sexta-feira, 18 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas

Marques, António da Silva, Santeiro, relojoeiro de profissão e com estabelecimento junto à rotunda da Avenida da Igreja, estabeleceu-se na Benedita em janeiro de 1955 e a partir de 1979, foi agricultor e criador de gado.
A alcunha santeiro vem do tempo do avô, já António da Silva Marques, falecido em 1913, escultor artesanal que fazia santos, de que ainda resta um no museu da Igreja da Benedita.
Foi Presidente da ABCD e Presidente da Junta de Freguesia antes de 1974. Com o 25 de abril de 1974 foi saneado. Muito conceituado, reabilitado politicamente, veio a ser eleito Presidente da Junta em lista independente, com maioria absoluta.
Nasceu a 29 de setembro de 1929, na Benedita e faleceu em 28 de outubro de 2007. Marquês, António Ferreira, filho e neto de moleiros, nasceu no Algarão/Benedita, a 30 de abril de 1950, tendo aí passado a infância, acompanhado por dois irmãos e duas irmãs.
Estudou no Colégio dos Salesianos, em Lisboa, e concluiu o Curso Profissional de Artes Gráficas, da Escola António Arroio.
Começou a trabalhar como gráfico, em 1971 na Tipografia Correia, em Lisboa, antes de ir cumprir serviço militar, como Sargento Miliciano na Guiné, de 1972 a 1974, onde foi requisitado para trabalhar no Jornal Voz da Guiné.
Regressado a Portugal, casou-se com Georgeta Marquês, com quem tem 2 filhas gémeas.
Nesse mesmo ano, concorreu ao Ensino Público e, entre 1975 a 1981, lecionou Educação Visual e Trabalhos Manuais, na Escola Preparatória Latino Coelho, em Rio Maior.
Em 1981, estabeleceu-se em nome individual, e depois formou com a mulher Georgeta a Relgráfica-Artes Gráficas, Ld.ª, da qual é Sócio-gerente.
Na área social, foi dirigente associativo, destacando-se a passagem pelo CRP/Centro Recreativo e Popular, da Ribafria, impulsionador da construção da sua sede, fez parte dos orgãos diretivos dos Bombeiros Voluntários da Benedita, durante vários anos e dos órgãos sociais da Região Centro da APIGRAF/ Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Comunicação e Transformadoras de Papel, durante vários anos.
Com uma incursão na política, foi membro da Assembleia Municipal de Alcobaça nos mandatos de 1989 a 1993 e de 1993 a 1997, Secretário da Junta de Freguesia da Benedita, no mandato de 1993 a 1997 e membro do Conselho Geral da ANAFRE, no mandato 1993 a1997.
-Continua a trabalhar e não prevê reformar-se por agora, sem esquecer que quando isso acontecer, será sem sobressaltos.
Aprecia fazer caminhadas e ler.

Marques, Avelino Custódio, nasceu na Ribafria/Benedita a 13 de dezembro de 1925.
Segundo informou Fernando Maurício, depois de ter frequentado o Seminário, foi durante 40 anos funcionário do Ministério da Justiça. Licenciou-se em Filosofia e Direito enquanto percorria os respetivos postos nos estabelecimentos prisionais de Pinheiro da Cruz, Forte de Peniche, Linhó, Paços de Ferreira e Santa Cruz do Bispo. Homem de grande verticalidade não hesitou quando em Peniche, deu um parecer favorável a Álvaro Cunhal, ali detido, circunstância que o levou, pela primeira e única vez, a ter de dar explicações à PIDE. Manteve o parecer, facto que supõe que o líder comunista sempre desconheceu, mas pouco depois viu-se em situação delicada ao ser responsabilizado pela fuga de Álvaro Cunhal e companheiros, em 3 de janeiro de 1960.
Marques, Carlos Feliciano, nasceu a 26 de Fevereiro de 1948, na Rua de Baixo, Alcobaça, filho de Fernando Dias Marques e Maria Feliciana. Efetuou o percurso escolar na Escola Primária de Alcobaça, Escola Secundária 1/2º anos, E.T.A. Curso Industrial, E.T.A. Secções preparatórias ao I.I.E.I.C., nas Caldas da Rainha, Instituto Industrial 1/2 º em Lisboa, I.S.E. no curso de Eng. Técnico Civil e Minas até ao 2º Ano, entre 1969-1972. Cumpriu serviço Militar como Furriel Miliciano durante 13 Meses em Santarém, Tancos e Pontinha e 25 Meses em Angola. Em setembro de 1969 foi constituída a Sociedade R31, da qual fez parte desde o início. Em 1971, de férias em Alcobaça, conheceu a Mulher com quem casou e constituiu família. Nos anos de 1972/73/74 tentou acabar o curso, mas optou por ir trabalhar tendo como primeiro ordenado 6.000 Escudos. Casou em Fevereiro de 1974 e a 25 de Janeiro de 1975 entrou na R31 com a mulher. Tratava-se de uma sociedade tipo familiar constituída pelo seu pai, seu cunhado e ele próprio. 1981 Em 1981 dividiu a sociedade e ficou com a mulher na parte da produção. A fábrica funcionava com máquinas rudimentares, e impôs o desafio de criar uma unidade de produção mais moderna. Em 1991 nasceu a marca Fedima, tendo origem no nome do pai, Fernando Dias Marques. Com um crescendo número de parceiros e divulgando os produtos e marca pelo Mundo, com exposições na Europa, Africa, E.U.A e América Central, hoje tem uma marca respeitada e conhecida pelo Mundo.
Em 2000 concluiu que com a nossa diversidade na oferta de produtos em recauchutagem, poderíamos dizer que éramos a empresa com a “Produção mais variada do Mundo”, situação que até hoje se mantém, para grande orgulho nosso.
Uma das áreas que deu grande reconhecimento, foi a Competição Automóvel, onde conseguimos vitórias ao longo dos anos, como as 24Horas da Grécia, Paris, Fronteira, Baja Europa em T2, Super Camiões, e este ano de 2016, salientamos o 1º lugar no campeonato T.T. Portugal na série mais potente e competitiva, os T1.
Em Alcobaça tem a R31, os Euromaster - Pneus do Alcôa e a Fipaima, com 100% do Capital, e a Framape com 50%. No Porto e Matosinhos tem a Euromaster – Sdan Pneus, com 100%. Em França tem a Fedima France, com 100%. Desde 2000 que iniciou um percurso que se revelou de extrema importância, a procura de novos mercados e parceiros, em feiras e prospeções de mercado, que nos permitiram crescer, abrir o leque de produção, modernizar e investir na nossa estrutura empresarial que nos permitiu sustentar e ultrapassar alguns momentos menos estáveis do mercado. Conseguimos exportar 50% da nossa produção para mais de 30 países, sendo atualmente a França o 1º país, Espanha de seguida e em 3º a Alemanha.
Sempre gostou de praticar desporto, onde fiz muitos amigos. Dos 10 aos 18 Anos jogou futebol e futebol de salão. Lembro-me dos Girondinos e Magriços, onde jogava futebol de salão no ringue onde hoje estão os campos de ténis. Lembro-me também dos torneios de futebol de Verão na Nazaré. Ainda joguei nos juniores dos Nazarenos.
Iam de camioneta até à Nazaré para jogar pois, em Alcobaça, não havia formação. Na época de 69/70, joguei no Ginásio clube de Alcobaça, tendo de seguida ido para Angola.
Praticou Atletismo, nos Andorinhas, da Cruz da Légua, onde fui campeão da 2ª divisão de honra. Cheguei a fazer salto em comprimento e salto em altura No salto em comprimento, consegui um 3º Lugar no Torneio Nacional 1º Passo do Sporting e um 6º lugar no torneio Diário de Noticias.
No Voleibol e no Ping-pong ainda fomos campeões por equipas na São Silvestre em Alcobaça. Praticávamos na Escola Técnica.
Ainda ligado ao desporto, fui dirigente no Ginásio clube de Alcobaça como vice-presidente do durante 3 Mandatos. No Cister Sport de Alcobaça fui presidente por um mandato.
Foi na R31 que renasceu o carnaval em Alcobaça, na década de 80 através da C.O.C.A. Em paralelo com a empresa entrou para os quadros da ANIRP, Associação Nacional de Indústrias de Recauchutagem de Pneus, primeiro como secretário da direção e depois como presidente, durante 17 Anos. Atualmente, é presidente da Assembleia Geral. Como presidente da Anirp, foi fundador da organização em 2005, tendo feito parte de  dos órgãos sociais até à presente data. Primeiro na direção e depois na assembleia geral até. Fundei a MEGAMUNDI, central de compras de pneus, com o atual presidente do Benfica, o Luís F. Vieira, e desde sempre participei nos órgãos diretivos da organização, até à saída em 2014. Em Alcobaça, fui vereador da C.M.A. de 1986 a 1989, no segundo mandato de Rui Coelho, recebendo uma senha de presença – reunião 2ª Feira - de 5.000.00 escudos.
Na Santa Casa da Misericórdia, foi eleito vice-provedor em 26 de Março de 2004 e cumpre o 5º Mandato.
Marques, Eduardo Manuel Romero Dias, vulgo Chabita, alcunha que tal como o irmão Pedro herdou do pai, e de que se honra, nasceu em Alcobaça a 9 de fevereiro de 1966, filho de Eduardo Manuel Dias Marques e Maria Manuela Ferreira Romero.
Tem o Curso Complementar Secundário – Arte e Design e é empregado bancário, cuja atividade iniciou em 1991.
Foi Monitor no 1º. Centro de Férias Desportivas em Portugal /Peniche-1985, Rececionista de Parque Campismo e Hotel, Empregado de balcão, Dinamizador e responsável do Centro de Apoio à Juventude /Inforjovem Alcobaça, Vendedor Ambulante e Empresário de Restauração.
Trabalhou em seguros entre 1995 e 1997 e foi Membro do Conselho de Administração dos SMAS entre 2010 e 2013.
Cumpriu Serviço Militar na Força Aérea/ Tancos e EMFA/Alfragide.
Foi Dirigente Associativo e Técnico de Andebol, Presidente Associação de Estudantes da Esc. Sec. de Alcobaça 1984 a 1987, Membro da Comissão Organizadora 1º. Encontro Nacional Estudantes 1986/Coimbra, Delegado Nacional ao Encontro Mundial de Juventude Veneto/Itália, Membro da Comissão das Comemorações dos 100 Anos Hospital de Alcobaça, Membro da Comissão Pró-Sede da Banda de Alcobaça, Delegado Concelhio do Jornal A Voz do Estudante – Jornal da Assoc. Nac. de Estudantes, colaborador do Jornal O Alcoa, colaborador com a COCA/ Carnaval de Alcobaça, Rei  do Carnaval em 1986, Vogal da Mesa Administrativa e Secretário da Assembleia Geral Stª. Casa da Misericórdia de Alcobaça e fundador da Associação Vespas da Maravilha/Alcobaça.
Tem o Curso de Animador Associativo/ FAOJ, hoje Instituto da Juventude.
Em 1985, foi eleito Membro da Assembleia Municipal de Alcobaça–1985 (o mais jovem até a data), Membro da Comissão Instaladora da Freguesia dos Montes, Presidente da JSD/Alcobaça, Vice-Presidente Secção de Alcobaça do PSD entre 2000 e 2013, Vogal e Secretário Distrital da JSD, Colaborador do Jornal Jovem Reformista, Órgão Oficial da JSD, 1º. Secretário da Assembleia Municipal de Alcobaça de 1997 a 2009.
Atualmente (2016) é Membro da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Alcobaça e de Vestiaria.
Diz-se colecionador compulsivo de tudo sobre Alcobaça antiga, como postais, moedas, notas, autocolantes e temas políticos.
Marques, Eduardo Manuel Dias, popularmente conhecido como Chabita, alcunha que transmitiu aos filhos, que o usam gostosamente, faleceu com 49 anos no passado dia 12, pelas 23 horas.
A morte, súbita, apanhou-o na escada do prédio onde habitava em Alcobaça, sendo encontrado por um vizinho. A triste nova, encheu de amargura os numerosos amigos, pois era bom moço, alegre e brincalhão, o que aliava ao facto de ser um excelente e competente profissional.
-Depois do 25 de abril, Eduardo Marques, deu a cara pela instauração de um regime político democrático de tipo europeu e ocidental, numa linha social-democrata
Deixou viúva Maria Manuela Ferreira Romero Dias Marques, com quem teve dois filhos, o Eduardo Manuel e o Pedro Manuel.
O funeral realizou-se no dia 14, com sentido e numeroso acompanhamento.
Marques, Joaquim Nogueira, nasceu a 15 de março de 1946, na Benedita.
Regressado de cumprir serviço militar na Guiné em 1969, foi trabalhar para a Secretaria da Câmara Municipal e em 1 de agosto de 1972, por indicação de Tarcísio Trindade, e depois como Escriturário para a Fundação Maria e Oliveira.
Conhece como ninguém esta instituição, que desde então acompanhou muito de perto até hoje, que é como a segunda casa. Nogueira é o responsável pelos serviços administrativos e de secretaria (a FMO tem ao seu serviço para todas as valências, 93 funcionários), função que exerce com cuidado e metodicamente.
Perguntado qual o acontecimento que, de certo modo, mais o marcou enquanto trabalhador da Fundação, refere que depois do 25 de abril quando Tarcísio Trindade se preparava para deixar a Câmara, este foi a sua casa com um envelope contendo 50 contos em dinheiro, pedindo-lhe para o entregar, logo que possível, na Fundação. Em contrapartida apenas lhe disse para assinar um papel/recibo.
Este dinheiro estava guardado num cofre de cuja chave apenas era possuidor Tarcísio Trindade e pertencia à Fundação Maria Oliveira. Nogueira ficou altamente sensibilizado com esta prova de confiança, que nunca mais esqueci.
Marques, Luís da Silva, vulgo Santeiro, nasceu na Benedita a 4 de março de 1939.
Tal como o irmão António, tem a alcunha que aprecia e herdou da família.
Comerciante, foi Presidente da Junta de Freguesia (concorreu em lista de independentes para o mandato de 1989 a 1993), sucedendo a Avelino Honório Jacinto (PSD, 1983-1989).
Admite que os objetivos enquanto presidente não eram muitos, comprar o terreno da Fonte da Senhora e manter-se fiel aos valores.
As suas marcas para a vida não eram muitas, limitei-me a viver a vida.
Foi fundador do serviço de Socorro Voluntário da Benedita.
Marques, Maria Alegria Fernandes, é Professora Catedrática
da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e do Instituto de História Económica e Social, sendo a sua área de atividade científica a História Medieval, história institucional e política, as instituições religiosas as relações de Portugal com a Santa Sé, a história da educação e a publicação de textos e documentos medievais e modernos com especialização em História institucional e política.

Ultimamente, tem-se dedicado à investigação de instituições de governo local na Idade Média (concelhos e senhorios), instituições religiosas, com especial incidência nos mosteiros cistercienses e história da educação.

Sobre Cister e Alcobaça, é autora de variados e relevantes trabalhos, livros, artigos e/ou conferências.

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