quinta-feira, 24 de abril de 2014

BASÍLIO MARTINS E UMA CARTA (apócrifa) PARA A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE (set.1975)

 


BASÍLIO MARTINS E UMA CARTA (apócrifa) PARA A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE (set.1975)

Fleming de Oliveira


Basílio Martins, foi protagonista de um incidente porventura lamentável, mas sem consequências.
Em 12 de setembro de 1975, o Diário da Assembleia Constituinte publicou uma carta, lida no Período de Antes da Ordem do Dia, como tendo sido escrita por si: “Basílio José Martins, jornalista da Voz de Alcobaça, ex-militante do MDP/CDE, apoia a Assembleia Constituinte e repudia a conduta demagógica e antipopular dos membros do PCP e MDP/CDE”.

Medeiros Ferreira, in História de Portugal (ed. Círculo de Leitores), defende que uma das principais discussões sobre o Regimento da Constituinte teve a ver com a existência ou não, da chamada Hora Prévia, em que se jogou a natureza política da Assembleia.
Isto relacionava-se com a questão das competências políticas gerais da Assembleia, em suma, de se defender como Octávio Pato, que se trata de uma mera Assembleia Constituinte e não um Parlamento, com outros objetivos.
Esta carta de Basílio Martins, lida e registada no Período de Antes da Ordem do Dia, insere-se como uma manobra, embora apócrifa, de intervir no momento político. O mesmo Basílio Martins veio expressamente, a refutar a carta tendo solicitado de imediato o desmentido à própria Assembleia e a sua divulgação no jornal O Alcoa.
O assunto teve nulo impacto local, apesar de segundo me disse, “as reações foram variadas. Uns-de cruz gamada no olhar vitorioso-acreditavam e sorriam satisfeitos; outros-seguros-disseram que já esperavam; outros ainda, achavam muito bem (até começaram a cumprimentar melhor…)”.



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