Rosa Coutinho, “o
Almirante Vermelho, mas de riso branco” e Sá Carneiro.
Fleming de OLiveira
Num comício do PPD realizado em Aveiro, em setembro de
1975, Sá Carneiro afirmou que era preciso apurar a responsabilidade de Rosa
Coutinho, “o Almirante Vermelho, mas de
riso branco”, na libertação de 150 PIDES.
Numa resposta que remeteu ao “Diário de Lisboa”, Rosa
Coutinho justificou a decisão, pela pouca importância político-profissional dos
libertados (motoristas, datilógrafos,
escriturários, de culpabilidade reduzida, decisão essa ratificada em
Decreto-Lei).
Rosa Coutinho terminava a carta-aberta, afirmando que o
que Sá Carneiro disse é a “lucubração
lírica de uma mente imaginosa e doentia”.
Dois dias depois, Sá Carneiro respondeu no Diário Popular
com o título “O Almirante e o Aviário ou
o Depenador Depenado”, de onde se destaca que “o sr. Almirante, na linguagem de aviário, foi buscar um provérbio
popular do MPLA. É lá com eles. Mas é sintomático. Falar em plumagem, é que
talvez não seja para o sr. Almirante de muito bom gosto”.
Pouco depois, num comício do PPD em Viseu, que correu em
ordem, apesar da muita tensão, os presentes repetiram “Rosa Coutinho levas no focinho com toucinho e um copo de vinho”.
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