NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Sousa, Manuel Pedro de, nasceu a 1 de Agosto 1956, em Portela
do Pereiro, no seio de uma família humilde e com poucos recursos. Dadas
dificuldades que se iam agravando consoante o crescimento da família, começou a
trabalhar aos 13 anos numa pedreira, como cabouqueiro.
De
regresso da vida militar, casou com Adozinda Francelina Martins de Sousa em
1978, com quem teve 5 filhos. Com o passar do tempo, iniciou um projeto por
conta própria, começando por fazer extração de pedra rústica e a entrega a
particulares. Não foi só a família que cresceu ao longo de 15 anos, mas também
o negócio no mundo da pedra, pois foi vendedor de pedra rústica e calçada. De
empresário modesto, registado em nome individual, com apenas 4ª classe de
escolaridade e lutador, tinha a ambição de crescer e desenvolve-se. Em 1996
criou a Manuel Pedro de Sousa e Filhos
Lda., com sede em Casal da Charneca, já com os 4 filhos e a última filha a
caminho. Dois anos depois, teve a sua primeira grande obra, a EXPO98, em que
executou 500.000m2 em 660 dias, aproximadamente com 130 calceteiros a laborar
de noite e dia. Entre 1996-2008, trabalhou essencialmente para grandes empresas
a nível nacional, com a aplicação de calçada e arranjos exteriores. Entre 2009
até ao presente, tem-se dedicado a obras públicas, essencialmente à
requalificação urbana de cidades portuguesas. São quase 40 anos de empresário,
nos quais, adquiriu equipamentos, contratou pessoal, comprou pedreiras de
calçada de vidraço, granito, e de pedras rústicas, a ponto de ter afetos aos
quadros da Sociedade mais de 100 trabalhadores.
Atualmente,
a existência e o desenvolvimento da sociedade depende de si, da sua mulher e
dos 5 filhos que trabalham diariamente, mais os
trabalhadores dos quadros e cerca de 100 subempreiteiros.
-A
isto, junta a solidariedade e generosidade pelas instituições de solidariedade
e outras entidades de carácter social, nomeadamente local, ajudando sempre que
possível em donativos
Sousa Júnior, João, nasceu na Portela do Chamiço, em 1 de
abril de 1909.
Sapateiro,
aos 19 anos, aventurou-se com uma fábrica de calçado em Lisboa. Após o
casamento, mudou-se para Alcobaça, aonde teve uma fábrica de talheres e
cutelarias e fundou a Recauchutagem
Alcobaça, situada na Rua Frei António Brandão, cuja atividade abrangia a
compra e venda de pneus novos e usados nacionais e estrangeiros, arranjos,
pneus para calçado e câmara-de-ar.
A sua
fama, decorre porém de ter sido sempre gastrónomo, apreciador da boa mesa e bom vinho, frequentando regularmente os
mais diversos restaurantes do País, sem desprezar a Taberna do Damásio, em Alcobaça e Taberna do Adelino Talacha, na Benedita.
Não
fumador, foi um verdadeiro desportista do
copo, possuidor de boa saúde, muito comunicativo e com humor.
Em
1940, foi Presidente da Casa do Povo, da Benedita e em junho de 1961, emigrou
com a família para S. Paulo/Brasil.
No Brasil fez tudo
menos roubar carteiras, comentava. Construi
uma fábrica de adesivos, fui sócio de restaurantes, representante duma fábrica
de cerveja (o que para mim se revelou uma agradável atividade). Além do
trabalho honrado do dia-a-dia, descobriu uma particularidade raríssima, que lhe
granjeou fama e o ser solicitado para
convívios, festas de beneficência e até demonstrações televisivas em vários
países do mundo, como o atestam centenas de cartas, fotografias e recortes de
jornais do álbum do Joãozinho da Cerveja,
como era conhecido.
João
Sousa, conseguia beber dois copos de cerveja num segundo, o copo quase não tocava nos lábios e a cerveja desaparecia num ápice,
usando uma técnica impressionante, que os olhos mal conseguiam acompanhar. Com
facilidade, bebeu num concurso internacional 20 copos num minuto, e numa tarde,
sozinho, bebeu um barril de 25 litros de chope,
sem se embriagar.
No
Brasil, abandonou o consumo de vinho, muito diferente do bom tintol
português, e optou pela cerveja, não a fabricá-la, mas a bebe-la.
Em
terras de Vera Cruz há de tudo, menos a
boa pinga de Alcobaça, lastimava-se.
A minha alimentação tinha regras, de
manhã tomava chá ou café com pão com manteiga, almoçava bem e não jantava.
Nunca bebia álcool de manhã, só apenas a partir das 16h.
Com
61 anos tinha 1,75 metros e pesava 85 quilos. Dizia que os alemães, sendo os
maiores bebedores de cerveja do mundo, não o conseguiam acompanhar. Esteve
presente em concursos de cerveja pelo mundo fora, desde o Oriente à Europa,
Américas, inclusive Alasca. Em agosto de 1969, no Japão, num programa de TV
chamado Show do Mundo Surpreso, para
onde eram convidados os campões do
impossível, os japoneses ficaram deslumbrados, saltaram, deram gritos e
enormes gargalhadas com a sua exibição.
-Em
1984, após 23 anos de ausência visitou os amigos da Benedita e Alcobaça,
perante os quais aindaexibiu os seus dotes, apesar da idade.
Pois,
o Joãozinho da Cerveja, mal chegou à
terra natal, foi entrevistado por um jornal de Lisboa, manifestando o desejo de
visitar uma fábrica de cerveja, o que lhe foi proporcionado pela Sociedade Central de Cervejas, de
Vialonga, de que são distribuidores para o Distrito de Leiria, Amâncio Marques
dos Santos e Manuel Alberto Tomás Correia, que o convidaram para tal, bem como
órgãos de comunicação social do distrito e alguns clientes da zona,
proporcionando um agradável convívio e, obviamente, uma demonstração da rapidez
do bebedor campeão.
Manuel
Alberto Tomás Correia, após breves palavras, fez a entrega de uma caneca de
cristal ao campeão para a sua coleção, o Inspetor de Vendas Gamito Ferreira,
uma carta da Administração da Sociedade Central de Cervejas de Vialonga,
enquanto o administrador da fábrica, Martins Gentil, fez público convite ao
homenageado para uma visita à fábrica de Coimbra.
Perguntado
se a cerveja faz ou não mal, respondia que depois
dos almudes de tinto que bebi em Alcobaça, vim para o Brasil e comecei a tomar
muita cerveja. Bebi tanta que daria para movimentar o Rio Alcoa e ainda estou
cá.
-Faleceu
em S. Paulo, a 23 de fevereiro de 1990.
Sousa, António da Silva e, nasceu em 14 de setembro de 1935 no lugar de Taveiro/
Benedita.
Frequentou
o Ensino Primário Elementar da 1.ª à
4.ª classe na Escola Primária da Benedita, entre 1942 e 1946.
De
1946 a 1953, frequentou os Seminários Diocesanos de Santarém e Almada, onde
concluiu a preparação académica de base, cursando Humanidades, com especial
incidência no latim e grego, língua e literatura portuguesas, história,
geografia, francês e outras disciplinas. De 1955 a 1959, prestou serviço
militar na Metrópole como enfermeiro miliciano e no Estado Português da Índia
como furriel enfermeiro, integrando o Destacamento Sanitário do Batalhão de
Caçadores Além-Douro.
De
1976 a 1998, residiu em Alcobaça, pois trabalhava na respetiva estação dos CTT.
Entre 1961 e 1992, trabalhou nos CTT como técnico de exploração em estações da
Estremadura, Ribatejo e Alentejo, desempenhando funções, umas vezes de chefia,
outras de coadjuvante, em três das grandes áreas das comunicações, correios,
telegramas e telefones. Em 1992, cessou a atividade profissional, beneficiando
de reforma antecipada e em 1998 regressou em definitivo à Benedita natal. Conforme uma especial apetência pela leitura
e pela escrita que lhe vem desde os tempos do seminário, tem vindo a
dedicar-se à investigação e recolha das origens da sua terra, da vida e da alma
de seus antepassados, bem como à permanência e à influência da Abadia de
Alcobaça. Em 2007 publicou o livro Benedita a Terra e a Gente sobre a sua terra
e o seu povo e em diversas ocasiões, tem efetuado colaborações na imprensa
regional.
É
autor de revistas culturais de divulgação da Freguesia de Benedita.
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