NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Dionísio,
José F., natural de Carrascas, é agricultor desde sempre, porque a família também sempre trabalhou nas
terras.
Antes de ser Presidente da Junta (eleito em lista do PSD),
foi Tesoureiro.
Dionísio considerava o cargo de Presidente exigente mas com vontade tudo se faz.
-Da Cela cumpre destacar o
datado de 1514, adquirido sendo Presidente da Junta de Freguesia, Francisco
Leonardo Eusébio (de cujo executivo Dionísio fazia parte), num emocionante
leilão em Lisboa, a 18 de abril de 2001, graças também ao forte interesse
manifestado por Gonçalves Sapinho, que desenvolveu influências, nomeadamente
junto de potenciáveis interessados e arranjou verbas. Nesta aquisição teve
participação meritória, a vereadora Alcina Gonçalves e Tarcísio Trindade que
dissuadiu bibliotecários de Lisboa. Este documento é considerado muito
importante para a história do municipalismo e do direito português e o grande
orgulho da freguesia. Os
Forais Novos ou Manuelinos foram um dos acontecimentos mais importantes da
história destas localidades pertencentes ao antigo termo do Couto de Alcobaça,
uma vez que constituíram uma verdadeira base jurídica legitimadora da ação de
cada município, dando-lhe mais autonomia no domínio político e administrativo,
acrescentando-lhe também a garantia do usufruto de direitos e de privilégios
dos seus habitantes. As suas gentes ficavam, deste modo, mais protegidas pelo
poder régio de eventuais abusos do senhorio abacial. Os Forais Manuelinos regulamentavam, em
geral, a vida económica das populações, fixando os impostos e uniformizando os
padrões dos pesos e medidas. Afirmavam, ainda, as liberdades, as isenções e os
privilégios de foro social e jurídico dos vizinhos de cada concelho.
Aos
38 anos e já com vasto curriculum, foi nomeado secretário de Estado da Marinha
Mercante, no IV Governo. Licenciado em Finanças pelo ISTF de Lisboa, em
1967,desempenhou funções de administração e gestão em várias empresas de
Moçambique e em Portugal. Realizou cursos de pós-graduação sobre gestão de
empresas e participou em reuniões internacionais sobre transportes.
Domingues,
António Rosa Henriques, mais conhecido apenas por António Rosa, nascido no Casal da Ferraria/Maiorga no dia 9 de
abril de 1933, foi das personalidades proeminentes na história da Maiorga, na
segunda metade do Séc. XX.
António
Rosa, apenas António Rosa, é assim conhecido. Desta forma, presta homenagem a mulher que o deu à luz, Emília Rosa. Uma mulher corajosa e lutadora que cedo teve
de agarrar a vida sozinha, após a partida prematura do marido.
Ficará
perpetuado na sua terra pela obra construída, pela dedicação às atividades
culturais e religiosas e pela humildade
de saber escutar e aconselhar. Homem ocupado, mas sempre com tempo
disponível para os outros e para a sua Terra.
Nasceu
com um dom especial, a sensibilidade das
mãos que transmitiam a arte com que foi dotado. Desde pequeno, moldava o
barro de uma forma que enchia os pais de vaidade. E assim moldou a vida. A
pintura, o desenho, a música, a modelação do barro e a paixão por tudo o que
fazia, tornaram-no num ser muito acarinhado e respeitado.
Aos
11 anos, doente em casa, dedicou-se ao desenho a carvão de passagens bíblicas.
Sem qualquer estudo ou apoio na arte do desenho, com essa idade criou o que
possivelmente ainda hoje é a sua obra-prima, pela mestria demonstrada no
detalhe e rigor dos traços.
Cedo
iniciou a atividade profissional, que se tornaria o alicerce da sua vida, a
Cerâmica. Aprendeu com os primeiros mestres de Raúl da Bernarda, em cuja
fábrica trabalhou cerca de 7 anos e rapidamente os suplantou, tornando-se numa
referência de prestígio na respetiva indústria de Alcobaça. Criou a sua
primeira empresa em 1965 (Facerama)
que liderou até 1988, quando a decidiu abandonar e criar uma outra conjuntamente
com os filhos. Em sua homenagem, o grande mestre, os filhos quiseram perpetuar
o seu nome na empresa criada a António
Rosa-Cerâmicas. Na António Rosa-Cerâmicas, fundada em 1988, trabalha a
família deste homem, que aos 82 anos continua a trabalhar das 7 às 16h30 horas.
Segundo
um filho dos filhos (António Rosa com 20 anos casou com Maria Alice da Piedade
e de quem teve três filhos), homem de grande fé, sempre tomou como referência
os ensinamentos de Cristo. Foi através da
música que se sentia mais próximo Dele, e muito novo incutiu em si mesmo a
grande necessidade de aprender e aprofundar a música sacra. Mais de 70 anos a
tocar e a cantar nos coros religiosos, fizerem dele um verdadeiro embaixador de
Cristo pela música e pelo canto.
A
mestria no domínio das teclas, fez dele também professor, tendo sido muitos os que de forma generosa e altruísta ensinou e
partilhou os ensinamentos de dedicação à arte musical. Não só aprendeu a
tocar órgão, como durante várias décadas, foi o organista do Mosteiro de
Alcobaça e pertenceu a vários coros.
A
disponibilidade para a Terra, a honestidade e a confiança que transmite,
levou-o a ser obrigado a dirigir os
destinos da Freguesia, como Presidente de Junta nos anos de 1967 a 1971.
Interpelado por quem o convidou a ocupar o cargo, não esqueceu a frase que lhe
foi dita ao ouvido tens que aceitar, se
não o fizeres ficas marcado como sendo contra o regime.
Nunca
quis ser político, apesar de mais tarde, por ser um apoiante convicto de Sá
Carneiro, ter aceite a candidatura a Presidente de Junta. Não ganhou as
eleições, mas porque os partidos e a política não eram fundamentais para a
dedicação à Terra, nem por isso deixou de trabalhar para a mesma e os outros, independentemente das ideologias ou das
lideranças existentes.
Hoje,
depois de muitos anos de trabalho árduo, a Maiorga orgulha-se de ter um Salão
Paroquial digno, com condições para a catequese e atividades do Agrupamento de
Escuteiros, do qual também foi fundador e uma Casa Mortuária.
A pintura, a música, a religião, a
cerâmica e a Maiorga muito ganharam com o Senhor António, um exemplo que se
define numa palavra: paixão.
Católico
praticante, encontra em Deus as respostas
da vida. Quando estou a dois minutos
da eternidade, posso dizer que valeu a pena. A maior felicidade é saber que deu
para mim e para os outros.
-A
marca Byfly, da António Rosa –
Cerâmicas, recebeu uma menção honrosa no Prémio Alemão de Design, uma
competição que identifica e premeia o design, orientando as tendências para o
próximo ano. Foi com a coleção Circus que a marca alcobacense ganhou o German
Design Award Special Mention 2017.
Para
a designer Joana Godinho, este prémio vem
precisamente reconhecer a aposta no design, na qualidade e na imagem que temos
construído com a marca Byfly.
Revela
que é natural e residente em Maiorga,
concelho de Alcobaça, casada, mãe de uma filha e avó de dois netos lindos.
Advogada de profissão, trabalhei
durante dezenas de anos na Saúde, primeiro a nível local e depois a nível
distrital.
Desde muito cedo que me dediquei ao
trabalho comunitário como hobby, tanto a nível cultural, na Orquestra Típica e
Coral de Maiorga, teatro no Salão Paroquial, como a nível da vertente do
associativismo, do social e do político.
Ainda jovem estive inserida no grupo
dinamizador/impulsionador da criação do CBES ao lado de figuras reconhecidas da
nossa terra, nomeadamente, entre outros, António Barbosa Guerra, José Eduardo
André (que já partiram) e de António Rosa que mais tarde viria a ser meu sogro
(felizmente ainda hoje entre nós).
Foi e é para mim um prazer, que
considero um dever, trabalhar em prol do “outro“.
Sempre que fui ou sou convidada
integrei/integro os órgãos sociais das associações tanto na minha aldeia, como
sejam a Sociedade Filarmónica Maiorguense e o Centro de Bem Estar Social de
Maiorga, como fora dela, como o Alcobaça Clube de Ciclismo, Associação Amigos
de Cister (cujo objetivo era promoção de hábitos de vida saudáveis, de
prevenção de toxicodependências e apoio a grupos desfavorecidos) e a Fundação
Manuel Francisco Clérigo em S. Martinho do Porto, para onde fui convidada pelo
então Governador Civil Prof. Paiva de Carvalho.
Mas se nas Instituições/Associações os
mandatos são intercalados, o trabalho a nível da Igreja tem atravessado toda a
minha vida. Desde sempre fui e sou uma católica praticante e é pelos valores da
Igreja católica que tento pautar a minha vida. Aqui já desempenhei praticamente
todas as funções que na Igreja Católica são permitidas a mulheres: catequese,
grupo coral, leitores, formação, conselho pastoral, comissão de festas,
comissão de obras, conselho económico e ministro extraordinário da comunhão.
Por este meu percurso de vida passou
também a vertente política. E depois de ter sido Presidente da Assembleia de
Freguesia de Maiorga durante 7 anos, fui Presidente da Junta de Freguesia
durante 9 anos e também candidata por 2 vezes nas eleições legislativas e três
vezes integrei a lista de candidatos à Camara Municipal de Alcobaça.
Hoje, quando o peso dos anos já começa
a contar, para além da advocacia, mantenho ainda esta vontade de servir e
trabalhar para o meu próximo continuando orgulhosamente a integrar os órgãos
sociais do CBES, ACC e FMFC assim como mantenho a minha vida ativa na Igreja
Católica.
Como mulher, nunca senti que o sexo
fosse um obstáculo à minha vivência associativa, social ou política mas quero
aqui deixar um reconhecimento ao meu marido, companheiro de há 41 anos que
sempre entendeu a minha filosofia de vida da qual também partilha e sempre me
apoiou e incentivou.
-Fez
parte da Comissão de Honra da candidatura
de Manuel Alegre, às eleições presidenciais de 2011.
-O Partido Socialista venceu em 12 de setembro de 2004 as
eleições intercalares para a freguesia da Maiorga, revalidando a sua maioria
absoluta. O PS conquistou a assembleia de freguesia com 579 votos. Seguiu-se o
PSD com 263 votos e a CDU com 142.
-A
Junta de Freguesia de Maiorga, acolheu, no dia 24 de Agosto de 2009, a 13.ª
edição do Conversas Públicas.
Esta
iniciativa contou com a presença de, entre outros, Rogério Raimundo, cabeça de lista da CDU à Câmara de Alcobaça,
de Basílio Martins,
terceiro da lista à autarquia, de Gualdino
Fróis, candidato à Assembleia de Freguesia de Maiorga e a presidente da
Junta de Freguesia, Rosa Domingues.
A
temática em discussão centrou-se no desenvolvimento da Freguesia de Maiorga e
de todos os seus lugares, tendo sido abordados assuntos que passaram pela
criação de um museu que permita preservar a história e a tradição da fiação,
pelo apoio às diversas coletividades culturais e desportivas, pela situação das
escolas primárias da Freguesia, pela deficiente circulação dos transportes
públicos e a ineficiência dos abrigos das paragens e pelo desenvolvimento e
implementação de projetos de âmbito social.
Nas Conversas Públicas debateu-se, um modelo
de Feira de São Bernardo, num formato que abrangesse mais dias, com um espaço
físico mais alargado, com melhores condições higiénico-sanitárias e que desse
maior visibilidade às freguesias.
-Um
Pai Natal feito de luzes foi, em 2012, o símbolo do comércio tradicional da
Maiorga. Há oito anos que a Junta de Freguesia e os comerciantes organizam um
sorteio, na época natalícia, para incentivar o negócio.
A
Maiorga foi enfeitada nas ruas e nas principais estruturas históricas com
materiais reutilizados e iluminação. Várias árvores de Natal e outros enfeites
são construídos com sacos e garrafas de plástico, latas e outros
objetos que à partida seriam lixo. Para Rosa Domingues, é importante preservar
o meio ambiente e estar atentos às maldades dos cidadãos. A presidente quis
destacar que muitos dos materiais utilizados para embelezar a terra foram
recolhidos, junto aos contentores do lixo, pelos funcionários da Junta de
Freguesia.
Um
dos motivos de satisfação para Rosa Domingues é a poupança alcançada com o custo
zero dos enfeites de Natal, conjugada com uma aldeia muito enfeitada. No âmbito
da iniciativa que envolve
cerca de 40 comerciantes, cada um tem um Natal luminoso à porta do
seu estabelecimento, assinalando a sua participação no projeto do comércio tradicional
-A Junta de Freguesia da Maiorga
organizou o 3º Dia Ecológico, no dia 1 de Maio, de 2013.
A novidade desse ano foi a
realização da Maior(ga) corrida de carros
do mundo, que teve como percurso a estrada principal da povoação, uma
descida de 800 metros.
-É nora de António Rosa Domingues.
Foi
autarca/ tesoureiro em Pataias (um mandato), sendo presidente Horácio Ribeiro e
depois 3 mandatos como tesoureiro da Junta de Freguesia da Martingança, entre
1985 e 1997, sendo Presidente Fernando Vitorino, de cuja Junta se afastou por
motivo de doença. Após o falecimento, os autarcas da Martingança vieram
homenageá-lo, tendo em conta o seu exemplo como desinteressado servidor da
causa pública, durante muitos anos. Pessoa afável e cordata, criava facilmente
amigos e estabelecia relações duradoras.
Comerciante
de pinheiros e eucaliptos, foi elemento chave na construção da Estrada
Atlântica, pois conhecendo praticamente todos os proprietários dos terrenos por
onde essa estrada foi aberta, criou as condições para que por isso mais
facilmente a mesma se construísse.
Em
termos políticos, após o 25 de abril de 1974, deu a cara ao lado do PPD mas não
só, em momentos difíceis pela instauração de uma democracia de tipo ocidental,
seja em movimentos de raiz popular ou na autarquia. Os seus antigos
companheiros autarcas, prestaram ao Zé Dinis, uma sentida e comovida homenagem.
Duarte,
António Fernando, nasceu em Barcelos e veio para Alcobaça,
depois de ter trabalhado durante seis anos em Lisboa. Apesar de se ter
especializado em pastelaria industrial, garantiu a O Alcoa saber tudo sobre doçaria conventual. Eu não os fazia só porque trabalhava das
4h30 à meia noite e não tinha tempo para isso. Recorda-se, com os seus mais
de 90 anos, do pastéis de Aljubarrota e
dos pastéis da Vestiaria e que havia senhoras que, em Alcobaça, faziam doces
por encomenda, para casas particulares e restaurantes.
Duarte,
Feliciano Barreiras, Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e dos
Assuntos Parlamentares, com as tutelas delegadas da Comunicação Social,
Imigração e Modernização Administrativa, foi convidado a estar presente no dia 26 de junho de 2004 na
inauguração das novas instalações das Majoretes de Alcobaça, após a bênção pelo
Pároco Fernando de Cima.
As
novas instalações situam-se no Pavilhão Gimnodesportivo e foram cedidas pela
Câmara Municipal. Fundada em 6 de fevereiro de 1997 por José Tempero, as Majoretes de Alcobaça fizeram muitas
atuações, em Portugal, Espanha e França. Amadeu Ferreira era ao tempo
presidente da associação, que tem como originalidade estatutária o facto de
todos os seus membros serem também executantes.
A
chegada ao Pavilhão Gimnodesportivo foi feita em desfile, procedendo-se
seguidamente ao içar das bandeiras e ao descerramento de placa comemorativa.
Até esta data, as Majoretes de Alcobaça,
que incluem também a fanfarra, estiveram alojadas numa garagem arrendada pela
autarquia. A partir de agora, passaram a dispor de um ginásio para ensaios e
ainda de duas salas.
Estiveram
presentes na cerimónia, entre outros, o Presidente da Câmara, o Governador
Civil de Leiria, o Presidente da JF de Alcobaça, o Pároco de Alcobaça (que
benzeu as instalações), Vereadores, Técnicos Municipais e fundadores do grupo.
-
PSD/Alcobaça celebrou, no dia 17 de junho de 1999, o seu 25º aniversário.
António
Capucho, vice-presidente do partido, foi o convidado de honra de uma cerimónia
destinada a assinalar a efeméride, e que contou igualmente com a presença de
representantes de diversas secções do distrito.
Leia-se aqui António Capucho.
-No
dia 13 de fevereiro de 2003, a Câmara Municipal de Alcobaça procedeu à
inauguração de doi jardim-de-infância, respetivamente em Casal dos Ramos e
Burinhosa.
As
inaugurações contaram com a presença do Secretário de Estado da Administração
Educativa, Abílio Morgado e do Secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte,
respetivamente.
No
seu discurso de inauguração, Abílio Morgado elogiou a política da Câmara de
Alcobaça, ao verificar que esta coloca a Educação e a Cultura na agenda das
suas prioridades, e exortou o Presidente da Câmara a continuar essa linha de
atuação.
Ao
nível da ação governativa, o Secretário de Estado da Administração Educativa
definiu como prioridade o aumento radical
da escolarização ao nível do ensino
pré-escolar. O estabelecimento de parcerias, nomeadamente com autarquias e
privados foi outra das linhas orientadoras do XV Governo Constitucional
enunciadas por Abílio Morgado.
Reconhecendo
o importante e grandioso investimento levado a cabo por anteriores Governos,
definiu como vetores críticos para a melhoria do ensino, a competência, a
organização e o método.
Sem estes, por muito que se invista na
educação, os problemas estruturais permanecerão.
-Barreiras
Duarte, esteve presente na 1ª Convenção do PSD de Alcobaça que se realizou a 11
de outubro de 2003 em Alfeizerão, no Salão da Casa do Povo, e que terminou com
um jantar no Restaurante Viamar.
-No
dia 17 de outubro de 2016, os deputados do PSD eleitos pelo Círculo de
Eleitoral de Leiria, entre os quais Barreiras Duarte, estiveram em Alcobaça,
numa visita integrada, no roteiro pelo património cultural da região.
Nasceu
em Anadia, em 11 de outubro de 1920. Veio para Alcobaça quando recebeu uma
proposta de trabalho para as caves da SVENA
(fábrica de licores e aguardentes),
onde esteve durante oito anos, até à sua falência. Acontece que, gostando tanto
de Alcobaça, a partir daí, procurou ficar por perto. Das caves do vinho, Manuel
Duarte passou para as caves da prisão de Alcobaça, que, se localizavam no
Mosteiro. Era uma profissão totalmente
diferente e custou-me um bocado a habituar. Mas aguentei-me e, felizmente, as
coisas correram sempre muito bem. A maior parte dos presos que estiveram
sob a sua vigilância eram naturais do concelho. Só ocasionalmente, sobretudo
por altura das feiras, é que apareciam pessoas de fora. Não eram criminosos, porque esses iam para outros lados. Naquele
tempo, era proibido cortar pinheiros e muita gente ia para a cadeia por
desobedecer a isso.
Manuel
Carcereiro era o único guarda,
independentemente do número de presos. Tive
um mínimo de três e cheguei a ter 45. Estava sozinho e tinha que me aguentar
com eles todos. No entanto, como contou ao jornal Região de Cister, nunca teve medo, porque soube mante o
respeito e respeitar os presos.
As
condições da prisão eram muito más, ambiente sombrio, húmido e fracas condições
sanitárias. Eu ficava lá sempre e a minha
família fora. Vinte e quatro horas, sete dias por semana. De vez em quando, a
minha mulher dava uma ajuda, quando lá estava um preso de confiança para eu ir
às minhas voltas.
Susto apenas uma vez, quando um jovem de Turquel,
aproveitando uma das suas raras saídas, fugiu pela varanda do Tribunal, que se
situava por cima, com a ajuda de um grande tabuleiro de transportar comida.
Manuel
Duarte lembra as atividades que os presos desenvolviam. Faziam algumas obras, como por exemplo o Palácio da Justiça, que foi
construído com brigadas de trabalho de presos. E faziam naperons que estiveram
em exposição no cinema, estores em vime para os talhos e caixas de madeira para
a fruta. Eles assim distraíam-se e escusavam de estar a pensar na vida que
levavam.
Presos
políticos nunca passaram pela prisão de Alcobaça, e o 25 de abril aconteceu de
forma discreta dentro daquelas paredes. Ninguém
reagiu lá dentro, recordava Manuel Duarte.
Quando
a prisão (comarcã) de Alcobaça encerrou, foi para Leiria, como guarda dos
Serviços Prisionais, uma adaptação que fez naturalmente. Lá terminou a sua
carreira, em 1980, aos 60 anos de idade.
Manuel
Duarte era pessoa popular, conhecida entre os alcobacenses pela sua
sociabilidade. Chegou a ser sócio de um pequeno café, o Café D. Abade.
Paralelamente,
assumiu a direção de diversas coletividades do concelho, incluindo o Ginásio
Clube de Alcobaça, os Bombeiros
Voluntários, a Banda e a Orquestra Típica. Não obstante os graves
problemas de saúde que o viriam a vitimar, procurava manter-se inteirado acerca
da atividade das instituições às quais dedicou tempo, sem deixar de sofrer pelo
seu clube, o Sporting.
-De
vez em quando passava pelo escritório de Fleming de Oliveira para conversar e
dar notícias.
Duarte, Manuel Alegre
de Melo, mais
conhecido por Manuel Alegre,
candidato à Presidência da República (embora não oficialmente apoiado pelo PS), esteve em campanha eleitoral de
visita a Alcobaça em 30 de setembro de 2010, e a convite de José Aurélio,
visitou o Armazém das Artes.
Duarte,
Raúl José Afonso,
flaviense de origem, Técnico Agrário, radicou-se em Alcobaça há mais de 40
anos, terra que o abraçou como berço, sem
contudo, perder o amor das suas raízes e se assumir com transmontano convicto.
Sobre
si, diz que, de muito novo, cultiva o
interesse pela língua portuguesa e sobretudo pelo uso da palavra capaz de
traduzir a abstração e as sensações.
Começou muito jovem a escrever poesia,
gosto que aprofunda com dois grandes poetas: António Correia de Barros que o
apresenta a Miguel Torga (ambos médicos de profissão).
Camões, Almeida Garrett, Fernando
Pessoa, Miguel Torga, José Carlos Ary dos Santos, Eugénio de Andrade, David
Mourão Ferreira, Pedro Homem de Melo, José Régio, Sofia de Melo Breyner
Andersen e Natália Correia são, entre muitos outros, as suas referências.
Premiado em vários concursos e jogos
florais, ganhou alguns festivais como letrista e editou discos com trabalhos seus
enquanto autor e compositor.
As terras de Portugal e em particular
Alcobaça, constituem uma fonte inesgotável de inspiração, o que o leva mesmo a
fazer improvisos, quantas vezes para traduzir emoções ou em sinal de
agradecimento ao público generoso que assiste aos eventos onde participa
Apresentador de espetáculos, locutor de
Rádio, e convidado para alguns programas de televisão, procura através da
palavra, a transmissão do seu estado de alma, retratando-se mesmo, no que
escreve e diz.
Em 17 de Setembro de 2005, lança o CD
Raúl Duarte Diz? com o objetivo de dar conhecimento do que escreve e de viva
voz o transmitir.
Nele colabora o Professor, Maestro,
Músico e Compositor, bicampeão mundial de Acordeão Aníbal Freire que é autor e
orquestrador da maior parte dos temas musicais do CD.
-Raúl Duarte apresentou, no dia 17 de Setembro de 2005 no
Cineteatro de Alcobaça, o seu CD de poesia, musicada e a espaços cantada por
Diana Freire e Hernâni Santos.
O espetáculo, cujas receitas se destinaram ao Centro de
Educação Especial e de Reabilitação Infantil de Alcobaça /CEERIA, esgotou.
De referir que o produto da venda do CD se destinou à Liga
Portuguesa Contra o Cancro.
-Raúl Duarte pretendeu esclarecer ainda que estudou
em Vila Real, passou pelo ensino primário, seminário de Vila Real – 2 anos e
Liceu Camilo Castelo Branco.
A sua juventude foi sã e profundamente
marcada pelos seus pais, Maria José Branco Afonso (Professora de Arte e Design)
e de José Joaquim Florindo Agostinho Duarte (Engenheiro em Ciências Agrárias).
No seio familiar, viveu aquilo que se
poderá denominar por um ambiente de cultura com incentivo à leitura, o que lhe
granjeou desde cedo, o gosto pela escrita, em particular a poesia. De forma
insipiente, alinhou algumas rimas que apreciadas pelo Dr. António Correia de
Barros (médico assistente e poeta) permitiram estabelecer um contacto pessoal,
com o seu colega e intimo amigo Dr. Adolfo Rocha – Miguel Torga. Que leu com
interesse as citadas rimas e propôs um convite à Orada do Ferrão, local de onde
se avistavam os Penedos Transmontanos na sua rudeza, os vinhedos do Douro e o
próprio rio. Contava nessa altura 14 anos, e sujeitou-se a umas três horas de
silêncio e meditação, que tiveram como epílogo à hora da merenda, uma pergunta:
- O que viste?
Sem responder, veio a primeira grande
lição de vida:
- Olhar, Ver e Observar, rematando.
Olhar é colocar os olhos indiferente; Ver é a capacidade de poder colocar os
olhos e vislumbrar coisas e Observar é olhar, ver e aprofundar com rigor
científico cada pormenor de per si.
Antes de tudo isto, ouvia
frequentemente seu pai tecer rasgados elogios a um iminente Professor, oriundo
de Alcobaça, pela sua genialidade e saber. Com pouco mais de 9 anos e em plenas
férias, deslocou-se a um terreno sito no lugar de Alvites, próximo de Mouçós –
Vila Real, propriedade do Dr. António Correia de Barros, onde inesperadamente
conheceu o Professor Joaquim Vieira Natividade e ouviu os seus ensinamentos,
para com uma “suta” colaborar na marcação do pomar que ali iria nascer.
Na sua juventude, muitas marcas
contribuíram para a formação das atividades que mais tarde viria a levar a
efeito.
Resumidamente, o gosto pela natureza
através da pesca desportiva, o gosto pela cultura materializada em vários
cursos de formação juvenil e um estudo de grupo aprofundado sobre a Sé de
Lamego onde teve conhecimento de um documento elaborado pelos Monges de Cister
em que se confirmava a Restauração de Portugal no ano 1640.
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