UMA
FEIRA DE S. BERNARDO NADA PROGRESSISTA, PARA MANTER A CHAMA ACESA (agosto de
1975).
Fleming
de Oliveira
A
Feira de S. Bernardo, em agosto de 1975, não foi a que inicialmente se previa e
a organização desejava. O ambiente político-social estava muitíssimo
encrispado, pois era presente a acidentada vinda de Cunhal a Alcobaça a um
comício no Pavilhão Gimnodesportivo.
Apesar
de tudo realizou-se e, como referiu Francisco Cipriano, que orientou os
preparativos, “a Feira não podia morrer.
Fez-se uma feira à moda antiga, só para manter a chama acesa…”
Assim,
num ambiente muito tradicional, nada progressista afinal, houve as habituais
barracas de quinquilharias e miudezas, farturas e imperiais bem fresquinhas.
Não
faltaram os pavilhões de tiro, matraquilhos, carrosséis, aviões e pistas de
automóveis de choque. Em suma, como dizia condescendentemente o articulista do
Voz de Alcobaça, a Feira fez-se, “não tão
boa quanto se desejava. Mas mesmo à moda do antigamente, com as características de festa popular, que
a tornavam atraente e ao gosto dos alcobacenses!”
Em
1974, com a CA da CMA também já se haviam ensaiado algumas pequenas alterações
na Feira, que ao invés de encerrar à meia-noite, só o fez de madrugada.
Numa
entrevista ao Voz de Alcobaça, Isaura Bento, proprietária da antiga Adega
Damásio, afirmou que, no seu stand de 1974, realizou o dobro do movimento do
ano anterior (ainda era “fascismo” )
e a satisfação pela grande afluência de pessoas provenientes dos vários lugares
do Concelho.
O
fenómeno da afluência de público até tarde, teve correspondência ao longo do
ano nos estabelecimentos comerciais que se encontravam abertos ainda de
madrugada, como o Café do Luís, à Piçarra, que funcionava muitas vezes até às
três ou quatro horas da madrugada onde se reuniam em volta de um bitoque, uma
sande, um tinto ou uma imperial, elementos dos diversos grupos políticos, embora
sem se misturarem entre si.
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