TOMÁS OLIVEIRA DIAS.
OS INÍCIOS DO PPD.
Fleming de Oliveira
Tomás de Oliveira Dias, advogado e industrial (há muito
retirado da militância político-partidária), foi um dos fundadores do PPD e seu
dirigente em Leiria durante alguns anos, tendo acompanhado de perto alguns
momentos importantes da vida do partido pelo País e em concreto Alcobaça.
Desencantado com a política partidária, é um conversador
interessante, com histórias para contar, tanto antes, como depois de abril.
A propósito das diligências com vista à fundação do PPD,
contou-me que “logo no dia 27 de abril de
1974 telefonei ao Francisco Sá Carneiro (com quem privara na Assembleia
Nacional caetanista) para o Porto. Estava
em plena movimentação. Convidou-me para jantar em Lisboa em dia próximo. Assim,
fui ao dito jantar no qual estiveram, entre outros, Magalhães Mota, Barbosa de
Melo e Mota Pinto, tendo-se dado os primeiros passos para o lançamento do
partido. Sá Carneiro tinha ido, entretanto, à Cova da Moura chamado pelo
Presidente da JSN, Gen. António de Spínola e conjuntamente com Miller Guerra, que
depois se integrou no PS, que também
fizera parte da chamada Ala Liberal, do tempo de Caetano, foram convidados a
integrar o Governo. Dias depois houve uma reunião no Hotel da Curia, com umas
26 pessoas provenientes de várias partes do País”. Oliveira Dias realça as
presenças de Ferreira Junior e dele próprio, vindos de Leiria, Magalhães Mota,
Pinto Balsemão e Manuel Alegria, de Lisboa, Miguel Veiga e Leite de Castro, do
Porto, Barbosa de Melo, Mota Pinto e Figueiredo Dias, do grupo de Coimbra e,
ainda, uma significativa presença alentejana.
Numa altura, em que tudo se começava pelo princípio, a
ideia óbvia era chamar ao partido que se queria criar, Partido Social Democrata
(ou Democrático). A ideia não vingou, pois não foi achada conveniente
perante a eventual confusão com um Partido Cristão Social-Democrata (de efémera
vida, senão um nado-morto).
A ideia da denominação de PPD, segundo Oliveira Dias,
terá sido de Carlos Portas, que não chegou a aderir ao partido.
Na Curia, onde não esteve presente Sá Carneiro
(verdadeiro mentor e impulsionador do processo, chamado mais uma vez à Cova da
Moura pelo Gen. António de Spínola), foi designado um grupo de trabalho para
redigir o documento Linhas para um Programa.
O documento em questão, veio a ser aprovado por unanimidade
e dele constava que as bases constituíam ponto de convergência de um vasto
grupo de opiniões a que a comissão organizadora daria proximamente estruturação
adequada, fazendo cessar a atividade daquilo a que se convencionou chamar a Ala
Liberal e seus prolongamentos, pelo nascimento de um Partido Social-Democrata (Democrático).
Estas Linhas para um Programa, foram subscritas pela
dita Comissão, em 6 de maio de 1974, data que se convencionou como sendo a da
fundação do PPD, e divulgadas ao País numa conferência de imprensa do dia
seguinte. Em 15 de maio, inaugurou-se em Lisboa, nas antigas instalações da
Legião Portuguesa, ao Largo do Rato, a primeira sede do PPD e eleita a
respetiva Comissão Política, presidida por Sá Carneiro.
“Ainda hoje se fala
no Verão Quente mas, a verdade é que, todo o ano de 1975 foi um ano dramático”,
diz Oliveira Dias. Após a legalização
do PPD, no Supremo Tribunal de Justiça, pouco tempo depois veio a adoecer
Francisco Sá Carneiro, que teve de se deslocar a Londres em tratamento, sendo
substituído interinamente por Emídio Guerreiro que foi eleito Secretário-Geral,
em 24 de maio de 1975, no I Conselho Nacional do PPD, realizado na sede, então
num 7º. andar, da Avenida Duque de Loulé, em Lisboa.
Segundo Oliveira Dias, que participou da reunião, que se
prolongou viva por toda a noite(com votações sucessivas até se conseguir a
maioria para o mandato interino de Emídio Guerreiro que se manteve até 28 de
setembro de 1975, como voltarei a recordar, altura em que Sá Carneiro
reassumiu funções), foi muito controvertido. Teve, pelo menos de acordo com
Oliveira Dias, a vantagem de dar cobertura e um seguro de vida ao PPD, através
da figura lendária de um republicano, antifascista/antinazi que gozava de
respeito na esquerda.
Disse-se mais tarde quee Emídio Guerreiro, chegou a
Secretário-Geral sem nunca ter assinado uma ficha de inscrição como militante,
o que não é de todo inverosímil, se se tiver em conta que, em 1975, o
fundamental era estar no terreno e não na prática dos formalismos.
Emídio Guerreiro, é hoje uma pessoa quase esquecida no
PPD/PSD. Oliveira Dias que chegou em 1975 a contactar de perto com ele, recorda a
militância antifascista e que a sua grande preocupação era a de que o principal
adversário do PPD se encontrava no PS. Ele queria dizer que o Partido Comunista
era apenas um partido minoritário e que o poder haverá de discutir-se sempre
entre o PPD e o PS. “E, finaliza
Oliveira Dias, a história entretanto
decorrida veio dar-lhe razão”.
das quS � e @�� ��� eremos
de falar”, esta iniciativa não deu frutos.
Romancear é
diferente de realizar. Romanceou tanto… que um dia acabou mal,
Em
Valado de Santa Quitéria, houve uma iniciativa que pareceu assemelhar-se, pois
em 26 de janeiro de 1975, cerca de 80 pessoas de todas as categorias sociais e
profissionais, incluindo estudantes, reuniram-se para levar a cabo a limpeza
das valetas que liga a EN8 até à saída do lugar, numa extensão de cerca de 6 km .
Foi
presente, em junho de 1974, à Câmara Municipal de Alcobaça uma petição de uma
Comissão de Moradores de S. Martinho do Porto que sugeria o nome do prof.
Francisco Nunes Eliseu, para patrono da Escola Preparatória da Vila.
A CMA,
sem tomar posição, ”lavando as mãos”, encaminhou superiormente o assunto.
Porém, em resposta, foi recebido um ofício da Direção Geral da Administração
Escolar, informando que à Escola Preparatória de S. Martinho do Porto, fora
atribuído o nome do Professor Eng.º Joaquim Vieira Natividade.
Na
Maiorga, de acordo com uma auto proclamada Comissão de Moradores, apoiada pela
CA da Junta de Freguesia, haviam condições higiénicas que deixavam bastante a
desejar.
Além
do péssimo estado das ruas, não havia esgotos, nem retretes públicas, que neste
caso serviriam não só os habitantes, como até as muitas pessoas que a visitam.
Era,
portanto, urgente construírem-se essas retretes, devendo a CMA colaborar
materialmente nesse sentido.
Analisado
o assunto em sessão com todo o cuidado
que merecia, a CMA encarregou o Engº Costa e Sousa e os Serviços Técnicos, de o
estudar e apresentar propostas.
Cremos
que, ainda hoje, o assunto continua em estudo, apesar da “gravidade” da situação.
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