NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Costa,
Rui Manuel Pinto Barbot, que usa o pseudónimo de Mário Cláudio, natural do Porto,
nascido a 6 de novembro de 1941 e o ilustrador Rogério Ribeiro
apresentaram a 19 de fevereiro de 2005 no Refeitório do Mosteiro o livro O Triunfo do Amor Português.
A
obra, que contém um capítulo dedicado a Inês de Castro, foi galardoada com o Prémio Pessoa 2004.
Na
ocasião, Luís Peças e o Grupo Azizi interpretaram Inês de Castro, Vilancetes,
Cantigas, Romances e Danças numa cerimónia inserida no Ano Inesiano da Cultura, que decorreu em Alcobaça, Coimbra e
Montemor-o-Velho.
-Mário
Cláudio começou por tirar o curso de Direito em Lisboa, terminando-o em
Coimbra. Mais tarde voltou a diplomar-se com o curso de
Bibliotecário-Arquivista.
-O
Clube do Autor, apresentou o livro Nero e
Nina, de Mário Cláudio, no dia 7 de outubro de 2012, pelas 14:30, na Sala
do Capítulo do Mosteiro de Alcobaça.
Mário
Cláudio em 1969, publicou o seu primeiro livro de poemas, Ciclo de Cypris. Assumiu a direção da Biblioteca Municipal de Vila
Nova de Gaia e em 1976 ao defender a tese Para
o estudo do Analfabetismo e da Relutância à Leitura em Portugal, adquiriu o
título de Master of Arts pela Universidade de Londres, em Biblioteconomia e
Ciências Documentais.
-Publicou
Guilhermina, A Quinta das Virtudes, Tocata
para dois Clarins, Pórtico da Glória,
Peregrinação de Barnabé das Índias, Ursamaior, Orion, Amadeu, Gémeos, Para o estudo do Analfabetismo e da Relutância
à Leitura em Portugal, O Estranho
Caso do Trapezista Azul, A Bruxa, O
Poeta , o Anjo e o Triunfo do Amor
Português Mário Cláudio conta com
obras na área da poesia como Ciclo de
Cypris, Terra Siglliata e Dois Equinócios.
Nero e Nina é um conto, em que o autor foi
inspirado pela história de D. Pedro e D. Inês, aquando de uma visita aos seus
túmulos.
Coutinho,
Francisco Manuel dos Santos, foi Governador Civil de Leiria entre 16 de dezembro de 1991 e
18 de novembro de 1995.
-Teve
lugar no dia 10 de abril de 1994 a cerimónia de lançamento e bênção da primeira
pedra do Centro Cultural da Sociedade
Filarmónica da Maiorga.
O dia
começou pelas 11 horas, no Largo do Pelourinho com uma sessão de boas vindas à
Banda de Salzedas, do concelho de Tarouca geminado com Alcobaça, e às entidades
presentes, Governador Civil de Leiria (Francisco Coutinho), Presidente da
Câmara de Alcobaça, Vereador do Pelouro da Cultura, Presidente da Assembleia
Municipal de Alcobaça, Presidente da Câmara de Tarouca, Junta de Freguesia de
Salzedas, representante da GNR de Alcobaça e outros.
Depois
da sessão de boas vindas, o centro dos acontecimentos deslocou-se para a sede
da Junta de Freguesia, onde o Presidente usou da palavra para agradecer a presença dos convidados e da população em tão
importante ato para a Freguesia.
Usaram
da palavra o Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Presidente da Câmara
Municipal de Alcobaça e, por fim, o Governador Civil do Distrito de Leiria.
A
chuva miudinha não foi suficiente para afetar o programa, e as Bandas da
Maiorga e Salzedas seguiram em cortejo para o terreno onde se vão-de erguer as
futuras instalações do Centro Cultural da Maiorga. Aí usaram da palavra o
representante da Filarmónica e o Pároco da Freguesia Padre José Silva, findo o
que se seguiu o lançamento e bênção da primeira pedra.
Além
das bandas e dos convidados oficiais, compareceu muita população que quis
testemunhar um ato de relevo para a Maiorga, um passo para o desenvolvimento
cultural da localidade e da prestigiada Sociedade Filarmónica.
-Francisco Coutinho, natural de
Caldas da Rainha, foi em 2015 agraciado pelo Presidente da República Cavaco
Silva, tendo recebido a Comenda de Mérito
pelo desempenho como autarca.
Professor universitário (e
ex-Governador Civil de Leiria), foi presidente da Câmara da Batalha entre 12 de
dezembro de 1976 e 17 de dezembro de 1989, pelo PSD, cumprindo quatro mandatos,
ao fim dos quais foi eleito vereador.
-Foi em Portugal o mais novo presidente
da Câmara no pós-25 de Abril, tendo ocupado o lugar na Câmara da Batalha, com 24 anos
Coutinho,
Gilberto de Magalhães, nasceu em 17 de agosto de 1917 na
freguesia de Santa Isabel, em Lisboa.
Neto
de José Eduardo de Magalhães Coutinho (n. a 1815-f. a 1895), médico obstetra, o
primeiro cirurgião em Portugal, a fazer a aplicação do clorofórmio nos partos
(1857).
Deu o
seu nome à primeira grande maternidade criada pelo Estado Novo em Lisboa, em
Fevereiro de 1931. Inicialmente localizada no edifício do antigo Hospital de S.
Lázaro, a maternidade foi transferida anos mais tarde com o mesmo nome, para o
Hospital Dona Estefânia.
Gilberto
de Magalhães Coutinho veio morar para Alcobaça, quando o pai Manuel de
Magalhães Coutinho, sargento do exército, foi colocado no Quartel de Artilharia
2 de Alcobaça, em 1922.
Manuel
de Magalhães Coutinho, filho de José Eduardo de Magalhães Coutinho, estudou na
Escola do Exército, por opção do seu pai e devido ao historial militar dos
homens da família. Oficial do Exército, foi despromovido a sargento após o
assassinato de Sidónio Pais, em 1918, dado o apoio e envolvimento no golpe que
levou aquele ao poder.
Gilberto
de Magalhães Coutinho ficou órfão de pai em 1925, com oito anos de idade.
Coutinho
trabalhou na Casa Furtado, em Alcobaça, antes de ser preso pela PIDE, em 1948.
Figura
da oposição ao salazarismo em Alcobaça, veio a ser detido primeira vez pela
PIDE, em 22 de novembro de 1948, em Alcobaça, tendo dado a entrada na respetiva
Diretoria, em 24 de novembro de 1948, para averiguações e recolhido de seguida,
preventivamente, ao Aljube-Lisboa. Julgado no Tribunal Plenário Criminal de
Lisboa, em 6 de dezembro de 1949, foi condenado na pena de 2 anos de Prisão
Maior Celular ou, em alternativa, na de 3 anos de degredo, na suspensão de
Direitos Políticos por 15 anos, 1.000$00 de imposto de justiça, acrescido das
percentagens legais e sujeito a medidas de segurança. A Pena de Prisão Celular, decorreu da circunstância de lhe ser
imputado atentar contra a Segurança do Estado, enquanto que as Medidas de Segurança se justificaram,
por período de tempo mais ou menos indeterminado, normalmente de três meses a
três anos, renováveis tantas vezes quanto a polícia política decidisse, com a benévola assinatura dos Juízes do
Tribunal Plenário, no pressuposto da perigosidade do acusado, numa avaliação e
proposta feitas pela PIDE.
Julgado
no 1º. Juízo Criminal de Lisboa, em 30 de maio de 1951, Gilberto Coutinho foi,
de novo, condenado no cumprimento de Pena Prisão Celular e sujeito a Medidas de Segurança, não sem antes ter
sido sujeito à tortura do sono, como contava. Foi restituído à liberdade
condicional, com Termo de Identidade e
Residência, em 3 de junho de 1953, embora com Guia de Saída do Forte de Peniche, emitida com data de 6 de junho
de 1953. Apenas em 8 de outubro de 1956 lhe foi concedida a liberdade
definitiva.
Após
cinco anos de presídio e já casado com Maria dos Santos Coutinho, com quem teve
cinco filhos, foi trabalhar para Thomaz dos Santos, Ld.ª em Caldas da Rainha,
devido aos méritos como balconista.
Em
1959, a convite de Zurarte Trindade, sócio de Barreto & Trindade, Ld.ª
adquiriu a quota deste, dando lugar à firma Barreto & Gilberto, Ld.ª que
manteve todavia a denominação comercial Casa
Furtado.
Em
1973, a sociedade passou a designar-se Gilberto
de Magalhães Coutinho, Ld.ª por via da compra da quota aos herdeiros de
Ricardo da Conceição Barreto, falecido em 1970.
Em
termos políticos, foi apoiante das candidaturas de Norton de Matos em 1948 e do
General Humberto Delgado em 1958.
Nos
anos de 1960, apoiou e integrou o movimento CDE/Comissão Democrática Eleitoral
às eleições de 1968, mais tarde convertido em partido político MDP/CDE, do qual
foi militante.
Em
1977, aderiu ao PCP.
Falando
alguma coisa de inglês e francês, que aprendeu durante a prisão em Peniche,
ensinou gratuitamente estas línguas, nomeadamente, no Grémio de Alcobaça. Foi
sócio de (quase) todas as coletividades do concelho, tendo sido sócio
contributivo especial do Ginásio Clube de Alcobaça, cofundador do Rancho O
Alcoa.
Após
a renúncia de Jorge Silvestre, Gilberto Magalhães Coutinho ocupou interinamente
a Presidência da Comissão Administrativa até 7 de maio de 1975, altura que a
cedeu ao camarada José Pinto Júnior (PCP).
-Pessoa
de bom trato e afabilidade, morreu em 11 de Fevereiro de 1999.
Leia-se Fleming de Oliveira em
No Tempo de Salazar, Caetano e Outros,
No Tempo de Soares, Cunhal e Outros e
aqui Joaquim Meneses.
Coutinho,
José Ribeiro,
nasceu a 22 de junho de 1920 em Alcobaça e faleceu a 27 de outubro de 2012, com
92 anos de idade.
Viveu
em Alcobaça durante a infância, onde o Pai era Oficial Médico do Exército, e
fez os primeiros estudos. Devido à vida do Pai, posteriormente veio para Algés,
aí iniciando-se na vela, e frequentou alguns anos de liceu no D. João de
Castro. Depois mudou-se para as Avenidas Novas, Lisboa, onde terminou o Liceu
no Passos Manuel.
Frequentou
o Instituto Superior do Técnico, mas devido a zangas assanhadas com um Professor saiu desta Faculdade
inscreveu-se no Instituto Superior de Económicas e Financeiras, onde se
licenciou, com especialidade para o Corpo
Diplomático. O curso foi interrompido pelo ingresso voluntário no exército,
e como montava as cavalo desde a infância, entrou em Cavalaria 7 como oficial,
durante parte da II Guerra. Ali começou a sua paixão pelas motas, primeiro
inglesas e depois alemãs. Chegado o momento de resolver a vida, voltou à Faculdade, acabou o curso e casou-se.
Iniciou
a atividade profissional como Economista na SACOR, SA, Concessionária de
Petróleos em Portugal.
Posteriormente,
tornou-se sócio, embora minoritário, da Resinagem
Nacional, empresa industrial de resinas, produção e exportação, com sede em
Alcobaça, tendo exercido, até perto da reforma
a atividade como economista e financeiro na qualidade de administrador.
Coincidindo
com a sua ida para Alcobaça, iniciou-se na agricultura, atenta a herança e
tradição familiares.
Segundo
a filha Leonor, partiu do zero em termos
de conhecimentos, estudou por livros, pediu conselhos, ouviu e aprendeu muito
do Sr. Prof. Vieira Natividade, a quem sempre tecia elogios. Ao longo do tempo
modernizou a sua pequena exploração agrícola a todos os níveis, sempre adepto
do que era inovador, evoluindo com a sua aprendizagem e as exigências do tempo.
Na Agricultura não esqueceu uma área especial que é a Floresta de pinhal. O
pinhal fez parte da sua educação no convívio com o ambiente, visto que há
gerações que a família era proprietária de pinhais que correctamente tratados
chegaram aos nossos dias e deve-se ao meu Pai o cuidado que pôs na preservação
dos mesmos.
Colaborou
com instituições de Alcobaça, tendo assumido cargos nos Bombeiros
Voluntários (presidente da Direção em 1953, 1954, 1955,1956,1957 e 1959), na
Misericórdia, na Cooperativa Agrícola e na Caixa
de Crédito Agrícola.
-O
desporto esteve presente na sua vida: vela, concursista hípico, ténis, barcos,
caçador, atirador, golfista e motard, até aos 90 anos.
Segundo
a mesma filha, foi uma pessoa que se
preocupou sempre com todos, família, amigos e colaboradores. Gostava de fazer
bem e era minucioso no que fazia.
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