sexta-feira, 11 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas



Almeida, Manuel Marques da Silva, nasceu em Alcobaça a 22 de maio de 1924, filho de modestos padeiros (pai Manuel da Silva Almeida e mãe Alice Silvina), com venda à Piçarra/Alcobaça.
Fez os primeiros estudos em Alcobaça e a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra, em 23 de julho de 1949 (com a ajuda material da madrinha Maria Amabelina de Sousa), onde era conhecido como o Alcobaça. Portador da Ced. Prof. 655c, inscreveu-se na OA em 12 de julho de 1951 e teve escritório na atual Praça 25 de abril, num prédio de fachada bonita, também sua residência, muito fotografada por turistas e onde depois do falecimento, foi adquirido pela CMA durante o mandato de Gonçalves Sapinho, para instalação de um polo da Universidade de Coimbra.
Casou com Maria Fernanda Ferreira Vieira Natividade da Silva Almeida a 6 de setembro de 1952 (ele com 28 anos e ela com 26), não tendo tido filhos.
Esposa dedicada, ajudava-o com alguma regularidade no serviço do escritório.
A sua vida foi fundamentalmente dedicada a advocacia, que exerceu de forma meticulosa, séria e responsável. Nunca se deu bem com as novas tecnologias que começavam a impor-se na profissão.
Costumava passar as férias judiciais num hotel da Figueira da Foz, o que lhe permitia conviver com magistrados e advogados de Coimbra.
Foi padrinho de batismo e de casamento do médico alcobacense Jorge Araújo.
Em 2 de janeiro de 1966, foi eleito delegado da Comarca às Assembleias Gerais da OA, no triénio de 1966 a 1968, eleito sucessivamente de 7 de abril de 1967 a 2 de janeiro de 1972 delegado da OA na Comarca de Alcobaça e eleito em 2 de janeiro de 1975 para o respetivo triénio, vogal do Conselho Distrital de Coimbra da OA que cumpriu.
Nas eleições para a Assembleia Constituinte presidiu a uma mesa de voto, de forma tão meticulosa que foi a última a dar conta dos resultados.
-Para saber melhor como decorreu esta votação, em Alcobaça, leia-se Fleming de Oliveira, in No Tempo de Soares, Cunhal e Outros.
-Marques de Almeida afável, descia frequentemente à porta da casa/escritório para conversar com as pessoas que passavam.
 Não frequentava o Café. Já no tempo de estudante universitário, os colegas diziam que tinha ar grave de homem sisudo, que tudo sabe mas cala tudo.
Nunca comprou automóvel, nem obteve carta de condução, utilizando sempre carros de praça.
-Faleceu em Alcobaça a 12 de Julho de 1998 e foi a sepultar com a toga de advogado, como terá sido a sua última vontade e que a viúva cumpriu.

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