NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Fontes, Luís Miguel de Oliveira,
mais conhecido como Miguel Fontes,
nasceu em Lisboa a 26 de março de 1971.
Entre
novembro de 1997 e abril de 2002 integrou o XIII e o XIV Governos
Constitucionais como Secretário de Estado da Juventude. Deslocou-se com alguns acompanhantes ao Centro Cénico da Cela, no dia
17 de fevereiro de 2002, numa visita inserida no programa Espaços Milenium. Este programa atribuiu ao CCC, 6 computadores.
Durante o almoço, servido nas instalações da instituição,
exibiu-se com agrado o respetivo grupo musical.
Fortes,
Hermínio, nasceu a 11 de dezembro de 1935, nos Montes, onde estudou
e viveu, com exceção dos cerca de 10 anos em que esteve emigrado na região de
Paris, a trabalhar na Citroen e na construção civil.
Regressado
a Portugal e aos Montes em outubro de 1974, deparou com a revolução de abril em
pleno andamento, pelo que passou ativa e arrojadamente a acompanhar algumas das
suas incidências, ao lado do célebre Grupo dos Montes (cujos componentes eram
maioritariamente do PPD), na defesa da Democracia, em momentos tão relevantes e
memoráveis como os de Rio Maior, Batalha e Base Aérea de Monte Real.
Hermínio
Fortes dedica-se à agricultura (fruticultura e árvores), e pelo que tem
desempenhado funções em corpos sociais de entidades tão representativas, como a
Cooperativa Agrícola de Alcobaça, Associação de Agricultores, Mercado de
Origem/Mercoalcobaça ou APFA/Associação de Produtores Florestais de Alcobaça e
Estremadura e também no CBES Montes, onde é sócio fundador, com o nº 4.
Após
ter vivido momentos dramáticos que o marcaram indelevelmente, refugia-se no
trabalho e quando tem tempo disponível na leitura, pois como reconhece, tem
permanentemente ânsia de aprende.
-É
tido por pessoa de consensos e de boas opiniões.
Frequentou
a Escola Primária de Montes, o Ciclo Preparatório então junto ao Mosteiro de
Alcobaça e estava no seu 2º. ano (atual 6º. ano), quando ocorreu o 25 de Abril de 1974.
Recordo-me do famoso verão quente de
1975 rico em acontecimentos radicais e extremistas que quase deitavam a perder
o ideal da Revolução dos Cravos. Vivi intensamente todo esse processo, quer na
escola, com constantes greves de alunos e professores, transformando o ano
letivo num autêntico Carnaval, quer na rua onde juntamente com o meu pai,
assisti a muitos acontecimentos que marcaram a nossa história recente. Foram as
constantes manifestações, os assaltos a sedes de partidos de esquerda que
queriam tomar o poder pela força, a célebre divisão do país em duas partes na
vila de Rio Maior e finalmente a contra revolução de 25 de Novembro de 1975,
que pôs termo ao PREC e deu origem ao início da normalidade democrática.
Sobre
o pai e esses tempos de rapazinho Óscar Santos salienta que estava a par de todos os acontecimentos
políticos em que o grupo de resistentes de Montes participava. Tinha a noção
exata do risco e da eminência duma luta armada que podia dar lugar a uma guerra
civil. Felizmente o dia 25 de Novembro de 1975, veio pôr alguma ordem na jovem
democracia, imperou o bom senso e retomou-se a ordem.
No
ano letivo de 1974/1975, ingressou no Curso Geral dos Liceus, na Escola
Secundária D. Inês de Castro em Alcobaça.
A 12
de dezembro de 1976, ocorreram as primeiras eleições autárquicas, sendo seu
pai, José Acácio dos Santos, eleito em lista do PPD, Presidente da Junta de
Freguesia de Alpedriz, o qual ajudou em grande parte no trabalho de secretaria
da junta, numa velhinha máquina de
escrever, hoje em dia posta de parte num canto remoto e esquecido.
Cumprido
o serviço militar, em abril de 1985 começou a trabalhar como aprendiz de
desenhador de moldes e nesse ano iniciou mandato durante anos como membro da
direção da Associação Recreativa Montense que organizava a então Feira da Fruta
de Montes.
Nesse
ano, fez parte da lista do PPD, que ganhou as eleições para Assembleia de
Freguesia de Alpedriz, encabeçada pelo Fernando Vieira Salgueiro. Foi
Secretário da Mesa da Assembleia, sendo que no último ano ocupou o lugar de
Secretário da Junta até ao final do mandato, em 1989.
Na
fase final desse mandato, surgiu na localidade de Montes um movimento para a
criação de uma nova freguesia, a desanexar de Alpedriz, tendo estado na
primeira linha do movimento, sido o responsável pelo preenchimento dos
documentos necessários a um processo desta natureza, em casa de Fernando V.
Salgueiro, nas famosas folhas de papel azul de 25 linhas, sem qualquer rasura,
bem como ainda pela elaboração do mapa, com a linha de divisão para a definição
dos limites da nova freguesia, criada a 28 de agosto de 1989.
Por
essa altura, foi colaborador do Jornal de
Pataias, onde com Emídio de Sousa, fizeram suplementos sobre o património
arquitetónico e cultural de Coz, Alpedriz e Pataias.
E
1993, voltou a integrar uma lista do PSD, à Assembleia de Freguesia de Montes,
tendo nessas eleições vencido a lista do PS, sendo eleito António Madeira, para
Presidente de Junta.
Nas
eleições seguintes (1997), voltou a ser eleito para a Assembleia de Freguesia
de Montes.
No
ano de 1998, fez parte dos órgãos sociais do Centro de Bem-Estar Social de
Montes, dando início à atividade, lutando com bastantes dificuldades
financeiras aos poucos ultrapassadas com a realização de eventos, como almoços
de beneficência, peditórios, ou festas de Natal. Nessa instituição esteve seis
anos como membro da Direção.
Em
2001, foi convidado pelo Vereador Hermínio Rodrigues, para encabeçar a lista do
PSD à Assembleia de Freguesia de Montes, tendo ganho as eleições por sete votos,
mandato em que foram remodeladas as Escolas Primárias e Pré-Primária, colocado
nova instalação elétrica, aquecimento, sanitários, mini ring de jogos, parque
infantil com piso apropriado, vedação de segurança, equipamento informático e
salas com projetores de slides.
Montes,
foi a primeira Junta de Freguesia do Concelho de Alcobaça a ter um portal de
Internet, tendo sido criada uma sala de informática com computadores para uso.
Óscar Santos ministrou gratuitamente formação de iniciação à informática, destinada
essencialmente a pessoas mais velhas. Sem grande continuidade
No
ano de 2005, voltou a encabeçar uma lista do PSD à Junta de Freguesia, sendo
reeleito para o mandato de 2005 a 2009. No ano de 2009, voltou a encabeçar a
lista do PSD concorrente às eleições para Assembleia de Freguesia de Montes,
sendo pela terceira vez a sua lista a mais votada. No ano de 2014 concluiu uma
licenciatura em Gestão de Recursos Humanos.
Nas
eleições para o quadriénio 2012 a 2017, integrou a lista do PSD à Assembleia Municipal, tendo sido
eleito.
No
mandato de 2009 a 2012, desempenhou as funções de Secretário da Mesa da
Assembleia Municipal. Desde 2006 tem desempenhado funções na Comissão Política
Concelhia do PSD.
Popular e humilde, como se autodefine, de excelente trato
dizem os amigos que são bastantes, trabalha numa fábrica de moldes, com funções
de responsabilidade.
-Ao
longo da vida, tem continuado a estudar e a valorizar-se social e
profissionalmente.
Montes
era até 2013, a mais recente freguesia do Concelho de Alcobaça, criada a 28 de
agosto de 1989 e composta apenas pelo lugar de Montes.
Entretanto
a Freguesia dos Montes veio a formar com Coz e Alpedriz, a União das Freguesias
de Coz, Montes e Alpedriz, cujo Presidente é Álvaro Santo.
Fortes
Jorge, Asdrúbal,
que nasceu no lugar de Montes, em 5 de julho de 1942, no seio de uma família de
agricultores, aí fez os estudos primários (4ª. Classe) e reside, trabalhou para
os Serviços Municipalizados da CMA desde 1982, com a categoria de guarda de
estação elevatória de Alpedriz/Montes, até se reformar.
Com
20 anos, foi prestar serviço militar na Marinha. Mobilizado para a Guiné em
Junho de 1964, com a especialidade de Fuzileiro Naval e o Posto de Primeiro
Grumete, fez uma comissão de serviço que se prolongou até junho de 1966, tendo
participado em operações ao longo de todo o território, algumas com os Comandos
Africanos, onde pontificava o famoso
Marcelino da Mata, com quem falou muitas vezes, pois este falava bem português.
Nessa comissão, Asdrúbal Fortes sofreu ferimentos num ombro, visto a operação
em que participava na região de Cacine, ter sido atacada, por engano, por um
avião de guerra português. Desse ataque, resultaram 4 mortos e cerca de 40
feridos, todos fuzileiros portugueses.Quem
pagou a conta?
Regressado
a Portugal em junho de 1966, fez contrato para passar ao Quadro Permanente dos
Fuzileiros. Promovido a Marinheiro e tendo voltado à Guiné, em abril de 1967,
fez operações lançado de helicóptero. Em 23 de dezembro de 1968, aliás dia do
seu aniversário, no decurso de uma operação no norte da Guiné, pela qual também
recebeu um louvor, foi ferido com gravidade por estilhaços de bazuca (depois da
metralhadora se ter encravado), o que determinou a sua imediata evacuação para o
Hospital de Bissau, aonde foi operado por três vezes aos intestinos, e depois
para Portugal, para o Hospital da Marinha, no qual esteve internado durante
cerca de dois anos. Dado como incapaz
para o serviço militar, pela Junta de Saúde Naval, passou à reforma.
Asdrúbal
Fortes, foi militar condecorado e louvado por várias vezes. Sei o que é combater viver e morrer no mato
e nos rios. Passados tantos anos, ainda sonho e sofro (stress de guerra) com momentos difíceis e de insegurança
porque passei
Por
vezes pessoa divertida, gosta de incluir na fala expressões antigas e populares
da zona de Montes/Alpedriz.
Fraga
de Oliveira, António,
nasceu em Santa Cruz
da Trapa, S. Pedro do Sul, a 10 de maio de 1949, onde fez a escolaridade
básica.
Seguiu
estudos na cidade de Viseu e aos dezoito anos, ingressou, como voluntário, na
Força Aérea, onde prestou serviço durante seis anos, nomeadamente em
Moçambique.
Passado
à disponibilidade, foi desempenhar tarefas de fiel de armazém numa fábrica de
calçado e de vendedor nas zonas de Lisboa, Madeira e Açores.
Casou
em Turquel, construiu a residência que é hoje a sua e onde vive.
Em
1979, concluiu o curso do Magistério Primário, passando a lecionar em várias
escolas, algumas na zona da residência.
Deu
aulas em vinte e tal escolas tendo começado a trabalhar como professor do 1º
Ciclo e depois na Telescola. Após tirar um curso de apoio a deficientes
motores, trabalhou com estes durante cinco ou sete anos.
Foi
eleito e destacado para o Programa Interministerial de Promoção do Secesso
Educativo.
Pela
mão de amigos, iniciou-se em 1974 na vida associativa, tendo feito parte dos
corpos gerentes da Sociedade Filarmónica Turquelense, Hóquei Clube de Turquel e
Adepart-Associação para a Defesa do Património de Turquel, onde com alguns
colaboradores, criou o Museu Etnográfico, agora Casa-Museu.
Além
dessas atividades, como suporte à suas atividades didáticas, compilou e
escreveu Turquel Suas Terras Suas Gentes e, em complemento, um livro de fichas,
colocando no centro de todos os saberes esse património local.
-Em
entrevista a O Alcoa disse que para além
da idade, aposentei-me devido às complicações e burocracias que o Ministério da
Educação estava a impôr aos professores. Foi essencialmente por toda a confusão
que se gerou na Educação e a falta de dignidade profissional que isso provocou
ou mesmo a perda dela. Transformou-se a Escola num ato burocrático e isso
desprestigiou a educação e desprestigiou-me a mim. As escolas eram um local
aonde se exercia a profissão consoante os meios que se tinham. A Escola neste
momento tem praticamente tudo e acaba por não ter tempo para usufruir desses
meios. Hoje os professores enfrentam a ausência de dignidade porque denegriram
a profissão de professor. As crianças com necessidades educativas especiais
foram trazidas para as escolas sem que as escolas fossem apetrechadas para as
receber e isso traz problemas imensos. Há uns tempos atrás, os pais e os
educadores compreendiam a escola como um local aonde se ia aprender e não um
local aonde se armazenavam crianças.
Em resumo, se a vida passa por algumas
pessoas eu tive o privilégio de passar pela vida, executando tarefas que sempre
me deram prazer.
Fragata,
Ilda Marques Adrião, natural e comerciante, residente em Alcobaça, começou por
fazer duma Comissão Angariadora de Fundos
em 1983 para o Ginásio de Alcobaça.
A
partir daí, além de militante do PCP passou a estar ligada ao clube, tendo
assumido a presidência a meio da época de 1985/1986, por força de uma grave
situação de impasse, pois alguns Diretores que
ninguém conhecia, que apareceram vindos de Lisboa, estavam a afundar o Clube.
Era preciso fazer alguma coisa e eu com
alguns colegas assumi esse compromisso.
De
acordo com uma entrevista ao Região de
Cister, entende que o trabalho que desenvolvi
foi positivo. A nível de Direção
éramos poucos, mas com espírito de sacrifício tudo se foi fazendo, fez-se o
possível por estarmos de consciência tranquila. Todos os outros departamentos
são dignos dos maiores elogios. Trabalhou-se em conjunto.
No
que se refere à equipa de futebol, salientou que foram uns briosos jogadores que deram o máximo. Disciplinados, não
criando problemas. Entregando-se ao jogo com toda a dignidade.
Mais
adiantou que, não tenho palavras para
definir o que sofri. Agora já consigo ver um pouco mais do jogo, mas a época
passada foi imprópria para cardíacos.
Fragata
sempre disse que o objetivo da época 1985/1986, era a manutenção na 3ª Divisão.
Essa era sem dúvida a nossa meta. Apesar
de apenas só na última jornada se decidir – e com um pouco de sorte – por tudo
que o Ginásio fez, principalmente a partir duma certa parte do campeonato, bem
justificou esta permanência.
Ilda
Fragata, gosta de sublinhar que consigo houve
uma substancial alteração na maneira de gerir o Clube em relação a outras
épocas. Nem podia ser de outra maneira. Nós não alinhávamos em loucuras.
Repare, só assim foi possível chegarmos ao fim do mandato com todos os
jogadores em dia e ainda amortizando alguns débitos antigos.
Para
continuar na Presidência do clube (foi a primeira e única mulher presidente), impus como condição por parte dos associados
para além de todo o apoio material possível, também é quase tão importante a
compreensão e o apoio moral nos bons e maus momentos.
Das entidades oficiais e particulares esperamos
muito. Na nossa Câmara temos encontrado recetividade e a melhor compreensão.
Quanto a particulares, tenho que afirmar muito gostosamente que estou a sentir
uma maior abertura e um maior interesse. Oxalá esta impressão se torne numa
grata realidade porque se todos colaborarmos será tudo mais fácil.
-Ilda
Fragata, trabalhou com o tio José Joaquim Carreira, na loja deste, na Rua
Araújo Guimarães, que se dedicava à venda de mercearias e fazendas, tendo
tomado em 1969 a Loja das Meias e
mudado ao fim de poucos anos para a loja que foi de Lopo e Floripo.
Fragoso,
Cátia Alexandra Peralta,
elegante estudante, com 14 anos, cabelos louros e olhos esverdeados, foi
escolhida como a representante da freguesia de Prazeres de Aljubarrota no
concurso para a eleição de Miss Alcobaça 1997.
Esta
jovem, natural de Chaqueda, foi eleita durante um desfile realizado na noite de
6 de novembro de 1997, na sede da Associação Recreativa de Chaqueda.
Seis
concorrentes participaram no desfile de misses.
Cátia
Alexandra Peralta Fragoso foi a eleita para representar a freguesia na eleição
da Miss Concelho de Alcobaça.
Viviana
Marisa Ribeiro, 20 anos, natural do Carvalhal, foi eleita 1ª Dama de Honor e
simultaneamente foi eleita pelos fotógrafos como Miss Fotogenia, enquanto Tânia
da Silva Lobo, 18 anos, estudante da Quinta Nova, foi eleita 2ª Dama Honor e
Filipa Alexandra dos Santos Moura, 14 anos, estudante, natural de Chiqueda foi
eleita pelas colegas como Miss Simpatia.
Francisco,
José António Nascimento Chaves Peça, nasceu a 17 de agosto de 1961, sendo
Licenciado em Engenharia Civil/Hidráulica, pela Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra, desde 29 de setembro de1990.
Ingressou
a 1 de abril de 1991 na Câmara Municipal de Alcobaça com contrato a termo certo
de Técnico Superior, para desempenhar as funções de acompanhamento e
fiscalização das obras de iniciativa camarária, ou por ela apoiadas,
progredindo depois consistentemente na carreira. Desde finais de dezembro de
2011 até à data, está no exercício das funções de Diretor do Departamento de
Obras e Ambiente da Câmara Municipal de Alcobaça.
Ao
longo dos anos foi autor de projetos de iniciativa camarária, nomeadamente de
estruturas, térmica, gás e de melhoramento de estradas municipais e nacionais
desclassificadas, e de medições e orçamentos.
Como
diz, ficará ligado, para o bem e para o
mal, àquelas que, por razões técnicas e estéticas, modificaram o visual de
Alcobaça e passaram a ser obras de referência.
É
Membro das comissões de abertura e análise de quase todos os concursos de
empreitadas e a partir da entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos,
tem presidido à maioria dos júris dos procedimentos de empreitada.
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