quarta-feira, 30 de abril de 2014

OS ADVOGADOS DIZEM NÃO AO GONÇALVISMO! PLENÁRIO EM COIMBRA (julho de 1975).

 
OS ADVOGADOS DIZEM NÃO AO GONÇALVISMO!
PLENÁRIO EM COIMBRA (julho de 1975).

Fleming de Oliveira


Em meados de julho de 1975, reuniu-se em Coimbra um Plenário de Advogados (no qual, recém advogado em Alcobaça, proveniente do MP, me tinha inscrito, mas acabei por não comparecer), que disse um rotundo “NÃO!” à criação de Tribunais Especiais.
Esta posição que foi subscrita, entre outros, por Sousa Tavares, Proença de Carvalho e Abranches Ferrão, era oposta à do Conselho da Revolução e Governo ”gonçalvista”, que pretendiam elaborar legislação adequada e tribunais específicos para o julgamento de criminosos “fascistas”, como os agentes da PIDE e os implicados na “intentona reacionária” de 11 de março.
O Dr. Amílcar Magalhães, meu sogro e em cujo escritório me encontrava a trabalhar, também não foi, mas estava ansioso por saber como iriam decorrer os trabalhos.

Os advogados recusaram, quase por unanimidade, uma moção de apoio à linha política do CR.
Também foi recusada, acompanhada de muitos protestos, com os advogados de pé a gritar severamente “Rua, Rua”, uma outra, da iniciativa de Duarte Vidal, que propunha a adaptação da advocacia ao rumo socialista e a ida de uma delegação a países socialistas, “a fim de recolher elementos para uma mais correta inserção da advocacia na nova sociedade portuguesa” (leia-se socialista).


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