NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Lourenço, Domingos Costa, nascido
em 1936 faleceu em 2007, aos 71 anos, vítima de um enfarte cardíaco, numa fazenda onde trabalhava.
Entrou
para os Bombeiros Voluntários de Alcobaça em 1952, como cadete, tendo
percorrido o longo caminho até ao posto de Chefe. Em 1993, Domingos Lourenço
passou ao Quadro de Honra da corporação, na categoria de adjunto de comando.
Era conhecido como o bombeiro que se deslocava de casa, nos Capuchos, para
Alcobaça em cima da bicicleta, fizesse chuva ou sol.
Considerado
um homem ativo, continuava a marcar presença nos eventos relacionados com os
Bombeiros Voluntários. Participou no aniversário da corporação, no dia 1 de
maio de 2007 e esteve duas semanas antes de falecer num encontro nacional de
quadros de Bombeiros.
Respeitado
entre os Bombeiros e não só, Domingos Lourenço, antigo trabalhador da Atlantis,
era conhecido por ser brincalhão e
bem-disposto.
Lourenço, Graciete, nasceu a 12 de outubro de 1952, em
Alcobaça.
Tirou o
Curso de Pintura, da Sociedade Nacional de Belas Artes e de Estética, da Casa
do Artista. Também tem cursos de Artes Florais, Pintura de Azulejo, Loiça e
Cerâmica Figurativa. Fez várias exposições e encontra-se representada em
coleções particulares, tanto no país como no estrangeiro. Ilustrou, o livro de
Eugénia Frazão Uvas e Champanhe… Segredos
ao Ouvido… Houve quem entendesse que folhear
o livro é um encantamento… pois as ilustrações sobrepõem-se aos textos.
Lourenço, João de Matos Moura, nasceu
em Alcobaça, a 8 de abril de 1942.
Com
ele, Alcobaça pode dizer que também esteve associada à saga dos Magriços de 1965.
No
ano de 1960 em que o Ginásio Clube de Alcobaça ascendeu ao Campeonato Nacional
da 3ª. Divisão, lançou na equipa principal, num jogo contra o Norte e Soure,
aquele que viria a ser o seu primeiro jogador internacional, aliás na categoria
júnior, João de Matos Moura Lourenço. Segundo se conta, terá sido graças a
Artur Agostinho, que ficou conhecido no mundo do futebol por Lourenço, pois em
Alcobaça era outrossim conhecido por Moura. Lourenço fez nessa tarde chuvosa
uma boa partida, marcou dois golos e colaborou em mais três, sendo pois um dos
grandes responsáveis pelo expressivo resultado. Em breve, estava contratado
para jogar na Académica de Coimbra. Antes, fora convocado para a seleção
nacional de juniores, sendo o primeiro alcobacense a merecer tal distinção. Em
1964, Lourenço, avançado de centro como ao tempo se dizia, transferiu-se para o
Sporting e em 1966 fez parte da comitiva que se deslocou ao Mundial de
Inglaterra, embora na qualidade de suplente e sem ter jogado.
Encerrou
a sua carreira no Sporting em 1972.
-As equipas de futebol do Benfica e Sporting vieram jogar
entre si a Alcobaça no dia 27 de julho de 2003, disputando o Torneio João
Lourenço, onde também foi apresentado o plantel do Ginásio para a época de
2003/2004.
Lucas Pires, Francisco António, nasceu em Coimbra, a 19 de Outubro de 1944 e faleceu (circunstancialmente) em Pombal, a 22 de Maio de 1998/dia da inauguração da Expo98.
Professor
Universitário Lucas Pires, aderiu ao Partido
do Centro Democrático Social, em 1974. Foi deputado à Assembleia da
República, entre 1976 e 1986, pelos círculos do Porto, Coimbra e Lisboa,
coordenador-geral da Aliança Democrática, de1979 a 1980, ministro da Cultura e da Coordenação
Científica no VIII Governo
Constitucional, entre 1982 e 1983, responsável político pela realização
da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, subordinada ao tema Os descobrimentos portugueses e a Europa do renascimento,
membro do Conselho de Estado, de 1983 a 1985.
Entre
fevereiro de 1983 e outubro de 1985, foi o presidente do CDS, tendo saído da presidência face aos
fracos resultados obtidos nas eleições legislativas de outubro de 1985.
Casado
com Maria Teresa Bahia de Almeida Garrett, com ela teve quatro filhos, entre
eles o escritor Jacinto Lucas Pires.
Morreu
em Pombal, quando viajava de Lisboa para Coimbra, de doença cardiovascular súbita.
-Depois
de ter parado em Aljubarrota, onde em casa da família Rosa apreciou a pá que,
segundo a tradição manejada pela famosa padeira, matou sete castelhanos, Lucas
Pires, almoçou em maio de 1985 em Alcobaça, tendo seguido depois para a
Benedita, de visita às obras do Externato Cooperativo Nossa Senhora da
Encarnação.
A
comitiva foi recebida pelo diretor pedagógico, Gonçalves Sapinho e outros
elementos da direção que conduziram a visita.
As
instalações causaram a melhor das impressões na comitiva, tendo merecido as
palavras de louvor, particularmente de Lucas Pires e de sua esposa, ambos
professores da Universidade Católica de Lisboa.
No
final da visita, Tarcísio Trindade, presidente da Comissão concelhia de
Alcobaça do CDS disse para Lucas Pires: Se
o CDS fizer parte do próximo governo, sozinho ou em coligação, como é quase
certo, solicito desde já o interesse de V. Exª. para esta obra, que honra a
população da Benedita, sem dúvida a mais progressiva freguesia do concelho de
Alcobaça.
Lucas,
João Nuno da Silva Cardoso, nasceu em Caldas da Rainha, a 25 de
outubro de 1979, mas viveu em Alcobaça com a família desde pequeno, tendo-se
iniciado no futebol nas camadas jovens do Ginásio. Filho de um antigo jogador e treinador do Ginásio de Alcobaça (também de nome João Lucas), transferiu-se para a Académica de Coimbra com idade de juvenil. Após empréstimos ao Sporting de Pombal e Anadia, fixou-se no plantel principal da Briosa.
Em 2004 foi contratado pelo Boavista, clube no qual consolidou o estatuto de jogador de 1ª. Liga, ao longo de três anos. Em 2007 teve a primeira e única experiência no estrangeiro, ao assinar pelo Estrela Vermelha, de Belgrado.
Foi forçado a interromper a carreira, aos 27 anos, quando lhe foi detetado um problema cardíaco, que aliás o veio a vitimar em 26 de maio de 2015, no Porto.
-Menos
de um ano após a morte, foi homenageado pelo Diário de Coimbra, com o prémio In
Memoriam, recebido pela família, no âmbito da gala Prémios Desporto 2015, que
teve lugar na cidade dos estudantes, no dia 11 de Abril de 2016.
Entre
os prémios de melhor atleta, equipa ou treinador, o momento alto foi a
homenagem póstuma ao futebolista que passou pela Académica de Coimbra durante
quase uma década. Lucas chegou a envergar a braçadeira de capitão da Briosa, equipa pela qual entrou em campo
por mais de uma centena de vezes. O galardão foi recebido por Íris Ramos
Guerra, irmã do futebolista, para quem a homenagem representa o enorme amor que João Lucas dedicou ao futebol. A Académica foi decisiva na sua formação enquanto
homem e atleta. Levou-a sempre aconchegada ao coração, cheio de todos os que o
ajudaram a crescer. Agradeço aos que o fizeram e que desse modo enriqueceram a
sua vida, acrescentou. O Diário de Coimbra escreveu, na sua edição de 12 de
abril que as palavras da irmã de João Lucas foram dos momentos mais altos da gala, tendo sido recebidas com uma salva
de palmas em pé.
-O
Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) vai apresentar em maio
de 2017 o Projeto João Lucas – Displasia
Arritmogénica e Morte Súbita no Desporto. O evento terá lugar no Auditório
do Centro de Medicina Desportiva, localizado no Estádio Universitário, em
Lisboa.
Lúcio, Álvaro José Brilhante Laborinho, inteligência brilhante, nasceu na
Nazaré a 1 de dezembro de 1941.
Na juventude, foi ator
amador, tendo participado na criação do Grupo
de Teatro da Nazaré.. Posterior ingressou na Faculdade de Direito da UC. Iniciou a carreira como Delegado do Procurador da República e concorreu em seguida para Juiz. Seguidamente, foi Procurador da República, Procurador-Geral-Adjunto da República, Diretor da Escola da Polícia Judiciária, do Centro de Estudos Judiciários e vogal do Conselho Superior da Magistratura.
-É autor dos livros A Justiça e os Justos, Palácio da Justiça, Educação, Arte e Cidadania e do romance O Chamador.
-O
Ministro da Justiça Laborinho Lúcio esteve presente no programa Impacto, na Rádio Voz da Benedita,
conduzido por Rui Paulino, em abril de 1995.
-É inconcebível que se fale numa
geração rasca, afirmou
Laborinho Lúcio, num colóquio sobre delinquência
juvenil promovido pelo Rotary Clube de Alcobaça, em novembro de 1997, e que
contou com numerosa assistência.
Para
o ex-Ministro da Justiça a resposta deve
começar numa melhor cidadania.
Não há nenhuma juventude que não tenha
sido violenta afirmou
Laborinho Lúcio, para quem a violência da
juventude está na relação proporcional dos instrumentos de que dispõe e lhe são proporcionados pelo seu tempo.
Num
serão que se prolongou até tarde e em que vários dos presentes se manifestaram em estado de choque perante
o seu brilhantismo do orador, foi dizendo que rejeitamos o risco quando ele não nos é útil e foi alertando que estamos muito preocupados com a
criminalidade. No entanto é na
estrada que muitas pessoas morrem e ninguém pensa em acabar com a circulação.
Perante a preocupação posta em problemas como a violência juvenil ou a droga,
perguntou porque não nos preocupamos de
igual forma com a fuga ao fisco, a fraude e outras da mesma classe.
Para
Laborinho Lúcio, a violência e os crimes resultam de problemas de crescimento
pelo que centrou a intervenção na
educação e no desenvolvimento da criança. Lamentou que nos esqueçamos de coisas óbvias, como o direito de brincar, no qual a
criança vai desenvolvendo a sua generosidade. A cultura da criança só se pode
desenvolver se lhe corresponder uma cultura de adulto, acrescentou e no
âmbito dessa cultura apelou a uma melhoria da cidadania.
Todos nos manifestamos contra
determinado tipo de programas televisivos, mas não fazemos grande coisa, para
escolhermos outro tipo de programas.
A televisão dá-nos aquilo que a maioria
quer, temos é que nos mudar enquanto
maioria e solicitar para que a televisão nos dê coisas diferentes.
Argumentou
que o aumento da violência na juventude,
não tem nada que ver com os filmes violentos na televisão. Este crescimento tem antes a ver com o fato
de vermos mortes num filme de ficção e logo a seguir vermos mortes verdadeiras
num telejornal. A criança que vê isso perde o sentido da morte real e acaba por
perder o respeito pelo sentido da vida, porque é natural matar à frente de toda
a gente num telejornal do mesmo modo que se mata num filme. A incapacidade de distinguir o real da
ficção retira as referências positivas do valor da vida e do valor da morte.
Apelando
à compreensão da pessoa e condenando o ato, o magistrado defendeu a repressão como medida enquanto não se
descobrem outro tipo de soluções.
Foi
dando a sua opinião sobre a eventual liberalização das drogas: liberalizar é mudar e só se deve mudar se
for para melhor.
Para
Fernando Luz (ex-Procurador no TJ de Alcobaça), a incidência de delinquência juvenil não é preocupante. Presidindo
também à Comissão de Proteção de Menores de Alcobaça, Fernando Luz revelou que
em mais de 100 casos de menores que acompanhados no ano anterior, apenas dois
foram por delinquência.
Não creio que aqui a delinquência
juvenil tenha expressão. Regista-se sobretudo nas escolas, com pequenos
distúrbios aponta o
presidente da Comissão de Proteção de Menores.
Opinião
corroborada por Maria José Bandeira, Procuradora do Ministério Público do
Tribunal Alcobaça e por Adelino Antunes, coordenador do Instituto de Reinserção
Social de Alcobaça.
Só se verificam casos isolados de
delinquência e criminalidade, espontânea e esporádica, que coincide com fases
etárias de muita instabilidade,
sustentou o coordenador de IRS de Alcobaça. Para Adelino Antunes, hoje a delinquência juvenil está disseminada
e surge tanto em estratos sociais mais elevados como em desfavorecidos e que
maior parte dos casos surge associado ao consumo de drogas.
-Laborinho Lúcio apresentou no dia 12 de abril de 2014, no
auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré, o seu novo livro, O Chamador.
Um velho encenador evoca as grandes personagens, quase todas
trágicas, que o marcaram dentro e fora de cena, sobre as tábuas do teatro ou no
vasto palco da vida. À medida que desfia enredos e fisionomias, e recupera
cenários reais ou efabulados, mantém um diálogo (às vezes agreste) com a sua
própria memória – interlocutora fundamental para a recuperação desse passado,
mas nem sempre fiável, lê-se na sinopse da obra. Laborinho Lúcio,
foi o convidado de um jantar-conferência dos Rotários de Alcobaça, que
decorreu, no dia 20 de setembro de 2014, onde apresentou o romance O Chamador.
Escrevi este livro porque quero iniciar uma nova atividade na minha
vida. Quero ser escritor/autor. Enriquecer
o meu passado mais presente foi o que me levou a escrever este livro.
Laborinho Lúcio
explicou que se trata de um romance que
questiona a verdade e a validade da verdade, que só poderia ter sido escrito nesta fase de vida.
Na estreia
ficcional de Álvaro Laborinho Lúcio, a itinerância intelectual, a mobilidade
geográfica e social, a diversidade de tipos humanos retratados e a total
disponibilidade para melhor os conhecer e compreender, derivam do riquíssimo
percurso pessoal e profissional.
Sempre ligado à
Justiça, operando num sector da vida pública em que a garantia dos direitos de
uns, passa pela supressão dos direitos
de outros, Laborinho Lúcio prestou aqui homenagem aos proscritos e esquecidos
da sociedade, e restituiu-lhes a estatura humana devida.
Ainda no
jantar-conferência, o juiz jubilado enalteceu o papel dos rotários, que o
convidaram para esta iniciativa, afirmando que são as ações como as destes que devem ser privilegiadas.
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