NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Roseta, Pedro Manuel Cruz, nascido na Covilhã, a 29 de junho de 1943 veio para Lisboa ainda criança, aonde tem vivido desde então. É casado, mas separado de facto, com Helena Roseta. Militante do PSD, desde o início, ocupou dentro do Partido vários lugares e funções de destaque.
Em Abril de 2002, foi empossado Ministro da Cultura, do XV
Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso.
Em
abril de 2003, Pedro Roseta, usando da palavra no Gabinete de Informação
Universitária, começando por se dirigir ao Presidente da Câmara disse que quero cumprimentar o amigo de longa data, o
homem com quem trabalhei nos idos anos de 75 a 79, na Comissão de Educação,
Ciência e Cultura da Assembleia da República, o lutador pelas liberdades de
aprender e ensinar, um democrata consequente, que soube estar no lugar e tomar
as atitudes que contribuíram para a instituição do Regime Democrático. Quem
havia de dizer, na altura, que hoje teria a alegria de cumprimentar e saudar,
em Alcobaça, primeira capital nacional da cultura, o Dr. Sapinho como
Presidente da Câmara.
-Roseta, esteve presente nas Comemorações dos 850 Anos da Fundação da
Abadia de Alcobaça e disse aguardar
propostas para os espaços devolutos do Mosteiro, e mostrou-se satisfeito com as
obras de recuperação do monumento.
-Em 2004,
acompanhado pelo Presidente do IPPAR, João Rodeia, inaugurou a exposição
Evocações, que decorreu na Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro.
-Foi
para ouvir e falar de Amor, que se juntou um grupo de pessoas no Mosteiro de
Alcobaça, no dia 7 de janeiro de 2012.
O
ambiente proporcionou momentos de partilha sobre Inês de Castro: o futuro da memória, tema que para alguns
estudiosos mudou, para sempre, a cultura portuguesa.
Já se escreveu, pintou, cantou, dançou,
dramatizou o amor de Pedro e Inês. E continua a fazer-se. Uma história que tem
tanto de belo, como de cruel. Uma história que faz parte do património nacional
e é revisitada em todo o mundo.
Pedro
Roseta, depois de afirmar que o património é também uma coisa que não se vê,
avança adiantou quem sabe se Inês não é
consagrada? Quem sabe se um dia não integrará uma rota do património imaterial
alargado? O antigo Ministro da Cultura não tem dúvidas que as sociedades que esquecem a identidade
cultural morrem.
Esta
afirmação, terá sensibilizado Paulo Inácio que aproveitou para dizer porque não uma candidatura inesiana ao
Património Imaterial da Humanidade? Inês
tem um potencial tão grande que é um crime deixá-lo como está.
Pedro
Roseta, apelou às diversas individualidades presentes que contribuam para o
enriquecimento cultural. É preciso chamar
a atenção. Espero também que os esforços e o trabalho de hoje, apesar dos
disparates sejam apreciados e úteis no
futuro.
Isabel
Pires de Lima, antiga Ministra da Cultura, considerou que a presença de Inês de Castro é avassaladora na cultura portuguesa.
Atravessa toda a nossa cultura e mantém-se viva. É o mito fundador/estruturante
da nossa cultura. A sua intervenção foi enriquecida pela leitura dos textos
Triunfo do Amor Português, de Mário
Cláudio, e Pedro e Inês (40 anos depois), de Ana Luísa Amaral.
Até
ao século XIX, a sociedade olhava para a história de Pedro e Inês apaixonadamente, a partir daí começaram
a surgir novos sentidos interpretativos. Na verdade, a bela Inês foi amante,
traindo a confiança de D. Constança.
Fantástico mito que também é história,
começou, assim, a sua
intervenção a Presidente da Fundação Inês de Castro.
Sublinhando
as palavras de Pedro Roseta, Cristina Castel-Branco disse esperar que alguém esteja à nossa espera no futuro e a
Fundação está a fazer por isso.
Cristina
Castel-Branco assegurou que as novas
gerações estão a responder positivamente à temática Pedro e Inês. Fizeram
blogues que me deixaram de queixo caído.
Depois
de ouvir e ler comentários de algumas crianças e jovens em trabalhos, Cristina
Castel-Branco afirmou que é melhor manter
esta história viva, porque assim lembramo-nos de como era o amor antigamente.
Não tenho dúvidas em afirmar que o
encantamento do mito está espalhado pelo mundo. É um mito que nós portugueses
temos de tomar conta. Temos de manter viva Inês, transmitindo às novas gerações
este mito tão forte e espalhado pela sua própria força.
O
presidente do Igespar, Luís Filipe Coelho, optou por falar do turismo e das
rotas do Património em Portugal. Há a
necessidade de adequar os princípios que a sociedade vai exigindo. Há mais
estrangeiros a visitar-nos e os portugueses estão mais exigentes. O objetivo será, dotar os monumentos de
condições que respondam as necessidades.
A
palavra final coube ao moderador Paulo Sacadura, que se congratulou por ter
sido uma das pessoas que saiu de casa, num
dia de inverno para ouvir falar de amor.
-Pedro
Roseta, lançou a ideia da candidatura de Inês de Castro a Património da
Humanidade. Esta possibilidade agradou a Maria Cavaco Silva pois tem todas as condições. Basta ver que o
mundo de outras línguas tem apanhado e tem feito em relação a esta história que
é tão nossa, subscreveu Maria Cavaco Silva, que visitou o monumento e as
exposições relativas a Inês de Castro
Além
disso, a primeira-dama, uma
apaixonada pelas abadias cistercienses e pela temática de Pedro e Inês referiu
que gostava de ver o Mosteiro de Alcobaça esplendoroso.
Infelizmente não está, mas com certeza estará, com muito trabalho, teimosia e
persistência.
Roxo, Jaime Santos, natural da Cela, onde é
carpinteiro/marceneiro e vive.
Como
se diz e bem, o Natal não é o mesmo sem um presépio. E o Natal na Cela também
não será o mesmo, sem o presépio animado, de Jaime Roxo. Em 2016, o marceneiro
celense, levou dezenas de figuras para o interior da Igreja Paroquial, o que
configurou uma novidade, em mais de vinte anos. A exposição foi inaugurada no
dia 9 de dezembro e, até dia 8 de janeiro, pode ser visitada, com entrada
livre. Ao longo dos anos, Jaime Roxo foi acumulando peças e decorações para o
seu presépio e precisaria, segundo diz, da totalidade da Igreja e de outras três ou
quatro iguais para instalar o seu espólio. De facto, o portefólio do
artesão daria para enfeitar um espaço com mil metros quadrados. Como a Igreja
da Cela não tem, nem de perto, essa dimensão, Jaime Roxo instalou, ao longo das
últimas semanas, 40 peças num espaço de cerca de 60 metros quadrados. Este ano temos apenas os núcleos de Belém e
Jerusalém, devido às limitações de espaço.
-A ideia da exposição
animada, nasceu há perto de 20 anos, numa altura em que Jaime Santos ajudava o
pai a fazer o presépio da igreja. Entretanto, este comprou-lhe umas figuras em
barro para fazer também o presépio em casa. O número das figuras aumentaou de
ano para ano e daí até o marceneiro fazer os próprios bonecos e conferir-lhes
movimento foi um passo. O primeiro sistema usado para dar movimento às figuras
do presépio foi o aro de uma bicicleta e alguns baldes de água. Agora, conta com
o auxílio de motores eléctricos.A exposição começou por ser mostrada em casa, depois transitou para o Centro Cénico da Cela e, em 2014, esteve instalada no Salão Paroquial, com mais espaço (200m2) e melhores condições. O apoio da comunicação social à divulgação, não tem faltado: a TVI veio filmar para o programa Quinta das Celebridades e passou uma peça no telejornal. As rádios e jornais têm dado destaque ao presépio animado.
-As pessoas dão-me os parabéns, dizem que está muito bonito e dão-me forças para continuar. As crianças têm muito interesse nos bonecos, em saber como eles de movimentam e como são feitos. Como represento aqui várias profissões e algumas até já não existem, os miúdos interessam-se muito.
Além do Natal, Jaime Santos aproveita as férias, em Agosto, para expor o seu trabalho na na Feira de S. Bernardo. Além de mostrar o trabalho faz mais figuras para o presépio. O artesão também participa, habitualmente, na Feira de S. Simão.
Sem comentários:
Enviar um comentário