NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Futebolista
habilidoso e cumpridor, foi internacional pelas seleções da Roménia e Hungria.
Por alturas da II Guerra, fugiu para Itália e veio a jogar futebol no Torino.
Em 1953, veio para Portugal e ingressou no Sporting, onde foi campeão nacional
nas épocas de 1953/1954 e 1954/1955, ao lado de glórias como Vasques e
Travassos. A partir de 1958 passou a treinador, passando por vários clubes de
Caldas da Rainha, Viseu, Alcobaça, Marrazes, Évora (Lusitano então na 1ª
Divisão) e Albufeira (Imortal). Em Alcobaça criou e deixou amizades e boas
recordações.
-Faleceu
perto de Cascais, com 82 anos, no dia 6 de julho de 2008.
Fadigas,
Leonel de Sousa, nasci
na Maiorga, filho e neto de operário, vai para setenta anos, estudei lá, em
Alcobaça e em Leiria, donde segui para Lisboa para ingressar no Instituto
Superior de Agronomia. Aqui me licenciei em arquitetura paisagista e, mais
tarde, em agronomia. Passei pela Câmara Municipal de Lisboa, onde fiz o meu
estágio de fim de curso e onde comecei a trabalhar como arquiteto paisagista.
Depois foi o serviço militar. Casei,
fui para Moçambique como oficial do Serviço Cartográfico do Exército, e estive,
antes e depois do 5 de abril. A seguir foi a profissão liberal, o ensino, em
várias escolas e universidades, mas especialmente na Faculdade de Arquitetura
da Universidade de Lisboa; e também em Itália.
De um avô herdei o gosto pela política
e, de outro, pela terra. A associação de estudantes, a escrita nos jornais, o
Juvenil do Diário de Lisboa, a herança familiar republicana e a certeza de que
era possível mudar o país que tínhamos levaram-me, cedo a dedicar à política
parte do meu tempo. Da CEUD ao Partido Socialista foi um passo breve; e depois
a Assembleia Municipal de Alcobaça e a Assembleia da República. Da terra
mantinha-se o que era a matriz agrícola que era o meu chão e que a arquitetura
paisagista alargava para outros espaços e preocupações. Do urbanismo ao
território.
Com passagens pela Câmara Municipal de
Lisboa, como técnico, responsável por um gabinete de planeamento, assessor da
presidência; mas também pela de Santarém, coordenando o gabinete de
planeamento, pela de Cascais como assessor e pela Ambelis, a agência para a
modernização económica de Lisboa, como presidente. O urbanismo e o território
nas suas aplicações práticas e diversas que a profissão liberal também mantém e
estimula.
Uma comenda dada pelo Rei de Espanha
homenageou o trabalho de promoção de investimentos em Lisboa e a promoção da
sua economia.
Mas o ensino sempre. O doutoramento, a
agregação, a investigação como condição do fazer. Os livros como registo e
interpretação de experiências.
Nos intervalos, as viagens, os livros,
os amigos, as conversas. O tempo repartido entre Lisboa e Alcobaça e por onde a
imaginação nos leva.
No centro de tudo a família. Mulher,
uma filha, arquiteta, dois netos que aprendem o que lhes ensinam e estudam o
que a sua curiosidade estimula para irem mais além.
-Fadigas, apresentou no dia 23 de Abril
de 2015, na Livraria Bertrand do
Forum Picoas Plaza, em Lisboa, o livro Urbanismo e Território-As
políticas públicas.
A apresentação esteve a cargo de José
Maria Brandão de Brito, Professor de Economia Internacional e do
Desenvolvimento no ISEG e
do Professor Pedro George, coordenador da área disciplinar de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura.
Leonel Fadigas, revela que as políticas
públicas territoriais, na sua definição e aplicação, representam um sistema
ideológico de apropriação e controlo do território como recurso essencial ao
desenvolvimento económico e social e à afirmação do Estado como regulador da
vida em sociedade. Direta ou indiretamente, estabelecem as regras quanto à utilização
e gestão de recursos, localização e instalação de pessoas, infraestruturas,
atividades e equipamentos e ao modo como que é exercido o controlo social da
sua definição, aplicação e avaliação. O território e as paisagens onde a nossa
vida decorre são, por isso, tanto o resultado das políticas públicas
territoriais como da sua ausência, do seu sucesso ou do seu fracasso. Razão, na
opinião de Fadigas, para que as políticas
públicas territoriais constituam uma área de investigação importante
para a compreensão das questões e dos fatores que, em
democracia, condicionam ou favorecem as formas de uso do território, o
urbanismo e a sua qualificação.
Fadigas,
Mário Bernardino, segundo elementos fornecidos pelo filho Leonel, nasceu na
Maiorga em 1923 onde fez a instrução
primária, prosseguindo estudos no Liceu Municipal de Alcobaça, que abandonou,
aos 13 anos, graças ao envolvimento de seu pai, António Fadigas da Silva, chefe
das oficinas da Companhia Fiação e Tecidos de Alcobaça, em ações de oposição ao
Estado Novo.
Ingressou
na Companhia Fiação e Tecidos de Alcobaça e aí foi serralheiro, afinador de
máquinas e responsável pela secção de cardagem do algodão, a qual abandonou em 1964, para se
dedicar em exclusivo à agricultura, atividade que desenvolvia desde 1947, que
com seu sogro António Carlos de Sousa, tinha criado uma casa agrícola que se
manteve até aos primeiros anos deste século XXI.
Foi
Presidente da Assembleia Geral do Sindicato Nacional do Pessoal da Indústria
Têxtil do Distrito de Leiria de 1960 a 1962) e integrou o grupo que fundou a
Casa do Povo de Alcobaça, por várias vezes Membro da direção da Cooperativa
Agrícola de Alcobaça e fez parte da Mesa da Santa Casa da Misericórdia, entre o
final da década de sessenta e o princípio da década de 1970 e músico amador na
Sociedade Filarmónica Maiorguense na década de 1940, e membro da direção em
vários mandatos.
Republicano
por educação e convicção, foi membro do Partido Socialista, Presidente da
Assembleia de Freguesia da Maiorga, membro da Assembleia Municipal de Alcobaça
e mandatário concelhio de Mário Soares, às eleições presidenciais.
-Faleceu
em 2012 e era pai do supra referenciado.
Faria,
Jorge Leal Amado de, conhecido mundialmente como Jorge Amado, nasceu
em Itabuna/Brasil
a 10 de agosto de 1912 e faleceu em Salvador
a 6 de agosto de 2001.
Foi um
dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. Integrou os quadros da intelectualidade comunista brasileira, desde o final da primeira
metade do século XX, ideologia presente em várias obras, como a retratação dos
moradores do trapiche baiano em Capitães da Areia, de 1937.
Jorge
Amado é o autor de língua portuguesa mais adaptado do cinema,
do teatro e da televisão. Sucessos como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Tereza Batista Cansada de Guerra foram criações suas.
-Em
fevereiro de 1980, Jorge Amado e mulher Zélia Gattai (muito interessante
escritora), deslocaram-se em visita turística a Alcobaça, depois de terem
passado por Nazaré e Óbidos. Aquando da visita ao Mosteiro foram recebidos pelo
seu diretor e vereador da cultura da Câmara Municipal.
Faustino,
Diamantino,
velocista alcobacense, participou nas provas do 1º Passo, em Alvalade e no
Estádio Nacional.
Nos
anos de 1960 e inícios de 1970, tendo ganho algumas provas de velocidade, impôs-se
como meritório atleta de província. Salientou-se num torneio de atletismo
realizado em Alcobaça, entre a equipa do Ginásio Clube de Alcobaça e o Sport
Lisboa e Benfica.
Ingressou
depois no SLB onde foi várias vezes campeão nacional na estafeta de 4x100m. Foi
também treinador e dirigente do Ginásio Clube de Alcobaça, na área do
atletismo, antes de 1974.
Mantendo-se
ligado à modalidade, passou o testemunho aos mais jovens. Durante anos treinou
e participou em provas de veteranos, como o lançamento do peso, comprimento e
altura, obtendo boas marcas.
-Com
os seus conselhos e ideal desportivos, deixou boa memória no atletismo local.
Tirou
a 4ª. classe e desde muito jovem trabalhou numa oficina de sapateiros. Após ter
cumprido o serviço militar em Angola, emigrou para a Alemanha. Poucos anos
depois, regressou a Portugal criando uma pequena indústria de calçado, de tipo
familiar. Em 1980, teve um programa na Rádio Voz da Benedita, dedicado à
história cultural da freguesia.
Em
1989, editou o livro Benedita Quem Me
Dera, onde, com uma linguagem acessível e popular, trata temas relativos à
freguesia, como memórias, curiosidades e histórias.
Conforme
João Luís Pereira Maurício, in Sapateiros
da Benedita e a sua História, seu pai era sapateiro desde 1919.
Em
1952, tinha uma oficina de sapateiro em Casal Gregório, a qual vendia para
várias partes do país.
Em
1963, foi um dos fundadores da SICABE.
-Faleceu
em 2003.
É
licenciada em Educação de Infância, pelo Instituto Superior de de Educação e
Ciências, de Lisboa.
Efetuou
Pós-graduação e Formação Especializada em Educação Especial na área de
Especialização da Intervenção Precoce na Infância, pela Universidade Fernando
Pessoa, no polo de Caldas da Rainha.
Trabalha
como Educadora Infantil, em Alcobaça.
Félix,
José Manuel de Oliveira,
nasceu na Maiorga a 22
de junho de 1964.
Técnico
Oficial de Contas, tem escritório em Alcobaça (atividades
de contabilidade e auditoria, consultoria fiscal), é o presidente da Junta de Freguesia da Maiorga, eleito numa lista
de independentes em 2013, sucedendo a Maria Rosa Domingues.
Não
exerce funções a tempo inteiro.
Aceitei candidatar-me
porque o meu número dois, Vítor Rocha, me desafiou. Eu disse-lhe para ele
avançar primeiro e eu acompanharia, mas ele achou que tinha que ser assim, que
eu tinha mais experiência que ele. Foi um desafio que lançámos: eu, ele e a
Sandrina Domingues, e se calhar só avançámos porque íamos os três juntos, se
não fosse assim, acho que não nos candidatávamos. Entendemo-nos bem e depois há
outras pessoas que me têm surpreendido pela positiva. A nossa lista continua a
ter os seus encontros e reuniões e todos os meses nos
juntamos para um jantar convívio. Tem sido muito positivo.
-Em entrevista a um jornal local
disse ainda que se candidatou para testar
a Maiorga; Sem ofensa, para ver se os maiorguenses iriam votar pelo partido ou
se eram pelas pessoas, o que nas últimas eleições aconteceu. Gostei desta
primeira experiência. Temos que ter personalidade, tentar resolver os problemas
da freguesia e não os problemas só de um freguês. Acrescentou que os principais problemas que encontrou na freguesia quando chegou à junta eram algumas obras que estavam planeadas para a freguesia que não estavam ao nosso alcance, mas que faziam e fazem parte de exigências nossas à Câmara como a estrada de Poços da Cal, o alcatroamento que foi efetuado no ano passado, o passeio pedonal que deu muita polémica junto à IC9. A estrada do Casal Botas está lastimável, aquela estrada é uma vergonha e andamos constantemente a falar com o presidente da Câmara sobre ela. Não havia verbas nenhumas para essas obras querendo nós ter iniciativa de as concretizar com a delegação de competências, ficamos com outros fundos e conseguimos ainda alguns subsídios para a freguesia.
No referente às suas relações com a Câmara Municipal, esclarece que têm sido boas. Gostaríamos de mais, como é óbvio, mas temos consciência que o Concelho é muito grande. Tirando esta situação, que não está bem esclarecida do terreno para o pavilhão, tudo o resto tem sido uma relação boa.
-As eleições autárquicas do dia 29 de setembro de 2013
consagraram seis novos presidentes de Junta de Freguesia, entre as 13
autarquias do concelho de Alcobaça. Foram os casos da União de Freguesias de
Alcobaça e Vestiaria e das freguesias de Alfeizerão, Bárrio, Benedita, Maiorga
e Turquel.
Na Maiorga, elegeu-se uma lista independente, o que para José
Félix foi a prova que a população vota
nas pessoas e não nos partidos.
-Os Forais Manuelinos afirmaram e reforçaram o exercício dos
direitos autárquicos de Alcobaça, Alfeizerão, Aljubarrota, Alpedriz, Cela, Coz,
Évora de Alcobaça, Maiorga, Paredes da Vitória, S. Martinho do Porto e Turquel.
Todos eles datam de 1 de outubro de 1514, exceto o de
Alpedriz, que é de 20 de março de 1515.
A
Capela do Espírito Santo, na Maiorga recebeu, no dia 18 de agosto de 2014 a
apresentação do primeiro dos 11 fascículos dedicados aos 500 anos dos Forais Manuelinos,
publicados pelo Região de Cister, numa parceria com o Município de Alcobaça.
Saúl
Gomes deu uma aula de história às pessoas que marcaram presença no evento. O
professor falou dos tempos de abundância da Terra Maior-Maiorga.
-Zelar
pelos espaços públicos, arranjar estradas ou melhorar os acessos rurais é, a
partir de agora, uma tarefa mais fácil para a Junta de Freguesia da Maiorga,
com a aquisição de um trator e de algumas alfaias agrícolas.
As
únicas viaturas que havia eram uma carrinha com mais de trinta anos e um dumper
emprestado. Para assinalar a compra foi realizada, no dia 11 de outubro de
2015, uma cerimónia simbólica com a bênção das novas máquinas, que reuniu o
executivo da junta, representantes da câmara municipal, membros da Assembleia
de Freguesia e populares.
Com a
consciência de que este não é um trabalho fácil, principalmente pelas
limitações orçamentais, José Félix referiu que a alteração da Lei de Delegação de Competências, veio permitir à junta
uma maior autonomia principalmente no último ano, quando puderam desenvolver,
entre outras ações, a recuperação do lavadouro da Bemposta e a aquisição de
ferramentas necessárias.
-A Clave de Sol dá vida ao Monumento ao Músico que foi instalado na
nova praça da Maiorga, batizada como Largo
da Casa da Música. A inauguração do monumento e da praça decorreu no dia 15
de janeiro de 2016, numa homenagem à Sociedade Filarmónica Maiorguense e às
gerações que se dedicaram à prática da música.
Numa conversa com o escultor Bugalho,
propus-lhe fazer uma clave de sol gigante, e ele com os seus conhecimentos e a
sua habilidade construiu o monumento e conseguiu arranjar um patrocinador, a DL
Publicidade, adiantou
José Félix, presidente da Junta da Maiorga, explicando que o projeto da nova
praça estava na gaveta há décadas. Numa parceria entre a Junta, a Câmara e a
empresa sediada em Turquel, a obra teve um custo total de 20 mil euros.
Com
três metros de altura e com quase duas toneladas de peso, o Monumento ao Músico
foi uma obra da autoria de Bugalhos
Ferro. Sinto-me muito satisfeito com
o resultado. Quando volto costas a um trabalho destes, sinto que ficou aqui um
pouco de mim para o resto da vida, relatou o escultor.
Além
do monumento, foi recriada a fachada antiga da sede da Filarmónica, tendo sido
colocados dois painéis de azulejo com o hino da Sociedade Filarmónica
Maiorguense. A freguesia ganhou uma nova
praça e foi feita a homenagem devida aos músicos e à Sociedade Filarmónica
Maiorguense.
-A
primeira edição do Maiorga Indie,
evento que aconteceu no sábado, 4 de Junho de 2016, anunciou-se como mostra de
projetos emergentes no panorama da música alternativa nacional.
-A
Junta da Maiorga inaugurou, no dia 4 de dezembro de 2016, o miradouro da Quinta
do Outeiro, após a requalificação, e expôs na Sala Paroquial o histórico
relógio mecânico, agora restaurado. As iniciativas decorreram no âmbito das
comemorações dos 40 anos de poder local, reunindo populares e antigos
presidentes de Junta, homenageando o trabalho desenvolvido por todos os que
fizeram parte das listas às eleições, no decorrer das últimas quatro décadas.
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