NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Raposo de Magalhães,
António Neves, nasceu
em Alcobaça, a 30 de setembro de 1917.
António
Magalhães (como gostava de ser tratado), segundo filho de José Emílio e Judite
Neves Raposo de Magalhães, fez o liceu, primeiro em Braga e depois em Lisboa.
Aos 18 anos, os pais resolveram enviá-lo para França, formando-se em Agronomia,
na Escola Superior de Agricultura de Angers.
De
regresso a Portugal, resolveu não seguir um rumo profissional ligado à
agricultura, mas optar pelo ramo industrial. Homem rebelde, culto, inteligente
e empreendedor, não conseguiu continuar a trabalhar com a família e, com vinte
e poucos anos, através dum financiamento de 50 contos, feito pelo Banco
Espírito Santo, comprou ao pai, a Resinagem Nacional, empresa de extração,
transformação e comercialização de derivados de resina.
Outra
faceta de António de Magalhães, quiçá menos conhecida, era a preocupação com os
problemas sociais. Logo que começou a dirigir a Crisal, abriu um pequeno Centro
de Saúde, onde se prestava assistência médica gratuita, ministrando os
primeiros socorros. Mandou comparticipar no custo dos medicamentos e, em caso
de doença, completava o subsídio atribuído pela Segurança Social. Inaugurou a
Creche da Crisal possibilitando às empregadas deixar os filhos durante o
período de trabalho e, mais tarde, pôs em funcionamento a Cooperativa de
Consumo da Crisal.
Dirigiu a Crisal durante 40 anos e a ele se deve a
recuperação de uma empresa falida, à data da compra pelo seu pai de todas
as quotas da empresa em 1952. Durante o tempo que liderou a Crisal, a pequena
empresa de menos de 100 pessoas atingiu, nos anos de 1970 cerca de 550
trabalhadores, não contando com a fábrica automática de vidro da Marinha
Grande, que entretanto se construiu.
Não
permitia manifestações políticas dentro da fábrica, mas ajudava se necessário
as famílias de presos políticos. Embora muito exigente em questões de trabalho,
a porta do seu gabinete estava aberta para receber os funcionários.
A
reforma não o satisfaz. A grande paixão é o trabalho. Para mais, o feitio, reservado, afastava-o, cada vez mais dos
amigos. A única distração era leitura e os noticiários da televisão. Não era
suficiente para um espirito irrequieto, pelo que faz ainda um novo plano
industrial. Contudo, António Raposo de Magalhães tinhamais de 80 anos e as
forças começaram a abandoná-lo.
-Morreu
em 2001 na sua casa da Cova da Onça/Alcobaça.
Raposo de Magalhães, João Neves,
foi o quarto filho de José
Emílio e Judite Froes Raposo de Magalhães.
Nasceu
em Alcobaça a 3 de julho de 1922, onde fez a Instrução Primária no
Jardim-Escola João de Deus, e os primeiros quatro anos do Ensino Liceal no
Colégio Académico, em Lisboa. Passou depois para o Liceu Camões, onde concluiu
o Curso Liceal. Neste período, foi eleito Presidente da Juventude Escolar
Católica/JEC. Matriculou-se na Escola Superior de Agronomia, mas desistiu no
princípio do quarto ano porque, entretanto, casou-se com Maria da Luz de Barros
e Sá Abreu, ele com 22 anos e ela com 21.
Em
1940, prestou serviço militar em Lanceiros II.
Quando
ocorreu o 11 de Março de 1975, os administradores dos diversos bancos privados
começaram a ser presos. Para o evitar, João Magalhães (Jana, como é também conhecido) saiu do País e, em 1975, abandonou
Angola, pela mesma razão. Instalou-se durante algum tempo na África do Sul e
depois rumou ao Brasil, onde António Champalimaud (com quem há muito vinha
trabalhando) estava a construir a maior fábrica de cimentos da América do Sul.
Auxiliou-o na tarefa, mantendo-se no Brasil durante cerca de dois anos. Ainda
no Brasil, Magalhães reencontrou Linda Shubert Reindfleich, ligada ao círculo
de amigos de Lisboa, com quem, mais tarde, veio a casar.
Pouco
depois da fábrica de cimento ter iniciado atividade, João Magalhães voltou a
Portugal, pretendendo acompanhar a Mãe que já tinha muita idade pelo que
abandonou o Grupo Champalimaud e instalou-se em Alcobaça.
Nesta
altura, o PSD de Alcobaça (com o conhecimento e aval de Sá Carneiro), em detrimento de Fleming de
Oliveira que encabeçou a lista para a Assembleia Municipal e depois integrou a
lista de deputados à Assembleia da República, convidou-o candidatar-se numa
lista PSD/ AD, à Presidência da Câmara Municipal de Alcobaça, que ganhou com
maioria absoluta, vencendo Miguel Guerra, que se recandidatava pelo PS.
Manteve-se em Alcobaça durante dois anos, mas não acabou o mandato na Câmara,
substituído pelo imprevisível Rui Coelho, terceiro da lista.
António
Champalimaud, de regresso a Portugal, resolveu investir nas empresas que já
tinham sido suas, readquirindo a Companhia de Seguros Mundial Confiança e o
Banco Pinto & Sottomayor, e convidando-o a voltar a trabalhar com ele. João
Raposo de Magalhães aceitou o convite e voltou ao Conselho de Administração de
ambas as companhias. Mais tarde, com a aquisição do Banco Totta & Acores e
o Crédito Predial Português, passou, também a integrar a sua Administração.
J.
Magalhães, era amigo, confidente de
António Champalimaud e seu homem de
confiança. Nas empresas trabalhou diretamente com Luís Champalimaud, que nele
também confiava. A ligação perdurou mesmo depois da venda dos Bancos e
Companhias de Seguros. É ele, que depois da morte do Pai, o convidou para a
Administração da Soecom, fábrica de cimentos de Brasil.
Quando
António Champalimaud morreu, foi instituída uma Fundação que tem o nome de seus
pais, para a qual João Magalhães foi convidado a integrar o Conselho Geral. Foi
consultor do Banco Santander Totta, por convite de António Horta Osório,
administrador de muitas outras empresas, sendo que a sua atividade primordial
foi a banca e as empresas a ela ligadas. Refira-se apenas uma, por ser da
família, a Crisal, de que em dois períodos diferentes foi Administrador e
também Presidente do Conselho de Administração.
Jana Magalhães vive em Lisboa, muito debilitadoi deslocando-se
pouco a Alcobaça onde mantém a casa que era dos pais.
-Foi
presidente da Câmara durante cerca de um ano e meio (janeiro de 1980 a agosto
de 1981) e, conforme recordou em
entrevista que concedeu a Maria João Seixas e saiu no Público em julho
de 2000, referiu que aproveitou um pretexto irrecusável
para sair, porque já tinha percebido
que não tinha sido definitivamente feito para as cenas do poder político.
Qual
foi o pretexto alegadamente irrecusável ?
Quando morreu o António Champallimaud
(filho), o pai António pediu-me para eu vir para Lisboa, ocupar-me dos assuntos
dele. E aceitei de imediato.
-Maria João Seixas, ainda escreveu (…) Senhor de altíssimas responsabilidades no mundo das finanças e da
banca, o que nesse tempo em Moçambique, como em todo os países de então e de
agora, significava ter muito, mas mesmo muito poder, o Jana era sobretudo um
cultor de boémia, de olho escuro sempre a piscar para damas e donzelas, e com
todas as sobras do seu tempo esticadas, até ao infinito das possibilidades,
para organizar comezainas, provas de vinho, caçadas de alto risco, corridas de
toiros, tentas divertidíssimas, fadistices, tertúlias artísticas e o mais que
terei "pudor de contar seja a quem for". A par de um retrato de
grande argúcia e competência nas lides financeiras, circulavam míticas
histórias sobre o seu jeito de desconvencionalizar os ritos institucionais, de
saber dar a volta às malhas dos protocolos, de inventar modelos de gestão
empresarial que, no mínimo, soavam a iconoclastia para a moral do regime que
então servia. Para que se perceba o que estou a dizer, saibam que em finais dos
anos 60, já ao serviço de António Champallimaud, mandou abrir no bairro da
Polana, em Lourenço Marques, uma agência do Banco Pinto & Sotto Mayor, com
a particularidade de ter um quadro de pessoal, desde a gerência aos
administrativos, exclusivamente ocupado por mulheres. A sigla do BPSM, no caso
da dita agência, passou logo a ser referida como Basta de P.... Senhor
Magalhães! A um tal espírito criativo da clientela do Banco, o Senhor Magalhães
achou sempre a maior das graças. Se dele quisesse dar uma definição, diria que
é um leal servidor, tanto de seu amo, como de seu servo. Fiel e discreto, como
se espera de um Senhor.
-Acerca
da campanha para a Câmara Municipal de Alcobaça em 1979, que venceu em lista da
AD disse na mesma entrevista que (…) A
campanha foi divertidíssima. Os comícios e as sessões de esclarecimento
passavam-se à noite (na província é preciso esperar que a malta regresse dos
campos!) e acabavam sempre à volta de uns copos de vinho e de umas chouriças
assadas.
-Sobre as suas famosas façanhas
nas reservas de caça onde, por vezes, espantava toda a gente saltando do
jipe para ir pegar búfalos de cernelha!, comentou: que (…) era uma brincadeira fácil. Um animal selvagem nunca ataca o homem (com
excepção dos felinos e das bestas dos crocodilos e das cobras), a não ser que
esteja ferido ou para proteger as crias. À frente de uma manada de búfalos em
corrida vão os machos mais fortes. Seguem-se-lhes as fêmeas e depois as
crias. Claro que eu deixava passar os mais possantes e atirava-me a um dos
últimos filhotes, que são assim como uma espécie de bezerros. Levava uns
coices, ia ao chão e divertia-me imenso.
-No
dia 7 de janeiro de 1980, teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal, a
tomada de posse dos eleitos para a Assembleia Municipal e de João Raposo de
Magalhães, como Presidente da Câmara e respetiva vereação. Os resultados destas
eleições, foram muito saudados pelo PSD e CDS, que concorreram em listas
conjuntas, formando a AD c om o PPM, pelo que a sala estava cheia, e com
pessoas que não conseguiram entrar, a aguardar na escada para apresentar
cumprimentos aos empossados. No uso da palavra, João Magalhães foi digno e
cavalheiresco para com Miguel Guerra, seu antecessor, o que levou este a
quebrar o protocolo, solicitando que fosse
retirado o que fora dito a seu respeito. Perante essa impossibilidade ofereceu os préstimos como munícipe para colaborar com
o novo presidente da Câmara, o que lhe valeu
uma forte ovação.
-Quinze dias depois de umas eleições legislativas que
deram a vitória à Aliança Democrática (PPD/CDS/PPM), as autárquicas
traduziram-se numa severa derrota dos socialistas, que recuaram para apenas 60
presidências de câmara. O PSD conquistou 101 presidências, a AD 73, a APU 50, o
CDS 20 e o PPM uma. Além da clara vitória dos partidos de direita, a derrota
socialista foi acentuada pela perda das Câmaras de Lisboa, Porto e Cascais. É
de realçar ainda a subida dos comunistas, de 37 para 50 câmaras, em que
ultrapassaram a barreira dos 20 por cento dos votos.
-Perante a demissão de Raposo de Magalhãs, assume a
Presidência da Câmara Rui Coelho que se candidatou em 1982 pelo PSD e venceu a
eleição. O PSD
continuou a ser o partido mais votado, conquistando 88 câmaras, que se somaram
às 49 presidências obtidas no âmbito da Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM). Fora
da coligação, o CDS conquistou 27 municípios. É nestas autárquicas que os
socialistas começam a sua recuperação eleitoral (no ano seguinte venceram as
legislativas), chegando às 84 presidências de câmara, e em que os comunistas
obtiveram o seu melhor resultado de sempre, tendo ocupado a presidência de 55
municípios.
Foi
nestas eleições que a ASDI, o grupo dissidente do PPD, elegeu um presidente de
câmara, em Lajes das Flores (Açores).
Raposo de Magalhães,
José Emílio, faleceu a
9 de agosto de 1974 com 91 anos, sendo pessoa muito respeitada, pelo caráter, e
pela atividade desenvolvida nos setores industrial, agrícola, serviços e
política.
-Depois
da implantação da República, fez parte da Câmara Municipal, tendo assumindo a
Presidência em vários executivos. Pertenceu à Comissão Executiva do Monumento a
Manuel Vieira Natividade, e nessa qualidade proferiu a 20 de abril de 1920, na
Câmara Municipal, vibrantes palavras sobre o homenageado e de agradecimento aos
(muitos) que vieram assistir à inauguração do monumento, que como se sabe se
situa em frente da que era sua casa.
Foi
presidente do Sindicato Agrícola de Alcobaça durante mais de 20 anos,
Presidente do Conselho Geral do Grémio da Lavoura, fez parte do júri de vários
concursos da região, e das comissões que organizaram a Grande Exposição
Agrícola e de Indústrias Regionais, em 1925 e o II Congresso Nacional de
Pomologia.
Lavrador muito
respeitado foi conhecido pelas produções dos seus pomares de pêssegos, peras e
maçãs e pela manutenção das vinhas que deram origem aos vinhos e aguardentes
JEM. Criou ainda a primeira espargueira, digna desse nome, em Portugal. Muito
interveniente na industria pois além da Crisal foi sócio de referência na
Vicris- Soc. Portuguesa de Vidros e Cristais, Centro Vidreiro do Norte de
Portugal, Soc. Alcobacense de Cortumes, Soc. de Automóveis Cruz de
Cristo, além de ter fundado o Banco Raposo de Magalhães. Com seu primo
João de Oliva Monteiro constituiu uma fábrica de conservas de peixe no Algarve,
a Aldite.
-José de Oliveira (pai de JERO que regista por escrito este facto)
chegou a outorgar escritura notarial em 28 de setembro de 1935 em que pela
quantia de 300 escudos por mês, se obrigava a prestar serviços de barbeiro por
10 anos a José Emílio Raposo de Magalhães.
Raposo
de Magalhães,
Manuel Emílio Neves, nasceu
em Lisboa a 12 de janeiro de 1934 e estudou Medicina, não tendo completado o
curso. Ingressou na vida militar aos 28 anos, tendo cumprido a uma comissão em
Angola, no Hospital Militar de Luanda. Quando regressou de África, começou a
trabalhar na empresa da família Magalhães em Alcobaça. Raposo de Magalhães
desempenhou funções de administrador da Crisal durante várias décadas, até à
venda da empresa em 1994. Figura respeitada em
Alcobaça, Manuel Raposo de Magalhães, era filho de José Emílio Raposo de
Magalhães e de Judite Barreto Neves. Faleceu no Lar da Misericórdia, em
Alcobaça.
Rasquilho,
Rui Manuel Cordeiro de Vieira,
natural de Lisboa e
batizado em Alcobaça, apesar de ter feito parte da vida fora do País, nunca
perdeu as raízes.
Segundo
as próprias palavras, à terceira hora do terceiro dia do terceiro
mês, meio ano antes de terminar a guerra, em 1945, nasci.
Em
julho desse ano, entrei pela primeira vez num mosteiro construído e vivido por
cistercienses, Santa Maria de Alcobaça.
Mais
tarde percebi que o meu batismo se havia realizado na Sala dos Reis perante
inúmeras testemunhas em barro cozido e que, tirando o Papa Alexandre III e S.
Bernardo, os outros haviam sido todos reis.
Vivi
em Alcobaça até ao início da Escola Primária; depois, veio São Pedro do Sul,
Fundão, Castelo Branco e Alcobaça, onde fiz a 4.ª classe e a admissão ao Liceu,
em Leiria, no edifício do Convento franciscano da Portela.
Alcobaça,
Tomar, Cascais, Caldas da Rainha, Porto de Mós, Lourenço Marques (atual
Maputo), o largo périplo antes da universidade em colégios e liceus, até à
Guerra Colonial. A Universidade em Luanda, a Faculdade de Letras de Lisboa, o
bacharelato e a licenciatura, uma breve ameaça de doutoramento, porque nesse
tempo não havia mestrados.
A
Revolução de Abril, o início da vida profissional, o ensino e sucessivas
missões fora dele. A Faculdade de Pedagogia, de vida curta, o Departamento de
Estrangeiros da Faculdade de Letras, a Campanha do Património, a XVII Exposição
do Conselho da Europa, o primeiro livro sobre o Mosteiro de Alcobaça e os seus
coutos e um outro sobre os Descobrimentos.
Entrava
no final da minha década de 30. Vieram depois vinte anos em Rabat e em
Brasília: Adido Cultural, Conselheiro Cultural, a direção do Instituto Camões
no Brasil e a Comissão dos 500 anos da Viagem de Cabral. Por último Comissário
Geral das Comemorações dos 200 anos da transferência da Família Real para o Rio
de Janeiro. Muitas comendas de várias nações (Portugal, Brasil e Marrocos) e
outras que não são comendas, mas são condecorações.
Andámos
sempre os dois – eu e a minha melhor metade, a Né.
E…
conferências no Canadá, nos E.U.A., no Brasil, no Japão, em Marrocos, no Chile,
na Argentina e, é claro, em Portugal. Mais livros, a poesia na década pessoal
de 50, o Mosteiro outra vez, os congressos sobre Cister, e outra vez o Ensino.
E, na minha década de 60, a direção do Mosteiro de Alcobaça, a recordar haver
sido fundador da ADEPA em 1976.
O
Interact e o Rotary desde os 18 anos e os Amigos do Mosteiro quase a chegar à
minha década dos 70. E continuo, vejam bem, no Museu do Vinho.
Casei
há quase meio século, o filho que está a caminho dos 45, a neta vai nos 16,
soberba idade de contestação.
Também
tenho uma diáspora: o filho nasceu em Angola, a neta no Brasil, e vão vivendo
aqui e ali. Agora é Timor Leste e a Indonésia. Amanhã, nem eu sei.
Mas
todos os dias vejo o limite nascente da herdade de Alcobaça, a Serra dos
Candeeiros. O Sol, esse, põe-se para o lado do mar.
-No
dia 10 de maio de 1978, foi inaugurado no Rossio, um Obelisco da autoria de
José Aurélio, que ficará a assinalar, a ação civilizadora, cultural, progressiva
e cristã, que os frades de S. Bernardo desenvolveram na região.
-O
IGESPAR acordou em abril de 2007 com a Câmara Municipal de Alcobaça a
transferência, em regime de comodato, do espólio bibliográfico da família
Vieira Natividade, do Mosteiro de Alcobaça para a Biblioteca Municipal. Em
causa estão 3 a 4 mil livros, além de inúmeras cartas e fotografias, que agora
serão tratados e classificados pelos serviços da Biblioteca Municipal de
Alcobaça, devendo regressar à origem quando houver condições para tal. Segundo
o diretor do Mosteiro de Alcobaça, a proposta, que parte do pressuposto de que
o Património deve estar onde é melhor salvaguardado, contou com a anuência
imediata da direção do IGESPAR. Rui Rasquilho explicou também que o acordo
entre a Câmara Municipal de Alcobaça e o Instituto de Gestão do Património
Arquitetónico e Arqueológico, prevê a criação de grupos de trabalho para resolver
problemas que afetam Alcobaça. Estes grupos de trabalho serão formados por
técnicos da Câmara, técnicos do IGESPAR, pelo arquiteto Gonçalo Byrne e pelo
próprio Rui Rasquilho. O trabalho destes técnicos visa a elaboração de dossiers
sectoriais, de forma a poderem ser utilizados nos concursos ao próximo Quadro
de Referência Estratégica Nacional e incluem estudos sobre possíveis ocupações
do Mosteiro de Alcobaça.
-Mais
de duas centenas de pessoas, participaram, a 22 de junho de 2007, num
jantar-teatro evocativo de Mozart, promovido pela Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça/AMA, na Sala do
Capítulo e no Refeitório do Mosteiro de Alcobaça, em que os convivas tiveram
ensejo de respirar o ambiente duma festa de fins do século XVIII,
recordando a obra e a personalidade do compositor de Salzburgo.
Foi a
terceira vez que a Artonus, entidade produtora de eventos, apresentou este
espetáculo, que contou com a colaboração de atores da companhia portuense Seiva
Troupe.
A 20
de agosto seguinte, mas em estreia, o prato forte da ceia medieval teve por
motivo inspirador Pedro e Inês – Amor
Eterno.
-O
dia 20 de agosto de 2007, foi escolhido para mais uma atividade da AMA, que
consistiu na realização de um jantar-teatro, evocando o amor de Pedro e Inês.
Na
Sala do Refeitório do Mosteiro de Santa Maria (cujo diretor era Rui Rasquilho),
o ambiente foi medieval, com ceia e trajes a condizer. Ao contrário do Jantar
com Mozart, o Amor Eterno de Pedro e Inês
foi uma estreia nacional. O espetáculo produzido pela Artonus, foi escrito e
pensado para Alcobaça. Só depois a peça seguiu viagem até outros pontos do
País.
Na
base deste jantar estiveram, segundo pretendeu a organização, os produtos da
terra, Os doces, os vinhos, os licores, a fruta, porque também é um dos
objetivos deste evento, mostrar o que de melhor existe na região.
A
sala disponível para o evento tem capacidade para receber cerca de 300 pessoas
e foi esse o número limite de inscrições para quem quis assistir a este
espetáculo.
A
AMA, concretamente Rui Rasquilho, considerou que estes espetáculos são
importantes na divulgação do Mosteiro para que as pessoas possam ver mais do
que pedras porque ainda há muito para descobrir no Mosteiro de Alcobaça.
Os
jantares-teatro são apenas uma pequena parte do programa de eventos que tem
sido levado a cabo pela Associação Amigos do Mosteiro de Alcobaça/AMA e com
sucesso. Incluída no programa de atividades da AMA, está a limpeza dos túmulos
de Pedro e Inês, marcada para a última quinzena de setembro seguinte.
-O Congresso de Cister irá realizar-se em
2008 em Alcobaça, confirmou o presidente da Câmara, no decorrer da
apresentação do livro Cister e a Europa –
Santa Maria de Alcobaça, Aliança entre a espiritualidade e o trabalho manual.
Trata-se
do segundo congresso que aborda a temática de Cister, tendo o primeiro
decorrido em Alcobaça, no mandato de Maria Augusta Trindade Ferreira, uma das
autoras da obra apresentada, quando à frente da Direção do Mosteiro.
Sou
um apaixonado de tudo o que tenha a ver com Cister, confessou Gonçalves Sapinho, que
apadrinhou o livro, uma edição de luxo, também escrita por Rui Rasquilho,
diretor do monumento. A espiritualidade
de Cister ainda não foi apreendida, considerou Rasquilho, que defendeu que aos
visitantes é preciso oferecer mais do que pedras.
Num
apelo à leitura e ao conhecimento, Rasquilho avisou que é necessário que os
senhores saibam mais sobre a Ordem de Cister porque este monumento vai dar que
falar.
-Rui
Rasquilho, ao ser homenageado no dia 26 de setembro, de 2008 pela Associação de
Amigos do Mosteiro de Alcobaça, disse que saiu
do cargo de Diretor do Monumento com a consciência de dever cumprido, acreditando
que se ficasse mais tempo se iria repetir, que nunca encarou o cargo como um emprego e que sentiu que tinha atingido o limite de
competências, optando por sair. Era o momento de entrar em
tranquilidade e ficar disponível para ações de cidadania na minha terra,
acrescentou.
Durante
três anos e meio, Rasquilho abriu o Mosteiro à comunidade, associando-o a
festejos da cidade e a iniciativas da sociedade civil, abriram-se novos
espaços de visita e o número de visitantes cresceu, originando um aumento
da receita, embora parte desse fluxo tenha coincidido com a eleição do Mosteiro
como uma das sete maravilhas de Portugal.
Aposentado
do cargo de Diretor do Mosteiro, e eleito Presidente do Conselho Geral da
Escola D. Inês de Castro, Rui Rasquilho disse que assumirá todas as funções desde que se sinta com competência, mas
garante que nunca veio para o cargo de Diretor do Mosteiro para construir
um caminho para, depois, ser candidato a qualquer coisa de caráter político. Uma candidatura a dirigente do PS ou a
qualquer outro cargo político de sufrágio em Alcobaça está completamente fora
de questão, garantiu.
O
ex-diretor do Mosteiro de Alcobaça, classificou de excelente o
relacionamento dos últimos três anos e meio com a Câmara de Alcobaça e Gonçalves
Sapinho, com quem afirmou ter estado
em perfeita sintonia, trabalhando, em conjunto, para que o Mosteiro
estivesse ao serviço da população e junto da população. Um bom exemplo desta colaboração foi a
transferência para o interior do mosteiro da Feira de Licores e Doces
Conventuais que aí continua.
-A Associação dos Auditores dos Cursos de
Defesa Nacional – AACDN, fundada em 21 de Outubro de 1982, é uma associação
de fins não lucrativos e carácter apartidário, cujos objetivos e atividades se
baseiam no conceito global de Defesa Nacional.
Elementos
da Associação de Auditores dos Cursos da Defesa Nacional, que se deslocaram em
autocarro, visitaram Alcobaça, no dia 8 de maio de 2010.
A
primeira etapa da visita dos 45 participantes, aliás em dia muito chuvoso, foi
ao Mosteiro de Alcobaça, onde foram recebidos por Rui Rasquilho.
Segundo
os apontamentos de um dos visitantes, os túmulos de Pedro e Inês evidenciam
bem a pujança da arte e da imaginação. Seguiu-se o Claustro do Silêncio, com a
Virgem a desafiar a natureza e a surgir o milagre. A Sala do Capítulo, o
Dormitório, o Parlatório, a enorme Cozinha, o Refeitório. Afinal estes
convívios são também um dos pontos fortes no sucesso destas visitas.
Como
previsto, fomos seguidamente a Coz, uma das antigas povoações dos Coutos do
Mosteiro de Alcobaça, de que dista 7 kms. Aí encontrámos algo que assombra e
visitamos sempre devidamente acompanhados.
-O
lançamento do 6 volume, da 2.ª série da Coleção Estremadura: Espaços e
Memórias, intitulado 50 Coisas de Escrita
Vária Alcobacense, teve lugar sábado, dia 3 de março 2012, às 18h, no Armazém das Artes, em Alcobaça.
António
Maduro e Rui Rasquilho, dirigentes da Associação de Amigos do Mosteiro de
Alcobaça, reuniram, melhoraram e ilustraram as crónicas que escreveram no
jornal O Alcoa, num livro para memória futura. O livro foi apresentado pelo
Professor Saúl Gomes, da Universidade de Coimbra.
-História de Cister, Economia e Sociedade,
Arte e Arquitetura e Espiritualidade Cisterciense, são os quatro grandes
temas que foram analisados e debatidos no Congresso Internacional Mosteiros
Cistercienses – Passado, Presente e Futuro, que decorreu de 14 a 17 de junho de
2012, em Alcobaça.
O
evento juntou especialistas da Península Ibérica (Portugal e Espanha) e teve
como presidente da comissão científica, o historiador leiriense Professor José
Mattoso.
No
texto de apresentação do evento, a organização referiu que o Mosteiro de Alcobaça foi, durante séculos, a cabeça da presença
cisterciense em Portugal. E acrescentou, Centro religioso de primeira
importância, sustentáculo de reis, panteão régio, polo difusor de cultura e
espiritualidade.
Respeitando
o lema beneditino ora et labora, a Ordem de Cister exerceu sempre um
enorme fascínio sobre religiosos, historiadores, artistas e homens comuns, como
se pode ler na página da Internet.
Com
este congresso, pretendeu-se celebrar a Ordem de Cister e os seus mosteiros, os
quais legaram uma indelével marca na História, no território e na memória coletiva
de Portugal.
Integraram
a comissão executiva Ana Margarida Martinho, António Valério Maduro, Amílcar
Coelho, Jorge Vasco, José Aguiar, José Albuquerque Carreiras, JERO e Rui
Rasquilho.
O
Mosteiro de Alcobaça não foi o único palco do Congresso Internacional Mosteiros Cistercienses, onde decorreu a
conferência inaugural proferida pelo D. Juan Javier Martín Hernandez, Abade de
San Isidro de Dueñas.
Nos
dois dias seguintes, as sessões e apresentação de comunicações, decorreram na
Escola Secundária D. Inês de Castro.
O
último dia, teve lugar no Mosteiro de Coz, onde foi apresentado o Livro Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça –
Espaços, Tempos e Discursos.
-Paulo
Inácio (presidente da Câmara de Alcobaça, Alberto Guerreiro (técnico), António
Valério Maduro, Rui Rasquilho e Jorge Custódio (historiadores), Gil Moreira,
(arquiteto), Manuel Pimentel Castelhano (Presidente da Cooperativa Agrícola de
Alcobaça), compõem da Comissão Instaladora do Museu do Vinho de Alcobaça, para estudar
e refletir sobre o espaço e abri-lo, devagarinho, à sociedade civil,
a partir de 2013.
O
anúncio foi feito por Paulo Inácio, que preside à comissão, no sábado, dia 30
de novembro de 2012, no Museu do Vinho, aquando do lançamento da Biografia de José Eduardo Raposo de
Magalhães, da autoria de António Valério Maduro.
A
iniciativa deu o mote a um colóquio, onde foi debatido o presente e o futuro do
espaço museológico e que contou com cerca de centena e meia de pessoas na
assistência, que lotaram por completo a Adega do Museu.
A
Comissão Instaladora tem pela frente um desafio enorme, quer em termos de
investimento patrimonial, quer em termos de dimensão. E para que se possa
cumprir o objetivo de engradecer o espaço, Paulo Inácio disse acreditar na
possibilidade da existência de verbas no próximo Quadro Comunitário de Apoio.
Prometido
ficou o respeito pela tradição e pelo espólio de mais de oito mil peças do
Museu, um conjunto de belas peças que precisam de ser tratadas, estudadas,
investigadas, defendeu António Maduro. Quem também não será esquecido, é o
responsável pela construção da adega onde hoje se encontra o Museu e cuja vida
foi recuperada num grande livro, que traz à atualidade, uma das mais
importantes figuras da terra do século XIX, salientou Rui Rasquilho.
Fernando
Magalhães, neto de José Eduardo Raposo de Magalhães, exortou à recuperação da visão empresarial que caracterizava o avô e tão necessária é
hoje, numa cidade que tem vindo
acomodar-se e está quase morta.
-Alcobaça
comemorou, no 8 de novembro de 2015, o IX
Centenário da fundação de Claraval, com um colóquio no auditório da
Biblioteca Municipal.
Em
torno deste centenário, promovido pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa, da Câmara de Alcobaça e da Associação dos Amigos do Mosteiro, estiveram
reunidos alguns estudiosos para falar sobre Bernardo de Claraval e a filosofia
que se espalhou por toda a Europa.
Durante
a manhã, os temas foram apresentados por Amílcar Coelho, Rui Rasquilho, António
Maduro, Pedro Gomes Barbosa, Maria Alegre Marques e Aurélio de Oliveira.
De
tarde, intervieram Saúl Gomes, Maria do Céu Tereno, Marízia Pereira e Maria
Monteiro, Luís Repas e André Santos.
Através
deste evento, a organização pretendeu recordar a importância da Ordem de
Cister. Um mosteiro é, antes de tudo, um projeto religioso, uma via para a
perfeição, um caminho para o encontro com Deus. Assim sendo, a Regra deveria
ter apenas uma única interpretação e os costumes litúrgicos serem os mesmos
para todo o cenóbio.
-A
Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça e os Amigos das Letras uniram-se
para trazer Lauro Moreira, ex-embaixador do Brasil junto da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa, para Poesia
em Concerto, um espetáculo onde se misturou a poesia, a música e o
teatro.
-No
dia 20 de Agosto de 2016, aquando da inauguração da Feira de S. Bernardo apresentou
conjuntamente com António Maduro, o livro Alcobaça
de Domingos Alvão.
-José
Eduardo Oliveira, Luci Pais e Rui Rasquilho apresentaram no dia 18 de dezembro
de 2016, na sala da debulhadora da Cooperativa Agrícola de Alcobaça a obra Arco de Memória’s.
1 comentário:
Pesquisando sobre a Sociedade de Conservas Aldite e sobre o seu estabelecimento fabril de Lagos, deparei-me com este texto do seu blog.
Fiquei surpreendido com a afirmação que faz no texto que dedica a José Emílio Raposo de Magalhães: "Com seu primo João de Oliva Monteiro constituiu uma fábrica de conservas de peixe no Algarve, a Aldite."
Pergunto-lhe:
1-em que fontes se baseia para atribuir o parentesco de primos a José Emílio RM e a João de Oliva Monteiro;
2-se sabe o valor da quota de João de Oliva Monteiro na Sociedade de Conservas Aldite, assim como os valores das quotas dos restantes sócios.
Agradeço-lhe a atenção de uma resposta.
José Manuel Correia.
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