OS ADVOGADOS DIZEM NÃO AO GONÇALVISMO!
PLENÁRIO EM COIMBRA (julho de 1975).
Fleming de Oliveira
Em meados de julho de 1975, reuniu-se em Coimbra um Plenário
de Advogados (no qual, recém advogado em Alcobaça, proveniente do MP, me tinha
inscrito, mas acabei por não comparecer), que disse um rotundo “NÃO!” à criação
de Tribunais Especiais.
Esta posição que foi subscrita, entre outros, por Sousa
Tavares, Proença de Carvalho e Abranches Ferrão, era oposta à do Conselho da
Revolução e Governo ”gonçalvista”, que pretendiam elaborar legislação adequada
e tribunais específicos para o julgamento de criminosos “fascistas”, como os
agentes da PIDE e os implicados na “intentona
reacionária” de 11 de março.
O Dr. Amílcar Magalhães, meu sogro e em cujo escritório
me encontrava a trabalhar, também não foi, mas estava ansioso por saber como
iriam decorrer os trabalhos.
Os advogados recusaram, quase por unanimidade, uma moção
de apoio à linha política do CR.
Também foi recusada, acompanhada de muitos protestos,
com os advogados de pé a gritar severamente “Rua, Rua”, uma outra, da iniciativa de Duarte Vidal, que propunha a
adaptação da advocacia ao rumo socialista e a ida de uma delegação a países socialistas,
“a fim de recolher elementos para uma
mais correta inserção da advocacia na nova sociedade portuguesa” (leia-se
socialista).
Sem comentários:
Enviar um comentário