A FUGA DE ALCOENTRE DE EX-PIDES/DGS E ALCOBAÇA (junho de
1975).
Fleming de Oliveira
A fuga, no último fim de semana de junho de 1975, de
cerca de 80 agentes da PIDE/DGS, que se encontravam presos em Alcoentre, teve
repercussão no País.
De imediato, organizaram-se várias operações com vista a
tentar a sua recaptura.
Elementos conhecidos em Alcobaça, homens e mulheres,
como pertencentes ao PC e MDP/CDE, e que já se haviam evidenciado no 28 de
setembro e no 11 de março, à paisana, a esse pretexto, e exibindo braçadeiras
com as letras de um auto proclamado CDR-Comité de Defesa da Revolução (numa
suposta linha cubano-castrista), colocaram-se em pontos estratégicos da Vila,
ao lado de forças do exército, controlando as entradas e saídas.
Na Praça D. Afonso Henriques-Alcobaça, militantes do PC,
saídos da sede, armados com caçadeiras, cercaram e revistaram um automóvel de
matrícula alemã, que lhes pareceu suspeito, para surpresa dos seus ocupantes.
Recorde-se que os Comités de Defesa da
Revolução, CDR, foram
fundados em 28
de setembro de 1960, em Havana, Cuba, com o papel de
desempenhar tarefas de vigilância coletiva contra à interferência externa e os
atos de desestabilização do sistema político cubano.
Perguntei a um algo mal encarado, ativista barbudo, qual
Che ou Fidel, o que se estava a passar. Olhou-nos de alto a baixo, e retorquiu
pleno de convicção que
-Não falo a sacanas.
Depois de apanharmos os PIDES vão os PPD. Só espero que os metam a todos lá
dentro e depressa.
-Ouça lá, caro amigo o que é que v. tem contra mim?
-Vá chamar amigo
à... s´tá a ouvir?
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