segunda-feira, 21 de janeiro de 2019





NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Roseta, Pedro Manuel Cruz, nascido na Covilhã, a 29 de junho de 1943 veio para Lisboa ainda criança, aonde tem vivido desde então. É casado, mas separado de facto, com Helena Roseta. Militante do PSD, desde o início, ocupou dentro do Partido vários lugares e funções de destaque.
Em Abril de 2002, foi empossado Ministro da Cultura, do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso.
Em abril de 2003, Pedro Roseta, usando da palavra no Gabinete de Informação Universitária, começando por se dirigir ao Presidente da Câmara disse que quero cumprimentar o amigo de longa data, o homem com quem trabalhei nos idos anos de 75 a 79, na Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, o lutador pelas liberdades de aprender e ensinar, um democrata consequente, que soube estar no lugar e tomar as atitudes que contribuíram para a instituição do Regime Democrático. Quem havia de dizer, na altura, que hoje teria a alegria de cumprimentar e saudar, em Alcobaça, primeira capital nacional da cultura, o Dr. Sapinho como Presidente da Câmara.
-Roseta, esteve presente nas Comemorações dos 850 Anos da Fundação da Abadia de Alcobaça e disse aguardar propostas para os espaços devolutos do Mosteiro, e mostrou-se satisfeito com as obras de recuperação do monumento.
-Em 2004, acompanhado pelo Presidente do IPPAR, João Rodeia, inaugurou a exposição Evocações, que decorreu na Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro.
-Foi para ouvir e falar de Amor, que se juntou um grupo de pessoas no Mosteiro de Alcobaça, no dia 7 de janeiro de 2012.
O ambiente proporcionou momentos de partilha sobre Inês de Castro: o futuro da memória, tema que para alguns estudiosos mudou, para sempre, a cultura portuguesa.
Já se escreveu, pintou, cantou, dançou, dramatizou o amor de Pedro e Inês. E continua a fazer-se. Uma história que tem tanto de belo, como de cruel. Uma história que faz parte do património nacional e é revisitada em todo o mundo.
Pedro Roseta, depois de afirmar que o património é também uma coisa que não se vê, avança adiantou quem sabe se Inês não é consagrada? Quem sabe se um dia não integrará uma rota do património imaterial alargado? O antigo Ministro da Cultura não tem dúvidas que as sociedades que esquecem a identidade cultural morrem.
Esta afirmação, terá sensibilizado Paulo Inácio que aproveitou para dizer porque não uma candidatura inesiana ao Património Imaterial da Humanidade? Inês tem um potencial tão grande que é um crime deixá-lo como está.
Pedro Roseta, apelou às diversas individualidades presentes que contribuam para o enriquecimento cultural. É preciso chamar a atenção. Espero também que os esforços e o trabalho de hoje, apesar dos disparates sejam apreciados e úteis no futuro.
Isabel Pires de Lima, antiga Ministra da Cultura, considerou que a presença de Inês de Castro é avassaladora na cultura portuguesa. Atravessa toda a nossa cultura e mantém-se viva. É o mito fundador/estruturante da nossa cultura. A sua intervenção foi enriquecida pela leitura dos textos Triunfo do Amor Português, de Mário Cláudio, e Pedro e Inês (40 anos depois), de Ana Luísa Amaral.
Até ao século XIX, a sociedade olhava para a história de Pedro e Inês apaixonadamente, a partir daí começaram a surgir novos sentidos interpretativos. Na verdade, a bela Inês foi amante, traindo a confiança de D. Constança.
Fantástico mito que também é história, começou, assim, a sua intervenção a Presidente da Fundação Inês de Castro.
Sublinhando as palavras de Pedro Roseta, Cristina Castel-Branco disse esperar que alguém esteja à nossa espera no futuro e a Fundação está a fazer por isso.
Cristina Castel-Branco assegurou que as novas gerações estão a responder positivamente à temática Pedro e Inês. Fizeram blogues que me deixaram de queixo caído.
Depois de ouvir e ler comentários de algumas crianças e jovens em trabalhos, Cristina Castel-Branco afirmou que é melhor manter esta história viva, porque assim lembramo-nos de como era o amor antigamente.
Não tenho dúvidas em afirmar que o encantamento do mito está espalhado pelo mundo. É um mito que nós portugueses temos de tomar conta. Temos de manter viva Inês, transmitindo às novas gerações este mito tão forte e espalhado pela sua própria força.
O presidente do Igespar, Luís Filipe Coelho, optou por falar do turismo e das rotas do Património em Portugal. Há a necessidade de adequar os princípios que a sociedade vai exigindo. Há mais estrangeiros a visitar-nos e os portugueses estão mais exigentes. O objetivo será, dotar os monumentos de condições que respondam as necessidades.
A palavra final coube ao moderador Paulo Sacadura, que se congratulou por ter sido uma das pessoas que saiu de casa, num dia de inverno para ouvir falar de amor.
-Pedro Roseta, lançou a ideia da candidatura de Inês de Castro a Património da Humanidade. Esta possibilidade agradou a Maria Cavaco Silva pois tem todas as condições. Basta ver que o mundo de outras línguas tem apanhado e tem feito em relação a esta história que é tão nossa, subscreveu Maria Cavaco Silva, que visitou o monumento e as exposições relativas a Inês de Castro
Além disso, a primeira-dama, uma apaixonada pelas abadias cistercienses e pela temática de Pedro e Inês referiu que gostava de ver o Mosteiro de Alcobaça esplendoroso. Infelizmente não está, mas com certeza estará, com muito trabalho, teimosia e persistência.
Roxo, Jaime Santos, natural da Cela, onde é carpinteiro/marceneiro e vive.
Como se diz e bem, o Natal não é o mesmo sem um presépio. E o Natal na Cela também não será o mesmo, sem o presépio animado, de Jaime Roxo. Em 2016, o marceneiro celense, levou dezenas de figuras para o interior da Igreja Paroquial, o que configurou uma novidade, em mais de vinte anos. A exposição foi inaugurada no dia 9 de dezembro e, até dia 8 de janeiro, pode ser visitada, com entrada livre. Ao longo dos anos, Jaime Roxo foi acumulando peças e decorações para o seu presépio e precisaria,  segundo diz, da totalidade da Igreja e de outras três ou quatro iguais para instalar o seu espólio. De facto, o portefólio do artesão daria para enfeitar um espaço com mil metros quadrados. Como a Igreja da Cela não tem, nem de perto, essa dimensão, Jaime Roxo instalou, ao longo das últimas semanas, 40 peças num espaço de cerca de 60 metros quadrados. Este ano temos apenas os núcleos de Belém e Jerusalém, devido às limitações de espaço.
-A ideia da exposição animada, nasceu há perto de 20 anos, numa altura em que Jaime Santos ajudava o pai a fazer o presépio da igreja. Entretanto, este comprou-lhe umas figuras em barro para fazer também o presépio em casa. O número das figuras aumentaou de ano para ano e daí até o marceneiro fazer os próprios bonecos e conferir-lhes movimento foi um passo. O primeiro sistema usado para dar movimento às figuras do presépio foi o aro de uma bicicleta e alguns baldes de água. Agora, conta com o auxílio de motores eléctricos.
A exposição começou por ser mostrada em casa, depois transitou para o Centro Cénico da Cela e, em 2014, esteve instalada no Salão Paroquial, com mais espaço (200m2) e melhores condições. O apoio da comunicação social à divulgação, não tem faltado: a TVI veio filmar para o programa Quinta das Celebridades e passou uma peça no telejornal. As rádios e jornais têm dado destaque ao presépio animado.
-As pessoas dão-me os parabéns, dizem que está muito bonito e dão-me forças para continuar. As crianças têm muito interesse nos bonecos, em saber como eles de movimentam e como são feitos. Como represento aqui várias profissões e algumas até já não existem, os miúdos interessam-se muito.
Além do Natal, Jaime Santos aproveita as férias, em Agosto, para expor o seu trabalho na na Feira de S. Bernardo. Além de mostrar o trabalho faz mais figuras para o presépio. O artesão também participa, habitualmente, na Feira de S. Simão.


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