segunda-feira, 28 de abril de 2014

TOMÁS OLIVEIRA DIAS. OS INÍCIOS DO PPD.


 

TOMÁS OLIVEIRA DIAS.
OS INÍCIOS DO PPD.
Fleming de Oliveira




Tomás de Oliveira Dias, advogado e industrial (há muito retirado da militância político-partidária), foi um dos fundadores do PPD e seu dirigente em Leiria durante alguns anos, tendo acompanhado de perto alguns momentos importantes da vida do partido pelo País e em concreto Alcobaça.
Desencantado com a política partidária, é um conversador interessante, com histórias para contar, tanto antes, como depois de abril.
A propósito das diligências com vista à fundação do PPD, contou-me que “logo no dia 27 de abril de 1974 telefonei ao Francisco Sá Carneiro (com quem privara na Assembleia Nacional caetanista) para o Porto. Estava em plena movimentação. Convidou-me para jantar em Lisboa em dia próximo. Assim, fui ao dito jantar no qual estiveram, entre outros, Magalhães Mota, Barbosa de Melo e Mota Pinto, tendo-se dado os primeiros passos para o lançamento do partido. Sá Carneiro tinha ido, entretanto, à Cova da Moura chamado pelo Presidente da JSN, Gen. António de Spínola e conjuntamente com Miller Guerra, que depois se integrou no PS, que também fizera parte da chamada Ala Liberal, do tempo de Caetano, foram convidados a integrar o Governo. Dias depois houve uma reunião no Hotel da Curia, com umas 26 pessoas provenientes de várias partes do País”. Oliveira Dias realça as presenças de Ferreira Junior e dele próprio, vindos de Leiria, Magalhães Mota, Pinto Balsemão e Manuel Alegria, de Lisboa, Miguel Veiga e Leite de Castro, do Porto, Barbosa de Melo, Mota Pinto e Figueiredo Dias, do grupo de Coimbra e, ainda, uma significativa presença alentejana.

Numa altura, em que tudo se começava pelo princípio, a ideia óbvia era chamar ao partido que se queria criar, Partido Social Democrata (ou Democrático). A ideia  não vingou, pois não foi achada conveniente perante a eventual confusão com um Partido Cristão Social-Democrata (de efémera vida, senão um nado-morto).
A ideia da denominação de PPD, segundo Oliveira Dias, terá sido de Carlos Portas, que não chegou a aderir ao partido.

Na Curia, onde não esteve presente Sá Carneiro (verdadeiro mentor e impulsionador do processo, chamado mais uma vez à Cova da Moura pelo Gen. António de Spínola), foi designado um grupo de trabalho para redigir o documento Linhas para um Programa.
O documento em questão, veio a ser aprovado por unanimidade e dele constava que as bases constituíam ponto de convergência de um vasto grupo de opiniões a que a comissão organizadora daria proximamente estruturação adequada, fazendo cessar a atividade daquilo a que se convencionou chamar a Ala Liberal e seus prolongamentos, pelo nascimento de um Partido Social-Democrata (Democrático).
Estas Linhas para um Programa, foram subscritas pela dita Comissão, em 6 de maio de 1974, data que se convencionou como sendo a da fundação do PPD, e divulgadas ao País numa conferência de imprensa do dia seguinte. Em 15 de maio, inaugurou-se em Lisboa, nas antigas instalações da Legião Portuguesa, ao Largo do Rato, a primeira sede do PPD e eleita a respetiva Comissão Política, presidida por Sá Carneiro.
“Ainda hoje se fala no Verão Quente mas, a verdade é que, todo o ano de 1975 foi um ano dramático”, diz Oliveira Dias. Após a legalização do PPD, no Supremo Tribunal de Justiça, pouco tempo depois veio a adoecer Francisco Sá Carneiro, que teve de se deslocar a Londres em tratamento, sendo substituído interinamente por Emídio Guerreiro que foi eleito Secretário-Geral, em 24 de maio de 1975, no I Conselho Nacional do PPD, realizado na sede, então num 7º. andar, da Avenida Duque de Loulé, em Lisboa.
Segundo Oliveira Dias, que participou da reunião, que se prolongou viva por toda a noite(com votações sucessivas até se conseguir a maioria para o mandato interino de Emídio Guerreiro que se manteve até 28 de setembro de 1975, como voltarei a recordar, altura em que Sá Carneiro reassumiu funções), foi muito controvertido. Teve, pelo menos de acordo com Oliveira Dias, a vantagem de dar cobertura e um seguro de vida ao PPD, através da figura lendária de um republicano, antifascista/antinazi que gozava de respeito na esquerda.

Disse-se mais tarde quee Emídio Guerreiro, chegou a Secretário-Geral sem nunca ter assinado uma ficha de inscrição como militante, o que não é de todo inverosímil, se se tiver em conta que, em 1975, o fundamental era estar no terreno e não na prática dos formalismos.
Emídio Guerreiro, é hoje uma pessoa quase esquecida no PPD/PSD. Oliveira Dias que chegou em 1975 a contactar de perto com ele, recorda a militância antifascista e que a sua grande preocupação era a de que o principal adversário do PPD se encontrava no PS. Ele queria dizer que o Partido Comunista era apenas um partido minoritário e que o poder haverá de discutir-se sempre entre o PPD e o PS. “E, finaliza Oliveira Dias, a história entretanto decorrida veio dar-lhe razão”.

das quS � e @�� ��� eremos de falar”, esta iniciativa não deu frutos.

Romancear é diferente de realizar. Romanceou tanto… que um dia acabou mal,

Em Valado de Santa Quitéria, houve uma iniciativa que pareceu assemelhar-se, pois em 26 de janeiro de 1975, cerca de 80 pessoas de todas as categorias sociais e profissionais, incluindo estudantes, reuniram-se para levar a cabo a limpeza das valetas que liga a EN8 até à saída do lugar, numa extensão de cerca de 6 km.

Foi presente, em junho de 1974, à Câmara Municipal de Alcobaça uma petição de uma Comissão de Moradores de S. Martinho do Porto que sugeria o nome do prof. Francisco Nunes Eliseu, para patrono da Escola Preparatória da Vila.
A CMA, sem tomar posição, ”lavando as mãos”, encaminhou superiormente o assunto. Porém, em resposta, foi recebido um ofício da Direção Geral da Administração Escolar, informando que à Escola Preparatória de S. Martinho do Porto, fora atribuído o nome do Professor Eng.º Joaquim Vieira Natividade.

Na Maiorga, de acordo com uma auto proclamada Comissão de Moradores, apoiada pela CA da Junta de Freguesia, haviam condições higiénicas que deixavam bastante a desejar.
Além do péssimo estado das ruas, não havia esgotos, nem retretes públicas, que neste caso serviriam não só os habitantes, como até as muitas pessoas que a visitam.
Era, portanto, urgente construírem-se essas retretes, devendo a CMA colaborar materialmente nesse sentido.
Analisado o assunto em sessão com todo o cuidado que merecia, a CMA encarregou o Engº Costa e Sousa e os Serviços Técnicos, de o estudar e apresentar propostas.
Cremos que, ainda hoje, o assunto continua em estudo, apesar da “gravidade”  da situação.


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