segunda-feira, 21 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Raposo de Magalhães, António Neves, nasceu em Alcobaça, a 30 de setembro de 1917.
António Magalhães (como gostava de ser tratado), segundo filho de José Emílio e Judite Neves Raposo de Magalhães, fez o liceu, primeiro em Braga e depois em Lisboa. Aos 18 anos, os pais resolveram enviá-lo para França, formando-se em Agronomia, na Escola Superior de Agricultura de Angers.
De regresso a Portugal, resolveu não seguir um rumo profissional ligado à agricultura, mas optar pelo ramo industrial. Homem rebelde, culto, inteligente e empreendedor, não conseguiu continuar a trabalhar com a família e, com vinte e poucos anos, através dum financiamento de 50 contos, feito pelo Banco Espírito Santo, comprou ao pai, a Resinagem Nacional, empresa de extração, transformação e comercialização de derivados de resina.
Outra faceta de António de Magalhães, quiçá menos conhecida, era a preocupação com os problemas sociais. Logo que começou a dirigir a Crisal, abriu um pequeno Centro de Saúde, onde se prestava assistência médica gratuita, ministrando os primeiros socorros. Mandou comparticipar no custo dos medicamentos e, em caso de doença, completava o subsídio atribuído pela Segurança Social. Inaugurou a Creche da Crisal possibilitando às empregadas deixar os filhos durante o período de trabalho e, mais tarde, pôs em funcionamento a Cooperativa de Consumo da Crisal.
Dirigiu a Crisal durante 40 anos e a ele se deve a recuperação de uma empresa falida, à data da compra pelo seu pai de todas as quotas da empresa em 1952. Durante o tempo que liderou a Crisal, a pequena empresa de menos de 100 pessoas atingiu, nos anos de 1970 cerca de 550 trabalhadores, não contando com a fábrica automática de vidro da Marinha Grande, que entretanto se construiu.
Não permitia manifestações políticas dentro da fábrica, mas ajudava se necessário as famílias de presos políticos. Embora muito exigente em questões de trabalho, a porta do seu gabinete estava aberta para receber os funcionários.
A reforma não o satisfaz. A grande paixão é o trabalho. Para mais, o  feitio, reservado, afastava-o, cada vez mais dos amigos. A única distração era leitura e os noticiários da televisão. Não era suficiente para um espirito irrequieto, pelo que faz ainda um novo plano industrial. Contudo, António Raposo de Magalhães tinhamais de 80 anos e as forças começaram a abandoná-lo.
-Morreu em 2001 na sua casa da Cova da Onça/Alcobaça.
Raposo de Magalhães, João Neves, foi o quarto filho de José Emílio e Judite Froes Raposo de Magalhães.
Nasceu em Alcobaça a 3 de julho de 1922, onde fez a Instrução Primária no Jardim-Escola João de Deus, e os primeiros quatro anos do Ensino Liceal no Colégio Académico, em Lisboa. Passou depois para o Liceu Camões, onde concluiu o Curso Liceal. Neste período, foi eleito Presidente da Juventude Escolar Católica/JEC. Matriculou-se na Escola Superior de Agronomia, mas desistiu no princípio do quarto ano porque, entretanto, casou-se com Maria da Luz de Barros e Sá Abreu, ele com 22 anos e ela com 21.
Em 1940, prestou serviço militar em Lanceiros II.
Quando ocorreu o 11 de Março de 1975, os administradores dos diversos bancos privados começaram a ser presos. Para o evitar, João Magalhães (Jana, como é também conhecido) saiu do País e, em 1975, abandonou Angola, pela mesma razão. Instalou-se durante algum tempo na África do Sul e depois rumou ao Brasil, onde António Champalimaud (com quem há muito vinha trabalhando) estava a construir a maior fábrica de cimentos da América do Sul. Auxiliou-o na tarefa, mantendo-se no Brasil durante cerca de dois anos. Ainda no Brasil, Magalhães reencontrou Linda Shubert Reindfleich, ligada ao círculo de amigos de Lisboa, com quem, mais tarde, veio a casar.
Pouco depois da fábrica de cimento ter iniciado atividade, João Magalhães voltou a Portugal, pretendendo acompanhar a Mãe que já tinha muita idade pelo que abandonou o Grupo Champalimaud e instalou-se em Alcobaça.
Nesta altura, o PSD de Alcobaça (com o conhecimento e aval  de Sá Carneiro), em detrimento de Fleming de Oliveira que encabeçou a lista para a Assembleia Municipal e depois integrou a lista de deputados à Assembleia da República, convidou-o candidatar-se numa lista PSD/ AD, à Presidência da Câmara Municipal de Alcobaça, que ganhou com maioria absoluta, vencendo Miguel Guerra, que se recandidatava pelo PS. Manteve-se em Alcobaça durante dois anos, mas não acabou o mandato na Câmara, substituído pelo imprevisível Rui Coelho, terceiro da lista.
António Champalimaud, de regresso a Portugal, resolveu investir nas empresas que já tinham sido suas, readquirindo a Companhia de Seguros Mundial Confiança e o Banco Pinto & Sottomayor, e convidando-o a voltar a trabalhar com ele. João Raposo de Magalhães aceitou o convite e voltou ao Conselho de Administração de ambas as companhias. Mais tarde, com a aquisição do Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português, passou, também a integrar a sua Administração.
J. Magalhães, era amigo, confidente de António Champalimaud e seu homem de confiança. Nas empresas trabalhou diretamente com Luís Champalimaud, que nele também confiava. A ligação perdurou mesmo depois da venda dos Bancos e Companhias de Seguros. É ele, que depois da morte do Pai, o convidou para a Administração da Soecom, fábrica de cimentos de Brasil.
Quando António Champalimaud morreu, foi instituída uma Fundação que tem o nome de seus pais, para a qual João Magalhães foi convidado a integrar o Conselho Geral. Foi consultor do Banco Santander Totta, por convite de António Horta Osório, administrador de muitas outras empresas, sendo que a sua atividade primordial foi a banca e as empresas a ela ligadas. Refira-se apenas uma, por ser da família, a Crisal, de que em dois períodos diferentes foi Administrador e também Presidente do Conselho de Administração.
Jana Magalhães vive em Lisboa, muito debilitadoi deslocando-se pouco a Alcobaça onde mantém a casa que era dos pais.
-Foi presidente da Câmara durante cerca de um ano e meio (janeiro de 1980 a agosto de 1981) e, conforme recordou em  entrevista que concedeu a Maria João Seixas e saiu no Público em julho de 2000, referiu que aproveitou um pretexto irrecusável para sair, porque já tinha percebido que não tinha sido definitivamente feito para as cenas do poder político.
Qual foi o pretexto alegadamente irrecusável ?
Quando morreu o António Champallimaud (filho), o pai António pediu-me para eu vir para Lisboa, ocupar-me dos assuntos dele. E aceitei de imediato.
-Maria João Seixas, ainda escreveu (…) Senhor de altíssimas responsabilidades no mundo das finanças e da banca, o que nesse tempo em Moçambique, como em todo os países de então e de agora, significava ter muito, mas mesmo muito poder, o Jana era sobretudo um cultor de boémia, de olho escuro sempre a piscar para damas e donzelas, e com todas as sobras do seu tempo esticadas, até ao infinito das possibilidades, para organizar comezainas, provas de vinho, caçadas de alto risco, corridas de toiros, tentas divertidíssimas, fadistices, tertúlias artísticas e o mais que terei "pudor de contar seja a quem for". A par de um retrato de grande argúcia e competência nas lides financeiras, circulavam míticas histórias sobre o seu jeito de desconvencionalizar os ritos institucionais, de saber dar a volta às malhas dos protocolos, de inventar modelos de gestão empresarial que, no mínimo, soavam a iconoclastia para a moral do regime que então servia. Para que se perceba o que estou a dizer, saibam que em finais dos anos 60, já ao serviço de António Champallimaud, mandou abrir no bairro da Polana, em Lourenço Marques, uma agência do Banco Pinto & Sotto Mayor, com a particularidade de ter um quadro de pessoal, desde a gerência aos administrativos, exclusivamente ocupado por mulheres. A sigla do BPSM, no caso da dita agência, passou logo a ser referida como ­ Basta de P.... Senhor Magalhães! A um tal espírito criativo da clientela do Banco, o Senhor Magalhães achou sempre a maior das graças. Se dele quisesse dar uma definição, diria que é um leal servidor, tanto de seu amo, como de seu servo. Fiel e discreto, como se espera de um Senhor.
-Acerca da campanha para a Câmara Municipal de Alcobaça em 1979, que venceu em lista da AD disse na mesma entrevista que (…) A campanha foi divertidíssima. Os comícios e as sessões de esclarecimento passavam-­se à noite (na província é preciso esperar que a malta regresse dos campos!) e acabavam sempre à volta de uns copos de vinho e de umas chouriças assadas.
-Sobre as suas famosas façanhas nas reservas de caça onde, por vezes, espantava toda a gente saltando do jipe para ir pegar búfalos de cernelha!, comentou: que (…) era uma brincadeira fácil. Um animal selvagem nunca ataca o homem (com excepção dos felinos e das bestas dos crocodilos e das cobras), a não ser que esteja ferido ou para proteger as crias. À frente de uma manada de búfalos em corrida vão os machos mais fortes. Seguem­-se-­lhes as fêmeas e depois as crias. Claro que eu deixava passar os mais possantes e atirava­-me a um dos últimos filhotes, que são assim como uma espécie de bezerros. Levava uns coices, ia ao chão e divertia­-me imenso.
-No dia 7 de janeiro de 1980, teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal, a tomada de posse dos eleitos para a Assembleia Municipal e de João Raposo de Magalhães, como Presidente da Câmara e respetiva vereação. Os resultados destas eleições, foram muito saudados pelo PSD e CDS, que concorreram em listas conjuntas, formando a AD c om o PPM, pelo que a sala estava cheia, e com pessoas que não conseguiram entrar, a aguardar na escada para apresentar cumprimentos aos empossados. No uso da palavra, João Magalhães foi digno e cavalheiresco para com Miguel Guerra, seu antecessor, o que levou este a quebrar o protocolo, solicitando que fosse retirado o que fora dito a seu respeito. Perante essa impossibilidade  ofereceu os  préstimos como munícipe para colaborar com o  novo presidente da Câmara, o que lhe valeu uma forte ovação.
-Quinze dias depois de umas eleições legislativas que deram a vitória à Aliança Democrática (PPD/CDS/PPM), as autárquicas traduziram-se numa severa derrota dos socialistas, que recuaram para apenas 60 presidências de câmara. O PSD conquistou 101 presidências, a AD 73, a APU 50, o CDS 20 e o PPM uma. Além da clara vitória dos partidos de direita, a derrota socialista foi acentuada pela perda das Câmaras de Lisboa, Porto e Cascais. É de realçar ainda a subida dos comunistas, de 37 para 50 câmaras, em que ultrapassaram a barreira dos 20 por cento dos votos.
-Perante a demissão de Raposo de Magalhãs, assume a Presidência da Câmara Rui Coelho que se candidatou em 1982 pelo PSD e venceu a eleição. O PSD continuou a ser o partido mais votado, conquistando 88 câmaras, que se somaram às 49 presidências obtidas no âmbito da Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM). Fora da coligação, o CDS conquistou 27 municípios. É nestas autárquicas que os socialistas começam a sua recuperação eleitoral (no ano seguinte venceram as legislativas), chegando às 84 presidências de câmara, e em que os comunistas obtiveram o seu melhor resultado de sempre, tendo ocupado a presidência de 55 municípios.
Foi nestas eleições que a ASDI, o grupo dissidente do PPD, elegeu um presidente de câmara, em Lajes das Flores (Açores).
Raposo de Magalhães, José Emílio, faleceu a 9 de agosto de 1974 com 91 anos, sendo pessoa muito respeitada, pelo caráter, e pela atividade desenvolvida nos setores industrial, agrícola, serviços e política.
-Depois da implantação da República, fez parte da Câmara Municipal, tendo assumindo a Presidência em vários executivos. Pertenceu à Comissão Executiva do Monumento a Manuel Vieira Natividade, e nessa qualidade proferiu a 20 de abril de 1920, na Câmara Municipal, vibrantes palavras sobre o homenageado e de agradecimento aos (muitos) que vieram assistir à inauguração do monumento, que como se sabe se situa em frente da que era sua casa.
Foi presidente do Sindicato Agrícola de Alcobaça durante mais de 20 anos, Presidente do Conselho Geral do Grémio da Lavoura, fez parte do júri de vários concursos da região, e das comissões que organizaram a Grande Exposição Agrícola e de Indústrias Regionais, em 1925 e o II Congresso Nacional de Pomologia.
Lavrador muito respeitado foi conhecido pelas produções dos seus pomares de pêssegos, peras e maçãs e pela manutenção das vinhas que deram origem aos vinhos e aguardentes JEM. Criou ainda a primeira espargueira, digna desse nome, em Portugal. Muito interveniente na industria pois além da Crisal foi sócio de referência na Vicris- Soc. Portuguesa de Vidros e Cristais, Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Soc. Alcobacense de Cortumes, Soc. de Automóveis Cruz de Cristo, além de ter fundado o Banco Raposo de Magalhães. Com seu primo João de Oliva Monteiro constituiu uma fábrica de conservas de peixe no Algarve, a Aldite.
-José de Oliveira (pai de JERO que regista por escrito este facto) chegou a outorgar escritura notarial em 28 de setembro de 1935 em que pela quantia de 300 escudos por mês, se obrigava a prestar serviços de barbeiro por 10 anos a José Emílio Raposo de Magalhães.
Raposo de Magalhães, Manuel Emílio Neves, nasceu em Lisboa a 12 de janeiro de 1934 e estudou Medicina, não tendo completado o curso. Ingressou na vida militar aos 28 anos, tendo cumprido a uma comissão em Angola, no Hospital Militar de Luanda. Quando regressou de África, começou a trabalhar na empresa da família Magalhães em Alcobaça. Raposo de Magalhães desempenhou funções de administrador da Crisal durante várias décadas, até à venda da empresa em 1994. Figura respeitada em  Alcobaça, Manuel Raposo de Magalhães, era filho de José Emílio Raposo de Magalhães e de Judite Barreto Neves. Faleceu no Lar da Misericórdia, em Alcobaça.
Rasquilho, Rui Manuel Cordeiro de Vieira, natural de Lisboa e batizado em Alcobaça, apesar de ter feito parte da vida fora do País, nunca perdeu as raízes.
Segundo as próprias palavras, à terceira hora do terceiro dia do terceiro mês, meio ano antes de terminar a guerra, em 1945, nasci.
Em julho desse ano, entrei pela primeira vez num mosteiro construído e vivido por cistercienses, Santa Maria de Alcobaça.
Mais tarde percebi que o meu batismo se havia realizado na Sala dos Reis perante inúmeras testemunhas em barro cozido e que, tirando o Papa Alexandre III e S. Bernardo, os outros haviam sido todos reis.
Vivi em Alcobaça até ao início da Escola Primária; depois, veio São Pedro do Sul, Fundão, Castelo Branco e Alcobaça, onde fiz a 4.ª classe e a admissão ao Liceu, em Leiria, no edifício do Convento franciscano da Portela.
Alcobaça, Tomar, Cascais, Caldas da Rainha, Porto de Mós, Lourenço Marques (atual Maputo), o largo périplo antes da universidade em colégios e liceus, até à Guerra Colonial. A Universidade em Luanda, a Faculdade de Letras de Lisboa, o bacharelato e a licenciatura, uma breve ameaça de doutoramento, porque nesse tempo não havia mestrados.
A Revolução de Abril, o início da vida profissional, o ensino e sucessivas missões fora dele. A Faculdade de Pedagogia, de vida curta, o Departamento de Estrangeiros da Faculdade de Letras, a Campanha do Património, a XVII Exposição do Conselho da Europa, o primeiro livro sobre o Mosteiro de Alcobaça e os seus coutos e um outro sobre os Descobrimentos.
Entrava no final da minha década de 30. Vieram depois vinte anos em Rabat e em Brasília: Adido Cultural, Conselheiro Cultural, a direção do Instituto Camões no Brasil e a Comissão dos 500 anos da Viagem de Cabral. Por último Comissário Geral das Comemorações dos 200 anos da transferência da Família Real para o Rio de Janeiro. Muitas comendas de várias nações (Portugal, Brasil e Marrocos) e outras que não são comendas, mas são condecorações.
Andámos sempre os dois – eu e a minha melhor metade, a Né.
E… conferências no Canadá, nos E.U.A., no Brasil, no Japão, em Marrocos, no Chile, na Argentina e, é claro, em Portugal. Mais livros, a poesia na década pessoal de 50, o Mosteiro outra vez, os congressos sobre Cister, e outra vez o Ensino. E, na minha década de 60, a direção do Mosteiro de Alcobaça, a recordar haver sido fundador da ADEPA em 1976.
O Interact e o Rotary desde os 18 anos e os Amigos do Mosteiro quase a chegar à minha década dos 70. E continuo, vejam bem, no Museu do Vinho.
Casei há quase meio século, o filho que está a caminho dos 45, a neta vai nos 16, soberba idade de contestação.
Também tenho uma diáspora: o filho nasceu em Angola, a neta no Brasil, e vão vivendo aqui e ali. Agora é Timor Leste e a Indonésia. Amanhã, nem eu sei.
Mas todos os dias vejo o limite nascente da herdade de Alcobaça, a Serra dos Candeeiros. O Sol, esse, põe-se para o lado do mar.
-No dia 10 de maio de 1978, foi inaugurado no Rossio, um Obelisco da autoria de José Aurélio, que ficará a assinalar, a ação civilizadora, cultural, progressiva e cristã, que os frades de S. Bernardo desenvolveram na região.
-O IGESPAR acordou em abril de 2007 com a Câmara Municipal de Alcobaça a transferência, em regime de comodato, do espólio bibliográfico da família Vieira Natividade, do Mosteiro de Alcobaça para a Biblioteca Municipal. Em causa estão 3 a 4 mil livros, além de inúmeras cartas e fotografias, que agora serão tratados e classificados pelos serviços da Biblioteca Municipal de Alcobaça, devendo regressar à origem quando houver condições para tal. Segundo o diretor do Mosteiro de Alcobaça, a proposta, que parte do pressuposto de que o Património deve estar onde é melhor salvaguardado, contou com a anuência imediata da direção do IGESPAR. Rui Rasquilho explicou também que o acordo entre a Câmara Municipal de Alcobaça e o Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, prevê a criação de grupos de trabalho para resolver problemas que afetam Alcobaça. Estes grupos de trabalho serão formados por técnicos da Câmara, técnicos do IGESPAR, pelo arquiteto Gonçalo Byrne e pelo próprio Rui Rasquilho. O trabalho destes técnicos visa a elaboração de dossiers sectoriais, de forma a poderem ser utilizados nos concursos ao próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional e incluem estudos sobre possíveis ocupações do Mosteiro de Alcobaça. 
-Mais de duas centenas de pessoas, participaram, a 22 de junho de 2007, num jantar-teatro evocativo de Mozart, promovido pela Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça/AMA, na Sala do Capítulo e no Refeitório do Mosteiro de Alcobaça, em que os convivas tiveram ensejo de respirar o ambiente duma festa de fins do século XVIII, recordando a obra e a personalidade do compositor de Salzburgo.
Foi a terceira vez que a Artonus, entidade produtora de eventos, apresentou este espetáculo, que contou com a colaboração de atores da companhia portuense Seiva Troupe.
A 20 de agosto seguinte, mas em estreia, o prato forte da ceia medieval teve por motivo inspirador Pedro e Inês – Amor Eterno.
-O dia 20 de agosto de 2007, foi escolhido para mais uma atividade da AMA, que consistiu na realização de um jantar-teatro, evocando o amor de Pedro e Inês.
Na Sala do Refeitório do Mosteiro de Santa Maria (cujo diretor era Rui Rasquilho), o ambiente foi medieval, com ceia e trajes a condizer. Ao contrário do Jantar com Mozart, o Amor Eterno de Pedro e Inês foi uma estreia nacional. O espetáculo produzido pela Artonus, foi escrito e pensado para Alcobaça. Só depois a peça seguiu viagem até outros pontos do País.
Na base deste jantar estiveram, segundo pretendeu a organização, os produtos da terra, Os doces, os vinhos, os licores, a fruta, porque também é um dos objetivos deste evento, mostrar o que de melhor existe na região.
A sala disponível para o evento tem capacidade para receber cerca de 300 pessoas e foi esse o número limite de inscrições para quem quis assistir a este espetáculo.
A AMA, concretamente Rui Rasquilho, considerou que estes espetáculos são importantes na divulgação do Mosteiro para que as pessoas possam ver mais do que pedras porque ainda há muito para descobrir no Mosteiro de Alcobaça.
Os jantares-teatro são apenas uma pequena parte do programa de eventos que tem sido levado a cabo pela Associação Amigos do Mosteiro de Alcobaça/AMA e com sucesso. Incluída no programa de atividades da AMA, está a limpeza dos túmulos de Pedro e Inês, marcada para a última quinzena de setembro seguinte.
 -O Congresso de Cister irá realizar-se em 2008 em Alcobaça, confirmou o presidente da Câmara, no decorrer da apresentação do livro Cister e a Europa – Santa Maria de Alcobaça, Aliança entre a espiritualidade e o trabalho manual.
Trata-se do segundo congresso que aborda a temática de Cister, tendo o primeiro decorrido em Alcobaça, no mandato de Maria Augusta Trindade Ferreira, uma das autoras da obra apresentada, quando à frente da Direção do Mosteiro.
Sou um apaixonado de tudo o que tenha a ver com Cister, confessou Gonçalves Sapinho, que apadrinhou o livro, uma edição de luxo, também escrita por Rui Rasquilho, diretor do monumento. A espiritualidade de Cister ainda não foi apreendida, considerou Rasquilho, que defendeu que aos visitantes é preciso oferecer mais do que pedras.
Num apelo à leitura e ao conhecimento, Rasquilho avisou que é necessário que os senhores saibam mais sobre a Ordem de Cister porque este monumento vai dar que falar.
-Rui Rasquilho, ao ser homenageado no dia 26 de setembro, de 2008 pela Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça, disse que saiu do cargo de  Diretor do Monumento com a consciência de dever cumprido, acreditando que se ficasse mais tempo se iria repetir, que nunca encarou o cargo como um emprego e que sentiu que tinha atingido  o limite de competências, optando por sair. Era o momento de entrar  em tranquilidade e ficar disponível para ações de cidadania na minha terra, acrescentou.
Durante três anos e meio, Rasquilho abriu o Mosteiro à comunidade, associando-o a festejos da cidade e a iniciativas da sociedade civil, abriram-se  novos espaços de visita e o número de visitantes cresceu, originando um aumento da receita, embora parte desse fluxo tenha coincidido com a eleição do Mosteiro como uma das sete maravilhas de Portugal.
Aposentado do cargo de Diretor do Mosteiro, e eleito Presidente do Conselho Geral da Escola D. Inês de Castro, Rui Rasquilho disse que assumirá todas as funções desde que se sinta com competência, mas garante que nunca veio para o cargo de  Diretor do Mosteiro para construir um caminho para, depois, ser candidato a qualquer coisa de caráter político. Uma candidatura a dirigente do PS ou a qualquer outro cargo político de sufrágio em Alcobaça está completamente fora de questão, garantiu.
O ex-diretor do Mosteiro de Alcobaça, classificou de excelente o relacionamento dos últimos três anos e meio com a Câmara de Alcobaça e Gonçalves Sapinho, com quem afirmou ter estado em perfeita sintonia, trabalhando, em conjunto, para que o Mosteiro estivesse ao serviço da população e junto da população. Um bom exemplo desta colaboração foi a transferência para o interior do mosteiro da Feira de Licores e Doces Conventuais que aí continua.
-A Associação dos Auditores dos Cursos de Defesa Nacional – AACDN, fundada em 21 de Outubro de 1982, é uma associação de fins não lucrativos e carácter apartidário, cujos objetivos e atividades se baseiam no conceito global de Defesa Nacional.
Elementos da Associação de Auditores dos Cursos da Defesa Nacional, que se deslocaram em autocarro, visitaram Alcobaça, no dia 8 de maio de 2010.
A primeira etapa da visita dos 45 participantes, aliás em dia muito chuvoso, foi ao Mosteiro de Alcobaça, onde foram recebidos por Rui Rasquilho.
Segundo os apontamentos de um dos visitantes, os túmulos de Pedro e Inês evidenciam bem a pujança da arte e da imaginação. Seguiu-se o Claustro do Silêncio, com a Virgem a desafiar a natureza e a surgir o milagre. A Sala do Capítulo, o Dormitório, o Parlatório, a enorme Cozinha, o Refeitório. Afinal estes convívios são também um dos pontos fortes no sucesso destas visitas.
Como previsto, fomos seguidamente a Coz, uma das antigas povoações dos Coutos do Mosteiro de Alcobaça, de que dista 7 kms. Aí encontrámos algo que assombra e visitamos sempre devidamente acompanhados.
-O lançamento do 6 volume, da 2.ª série da Coleção Estremadura: Espaços e Memórias, intitulado 50 Coisas de Escrita Vária Alcobacense, teve lugar sábado, dia 3 de março 2012, às 18h, no Armazém das Artes, em Alcobaça.
António Maduro e Rui Rasquilho, dirigentes da Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça, reuniram, melhoraram e ilustraram as crónicas que escreveram no jornal O Alcoa, num livro para memória futura. O livro foi apresentado pelo Professor Saúl Gomes, da Universidade de Coimbra.
-História de Cister, Economia e Sociedade, Arte e Arquitetura e Espiritualidade Cisterciense, são os quatro grandes temas que foram analisados e debatidos no Congresso Internacional Mosteiros Cistercienses – Passado, Presente e Futuro, que decorreu de 14 a 17 de junho de 2012, em Alcobaça.
O evento juntou especialistas da Península Ibérica (Portugal e Espanha) e teve como presidente da comissão científica, o historiador leiriense Professor José Mattoso.
No texto de apresentação do evento, a organização referiu que o Mosteiro de Alcobaça foi, durante séculos, a cabeça da presença cisterciense em Portugal. E acrescentou, Centro religioso de primeira importância, sustentáculo de reis, panteão régio, polo difusor de cultura e espiritualidade.
Respeitando o lema beneditino ora et labora, a Ordem de Cister exerceu sempre um enorme fascínio sobre religiosos, historiadores, artistas e homens comuns, como se pode ler na página da Internet.
Com este congresso, pretendeu-se celebrar a Ordem de Cister e os seus mosteiros, os quais legaram uma indelével marca na História, no território e na memória coletiva de Portugal.
Integraram a comissão executiva Ana Margarida Martinho, António Valério Maduro, Amílcar Coelho, Jorge Vasco, José Aguiar, José Albuquerque Carreiras, JERO e Rui Rasquilho.
O Mosteiro de Alcobaça não foi o único palco do Congresso Internacional Mosteiros Cistercienses, onde decorreu a conferência inaugural proferida pelo D. Juan Javier Martín Hernandez, Abade de San Isidro de Dueñas.
Nos dois dias seguintes, as sessões e apresentação de comunicações, decorreram na Escola Secundária D. Inês de Castro.
O último dia, teve lugar no Mosteiro de Coz, onde foi apresentado o Livro Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça – Espaços, Tempos e Discursos.
-Paulo Inácio (presidente da Câmara de Alcobaça, Alberto Guerreiro (técnico), António Valério Maduro, Rui Rasquilho e Jorge Custódio (historiadores), Gil Moreira, (arquiteto), Manuel Pimentel Castelhano (Presidente da Cooperativa Agrícola de Alcobaça), compõem da Comissão Instaladora do Museu do Vinho de Alcobaça, para estudar e refletir sobre o espaço e abri-lo, devagarinho, à sociedade civil, a partir de 2013.
O anúncio foi feito por Paulo Inácio, que preside à comissão, no sábado, dia 30 de novembro de 2012, no Museu do Vinho, aquando do lançamento da Biografia de José Eduardo Raposo de Magalhães, da autoria de António Valério Maduro.
A iniciativa deu o mote a um colóquio, onde foi debatido o presente e o futuro do espaço museológico e que contou com cerca de centena e meia de pessoas na assistência, que lotaram por completo a Adega do Museu.
A Comissão Instaladora tem pela frente um desafio enorme, quer em termos de investimento patrimonial, quer em termos de dimensão. E para que se possa cumprir o objetivo de engradecer o espaço, Paulo Inácio disse acreditar na possibilidade da existência de verbas no próximo Quadro Comunitário de Apoio.
Prometido ficou o respeito pela tradição e pelo espólio de mais de oito mil peças do Museu, um conjunto de belas peças que precisam de ser tratadas, estudadas, investigadas, defendeu António Maduro. Quem também não será esquecido, é o responsável pela construção da adega onde hoje se encontra o Museu e cuja vida foi recuperada num grande livro, que traz à atualidade, uma das mais importantes figuras da terra do século XIX, salientou Rui Rasquilho.
Fernando Magalhães, neto de José Eduardo Raposo de Magalhães, exortou à recuperação da visão empresarial que caracterizava o avô e tão necessária é hoje, numa cidade que tem vindo acomodar-se e está quase morta.
-Alcobaça comemorou, no 8 de novembro de 2015, o IX Centenário da fundação de Claraval, com um colóquio no auditório da Biblioteca Municipal.
Em torno deste centenário, promovido pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, da Câmara de Alcobaça e da Associação dos Amigos do Mosteiro, estiveram reunidos alguns estudiosos para falar sobre Bernardo de Claraval e a filosofia que se espalhou por toda a Europa.
Durante a manhã, os temas foram apresentados por Amílcar Coelho, Rui Rasquilho, António Maduro, Pedro Gomes Barbosa, Maria Alegre Marques e Aurélio de Oliveira.
De tarde, intervieram Saúl Gomes, Maria do Céu Tereno, Marízia Pereira e Maria Monteiro, Luís Repas e André Santos.
Através deste evento, a organização pretendeu recordar a importância da Ordem de Cister. Um mosteiro é, antes de tudo, um projeto religioso, uma via para a perfeição, um caminho para o encontro com Deus. Assim sendo, a Regra deveria ter apenas uma única interpretação e os costumes litúrgicos serem os mesmos para todo o cenóbio.
-A Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça e os Amigos das Letras uniram-se para trazer Lauro Moreira, ex-embaixador do Brasil junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, para Poesia em Concerto, um espetáculo onde se misturou a poesia, a música e o teatro.
-No dia 20 de Agosto de 2016, aquando da inauguração da Feira de S. Bernardo apresentou conjuntamente com António Maduro, o livro Alcobaça de Domingos Alvão.
-José Eduardo Oliveira, Luci Pais e Rui Rasquilho apresentaram no dia 18 de dezembro de 2016, na sala da debulhadora da Cooperativa Agrícola de Alcobaça a obra Arco de Memória’s.

1 comentário:

JMC disse...

Pesquisando sobre a Sociedade de Conservas Aldite e sobre o seu estabelecimento fabril de Lagos, deparei-me com este texto do seu blog.
Fiquei surpreendido com a afirmação que faz no texto que dedica a José Emílio Raposo de Magalhães: "Com seu primo João de Oliva Monteiro constituiu uma fábrica de conservas de peixe no Algarve, a Aldite."
Pergunto-lhe:
1-em que fontes se baseia para atribuir o parentesco de primos a José Emílio RM e a João de Oliva Monteiro;
2-se sabe o valor da quota de João de Oliva Monteiro na Sociedade de Conservas Aldite, assim como os valores das quotas dos restantes sócios.
Agradeço-lhe a atenção de uma resposta.
José Manuel Correia.