quinta-feira, 17 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Eliseu, Horácio da Silva, nasceu em Alcobaça a 16 de Abril de 1895.
Em 10 de Julho de 1917, terminou o curso de Regente Agrícola e Florestal, na Escola Nacional de Agricultura de Coimbra. Em 1918 e 1919, dirigiu em Tábua, a Escola Móvel Agrícola, do Comércio do Porto. No ano de 1919, concorreu aos Serviços Florestais e Agrícolas, tendo ficado classificado em primeiro lugar e colocado na Marinha Grande, onde ocupou o primeiro lugar de adjunto e depois de chefe da Regência do Engenho. Em 1921, foi colocado em Lisboa, na Repartição de Estudos e Ordenamento. Criada a Regência de Leiria em 1923, foi escolhido para a organizar e dirigir, lugar que ocupou até à sua aposentação.
Foi vereador da Câmara Municipal de Leiria e Presidente da Comissão Técnica de Estética e Salubridade, da mesma, tendo também pertencido à Comissão de Iniciativa e Turismo de Leiria, Comissário da Exposição Distrital de Leiria de 1940.
Jornalista e escritor de mérito, fundou e dirigiu o Jornal de Alcobaça, A Semana de Leiria, A Ideia e posteriormente colaborou no semanário leiriense Linha Geral.
Escreveu Rudimentos de Silvicultura, Noções de Silvicultura - Cultura, Economia, Tecnologia, Silvicultura - Noções Gerais, O Futurista, A Água da Fonte Grande, A Arte e o Espírito, Os Grandes Problemas da Arte e da Crítica, Noções de Silvicultura- Arborização e Rendimentos, Terminologia Florestal Portuguesa, A Pintura dos Séculos XIX e XX.
Foi colaborador da então em voga, Gazeta das Aldeias. Realizou conferências nas Horas de Arte e no Rotary Clube de Leiria.
-Faleceu em 5 de Junho de 1985.
Ermida, Maria do Rosário Vieira Batista, nasceu a 27 de junho de 1951, em Boubã do Meio, Pataias.
Fez a instrução primária na Escola de Pataias Gare, prosseguiu os estudos em Leiria, onde em 1975 concluiu o Curso de Enfermagem, iniciando nesse ano carreira profissional no Hospital Distrital de Leiria.
Em 1976, havendo carência de pessoal de enfermagem especializado, o Ministério de Saúde criou bolsas para Enfermagem Obstétrica pelo que concorreu a uma, que lhe foi concedida, iniciando em 1977 a frequência do curso da especialidade na Escola Superior de Enfermagem Doutor Bissaya Barreto, Coimbra.
Concluída a especialização, foi colocada em 1979 por opção no Hospital Distrital de Viseu, em cuja maternidade exerceu a especialidade durante dois anos.
Em 1981, requereu transferência para o Hospital Concelhio da Nazaré, e aí continuou a exercer a especialidade.
No ano de 1983, ingressou na Administração Regional de Saúde de Coimbra, optando pela área dos Cuidados Primários de Saúde.
Diz que desejando não limitar o seu exercício à prática dos cuidados de enfermagem, matriculou-se em 1986 no Curso de Pedagogia e Administração em Enfermagem, na Escola Superior de Enfermagem Doutor Ângelo da Fonseca, em Coimbra, curso que concluiu. Em 1998, prestou provas através de Concurso Público, a nível nacional, de Chefes de Enfermagem pelo que dado o seu estatuto, fez parte de Direções Clínicas no âmbito da Administração e Gestão de Serviços.
Em 2004, requereu o estatuto de Trabalhador Estudante, tendo-se matriculado na Escola Universitária das Artes de Coimbra/Curso de Cerâmica e depois optado pelo de Pintura.
Desde então, tem exposto no País e no Estrangeiro, com pintores portugueses e de outras nacionalidades, a título individual e coletivo com sucesso e respeito, pois tem bastante mérito.
-No dia 29 de novembro de 2008, a Biblioteca Municipal de Alcobaça, acolheu uma palestra subordinada ao tema A afetividade na Terceira Idade, onde foi abordada a vida sexual e a terceira idade.
Numa organização da Universidade Sénior de Alcobaça, esta foi a primeira de várias palestras e conferências a realizar nos meses seguintes, no âmbito da disciplina Formação para a Cidadania (a cargo de Fleming de Oliveira, que lhe formulou o convite) e abertas a todos os interessados, nomeadamente casais. Desta feita, teve a palavra a Enfermeira–Chefe, Maria do Rosário Ermida.
-Sobre os motivos que a levaram a dedicar-se à pintura, após tantos anos de exercício profissional na área a saúde, diz que foi um desafio que colocou a si própria e que se tornou num projeto que tenta concretizar. Para mostrar que qualquer um de nós tem competências que desconhece e que pode descobrir, explorar e concretizar em qualquer idade da vida. Sente que a pintura é um recurso que tem para poder testemunhar e contar sobre os lugares onde esteve, onde viveu e onde mergulha nos seus afetos, nas recordações e a na satisfação de estar ali. Nenhuma das suas obras foi pintada sem conhecer e viver a natureza, os espaços e a gentes. Gosta de pintar com os seus olhos. São os lápis e os pincéis que lhe permitem registar tudo aquilo que observa e de que gosta.
Revê-se na Pintura Impressionista e no Naturalismo. Tem como fonte de inspiração Mestres do passado e do presente, como José Malhoa, Henrique Pousão, Carlos Reis, Columbano, Alfredo Keil, Silva Porto, Monet, Sorolla, João Mário e Vítor Matias (sec. XIX e XX) pintores que testemunham o nosso passado e registaram os trajes, os trabalhos quotidianos, os momentos de festa, a vida, na convicção de que o povo, culto ou inculto, espelha a cultura  e os valores da própria nação.
Para além da pintura e da arte em geral, gosta de estar com a família e amigos, de cozinhar, de jardinar, de passear, de contemplar os espaços que a rodeiam.
Escudeiro, Fernando Gomes, nasceu na Martingança, a 27 de abril de 1942.
Foi Diretor da Crisal (aposentado).
Foi candidato pelo PSD à Junta de Freguesia de Martingança em 2001 tendo sido eleito e cumprido 3 mandatos consecutivos.
Diz que se candidatou primeiro porque estava aposentado e depois porque me pediram. Aceitei por poder dar um contributo à minha freguesia. Se me perguntar se gostei, gostei de ser autarca. Acho que vale mais aquilo que de bom passámos, do que aquilo que mau passámos. É um desempenho interessante, sabemos que estamos a contribuir para o bem-estar das pessoas, embora sacrificando, muitas vezes, a família. Aqui, temos de estar 24 horas para os da terra, porque se não o fizer enganou as pessoas que votaram em si.
Considera que o pilar de crescimento desta freguesia, são as indústrias, claro. Empresas de tecnologia de ponta, na área dos moldes. Além da parte industrial, estamos encostados ao pinhal do rei e há proprietários que antes dedicavam à agricultura e agora têm tudo reflorestado. A floresta é uma riqueza e dá trabalho também a muita gente. Mas, infelizmente, também se anda a cometer grandes asneiras. Qualquer dia não é o Pinhal de Leiria, mas sim o eucaliptal de Leiria.
Foi o último presidente da Junta de Freguesia de Martingança, que com a reforma administrativa de 2003, veio a constituir a União das Freguesias de Pataias e Martingança, presidida por Válter Ribeiro.
Escudeiro reputa-se democrata. Mas no balneário da equipa feminina do Grupo Desportivo da Martingança, segundo se comentava era um perfeito ditador, impondo às atletas, disciplina e rigor, e nunca lhes permitindo comentários de conteúdo políticos.
Antigo jogador de futebol salientava que separava bem as funções de treinador e Presidente da Junta de Freguesia e que no balneário tem que haver concentração e disciplina e, por isso, ninguém tocava em política.
O futebol sempre fez parte da vida de Escudeiro e segunda conta foi convidado para jogar na Associação Académica de Coimbra.
Ao serviço do Martingança no antigo campeonato do Oeste, Escudeiro chegou a marcar 66 dos 69 golos da equipa. Após vários anos a treinar as equipas jovens masculinas de futsal da Martingança e de um título distrital de juniores na década de 1990, voltou-se para o futsal feminino.
Espírito Santo, Moisés, nasceu em 1934, no lugar de Rebolaria/Batalha, no seio de uma família de agricultores.
A investigação etnológica de Moisés Espírito Santo, é relevante nas áreas da arqueologia e história em Portugal, bem como nas investigações para o conhecimento científico da origem e da identidade da língua portuguesa,  associadas aos estudos sobre toponímia  com a aplicação do método da constelação local, também conhecido como método etnológico de terreno, criado pelo investigador francês Victor Berárd, às povoações de vários locais do território português.
O Café Portugal, em Alcobaça, anunciou pretender retomar uma tradição dos cafés dos meios cosmopolitas, promovendo a Tertúlia Café Portugal onde, de três em três semanas, se poderia ouvir e trocar ideias, de e com pessoas de relevo nas várias áreas cultural, artística, científica, nacional, regional e local. A primeira sessão desta Tertúlia, decorreu no dia 27 Setembro de 2008, subordinada ao tema Um circuito da Senhora da Luz (Castanheira, Coz) a Santa Teresa (Ataíja, Aljubarrota), com Moisés Espírito Santo, que dissertou sobre a antiga cultura e religião pré-cristã da região.
-O Bloco de Esquerda realizou, no dia 18 de Outubro de 2008, um jantar de desagravo para com o escultor António Delgado, impedido pela Câmara Municipal de Alcobaça de participar na mostra de artes plásticas, Apple Parade, promovida pela Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, integrada na feira Mundo da Maçã.
Ao jantar, que reuniu cerca de 80 pessoas, compareceram a deputada Helena Pinto, o coordenador autárquico nacional do BE, Pedro Soares, o sociólogo e professor universitário Moisés Espírito Santo, Adelino Granja do BE de Alcobaça e o homenageado, António Delgado membro da Comissão Política Concelhia do PS, de Alcobaça.
Adelino Granja (BE), começou por revelar que endereçara convites aos outros partidos para estarem presentes, o que não foi aceite, por classificarem a iniciativa de folclore e defendeu não ser próprio de um presidente da Câmara insultar os adversários políticos, ideia corroborada, pelo advogado Felisberto Matos, que classificou Gonçalves Sapinho como o indivíduo mais mal-educado do concelho de Alcobaça !!!
Moisés Espírito Santo, defendeu que a liberdade de expressão e de criação não está garantida na província. O sociólogo considerou que a cultura de calar o adversário mantém-se e que a voz das rádios e dos jornais locais está limitada, uma vez que os órgãos de comunicação social também dependem da publicidade das autarquias. O catedrático entende que as câmaras municipais funcionam como se o município fosse deles e que uma cidade digna desse nome não pode censurar obras de arte, considerando que esses atos são mais próprios de aldeões e rústicos.
Helena Pinto, confessou ter duvidado quando lhe contaram que um artista havia sido censurado em Alcobaça, por acreditar que casos destes já não existiam no Portugal democrático. Na arte, ou há liberdade total ou não existe, frisou. A deputada recordou o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel quando afirmou viver-se atualmente um ambiente político de claustrofobia democrática, considerando que a mesma etiqueta podia ser colada ao PSD, de Alcobaça.
António Delgado, realçou o direito de fazer oposição à Câmara de Alcobaça. O concelho não é o seu quintal, rematou, relembrando que Alcobaça é património de todos.
Eusébio, Francisco Leonardo, nasceu na Cela, a 25 de janeiro de 1935, no seio de uma família de agricultores medianos.
Estudou até à 4ª. classe na Cela, indo depois trabalhar por conta de José Delgado, Jardineiro.
Cumpriu serviço militar em Leiria e abriu um Café na Cela no início da década de 1960 e mais tarde ao lado uma bomba de gasolina, ao mesmo tempo que produzia fruta que vendia. Pela mesma altura, abriu uma Agência Funerária que entretanto transmitiu ao filho.
Francisco Leonardo Eusébio, foi um dos autarcas mais carismáticos do Concelho de Alcobaça e durante algum tempo o seu decano. Antes do 25 de Abril, foi tesoureiro da Junta de Freguesia da Cela e Regedor.
A sua palavra, por vezes exaltada e refletindo ideias simples e propostas populares, tinha normalmente peso. Conta com orgulho que desde os dez anos de idade trabalho com a maior dedicação para o povo da Cela, tendo começado em comissões de festas, religiosas e populares.
Depois de 25 de Abril, salvo um pequeno interregno em 1983, até se reformar politicamente, foi eleito, sem grande esforço Presidente da Junta de Freguesia. Confessa que gostava do lugar que exerceu com carolice, pois aprecia que as pessoas gostem dele. Na sua terra, muitos tratam-no afetuosamente por Chico Sacristão, apelido que não repudia, muito menos o envergonha.
Apesar das campanhas e calúnias de que por vezes foi alvo, nunca o conseguiram derrubar.
Antes do 25 de Abril, Francisco Eusébio desempenhou funções como Tesoureiro da Junta e Regedor, nomeado pela Câmara Municipal presidida por Tarcísio Trindade, pessoa que sempre respeitou. A regedoria funcionava em sua casa. Eusébio, não obstante alinhar com o regime, louva-se de nunca ter tido contactos com a PIDE, colaborado com agente ou informador, nem sofrido pressões para fazer ou deixar de fazer uma coisa.
Depois de 25 de abril foi Secretário da Mesa da Assembleia Geral da Caixa de Crédito, sendo Presidente José R. Coutinho.
-Francisco Leonardo Eusébio foi sacristão da Cela, entre 1952 e 1956, altura em que era Pároco o famoso Pe. João de Sousa e até ir cumprir serviço militar. No exercício dessas funções, conheceu Humberto Delgado que ia à missa o qual, terminada esta, não prescindia de ir cumprimentar o Pe. João de Sousa na sacristia, enquanto se desparamentava.
Nas Festas de S. Pedro (29 de junho), havia romaria a partir da Capela de S. Bento, situada dentro da propriedade de Humberto Delgado, com sermão, missa cantada e procissão, bem como a participação da (extinta) Banda da Cela, que atuava num coreto improvisado, enquanto o povo se distraía, na conversa e, nos comes e bebes.
A Capela de S. Bento é a mais antiga igreja da freguesia da Cela e, segundo se diz das mais antigas do Concelho de Alcobaça. A procissão de S. Pedro, saía da Capela de S. Bento, com a banda a tocar, ia até ao Largo da Estação da CP, dava a volta e regressava.
Por altura das festas, Delgado costumava convidar para almoçar, os principais responsáveis da organização, Igreja (padre e sacristão) incluída. Foi na qualidade de sacristão que Francisco Eusébio foi algumas vezes almoçar a casa de Delgado e com ele trocou algumas palavras de circunstância. Apesar de estimar e respeitar pessoalmente Delgado, pessoa afável e popular, conceituado oficial, Francisco Eusébio não participou na campanha eleitoral, porque sendo membro da União Nacional, não podia aparecer como opositor do regime. Mas também não queria aparecer contra Delgado.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Soares, Cunhal e Outros
-Foi inaugurado no dia 10 de Junho de 1985, Dia das Comunidades e de Camões, o novo edifício do Centro de Saúde da Cela Nova.
Cerca das doze horas começaram a chegar os convidados, para meia hora depois se dar início a uma sessão, onde usaram da palavra o presidente da Junta de Freguesia, Francisco Leonardo Eusébio, o presidente da Administração de Saúde do Distrito, Rui Couceiro, o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Rui Coelho e por último o representante do Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional. Seguiu-se o descerramento duma lápide alusiva, a abertura do novo edifício com a entrega da chave ao médico Dr. José Dionísio, e a bênção pelo Padre Afonso, sendo depois o novo Centro de Saúde visitado pelos convidados e população.
No fim da visita, foi servido um almoço a mais de 190 pessoas que,  de uma maneira ou de outra, contribuíram ou ajudaram a Junta de Freguesia, na obra.
Animaram a festa as Majoretes e a sua fanfarra privativa, o programa Meia-Tarde, da Rádio Renascença que transmitiu em direto desde o recinto da festa, que contou com a atuação do popular cançonetista Marco Paulo.
A construção do novo edifício do Centro de Saúde só foi possível dado o dinamismo e vontade de bem servir da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal.
-A Freguesia de Cela, esteve em festa nos dias 26, 27, 28, 29 de setembro de 1986, festejos que se integraram nas comemorações dos 700 anos da sua fundação, a que se juntou a Festa do Agricultor com a III Mostra-Horto Fruticultura, que trouxe grande número de visitantes.
O grande atrativo foi a Fruta que esteve durante três dias exposta ao longo da rua, que foi engalanada e iluminada.
Cerca das 23 horas, visitou o certame o Ministro Fernando Nogueira, em representação do Primeiro-ministro Cavaco Silva. Todos foram unânimes em considerar a exposição um sucesso e os milhares de visitantes enalteceram a linda e grandiosa exposição frutícola.
No domingo e segunda-feira, o interesse não foi menor e as ruas e largos de Cela foram insuficientes para conter as viaturas dos visitantes.
A III Mostra contou este ano com 215 agricultores que expuseram os seus produtos, sendo 1.200 o número de caixas de fruta variada – maçãs, peras, pêssegos, uvas, melancias, melões, etc. – misturada com outros produtos hortícolas – batatas, cenouras, couves, pepinos, tomates, pimentos, cebolas, alhos, etc.
O XX Festival de Folclore do Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo, da Cela Velha, que teve lugar no dia 11 de agosto de 1996, contou uma vez mais com forte adesão de público e com ranchos de qualidade.
Durante o desfile, os ranchos apresentaram bons momentos de folclore, que foram uma homenagem a Joaquim Vieira, o homem que fundou o Rancho Folclórico da Cela Velha e que se encontrava gravemente doente e de que viria a falecer.
Participaram neste festival, o Rancho Folclórico Papoilas do Campo da Cela Velha (Estremadura), o Rancho Folclórico de Baião (Douro Litoral); Rancho Folclórico Recordar É Viver, de Paramos/Espinho (Douro), Grupo Danças e Cantares da Cortegaça (Beira Litoral), o Rancho Folclórico As Lavadeiras da Asseiceira (Alto Ribatejo), o Rancho de Folclore e Etnográfico Ceifeiros da Bemposta (Estremadura).
O festival começou com a entrega de lembranças por parte da Junta de Freguesia da Cela, mas a Câmara Municipal esqueceu-se das lembranças que deveria oferecer aos ranchos convidados.
Leia-se aqui Joaquim Vieira.
-Fúlvia Gouveia, com 18 anos, residente nos Ganilhos, foi eleita, no sábado dia 31 de agosto de 1996, Rainha da Fruta da Cela96, num desfile de misses que contou com a presença de 15 candidatas que desfilaram numa passerelle montada em frente à igreja.
Fúlvia Gouveia, foi ainda eleita de Miss Cela96, pelos fotógrafos presentes como Miss Fotogenia. Sónia Medalho, da Quinta de Baixo-Vimeiro, com 15 anos de idade, foi eleita pelas colegas como Miss Simpatia e recebeu ainda o título de 1ª Dama de Honor, enquanto Patrícia Lourenço, dos Moleanos, foi eleita 2ª Dama de Honor.
As candidatas residentes na freguesia da Cela concorriam ainda ao título de Miss Cela96, para o qual foi eleita Marlene Desidério, de 15 anos, residente na Cela. O título da Rainha da Fruta só contemplou uma das concorrentes mas, todas as candidatas receberam prémios de participação distribuídos pela organização. As candidatas desfilaram primeiro em traje alusivo à rainha da fruta, onde se puderam ver alguns fatos exuberantes pela sua originalidade e criatividade, depois desfilaram em traje de noite, num desfile coreografado por Paula Cordeiro. Os fatos apresentados realçaram a beleza das concorrentes e contribuíram para a noite agradável.
O júri foi composto por José Figueiredo Dionísio, Tesoureiro da Junta de Freguesia e Ana Isabel Pereira, em representação das mulheres da Cela.
-Sílvia Ribeiro Pereira, de 16 anos e residente no Casal Jorge Dias e Sónia Medalho foram respetivamente Miss Cela e Rainha da Fruta da Cela 1997, eleitas no dia 29 de agosto de 1997, no decorrer do desfile de misses que teve lugar na escadaria da igreja paroquial da Cela, por iniciativa da Junta de Freguesia.
Sílvia, é a Miss Freguesia da Cela97 eleita num espetáculo promovido pela Junta de Freguesia. Oito jovens naturais daquela freguesia disputavam o título que lhes dava direito a um cheque de 50 contos e a uma viagem à Madeira, entre outros prémios. As candidatas foram trazidas até à escadaria de mota, numa coreografia preparada para o efeito, seguindo-se depois duas passagens pela passerelle findo o que o júri escolheu Sílvia Pereira para Miss Cela.
As demais candidatas integravam ainda o lote de catorze jovens que concorriam ao título de Rainha da Fruta da Cela97, título ao qual podiam concorrer jovens de qualquer parte. As candidatas desfilaram com fatos, onde predominavam as referências à fruta e a criatividade em vestidos preparados com arte e trabalho. Tecidos decorados com fruta em estampados, bordados ou decoradas com imitações e mesmo peças de fruta deram um alegre colorido ao desfile muito apreciado pelas centenas de espetadores e onde não faltavam os elementos do executivo camarário e os candidatos à Câmara nas próximas eleições autárquicas.
Sónia Medalho, natural da Quinta de Baixo, freguesia do Vimeiro foi eleita Rainha da Fruta da Cela 97, e recebeu um cheque de 50 contos e uma viagem à Madeira, Patrícia Lourenço, natural dos Moleanos foi eleita 1ª Dama de Honor e Teresa Vieira, natural de Monte de Bois, foi eleita 2ª Dama de Honor, recebendo ambas como prémio um cheque de 25 contos.
Patrícia Lourenço, recebeu ainda outro cheque de 25 contos ao ser eleita como Miss Fotogenia, título votado pelos fotógrafos presentes e Sónia Medalho recebeu ainda outro cheque de 25 contos ao ser eleita pelas colegas como Miss Simpatia.
O júri foi constituído por Manuela Pombo, Hercília Vicente, Isabel Guerra, Helena Domingos, António Paixão (do Região de Cister), Daniela Jorge (Miss Alcobaça95) Luís Parreira (do Rádio Clube de Caldas), vereador municipal António Gonçalves e Raúl Duarte (da Rádio Cister).
-Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente no jantar de apoio a Gonçalves Sapinho em novembro de 1997, que juntou mais de 1700 apoiantes no Mercoalcobaça. Francisco Eusébio, interveio em nome dos presidentes de Junta e cometeu uma gafe memorável.
Leia-se aqui e a propósito, Marcelo Rebelo de Sousa.
-O dia 13 de maio de 1999 foi um dia histórico para a freguesia e população da Cela. A Assembleia da República votou por unanimidade a proposta para elevação da localidade a Vila. Os habitantes e a Junta de Freguesia sentiram-se satisfeitos com o novo estatuto, mas afirmam que a partir de agora a Câmara tem de encarar a Cela de outra forma.
Este processo demorou cerca de 2 anos na AR, o que levou a que Francisco Eusébio tivesse afirmado em determinada altura que cheira-me a política e eu estou-me nas tintas para os políticos.
-Quem passa pelo Café Eusébios, na Cela, encontra um sorriso amigo e frequentemente uma boa conversa, com uma das figuras emblemáticas do concelho de Alcobaça, Francisco Eusébio.
Aberto desde 1960, mesmo em frente à igreja, foi restaurado em 1999 tendo Francisco Eusébio, como diz, gasto 45 mil contos para refazer o edifício todo.
O senhor Chico, como é carinhosamente conhecido, passou aos filhos a gerência do Café Eusébios, mas apesar disso não resiste a passar por lá todos os dias, nesse espaço que um dia decidiu erguer para escapar à crise. A crise mantém-se, mas o desejo de continuar de portas abertas continua bem vincado na família Eusébio.
Eutíquio, Filipaé atleta com boas qualidades físicas e psicológicas, destacada meio-fundista do Distrito de Leiria e bem posicionada no contexto nacional.
Estudou na Escola Secundária Dona Inês de Castro em Alcobaça. É especialista em 800m, 1500m e 3000m obstáculos. Representou a Juventude Vidigalense, de Leiria de 2011 a 2015, embora tenha realizado a formação desportiva na Casa do Benfica, de Alcobaça, durante cinco épocas, desde 2006 até 2011, onde alcançou bons resultados. Com o ingresso na Juventude Vidigalense enveredou pelas provas de meio-fundo abdicando da velocidade, saltos, barreiras e lançamentos. Pela Casa do Benfica de Alcobaça alcançou o recorde nacional de infantis em pista coberta, na prova dos 600m.
Teve presença em todas as competições nacionais (Campeonatos Nacionais, Campeonatos de Portugal e de Clubes – I Divisão) e competições internacionais (Genebra e Paris). Foi Vice-campeã nacional em pista coberta 2013/2014 nos 1500m e 800m. É atleta do Núcleo de Oeiras. 
Evangelista, Joaquim Henriques, nascido a 8 de julho de 1934 em Covão do Milho/Turquel, frequentou a Escola Primária até à segunda classe no Vimeiro e a terceira e quarta classes apenas após o casamento (tendo 22 anos) com Maria Natália, indo ambos viver para o Vimeiro.
Nessa altura trabalhava como pedreiro por conta de outros e no Inverno, perante a falta de serviço na terra, ia trabalhar para Lisboa na mesma arte. Foi Fundador da SOLCOA Ld.ª por alturas de 1971, com Augusto Simões e Eduardo Vieira Coelho, ambos já falecidos.
Augusto Simões chamava-lhe bicho-de-mato, porque vindo da aldeia tinha conseguido entrar no difícil meio da construção civil em Alcobaça, dominada por dois ou três empreiteiros. A SOLCOA, Ld.ª encerrou há cerca de 16 anos e a partir dai Evangelista reformou-se, dedicando-se a bricolage e a uma agricultura de quintal.
A seguir ao 25 de Abril de 1974, com a mulher Maria Natália foi um ativo colaborador e militante do PPD, tendo com ela vivido alguns acontecimentos que, durante anos, fizeram parte das histórias do PREC. A 1 de maio de 1975, os Bombeiros Voluntários de Alcobaça, fizeram 87 anos de vida, pelo que organizaram um vasto programa que abrangia uma romagem ao cemitério, projeção de filmes com  incêndios em que intervieram, baile, almoço-convívio, homenagens e a apresentação de uma nova ambulância. Nesse dia a festa política, em Alcobaça, era só para alguns, pois o PCP, MDP/CDE e outros (os organizadores da festa), não queriam a presença dos populares-democráticos, quer no comício da Praça D. Afonso Henriques, quer no desfile, muito menos aos portadores de bandeiras laranja.
Logo de manhã, a população foi acordada pelo som do foguetório lançado do Castelo e pela animação das bandas de música da Vestiaria e da Maiorga, a desfilar pela rua.
Vamos ou não participar no desfile?
Como sempre, estas e outras questões discutiam-se na sede do PPD (por cima do Café Trindade), como em plenário improvisado, pelo que após acalorado debate, em cima da hora, com as manifestações já a decorrer, foi decidido que o PPD, depois de grande instigação de Silva Carvalho e do casal Evangelista (Natália Evangelista saiu a empunhar uma bandeira do PPD, o que lhe acarretou momentos de glória quando alguém a quis tirar-lhe), e não obstante os apelos à moderação de parte de Gonçalves Sapinho, iria integrar o desfile, ainda que sujeito ao risco de uns mimos verbais e físicos, como aliás veio a acontecer, com Natália Evangelista e Fleming de Oliveira.
Ao fim e ao cabo, à escala de Alcobaça, expressavam-se contradições de um processo que teve nesse dia o ponto mais elevado no Estádio 1º. de maio, em Lisboa.
Leia-se No Tempo de Soares, Cunhal e Outros, de Fleming de Oliveira.
Ezequiel, Manuel Luís, também conhecido por Manuel das Abelhas, nasceu em Turquel em 1910.
Muitas das suas fotografias, a preto e branco, registando caras de Turquel ou paisagens, constituem um excelente património para legar aos vindouros e permitir conhecer o passado.
Sapateiro na juventude, tinha o desejo de viajar, conhecer terras, pessoas e coisas. Viveu parte da vida em Macau, aonde foi polícia. Apaixonou-se pelo Oriente e aí esteve 31 anos e de onde regressou reformado em 1966. Voltou uma vez a Macau a convite do Fundo de Pensão e Turismo de Macau.
Ezequiel era interessado em tudo o que diz respeito a Turquel, pois sentia enorme orgulho no património desta sua terra.

Faleceu a 24 de dezembro de 1996. 

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