NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Santos, Rui Custódio Ricardo dos, vulgo Rui Custódio, nasceu em
Évora de Alcobaça, no dia 10 de Junho de 1964, filho de José Custódio Albano
Pereira dos Santos, comerciante, de Évora de Alcobaça e Virgínia Patrícia
Ricardo Santos, também comerciante, nascida em Covas de Mendalvo.
Casado,
vive em Covas de Mendalvo, nas casas dos avós maternos, que recuperou, pois é
filho destas terras de Cister, com muito orgulho. O meu gosto e apego a esta terra é tal que dificilmente consigo estar
longe dela por mais de 15 dias.
Nos
estudos fez o 9º. ano, pois escolheu, aprender
e estudar à sua conta .
Sendo
a sua paixão a eletrónica, desde muito cedo, com os cinco anos mais ou menos,
lembra que começou a fazer pequenas
instalações elétricas, com lâmpadas de bicicleta que a avó vendia na loja e as
pilhas de 4,5V quadradas, que praticamente desapareceram.
Até
aos 15 anos leu, testou, experimentou, estragou e finalmente construiu um
pequeno emissor de onda média, que lhe deu o incentivo para seguir caminho
nessa área.
O seu
pai começou a achar que o garoto tinha
jeito para a coisa, e a ser conhecido, porque as engenhocas agora eram ouvidas e em Évora de Alcobaça, toda a
gente sabia que tinha feito uma rádio.
Um
dia, por alturas de 1979, teve em casa a visita de dois fiscais dos então
serviços radio elétricos, e como não estava foi o pai que os recebeu e levou ao
sótão que era o seu laboratório. Os fiscais disseram, o seu filho vai longe, mas ele que desligue isso para não arranjar
problemas.
Rui
Custódio, estudava na Escola Secundaria, hoje ESDICA, e o pequeno emissor era ouvido pelos amigos, colegas e
alguns professores.
Os
anos passaram e até 1984 trabalhou com o pai na atividade dele de comércio e
indústria e nas oficinas da TELERIO onde
reparava rádios e TV.
Em
1984, um grupo de amigos veio lançar-lhe o desafio de montar uma rádio pirata, elas que estavam a
aparecer em vários pontos do País, e no Distrito de Leiria não havia nenhuma.
Foi por
essa altura, que entrou em atividade o emissor de onda média, porque os amigos
sabiam da experiência e chegaram a ouvir essas emissões.
Iniciaram
as emissões experimentais em junho de 1984, em sua casa de Évora de Alcobaça e
um ano depois emitia regularmente.
Em
breve, foi decidido sair de Évora de Alcobaça e instalar os estúdios no Centro Comercial Gafa/Alcobaça.
Com a
legalização das rádios em 1989, as emissões com base em trabalho exclusivamente
voluntário começaram a ser difíceis de manter, pelo que alguns, então
voluntários, passaram a ser funcionários da estação. No seu caso, passou a
trabalhar a meio tempo na rádio e com a sua empresa de montagens de antenas e
equipamentos de telecomunicações.
Em
1990, efetuou um curso de sonorização e montagem de áudio em Lisboa, na TSF.
Durante 6 meses trabalhou com alguns dos melhores profissionais de rádio, o que
lhe deu uma visão diferente para gerir a Rádio
Cister, tanto a nível comercial como programação.
Desde
a fundação da Rádio Cister, fez parte
da Direção com exceção de três mandatos num total de 6 anos.
A
evolução da Rádio Cister em termos de
eletrónica e meios técnicos foi da sua responsabilidade e autoria. Desde a
construção do primeiro emissor tudo foi escolhido por si, montado e afinado.
Rui
Custódio, diz que o projeto que lhe deu
mais gosto e orgulho, foi o das novas instalações na Av. Prof. Joaquim Vieira
Natividade, por si projetadas e montadas com total liberdade a partir de um
espaço amplo com 200 m2.
Como
gosta de dizer, ao longo destes últimos
31 anos a sua vida sempre esteve ligada a Rádio Cister e esta tem sido a sua
vida.
O bichinho da rádio é uma constante na
vida de Rui Custódio e, por isso, ajudou a fundar a Cidade FM, estação de rádio na cidade de Mindelo, ilha de São
Vicente/ Cabo Verde. A ideia partiu de um amigo radicado no arquipélago
africano, que pretendia implementar uma rádio local com traços generalistas e forte componente musical e de entretenimento.
O desafio não se previa fácil, mas Rui Custódio não desistiu. Dadas as
condições geográficas não seria fácil
montar a estação. Houve ainda o problema da antena de difusão que, ao
contrário do habitual foi montada no local, em vez de importada. Depois, teve
de instalar tubos, cabos, emissores, mesas de mistura, o software e hardware de
programação, automatização e de streaming.
Santos, Samuel, bom atleta no
sentido tradicional do termo, salientou-se ao dedicar-se durante uma temporada à marcha,
na Casa do Benfica de Alcobaça, sendo o atleta concelhio com melhor resultado
nessa disciplina.
Motivos
profissionais afastaram Samuel Santos das pistas, mas não do desporto,
participando a nível popular, individual, em provas de 10km, trail,
meias-maratonas, maratonas, triatlos e ultramaratonas, em Portugal e no
estrangeiro.
Em
Alcobaça, é recordada a sua aventura em bicicleta de Roma a Alcobaça,
concretizada com sucesso.
Saraiva,
Ildefonso Alpendre, faleceu no dia 30 de setembro de 2003.
Foi dirigente da Estação Nacional de Fruticultura Vieira
Natividade/ENFVN. Investigador, dedicou-se à fruticultura tendo iniciado a sua
atividade na Direção Geral dos Serviços Agrícolas em março de 1955 e colocado
no Centro Nacional de Estudos e de Fomento da Fruticultura, posteriormente
chamada ENFVN, aonde ocupou vários lugares e desempenhou funções.
Com o objetivo de conhecer novas realidades frutícolas,
atualizar e trocar conhecimentos, participou em inúmeras missões de estudo ao
estrangeiro, tanto na Europa como na Ásia, Américas e África. Lecionou em
várias escolas de Ensino Superior e efetuou muitas ações de formação na área da
fruticultura.
Publicou livros e inúmeros trabalhos em revistas da
especialidade.
Saraiva, José Hermano, nasceu em 3 de outubro de 1919 em Leiria, onde cresceu e frequentou o
Liceu. Licenciou-se em 1941 em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e em Direito na respetiva Faculdade em 1946.
Iniciou a sua atividade profissional no Ensino Liceal, que acumulou com o exercício da advocacia, foi professor do Liceu Passos Manuel, em Lisboa, Diretor do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu D. João de Castro, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina /atual ISCSP.
Apoiante do Estado Novo, foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa para a Cultura durante a presidência de França Borges, deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961, Procurador à Câmara Corporativa e Ministro da Educação com Marcelo Caetano, durante a crise académica de 1969, em Coimbra. Em 1972, depois de deixar o Governo, foi nomeado Embaixador de Portugal em Brasília, cargo que exerceu com elevada distinção até 25 de abril de 1974.
Com o advento da III República, Hermano Saraiva tornou-se uma figura bastante apreciada não só em Portugal, mas também junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, graças aos programas televisivos sobre História de Portugal, em que utilizava um discurso nada intelectual, simples e inteligível. Portador de uma ímpar capacidade de comunicação, este Senhor Televisão (como aliás o qualificou Marcelo Rebelo de Sousa), não deixava de ser figura controversa, porque a sua visão da História de Portugal, não era sempre bem aceite no meio académico, a que aliás pertencia.
Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo/ Brasil e Sócio Honorário do Movimento Internacional Lusófono.
Era irmão do Professor António José Saraiva, militante do PCP, e pelo qual nutriu uma profunda admiração e amizade.
-José Hermano Saraiva morreu a 20 de julho de 2012, aos 92 anos, em Palmela, onde residia, sendo homenageado com um voto de pesar e um minuto de silêncio pela Assembleia da República, o qual foi aprovado com os votos a favor do PSD, PP e PS , e os votos contra da CDU e BE.
Veio inúmeras vezes a Alcobaça para visitar e/ou gravar programas para a RTP, pois era estudioso/conhecedor da História de Cister em Portugal, bem como do drama de Pedro e Inês, com uma avaliação muito própria.
-Quem passa por Alcobaça, foi o subtítulo do programa Horizontes da Memória, do dia 11 de
janeiro de 1998, apresentado na RTP2.
No
programa, esteve em foco a história do Mosteiro, dos monges de Cister e suas
granjas, assim como, outros momentos que espelham o passado histórico da região
de Alcobaça.
O historiador
esteve em Alcobaça, ouviu estudiosos, escutou testemunhos, visitou monumentos, foi
aos locais onde se fez história e nasceram lendas. O programa terminou com
imagens do Lagar dos Monges, da
Ataíja, hoje em ruínas votadas ao total abandono, mas as palavras do
investigador são contudo de esperança pois, quem
passa por Alcobaça terá de por força voltar.
-Hermano
Saraiva esteve em Alcobaça, entre os dias 19 e 20 de setembro de 2007, para
efetuar gravações para o seu programa A Alma e a Gente. O professor Saraiva foi
recebido na Câmara por Gonçalves Sapinho e assinou o Livro de Honra do
Município.
Para
estas gravações também foi escolhido o Mosteiro de Coz.
Sardinha, Nuno Miguel
Madaleno, nasceu em 9
de outubro de 1973 na Benedita, licenciado em Comunicação, Jornalismo e
Marketing, é jornalista e gestor do canal RDP-África, e desde 16 de dezembro de
2015 Presidente do Conselho de Administração do INSE/Instituto Nossa Senhora da
Encarnação, sucedendo a Pedro Guerra. A RDPÁfrica é uma estação
de rádio da rede Rádio e Televisão de Portugal com uma
programação baseada na música, na informação, na cultura e no desporto. Foi
criada em 1994 como Canal África, como parte integrante da RDP Internacional,
evoluindo depois, em 1996, para uma estação autónoma, ainda que emitisse apenas
só algumas horas por dia. Entre os programas com maior audiência estão o Música Sem Espinhas, de Nuno Sardinha, A
Hora das Cigarras, de José Eduardo Agualusa e Metrópolis, de Rogério Silva
Gomes.
Nuno Sardinha, tem sido autor, produtor e apresentador de
programas da RTP, autor de programas sobre a África Lusófona e de muitos textos
sobre temas africanos.
-Em
entrevista publicada em O Alcoa, de
21 de janeiro de 2016, a propósito da eleição para Presidente do INSE, Nuno
Sardinha diz, entre o mais que, ser
presidente numa instituição que frequentou é muito interessante e desafiador.
Este é um cargo que noutras alturas seria um objetivo para muita gente aqui da
terra. Hoje em dia quem é que quereria ser presidente de uma instituição com
défice? Com um défice anual de mais de meio milhão de euros? Isto é mesmo
responsabilidade pela manutenção daquilo que foi um sonho dos nossos pais.
Tenho 40 pessoas para gerir. Venho de uma instituição grande. Sou quadro da RDP
há 20 anos. Isso dá-me aqui alguma experiência de como trabalhar com mais de
100 colaboradores diretos e outros tantos indiretos, permite alguma vantagem de
relacionamento. No instituto temos corpos intermédios, que temos de olear e dar
o valor. Temos um Diretor Pedagógico escolhido por nós. Mas há outros elementos
que são fundamentais. São desafios diferentes. Nós respondemos efetivamente aos
cooperantes que são a população. Entendo que o caminho para o sucesso do
Instituto da Nª. Senhora da Encarnação é continuarmos a trabalhar cada vez
melhor. A lógica de uma escola deve ser sempre formar cada vez melhor, mas
formar para alguma coisa também. Andam por aí pessoas com cargos muito
interessantes e muitos deles passaram por aqui. Houve aqui fornadas de gente
fantástica. São os embaixadores do Externato.
-Em 2016, à Semana Cultural do Externato Cooperativo da
Benedita, que apresentou à comunidade escolar e não escolar da região a XIV
Feira do Livro, juntou-se o Up ECB.
De 6 a 10 de abril, cultura, desporto, saúde e lazer forram as palavras-chave
na Benedita.
O Up ECB
(levanta-te) esteve integrado na Semana Cultural, o que não era hábito, mas achámos importante juntar todas as
atividades numa semana, para que a comunidade ao participar no Up possa também
usufruir das atividades da Feira do Livro e da Semana Cultural,
Surgiu a vontade de se
unirem todas as grandes atividades da escola numa só, Semana Cultural, Feira do
Livro e Up ECB, confirmou Rita Pedrosa, professora de Educação Física
envolvida na organização do Up ECB. Visto
que a Semana Cultural já estava agendada para a primeira semana de aulas do 3º
período, o Up ECB, antecipou a sua data de maio para abril; decidimos avançar e
fazer parte desta grande festa da escola, explicou Rita Pedrosa.
Saudade e Silva, Carlos
Manuel Pedrosa,
natural de Caldas da
Rainha, é filho de um conhecido Advogado daquela comarca, aliás já falecido,
onde praticou nos primeiros tempos e o habilitou a escrever bem e com facilidade, revelando-se muito útil na sua vida
profissional.
Solicitador
com escritório em Caldas da Rainha, dedicou grande interesse e tempo à causa
pública, nomeadamente de S. Martinho do Porto.
Joaquim
Francisco Pereira, antigo presidente da Junta de Freguesia, diz que Saudade e Silva sempre lhe prestou o maior apoio,
enquanto Presidente da Assembleia de Freguesia, função que cumpriu por três
vezes (mandato de 1983 a 1986, de 1986 a 1990 e de 1998 a 2001, sempre desinteressadamente, sem retirar
benefícios de ordem pessoal, muitas vezes à sua própria custa sem se queixar.
Carlos
Saudade e Silva, no primeiro mandato como Presidente da Assembleia de
Freguesia, teve como Primeiro Secretário Alfredo Manuel Gomes Justiça e Segundo
Secretário Rui Franco da Silva, enquantoque no segundo mandato o Primeiro
Secretário foi o mesmo Alfredo Justiça e o Segundo Secretário José Manuel Roque
de Jesus Pedro. Saudade e Silva ainda cumpriu um 3º. mandato como Presidente da
Assembleia de Freguesia (de 1998 a 2001) sendo 1º. Secretário Maria Manuela
Pedrosa Saudade e Silva Martins Ferreira e 2º. Secretário José Manuel Roque de
Jesus Pedro.
Trabalha
na Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Saúl, António Gomes, é
natural de Leiria e Professor Associado com Agregação do Departamento de
História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra/FLUC.
Com
um currículo vasto, Doutorou-se em História, na especialidade de História
Medieval, pela Universidade de Coimbra, em 2000, defendendo a dissertação
intitulada In Limine Conscriptionis, Documentos, Chancelaria e Cultura no
Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (Séculos XII a XIV).
Tem
vindo a reger na FLUC, várias disciplinas. Colaborou até 1999 com a
Universidade Católica Portuguesa/Pólo de Leiria, lecionando Cultura Portuguesa
do Curso de Língua Portuguesa e Línguas Estrangeiras Aplicadas. Foi Professor
Formador na Área de História do Ramo de Formação Educacional da Faculdade de
Letras de Coimbra no sexénio de 2002/2007 e Presidente da Área de História do
Ramo de Formação Educacional da mesma Faculdade nos anos letivos de 2004 a
2006, Secretário-Geral da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais entre 2003
e 2013, Vice-Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, entre 2006 e 2009, Diretor do Curso de História da
FLUC no biénio de 2009-2011, Subdiretor do Departamento de História da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para o biénio de 2009-2011, e
Subdiretor da FLUC entre Julho de 2011 e Julho de 2013.
Tem
participado em inúmeras Comissões Científicas e Congressos, inclusivamente em
Alcobaça, orientado Doutoramentos, Pós-Doutoramentos e Mestrados, efetuado
incontáveis Conferências e Comunicações dentro e fora de Portugal, nomeadamente
no Brasil, Espanha, França, Inglaterra e Itália e coordenado projetos de
investigação, gestão e coordenação editoriais.
Pertence
a várias sociedades científicas tendo recebido prémios, um deles atribuído à obra,
em coautoria com Cristina Maria André de Pina e Sousa, Intimidade e Encanto — O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Coz
(Alcobaça).
Publicou
mais de duas centenas e meia de estudos.
Conhece
bem a História de Cister, em Alcobaça, de que é estudioso.
-Os coautores
de Intimidade e Encanto-O Mosteiro
Cisterciense de Santa Maria de Coz, Saúl António Gomes e Cristina Pina e
Sousa, foram homenageados (o que infelizmente não é vulgar em Portugal) pela
população de Coz, no dia 29 de Junho de 2006.
O
livro foi lançado em 1998, e já se encontrava esgotada a primeira edição, de 3
mil exemplares.
Estiveram
presentes nesta sessão, o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves
Sapinho, Maria Helena da Cruz Coelho, em representação do Conselho Diretivo da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o padre José, pároco de Coz, e
Álvaro Santo, presidente da Junta de Freguesia.
Gonçalves
Sapinho, lembrou que a ideia da homenagem
partiu de dois habitantes da freguesia, Júlio Cipriano e José Pedro Machado,
regozijando-se que tenha sido a sociedade civil a tomar a iniciativa. José
Pedro Machado era, o detentor da chave do monumento.
Maria
Helena da Cruz Coelho, manifestou satisfação
por poder estar nesta homenagem, pois a sua tese de licenciatura foi sobre um
mosteiro cisterciense, o Mosteiro de Arouca.
-Saúl
Gomes, lembrou que teve uma trisavó, de
nome Valentina, que viveu e foi sepultada em Coz.
Instado
a pronunciar-se sobre o estado de conservação do Mosteiro de Coz, Saúl Gomes
considerou estar a igreja num estado
razoável, embora sujeita a perdas de mobiliário, que foi retirado.
O
historiador lembrou que monumentos com
esta grandiosidade (no caso concreto nunca foi classificado como Monumento
Nacional), têm de estar permanentemente a ser cuidados e restaurados e que uma
das formas de preservar o património é utilizá-lo para as funções para que foi
projetado.
No
entanto, advertiu que a parte conventual
está num estado extremamente deteriorado e precisa de uma intervenção complexa,
que envolve os proprietários e as instituições públicas. O Mosteiro de Coz é um
caso com relevância internacional, não é um caso pequenino e precisa de um
investimento muito avultado por parte dos poderes públicos. É preciso voltar a
dar ao monumento a dignidade que tinha há 200 anos atrás.
Apesar
disso, Saúl Gomes acrescentou que há
muitas coisas que se podem fazer pouco a pouco, como recuperar o antigo
património móvel do Mosteiro, que foi comprado e vendido para igrejas e
paróquias vizinhas e que era importante e interessante que retornasse ao
Mosteiro. Isso, eventualmente, será uma utopia, mas uma utopia que envolve um
projeto e uma ideia para o Mosteiro.
No
que respeita aos restauros já realizados, o docente da Universidade de Coimbra
informou que foram realizadas as pinturas
e a recuperação do cadeiral, mas há outras coisas importantes, como os altares
em talha dourada, que precisam de um restauro mais profundo e repor peças
que foram levantadas para limpeza e não restituídas.
Outra
questão prende-se com o antigo órgão do Mosteiro de Coz, que se encontra
inativo na Igreja do Sítio, Nazaré. Embora reconhecendo não ser possível pedir a simples devolução do órgão à Confraria da
Nazaré, Saúl Gomes considerou ser
viável esse retorno, através de uma negociação.
O
historiador lembrou que não é a única
peça que lá está, pois existe parte do antigo cadeiral e outras peças.
-Saúl
Gomes, proferiu no Café
Tertúlia/Alcobaça, no dia 28 de outubro de 2006 uma conferência sob o
título Amores de D. Pedro, integrada
no Curso Inês de Castro, organizado
pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, coordenado por Jorge P.
Sampaio.
-Saúl
Gomes, em dezembro de 2009, numa palestra realizada para alunos e professores
do Externato Cooperativo da Benedita defendeu que a doação do imenso território de Alcobaça àquele que viria a ser São
Bernardo, foi uma dádiva de Portugal à Europa já que permitiu a construção de
um dos maiores mosteiros europeus. Saúl Gomes defendeu que a oferta do território que deu origem aos
Contos de Alcobaça, foi uma contrapartida pela conquista de Lisboa,
rejeitando a lenda que oferta se referiu a uma promessa pela conquista de
Santarém aos Mouros. Neste sentido terá havido um acordo entre D. Afonso
Henriques e o jovem Bernardo de Claraval, que tinha grande influência junto da
Igreja Católica e que Alcobaça foi o prémio pela conquista de Lisboa. Uma palavra de Bernardo era palavra sagrada,
um acordo entre Afonso Henriques e Bernardo fez com que Alcobaça tivesse
ajudado a cimentar Portugal.
-Depois
de a Assembleia da República ter aprovado uma proposta no sentido de reconhecer
os Jerónimos como Panteão Nacional, e a Câmara da Batalha reclamar o mesmo
estatuto para o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Saul António Gomes propôs o
alargamento desse reconhecimento ao Mosteiro de Alcobaça. De facto, Batalha e Alcobaça já são panteões régios e
dinásticos. Não há razões para não existir equidade sobre estes lugares de
memória, aos quais acrescento também o Convento de São Vicente de Fora, em
Lisboa, alega o historiador, para quem o reconhecimento destes monumentos,
como panteões nacionais, é uma questão de
dignidade protocolar, de sentido de
estado, orgulho nacional e de respeito pela memória dos nossos antepassados.
Era bom que o País ficasse uniformizado
nessa matéria, acrescentou. O presidente da Câmara de Alcobaça subscreveu
as palavras do historiador, uma vez que faz
sentido que o reconhecimento do estatuto de Panteão Nacional seja uniforme para
todos.
-Saúl
António Gomes e o Professor José Meco juntaram-se, no dia 9 de Abril de 2016,
no Mosteiro de Alcobaça, para mais um Ciclo de Conferências sobre Estudos
Monásticos Alcobacenses, que desta vez se focou na Administração e reformas na
abadia de Alcobaça nos séculos XV e XVI e na Azulejaria no Mosteiro de
Alcobaça.
Saul
Gomes, propôs uma reflexão acerca da vida
alcobacense, não só no campo espiritual e institucional, mas também na sua
organização administrativa e gestão dominial. Durante a apresentação,
procurou delinear e problematizar os
significados das linhas de força da história da abadia cisterciense.
José
Meco, docente da Escola Superior de Artes
Decorativas - Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, expôs as artes da azulejaria no Mosteiro.
Através de imagens, mostrou alguns
recantos do monumento onde restam revestimentos em azulejo, alguns deles em mau
estado, que continuam a contar a história da arte decorativa de tempos
passados. Um excelente exemplo de conservação e de obra adequada à época, pertence aos azulejos que revestem a chaminé da cozinha do Mosteiro
cuja montagem revela brio, enquanto a
execução é extremamente cuidada no aspeto, textura e brilho, sublinhou.
-Os Forais Manuelinos, como já foi já aqui referido várias
vezes afirmaram e reforçaram o exercício dos direitos autárquicos de Alcobaça,
Alfeizerão, Aljubarrota, Alpedriz, Cela, Coz, Évora de Alcobaça, Maiorga,
Paredes da Vitória, S. Martinho do Porto e Turquel.
Todos eles datam de 1 de outubro de 1514, exceto o de Alpedriz,
que é de 20 de março de 1515.
A Câmara Municipal de Alcobaça recuperou, no passado, o Foral
de Turquel e o Foral da Cela, tendo adquirido em 2015 o Foral de Alpedriz. Os Forais Novos ou Manuelinos foram, dos acontecimentos mais importantes da
história destas localidades, uma vez que constituíram uma verdadeira base
jurídica legitimadora da ação de cada município, dando-lhe mais autonomia no
domínio político e administrativo, acrescentando-lhe também a garantia do
usufruto de direitos e de privilégios dos seus habitantes. As suas gentes
ficavam, assim, mais protegidas pelo poder régio de eventuais abusos do
senhorio abacial alcobacense. Os Forais Manuelinos regulamentavam, em geral, a
vida económica das populações, fixando os impostos devidos e uniformizando os
padrões dos pesos e medidas. Afirmavam, ainda, as liberdades, as isenções e os
privilégios de foro social e jurídico dos vizinhos de cada concelho. No âmbito
das comemorações que se iniciaram em 2014, na Maiorga, houve várias iniciativas
promovidas pelo Município de Alcobaça, Juntas de Freguesia e escolas do
concelho, que incluiram uma dramatização alusiva à outorga dos forais por D.
Manuel I, preparada pelos professores de História dos Agrupamentos de Cister,
S. Martinho e Externato Cooperativo da Benedita.
-Passados
500 Anos da Outorga dos Forais do
Concelho de Alcobaça por D. Manuel I, a Câmara Municipal de Alcobaça, com
coordenação científica de Saúl António Gomes, editou um livro que retrata o processo mais longo e abundante da
história da concessão de forais do País. Palavras do historiador durante a
apresentação do livro, que decorreu no dia 22 de setembro de 2016, no Mosteiro
de Coz, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, e encerrando as
comemorações da efeméride no concelho. Alcobaça
protagoniza o mais longo processo dos forais na história do municipalismo
português, frisou Saúl António Gomes, considerando ser compensador dar um importantíssimo capítulo que faltava à história
do concelho. Recordando que a Abadia de Alcobaça foi o maior senhor feudal de Portugal, o professor contou que nos terrenos vizinhos dos coutos de Alcobaça
pagava-se um oitavo de imposto, enquanto a Abadia cobrava um quarto e, no
entanto, devido à fertilidade dos solos, as pessoas preferiam mudar-se para
esta região. Para o historiador, que considera os pelourinhos do concelho
os mais bonitos do País, o livro é documental, mas conta muitas novidades
etnográficas que os alcobacenses vão gostar de saber.
Para
Inês Silva, os ganhos desta obra e destas
comemorações não se podem contabilizar.
O
presidente da Câmara notou que, com a publicação desta obra (cuja preço de
venda ao público é inferior ao de custo), a
autarquia cumpre o seu desígnio de
contribuir para tornar perene um período essencial da história de Portugal,
pois só compreendendo a nossa história poderemos evoluir como povo e como Nação.
Saúl
Gomes concluiu um grande desafio, publicar o livro 500 anos da Outorga dos Forais do Concelho de Alcobaça por D. Manuel I.
O historiador já tinha colaborado com o Região de Cister, assumindo a
coordenação científica da publicação dos forais manuelinos.
-As
Jornadas Europeias do Património, organizadas pela Direção Geral do
Património Cultural, foram agendadas para os dias 23 a 25 de setembro de 2016,
e assinaladas nos concelhos de Alcobaça e Nazaré, com mais de duas dezenas de
eventos, sempre com entrada livre.
Visitas, jogos tradicionais, rotas e
itinerários culturais, lançamento de publicações, sessões de leitura,
exposições, espetáculos, recriação e encenações históricas, ateliers lúdicos,
oficinas pedagógicas e workshops, fizeram parte do programa deste ano.
Na Nazaré, foi programado um percurso
sobre a Praia dos Pescadores, que passaou por locais como as igrejas de Santo
António e de Nossa Senhora dos Aflitos, a Capitania, o Centro Cultural e o
Porto de Abrigo, terminando na Lota da Nazaré. O Museu Joaquim Manso foi um
local de passagem obrigatória.
Em Alcobaça, as jornadas passaram pelo
Centro de Bem Estar de Coz que participou nas Jornadas, com a realização de uma
oficina viva de introdução à técnica artesanal de fabrico das ceiras e
esteiras.
O Mosteiro de Alcobaça foi o local de
excelência destas jornadas, com a organização de onze eventos.
-A Câmara de Alcobaça organizou, no dia
24 pelas 10:30 horas, uma visita ao percurso pedonal Rota do Amor, um circuito interessante,
envolvendo pontos emblemáticos da cidade.
Selassié,
(Príncipe) Ermias Sahle, nasceu a 14 junho de 1960, em Adis Abeba, neto do Imperador Hailé Selassié que já havia visitado Alcobaça.
Recorde-se
que em 1959, o Rei dos Reis, O Senhor dos
Senhores, O Conquistador Leão da Tribo de Judah, O Supremo Defensor da Fé e
Poder da Santíssima Trindade, o Imperador Etíope, Hailé Selassié, efetuou
uma visita oficial a Portugal, e a Alcobaça como era usual no protocolo,
atirando aquando do acesso ao Mosteiro, moedas de ouro aos populares,que
corriam e se debatiam histericamente atrás delas.
Hailé
Selassié, de acordo com a tradição, era o ducentésimo vigésimo quinto da
linhagem de imperadores etíopes descendentes do bíblico Rei Salomão e a Rainha
de Sheba. Nos discursos da praxe, o Chefe de Estado africano e os responsáveis
portugueses, fizeram referências aos
laços históricos que uniam os dois países desde o século XVI.
-O neto
Príncipe Ermias Sahle Selassié, visitou Alcobaça em 2003, sem qualquer
protocolo.
-Eremias
Selassié esteve de novo presente, no domingo 27 de outubro de 2009, na Sessão
de investiduras de controversa São Miguel de Ala, em cerimónia solene e missa
celebrada pelo Bispo de São Tomé.
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