NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Ximenes Belo, (Bispo) Carlos
Filipe, nasceu em Baucau, Timor
(português), 3 de fevereiro de 1948.
Em
fevereiro de 1989 D. Ximenes Belo escreveu a Mário Soares, ao Papa João Paulo II e ao Secretário-geral
das Nações Unidas, Javier
Pérez de Cuellar,
reclamando por um referendo sob os auspícios da ONU sobre o futuro de Timor-Leste e pela ajuda internacional ao povo timorense que estava a morrer como povo e como nação. Quando
a carta dirigida à ONU se tornou pública em abril, D. Ximenes
Belo tornou-se figura pouco querida pelas autoridades indonésias. Esta situação
veio a piorar, quando deu abrigo na sua casa a jovens que tinham escapado ao massacre
de Santa Cruz, em 1991,
e denunciou os números das vítimas mortais.
A sua
obra corajosa em prol dos timorenses e em busca da paz e da reconciliação foi
internacionalmente reconhecida quando, em conjunto com José
Ramos-Horta, lhe foi
entregue o Prémio Nobel da Paz em dezembro de 1996.
Após
a independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002,
a saúde do Bispo começou a esmorecer, perante a pressão dos acontecimentos que
tinha vivido. O papa
João Paulo II aceitou a sua demissão como
administrador apostólico de Díli em 26 de novembro de 2002.
Após se ter retirado, Ximenes Belo viajou para Portugal para receber tratamento médico. No início de 2004,
houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em maio de 2004 declarou à RTP que não autorizaria que o seu nome
fosse considerado para nomeação, pois decidi
deixar a política para os políticos.
-D.
Ximenes Belo, cumpriu no dia 26 de julho de 2011, um antigo desejo, a visita ao
Mosteiro de Alcobaça, onde celebrou missa na Capela do Senhor dos Passos, por ocasião dos 31 anos da sua
ordenação.
Quero dar graças ao Senhor que realizou
esta maravilha através dos frades de São Bernardo. Sempre gostei e estudei
muito a origem e percurso da Ordem Trapista e de Cister, declarou o bispo, que entendeu a
visita com uma romagem para agradecer a
Deus e ver as maravilhas que estão aqui representadas nesta obra de arte que eu
não conhecia e de que só tinha ouvido falar.
O
diretor do Mosteiro, Jorge Pereira de Sampaio, considerou uma honra receber o Bispo da Paz, tendo em conta que, para além de
pastor da Igreja Católica, é um prémio Nobel e um exemplo.
O
presidente da Câmara de Alcobaça, sublinhou a importância da figura de D.
Ximenes Belo, determinante no processo de autodeterminação de Timor-Leste.
Há na
verdade, em Timor, uma Ordem Trapista, dos Cistercienses reformados da estrita
observância, que vive em comunhão com os muçulmanos e em total isolamento.
Vivem da agricultura e têm um especial gosto pela história de Alcobaça e do
Mosteiro,
D.
Ximenes Belo, por ocasião do massacre de Santa Cruz (12 de novembro de 1991),
deu abrigo a mais de 250 pessoas.
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