário de referência na nossa cidade e região - assim como do
jornal A Semana, este
último cujo projeto não teve o sucesso pretendido!
Em 2001, candidatei-me a Presidência da
Câmara Municipal de Alcobaça pelo Partido Socialista. Aqui encarei a
derrota a favor do Social-democrata Gonçalves Sapinho, ficando como vereador
até ao final do mandato.
Ocupei, desde sempre, cargos internos
no Partido Socialista. Para além de ter sido presidente da Comissão Política, e
ocupei outros cargos a nível distrital. Nos dias de hoje detenho a presidência
da Comissão Económica e Financeira Distrital.
Fundei várias associações, a última a
ANDDCBPN, que se orgulha de ser a única associação nacional defensora de
investidores inscritos na CMVM.
Em 2002 transferi a farmácia de Cós
para a vila da Benedita, e posteriormente comprei a Policlínica Central da
Benedita, o Centro Médico de Pataias e, recentemente, uma clínica em Leira que
está ser um sucesso pela qualidade dos serviço e pela sua localização
prestigiada.
Tenho uma personalidade forte, sem medo
perseverante e dificilmente desisto dos objetivos que estabeleço. Acredito
veementemente que fico sempre mais forte quando as dificuldades nos aparecem no
nosso percurso, levando-me a encará-las como elementos necessários para a
concretização desses mesmos objetivos.
Frequentei a Faculdade Autónoma de
Lisboa, onde me licenciei em Sociologia.
Neste momento dirijo um grupo de saúde
que criei de raiz, onde trabalham mais de 40 colaboradores diretos e mais de
120 prestadores de saúde. Tenho, ao meu lado, o meu filho mais novo, a sua
garra, a sua vontade audaz e o seu alento. Sabemos que iremos tornar o Grupo H
num grupo de referência nacional e levá-lo à sua internacionalização.
Considero-me um homem humilde, um
apaixonado pela vida, pelas questões sociais, pelo avanço e pelo
desenvolvimento/inovação. Como hobby, gosto de automóveis, peças antigas,
restauros, uma boa mesa saudável e o convívio com os amigos, que tanto
estimo. Sei que ando sempre acompanhado pelo bicho fervoroso da política,
considerando parte de mim mesmo.
Não deixo de ser um livre-pensador,
fiel aos princípios, que me guiam.
Henriques,
Deodoro Morgado, reformado, vive em Chiqueda e veio para Alcobaça (onde
casou), porque a mãe morreu, após o seu nascimento.
O seu
primeiro emprego, foi a arranjar bicicletas, vindo mais tarde a abrir em
Alcobaça a sua oficina de bicicletas e motas, por alturas de 1965, tendo a
consigo trabalhar a família e empregados.
Morgado
Henriques abriu a sua loja de motorizadas e bicicletas em 1952 na rua Miguel
Bombarda que hoje é explorada pelos dois filhos, com o nome de Motas do Alcoa.
Deodoro
é bombeiro, desde 1947, pois ser bombeiro
é uma dedicação, da dedicação veio a amizade as pessoas e a amizade a todos os
colegas e a todos os comandos. Quando entrei para os bombeiros, estes tinham
grandes dificuldades na sua manutenção, no sair das viaturas, com falta de
dinheiro para o pagamento da gasolina, mas com o tempo as coisas têm-se
remediado, tem andado para a frente.
Não
se interessa com política, a política é
um grande interesse pessoal, mas admiro o Dr. Laborinho Lúcio.
-Diz
que pertence ao Sporting e ao meu
Ginásio, mas o meu desporto predileto (que já não pratica) é a caça.
Henriques,
Manuel Gomes, Presidente da Junta de Freguesia de Prazeres de
Aljubarrota, entre 1986 e 1990, foi homenageado pelos autarcas da respetiva
freguesia e do Município de Alcobaça, ao ser-lhe atribuído o nome à chamada Rua
da Igreja.
A
cerimónia homenageou também Eduardo Marques Pedro, Presidente da mesma Junta de
1976 a 1986 e de 1990 a 2001, que viu reconhecido o seu trabalho em prol da
freguesia, numa época de dificuldades
como foi o pós 25 de abril, como referiu Amílcar Raimundo.
A
placa com o nome de Manuel Gomes Henriques foi descerrada pela esposa, após
reunião na sede da Junta, tendo a comitiva em seguida passado pelo cemitério a
visitar a campa.
De coração aberto e generoso, tratava
todos por igual, independentemente de serem ricos ou pobres, da cor partidária
ou religião.
Como
presidente da Junta de Freguesia de Prazeres de Aljubarrota, fez o que pode
para a desenvolver e promover. Desde a Misericórdia, às festas de Carnaval e às
comemorações do dia 14 de agosto, este homem deu o seu melhor contributo –
quase nem era preciso pedir, bastava que ele sonhasse que era preciso alguma
coisa. Bom amigo, bom filho, bom pai e
bom marido.
Após
a celebração da missa de 7º dia, com a autorização dos familiares, algumas
pessoas de Aljubarrota foram buscar flores que tinham sido oferecidas por
altura do funeral e fizeram arranjos que enfeitaram a igreja.
Foi
com sentida dor que foram celebradas as missas de corpo presente e de 7º dia.
Nesta ultima, foi feita uma homenagem como se ele ali estivesse presente e bem
vivo, com uma enorme salva de palmas.
Frequentou
o Jardim-0Escola João de Deus de Alcobaça, de 1952 a 1955, a Instrução
Primária, de 1956 a 01960, com a Professora D. Estela e o Prof. Elias Cravo, a
Escola Técnica de Alcobaça, de 1961 a 1962, o Curso Geral do Comércio/Externato
D. Afonso Henriques, com exames na Escola Industrial e Comercial das Caldas da
Rainha, de 1963 a 1966, o Instituto Comercial de Lisboa, de 1967 a 1969, o
Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, de 1969 a
1974/Licenciatura em Finanças/Gestão de Empresas.
Trabalhou
na Direção-Geral de Energia, de 1972 a 2009, com numerosas reuniões em Bruxelas
na Comissão Europeia, no Parlamento Europeu e, sobretudo, no Conselho, de 1990
a 2009 (Dossiers: Harmonização
Fiscal, Redes Transeuropeias de Energia e Mercado Interno de Energia).
É
autor de diversas publicações, de análise económico-financeira, relativamente
ao sector energético.
Foi
Diretor Financeiro da Fábrica de Relógios Davó/Turquel em 1980, tendo
integrado, em Lisboa, o Gabinete de Estudos Jurídicos e Financeiros (projetos de
investimento/saneamentos financeiros de diferentes empresas), o Centro Regional
de Reforma Agrária de Santarém (1975) e o Projeto dos Conselhos (Comissões de Moradores, Comissões
Trabalhadores-1975).
Praticou
Remo (com resultados apreciáveis). Atualmente, pratica corrida diariamente,
para além de ténis de mesa e matraquilhos (menos frequentemente).
Acompanha
a apanha anual da azeitona nos arredores de Castelo Branco.
Dedica-se
ao estudo e ensino da guitarra clássica, guitarra portuguesa, cavaquinho e canto.
Participa num Grupo musical amador em Lisboa (Peregrinasons), procedendo a uma
regular interação com outro de Salir do Porto (Uma espécie de banda).
Tem
escrito ensaios de natureza filosófica, criando também alguma poesia e música.
-É
autor do (poético e interessante) livro Louvor à Natureza (2015).
Sem comentários:
Enviar um comentário