segunda-feira, 21 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas

Santos, António Gomes dos, natural dos Pisões/Pataias, é conhecido por Homem-estátua ou Staticman.
Vivi a infância num ambiente rural, numa família modesta que labutava no campo. Para fazer o liceu e chegar à Universidade tive sempre que trabalhar, porque embora os meus pais sempre procurassem apoiar-me, o orçamento familiar não dava para tanto.
Na Universidade de Coimbra, António Gomes dos Santos decidiu-se primeiro pela Matemática e depois pela Engenharia Geográfica, optando finalmente pela Geologia. Faltam-lhe três cadeiras para obter a licenciatura que, segundo diz, hei-de finalizar um dia destes.
Em janeiro de 2003, recuperou o título de Recordista Mundial de Imobilidade Voluntária ao ficar estático durante 20h,11m,36s numa iniciativa realizada em Viseu, integrada no programa de animação de uma fase do Grupo B do campeonato do mundo de andebol.
Santos já havia sido detentor duas vezes deste título, tendo-o recuperado a um indiano que em 1997 lhe havia retirado o direito de constar no Guinness World Records.
-Dezoito horas, 35 minutos e 15 segundos é o novo Recorde do Mundo de Imobilidade, reconquistado no sábado dia 12 de julho de 1997, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, por António Gomes dos Santos, o homem-estátua, que também ainda usa o nome artístico Hã Toino De Lírio.
A 30 de julho de 1988, António Gomes dos Santos viu o seu nome inscrito no Livro dos Recordes do Guiness, proeza conseguida depois de 15 horas, 2 minutos e 55 segundos completamente parado no shopping das Amoreiras, em Lisboa.
Depois de 8 anos que lhe trouxeram fama e muitos convites para participações em programas televisivos, espetáculos e anúncios publicitários, tanto em Portugal como no estrangeiro, foi destronado, sendo autor dessa proeza Rhavi Prajapati, indiano, que permaneceu imóvel durante 18 horas, 5 minutos e 50 segundos. Mas Hã Toino não desistiu e voltou à carga. E meia hora a mais trouxe-o de novo para a ribalta, com a casa cheia de amigos e curiosos que o aplaudiam com todo o calor.  Câmara de Alcobaça reconheceu a interessante proeza do homem estátua, e aprovou em reunião, na segunda-feira, dia 14 de julho de 1997, um voto de louvor e reconhecimento pela proeza.
Fiz em oito horas o que Carl Lewis faria em 15 segundos, disse António Santos, após bater o record mundial de menor velocidade humana, no dia 3 de junho de 1999, no Parque das Nações, em Lisboa, tendo percorrido 150 metros em oito horas e 15 segundos. Testei um limite da capacidade humana e atingi um máximo mundial de menor velocidade, adiantou António Santos, que inventou ainda um misto de performance e desporto, fazendo a ponte entre o Butô, uma dança japonesa tradicional na qual os dançarinos se movem o mais lento possível, e o atletismo.
Tentei bater o contrário dos 100 metros livres, mais explicou o homem-estátua.
No âmbito da Semana da Mobilidade, teve lugar no dia 21 de Setembro de 2008 (domingo), no Centro Histórico de Leiria, o I Encontro de Homens Estátua. Com a presença de dez artistas, este Encontro de Homens Estátua contou com a participação de António Santos, recordista do Guiness de imobilidade em 1988 e recordista mundial de imobilidade em 1997 e 2003, ano em que foi detentor do recorde de imobilidade, com 20 horas, 11 minutos e 36 segundos.
-António dos Santos, foi submetido a testes pela NASA.
Um dia apareceu no Diário de Notícias um anúncio que dizia: A NASA procura homens para a cama. A seguir a este título chamativo lá vinha o que a Agência Espacial pretendia, de facto. Queria homens que se prestassem a ficar uma série de horas imóveis. Ora sendo eu recordista mundial da imobilidade, pensei: bom... eu sou o candidato número um a isto. Por coincidência ou não, nesse mesmo dia recebi em casa uma carta da NASA a convidar-me para a experiência, que consistia num estudo de micro-gravitação. Participei do mesmo com muito prazer.
O homem-estátua já percorreu muita estrada. Na UE só lhe falta conhecer os países nórdicos. Trabalhou também nos Estados Unidos e na Austrália, cumprindo contratos comerciais. Nestes dois países nunca teve ensejo de trabalhar na rua, o tipo de atuação de que mais gosta. Cada volta à Europa demora-lhe cerca de quatro meses a completar. Ao continente americano e à Austrália vai, cumpre o contrato e volta logo que pode.
Santos, António José Louro Ramos, 1º. Sargento da GNR e comandante do Posto de Alcobaça, foi declarado desertor no dia 13 de agosto de 1996, às 17.h30, depois de ter estado em ausência ilegítima, desde 5 desse mês.
O agente da GNR, natural de Vale Milhaços, Almada, regressou de férias no dia 1 de agosto, trabalhou até ao dia 4, mas a partir do dia 5 não compareceu mais ao serviço e desapareceu com duas armas da GNR que lhe estavam confiadas.
Pessoas contactadas afirmaram que não conheciam nada em relação ao agente que fizesse supor uma situação deste tipo.
Santos, António Morgado dos, mais conhecido por Pireta, nasceu a 6 de setembro de 1951 numa família em que o pai era sapateiro e a mãe doméstica. Com onze anos vendeu melões no mercado de Ourém por conta de um tio. Terminada a escola, trabalhou numa cutelaria passando daí ao fim de pouco tempo para a ICEL. Quando atingiu a idade de prestar serviço militar, foi mobilizado para Moçambique, tendo estado na zona de Cabo Delgado. Regressado a Portugal, voltou à Benedita e à ICEL, agora com novas ideias pois, com 24 anos de idade, casou com Maria do Rosário indo viver para o Algarão. Deste casamento nasceram dois rapazes, o que não o impediu que fizesse uma experiencia como emigrante na Suíça aonde não se deu bem, pelo que voltou em breve para Portugal e à ICEL. Mas o seu sonho era ser massagista pelo que decidiu mais uma vez deixar a ICEL e alternar a função de massagista com o cargo de contínuo no Externato da Benedita. Dado o seu sucesso como massagista em casa foi convidado por António Ramalho, Presidente do ABCD, para ser massagista do Clube.
Em maio de 2009 foi objeto de uma grande homenagem que o deixou deveras sensibilizado, e cujos encargo, assumiu voluntária, inteiramente e muito gostosamente.
Homem honesto e pontual//De boas relações humanas//Tanto na vida profissional//Como até mesmo na social as suas decisões são soberanas.
Sempre bastante divertido//Nunca precisando de escolta//E desse amor possuído// Tornou-se amado e querido//Pelos que estão à sua volta.
Grande amigo e companheiro//Ao pé dele ninguém está triste//Fala-se em crise ou em dinheiro/Seja em Portugal ou no estrangeiro//A sua boa disposição persiste. Santos, Artur Manuel de Matos, de 21 anos, ex-aluno da Escola Secundária de Alcobaça, alferes paraquedista, foi dado como desaparecido no dia 22, de abril de 1983, na Serra da Estrela, no decorrer de exercícios militares.
Era natural de Angola, mas residia em Alcobaça há 8 anos. Sua mãe, Maria Isaura Brites de Matos Santos, natural de Alcobaça, é casada com Guilherme Maria dos Santos, natural de Angola, sendo ambos funcionários da Escola Secundária de Alcobaça.
Nas manobras realizadas em terreno coberto de neve e com denso nevoeiro, participavam diversos paraquedistas da Base Aérea de São Jacinto e da Escola de Tancos. Quando os militares escalavam a Serra em direção à Torre, deparou-se-lhes um violento temporal, agravado por forte nevão e pelo nevoeiro que se mantinha. Desorientados e divididos em grupos, dispersaram-se.
Pelas 18 horas, o desaparecido sentiu-se mal e foi amparado pelos colegas, enquanto tiveram forças. Mais tarde tiveram de o abandonar, atenta a iminência de todos ficarem sepultados na neve. Quando regressaram, com reforços, o Artur Manuel tinha desaparecido, vindo a ser encontrado bastante mais tarde coberto de neve e morto.
Santos, Carlos, voltou no dia 31 de janeiro de 2016, a estar em destaque ao conquistar mais um título na sua carreira de paraciclista.
Este alcobacense, natural da Vestiaria, sagrou-se campeão nacional de pista na categoria 500 metros classe C5, numa prova disputada no Velódromo de Sangalhos. O nosso paraciclista percorreu a distância dos 500 metros em 45,07 segundos, superando a concorrência. Para além desta vitória, Carlos Santos participou também na categoria de perseguição, mas aí ficou pela medalha de bronze. A prioridade de Carlos Santos para 2016 passa pelas provas nacionais, mas tem prevista a presença na Taça do Mundo em Bilbao.
-Carlos Santos marcou presença na etapa de Bilbao, da Taça do Mundo, de paraciclismo, que decorreu a 17 de julho de 2016. O atleta participou na prova no escalão de C5, tendo terminado a quatro voltas de distância do vencedor, o holandês Abraham Gebru. A corrida foi disputada numa distância de 80 quilómetros, tendo outro português, Manuel Ferreira, acabado por desistir. Por seu turno, o alcobacense Bruno Luís não pôde competir no País Basco, devido a um impedimento da organização.
Santos, Fernando dos, por alcunha Norte, segundo JERO, nasceu em Alcobaça em 8 de dezembro de 1921, filho de Manuel dos Santos e Guilhermina de Jesus. Nasceu em Alcobaça, mas viveu os primeiros anos da sua vida no Casal da Ortiga. Em termos escolares, assume que estudou um “poucochinho” na escola do Carvalhal de Turquel. Com 10 anos de idade começou a aprender o ofício de sapateiro. Trabalhou por conta de outrem – no caso, a sapataria 38, em Alcobaça – durante 18 anos. Entretanto, foi militar durante 2 anos na Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas, onde teve um amigo especial – o aspirante a oficial miliciano José Coutinho, que lhe facilitava a vinda a cavalo de Torres Novas e Alcobaça. Fez este percurso duas vezes, que lhe durava percorrer entre 4 a 5 horas. Viveu seguidamente dois anos em Lisboa e chegou o tempo de casar. Com 25 anos casou com Judite da Silva Ferreira, tiveram 3 filhos. Estabeleceu-se por conta própria no final da década de 60 e trabalhou como sapateiro até aos 80 anos. Terá feito sapatos por medida a metade da população de Alcobaça. Ficou conhecido como um adepto ferrenho do Ginásio de Alcobaça e o seu grito de “força azóis” ainda hoje é recordado por muita gente. Finalmente, ficou também conhecido como um animador especial de bailes populares com a “venda da flor”. Para esclarecimento final, a venda da flor era um leilão em que o interessado masculino tinha que pagar para dançar com uma rapariga bonita, o que motivava eventualmente um aumento de custos da chamada “flor”. O produto da venda era para o organizador do Baile. Fernando Norte era muito disputado para este efeito e recorda que o seu pagamento era feito em “galinhas e coelhos”. Outros tempos.       
Santos, Fernando Figueiredo dos, reside na Vestiaria, onde nasceu em 1953.
Sem ter passado por nenhum organismo ou coletividade local, iniciou-se nas andanças autárquicas nas eleições de 1982, integrando uma lista PS, que o levou a Secretário da Junta durante um mandato. Findo este, passou a cabeça de lista e a partir daí a ocupar o lugar de Presidente da Junta, sendo ainda nesse mandato 2º Secretário da Assembleia Municipal de Alcobaça.
Especialista em telecomunicações na Portugal Telecom, casado, pai de dois filhos, estava a cumprir o serviço militar em abril de 1974, quando a revolução, aliada à boa classificação no curso de oficiais milicianos, o livraram do Ultramar.
Como graduado, comandou um pelotão de tropas que esteve em Alcobaça, aquando da invasão da Câmara e do assalto à sede do PCP, em julho de 1975. Diz que essa foi uma das páginas mais negras da sua história, onde numa tentativa de impor a ordem e evitar o assalto à sede daquele partido, foi conotado como comunista.
-A igreja paroquial da Vestiaria foi classificada como monumento nacional por despacho do Ministro da Cultura, com o parecer favorável do IPPAR.
O mesmo despacho determinou uma área envolvente de 50 metros e tudo o que nele existe não pode ser demolido, alienado, expropriado, restaurado ou transformado sem o consentimento do IPPAR e a realização de qualquer obra na igreja ou nos edifícios que lhe estão ao lado e que a enquadram só se possam concretizar com a autorização daquele organismo.
Fernando Figueiredo considerou que isto só peca por ser tardio, face a algumas atitudes contra o valor patrimonial que a igreja tem sofrido ao longo dos últimos anos, que a descaracterizaram face à sua traça original.
A igreja da Vestiaria dedicada a N. Senhora da Ajuda foi edificada na sequência dum pedido do Abade D. Jorge de Melo, ao Rei D. Manuel I para a criação de um couto de marginais que nunca funcionou. A igreja com um esplêndido portal manuelino, radiado de seis pontas, com esfera armilar ao centro e com um ornamento que ostenta as armas dos Mellos, é ex-libris daquela terra. A classificação como monumento nacional veio confirmar o reconhecimento que já era atribuído aquela igreja.
Santos, Firmo Trindade, nasceu em Alcobaça em 1906 e com 14 anos, quando à falta de melhor ainda andava de bicicleta, começou a conduzir motos e automóveis.
Aliás, a sua paixão repartiu-se por estes veículos. Com 15 anos, participou numa prova de bicicleta na modalidade negativa, realizada no Casal Pereiro-Alcobaça, conquistando o primeiro lugar entre quarenta e tal concorrentes, porque foi o que mais tempo demorou a chegar à meta. Desportista nato, foi um dos fundadores em 1923 do Alcobaça Futebol Clube, repórter correspondente de um jornal de Lisboa O Condutor de Automóveis, com sede na Rua da Prata, 80, com direito ao respetivo cartão com o n°. 30, passado em 28 de Agosto de 1930, e que lhe passou a conferir direito de entrada em manifestações desportivas, mesmo futebol. Firmo Santos participou em Agosto de 1932 no 3° Quilómetro Lançado, da Reta de Tornada/Caldas da Rainha, organizado pelo ACP, onde concorreu com o seu Fiat Tipo 509, de 990cc, classificando-se em 3° lugar, o que foi considerado um excelente resultado, tanto mais que a prova era destinada a carros de 11OOcc. Firmo Santos explicava a José Tempero, de quem era bastante amigo, que, para tentar compensar a desvantagem, fez uma pequena batota, utilizou velas e gasolina de avião. Em 1932, fez parte do grupo de 300 sócios fundadores do Clube dos 100 à Hora, sendo seu delegado em Maceira-Lis.
Sem grandes posses materiais, ele que sempre trabalhou na Cibra, teve uma atividade desportiva limitada, divertindo-se nas gincanas automóveis, nomeadamente em S. Martinho do Porto, Marinha Grande, Caldas da Rainha ou Leiria.
Firmo Santos, vivia em Pataias e até falecer, deslocava-se várias vezes por semana a Alcobaça, para se encontrar com os velhotes amigos, numa tertúlia de café e de rua que, com bom tempo, parava em frente ao Mosteiro, junto ao antigo BNU.
Com mais de 80 anos, ainda se gabava a José Tempero,  ser capaz de conduzir uma moto ou um automóvel a 180Km/h na estrada que liga a Nazaré a Pataias. Teve uma Harley Davidson, castanha dourada, com transmissão por corrente, que comprou usada para fazer o verão de 1945, depois de ter pertencido a dois ribatejanos e que entrou em Portugal em setembro ou outubro de 1931. Ao que consta, foi a primeira desta marca importada pela Guerin, Ld.ª, e possuía uma original adaptação para competição, que a tornava única no País.

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