NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Almeida, Manuel Marques da Silva,
nasceu em Alcobaça a 22 de maio de 1924, filho de modestos padeiros (pai Manuel
da Silva Almeida e mãe Alice Silvina), com venda à Piçarra/Alcobaça.
Fez
os primeiros estudos em Alcobaça e a Licenciatura em Direito na Universidade de
Coimbra, em 23 de julho de 1949 (com a ajuda material da madrinha Maria
Amabelina de Sousa), onde era conhecido como o Alcobaça. Portador da Ced. Prof. 655c, inscreveu-se na OA em 12 de
julho de 1951 e teve escritório na atual Praça 25 de abril, num prédio de
fachada bonita, também sua residência, muito fotografada por turistas e onde
depois do falecimento, foi adquirido pela CMA durante o mandato de Gonçalves
Sapinho, para instalação de um polo da Universidade de Coimbra.
Casou
com Maria Fernanda Ferreira Vieira Natividade da Silva Almeida a 6 de setembro
de 1952 (ele com 28 anos e ela com 26), não tendo tido filhos.
Esposa
dedicada, ajudava-o com alguma regularidade no serviço do escritório.
A sua
vida foi fundamentalmente dedicada a advocacia, que exerceu de forma
meticulosa, séria e responsável. Nunca se deu bem com as novas tecnologias que
começavam a impor-se na profissão.
Costumava
passar as férias judiciais num hotel da Figueira da Foz, o que lhe permitia
conviver com magistrados e advogados de Coimbra.
Foi
padrinho de batismo e de casamento do médico alcobacense Jorge Araújo.
Em 2
de janeiro de 1966, foi eleito delegado da Comarca às Assembleias Gerais da OA,
no triénio de 1966 a 1968, eleito sucessivamente de 7 de abril de 1967 a 2 de
janeiro de 1972 delegado da OA na Comarca de Alcobaça e eleito em 2 de janeiro
de 1975 para o respetivo triénio, vogal do Conselho Distrital de Coimbra da OA
que cumpriu.
Nas
eleições para a Assembleia Constituinte presidiu a uma mesa de voto, de forma
tão meticulosa que foi a última a dar conta dos resultados.
-Para
saber melhor como decorreu esta votação, em Alcobaça, leia-se Fleming de
Oliveira, in No Tempo de Soares, Cunhal e
Outros.
-Marques
de Almeida afável, descia frequentemente à porta da casa/escritório para
conversar com as pessoas que passavam.
Não frequentava o Café. Já no tempo de
estudante universitário, os colegas diziam que tinha ar grave de homem sisudo, que tudo sabe mas cala tudo.
Nunca
comprou automóvel, nem obteve carta de condução, utilizando sempre carros de
praça.
-Faleceu
em Alcobaça a 12 de Julho de 1998 e foi a sepultar com a toga de advogado, como
terá sido a sua última vontade e que a viúva cumpriu.
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