-O REVIRALHO.
ATENTADOS CONTRA AS LINHAS FÉRREA, TELEGRÁFICA E
TELEFÓNICA (Alcobaça, janeiro
de 1931)-
Fleming
de Oliveira
Os movimentos
reviralhistas que ocorreram entre 1926 e 26 de agosto de 1931(movimento comandado
pelos Ten. Cor. Sarmento de Beires e Utra Machado, Cor. Dias Antunes), levaram
à criação de um clima que dificultou (embora não muito), a consolidação do
regime onde Salazar já pontificava. Ao mesmo tempo, obrigou os novos dirigentes
a tentar uma conciliação com o
republicanismo conservador, fazendo-lhe concessões que atrasaram a sua
institucionalização.
O
atentado contra as linhas férrea e telegráfica em Pataias, no dia 13 de janeiro
de 1931, pelas 12h20m, segundo a versão que a Profª. Zulmira Marques colheu no
Processo n° 4881/PSES (que me facultou), elaborado e pendente na PIDE e vou seguir de perto, envolveu personalidades do
meio político alcobacense, entre os quais seu pai José Sanches Furtado, Alberto
Serrano de Sousa, Lino Catarino, Bernardo da Silva (cunhado de Alberto
Serrano), João Oua (taxista), Manuel Ferreira Quartel (comunista), José Carlos
Afonso, Joaquim Ferreira da Silva, Alfredo Bernardo dos Foros, Serafim Amaral,
Joaquim Belo Marques, José Alves Pereira e Sousa (estes dois que se encontravam
fugidos da polícia política), Custódio Maldonado de Freitas (farmacêutico de
Caldas da Rainha).
O caso
aconteceu quando da passagem do comboio que transportava os Regimentos de
Artilharia 4 e Infantaria 7 que vinham de Lisboa para por termo ao clima de
agitação civil que se fazia sentir na Marinha Grande (ainda não era a revolta
dos vidreiros). Estes ativistas
planearam o corte dos fios telefónicos e telegráficos, bem como o rebentamento
da linha de caminho de ferro, inseridos no contexto de um Golpe de Estado
contra a ditadura.
As
linhas telefónicas foram cortadas em Ganilhos (localidade entre Alcobaça e
Aljubarrota).
As
linhas telegráficas foram cortadas perto de Pataias.
O atentado
à linha de caminhos de ferro, foi realizado ao km 137,960.
Os operacionais
foram, fundamentalmente, Alberto Serrano de Sousa, Bernardo da Silva, Manuel
Ferreira Quartel, Alfredo Bernardo dos Foros e Lino Catarino.
Os processos
de averiguações levados a cabo pela Delegação de Alcobaça da Polícia de Segurança
do Estado, a alguns intervenientes que mais diretamente estiveram envolvidos e
que não fugiram do país, decorreram entre janeiro a novembro de 1931.
A 14
de janeiro de 1931, perante o Administrador do Concelho Manuel da Silva
Carolino, compareceu na qualidade de testemunha Joaquim Tereso de Figueiredo,
para esclarecer se tinha estado com Bernardo da Silva (empregado de José
Sanches Furtado) no dia anterior, ao que
respondeu que tinha visto a pessoa em causa a conversar com José de Morais.
No mesmo
dia, compareceu Raúl Ferreira da Bernarda, para se averiguar se tinha visto no
dia anterior Alberto Serrano de Sousa a caminho de Pataias. A resposta foi que quando estava à espera da camionete viu
Alberto Serrano de Sousa dentro do automóvel de Joaquim Ferreira da Silva,
conduzido por José Faibner, seu empregado, os dois supostamente a caminho
de Pataias.
Por
fim, compareceu o motorista Manuel Marques, a quem foi perguntado onde tinha
estado no dia anterior (13 de janeiro), ao que respondeu que estava na praça de táxis quando chegou
Bernardo da Silva a saber se o carro estava disponível. A sua resposta foi
negativa, tendo no entanto dito que poderia fazer o serviço mas apenas no carro
do seu colega José Moreira. Então, foi lhe solicitado que guiasse o automóvel
até à casa de Raimundo Ferreira Daniel e daí para Pataias, para a casa e
estabelecimento de José Tereso de Figueiredo. No local, Bernardo e Tereso
falaram, ao que lhe foi ordenado de seguida, que regressasse a Alcobaça em direção
à oficina de Albertino Ferreira.
A 16
de abril, compareceu José Sanches Furtado para ser interrogado a propósito da
atuação do seu empregado Bernardo da Silva, se tinha ido com este no dia 13 a Pataias, ao que respondeu
que não, pois encontrava-se em casa
quando pelas 11,00h telefonou o seu empregado a pedir autorização para ir a
Pataias falar com um empreiteiro de estrada, sobre um negócio de gasolina. O
tal empreiteiro era agente da Companhia Petróleos e Gasolina tal como com
Bernardo da Silva (empregado de Sanches Furtado). Questionado se conhecia um
indivíduo dos Montes, chamado Fernando, pois tinha sido enviado para este um
bilhete em seu nome, a pedir para levar uma égua ao apeadeiro de Pataias,
respondeu que não.
No dia
6 de novembro compareceu, Bernardo da Silva, cujo paradeiro foi incerto durante
algum tempo, tendo relatado que no dia 13 de janeiro, cerca das 10,15h o seu patrão José Sanches Furtado lhe
confidenciou que nesse dia havia chegado a Alcobaça um indivíduo chamado José
Alves Pereira de Sousa (José Tezo), o qual juntamente com o farmacêutico
Joaquim Belo Marques, haviam encarregado o cunhado de Bernardo da Silva, o
Alberto Serrano de Sousa, de ir dinamitar a linha férrea. Mais contou mais
que no dia 9 de janeiro à meia-noite
andava a passear com o seu cunhado Alberto Serrano de Sousa, quando chegou
junto dele Acácio Morais para o informar que Maldonado de Freitas se encontrava na farmácia Campião-Alcobaça a
conversar com Joaquim Ferreira da Silva, tendo-lhe sido pedido para ir chamar o
seu patrão José Sanches Furtado. Posteriormente, este lhe teria dito que a
ordem para avançar com o plano do corte dos fios telefónicos e telegráficos e
da sabotagem da linha férrea, teria sido dada em carta lacrada, que Maldonado
de Freitas entregara a José Sanches Furtado para a fazer chegar a José Carlos
Afonso (sócio da Companhia de Moagem Leiriense).
Foram
ainda interrogados Serafim Coelho do Amaral, João Pereira da Trindade, David
Pinto, Afonso Justino, Amadeu dos Santos, Faustino Policarpo Timóteo, Francisco
Pereira Quartel e Alfredo Bernardo, mas os respetivos autos de declarações não
estavam acessíveis no processo consultado e me foi facultado pela Profª.
Zulmira Marques.
Depois
destes acontecimentos conseguiram fugir para Espanha, Joaquim Belo Marques,
Joaquim Ferreira da Silva e José Sanches Furtado, enquanto foram presos Manuel
Ferreira Quartel, Lino Catarino, Alberto Serrano de Sousa, Custódio Maldonado
de Freitas e Bernardo da Silva.
No
rescaldo do 26 de agosto de 1931, o Conselho de Ministros decidiu eliminar os
funcionários do Estado, suspeitos estarem contra o novo regime.
Porém,
em de Dezembro de 1931 (a pretexto de ser de ser Natal), o Governo da República, mostrando
mais uma vez os desejos de pacificação e os seus sentimentos e clemência,
autorizou o regresso de alguns deportados políticos, entre os quais vimos os
nomes dos nossos conterrâneos Serafim Amaral, Lino Catarino e João Pereira da
Trindade, por quem e por cujo regresso ainda há pouco tempo e espontaneamente
se empenhou a Comissão Concelhia da União Nacional. O Governo da Ditadura e da
República procedendo assim para os inimigos no momento em que nos bastidores
revolucionários se preparam novas arremetidas contra a segurança do Estado,
demonstra uma confiança e uma força que muito nos apraz registar. Oxalá que aos
que regressam o passado sirva de exemplo (isto conforme o condescendente Ecos de Alcobaça).
O
termo Reviralho, chegou a ser
utilizado e assumido sem complexos, pelos próprios apoiantes.
A
relevância da expressão foi tal, que um jornal republicano publicado
clandestinamente em Lisboa), no Verão de 1927, intitulava-se O
Reviralho.
Porém,
entre os sectores mais à esquerda, como o PC e anarquistas, o termo ganhou uma conotação associada à ideia de um
processo político que, apesar de se pretender revolucionário, era
inconsequente, ineficaz, e acabava por ocupar indevidamente o espaço político e
de ação dos (verdadeiros) revolucionários.
O
Reviralhismo, decorre também de uma esquerda republicana político-intelectual
afastada do poder com o 28 de Maio e dos militares irrequietos, ligados às
intentonas da I República. A este grupo associou-se parte da intelectualidade
liberal portuguesa, com destaque para o grupo da Seara Nova, onde sobressai António Sérgio.
O
Reviralho surge como um messianismo ligado a um outro D. Sebastião, o Reviralho que há-de vir....
Quando
ficou patente o carácter ditatorial do regime e se esboroaram as esperanças na
sua transitoriedade, associaram-se ao Reviralho alguns sectores do centro e
centro-direita, ligados aos antigos partidos democráticos e liberais, que tendo
apoiado ou consentido tacitamente a instauração da ditadura, deixariam de se
reconhecer nela.
O
movimento reviralhista veio também a ser apoiado (pelo menos taticamente) pela
esquerda radical, aí se incluindo o PC e a Confederação
Geral do Trabalho, que, embora duvidando
dos méritos dos golpes militares, secundavam-no como forma de minar a
estabilidade do regime.
O
reviralhismo não foi, um movimento ideologicamente uniforme e coerente,
tendo-se movimentado num campo político-dialéctico de maneira tanto mais rica e
contraditória, quanto o seu apoio social de base se foi empobrecendo.
Os
protagonistas do reviralho, dada a heterogeneidade da base de apoio, operariado
da metalomecânica, ferroviários, indústria do vidro, e alguma população urbana, eram pois muito
diversos. Os reviralhistas, como constatei em Alcobaça, pouco mais tinham em
comum que algumas difusas razões que animavam as suas convicções políticas. Nunca
foram muito numerosos, constituindo uma elite, na aceção literal
e redutora da palavra.
Esta
unidade na diversidade, era paradoxalmente o fator de coesão mais forte e um
dos que melhor ajuda a individualizar o conceito de reviralhismo, enquanto
grupo.
Embora
sem perder de vista a sua natureza essencialmente não organizada, já que não
dispunha de estruturas orgânicas, nem hierarquia institucionalizada, o
Reviralhismo podia-se considerar um movimento conduzido pelo escol desapossado
do poder, onde predominavam antigos ministros, senadores, deputados, militares,
quadros da administração pública, comerciantes, professores e muitos
profissionais liberais.
Nesse
contexto, a profundidade das crenças e do ideário que os animava era
aparentemente grande, já que eram levados a agir em situações adversas, nas
quais o destino previsível, quase inevitável, perante o insucesso, era o
afastamento de Exército, da Função Pública, a deportação para as ilhas,
colónias, o exílio ou a prisão. No limite, era a morte, o que aconteceu a alguns
participantes nos movimentos revolucionários deportados para o Tarrafal.
Até ao
final formal do reviralhismo, e mesmo
depois, nunca deixou de estar presente
uma corrente, minimalista no programa político, e maximalista na constituição
do bloco político, que assentava o principal objetivo no derrube do Estado
Novo, mesmo que em sua substituição surgisse um outro regime forte, ainda algo
indefinido, liderado talvez por um militar, mas capaz de garantir a transição
democrática. Aqui se enquadravam as candidaturas de Norton de Matos e Humberto
Delgado.
A
dualidade de propósitos do Reviralhismo, associada à memória das lutas travadas
durante a I República, onde muitos do reviralho se tinham posicionado em campos
opostos seria, ao fim e ao resto, o principal motivo de desunião entre as
várias sensibilidades, acarretando a falta de coesão na ação e a indefinição
estratégica do movimento.
Esta
situação, contrastava com a crescente união em torno de um projeto comum, que
caracterizava e radicalizava os apoiantes do novo regime
autoritário-corporativo. Ricos ou pobres, católicos ou ateus, republicanos ou
monárquicos, fascistas ou democratas, civis, militares ou mesmo donas de casa,
esperaram por uma Revolução que lhes desse tranquilidade e aspirações.
Sentindo-se
reconfortada pela evolução política europeia, onde era crescente a fraqueza dos
regimes democráticos, como em Itália onde
Mussolini pôs a pata, no dizer de Vasco da Gama Fernandes, a escrever de Valência de
Alcântara-Espanha, para o Voz de Alcobaça,
e na Alemanha, a direita anti-liberal portuguesa reforçara-se com algumas
alianças táticas e de circunstância no republicanismo conservador. Tinha agora
consigo o grosso das Forças Armadas, da Igreja, do povo em geral conservador,
analfabeto e apolítico das zonas rurais.
Embora
o golpe não tenha sido a única forma de oposição à ditadura, particularmente a
partir de 1931
quando foi constituída a Aliança
Republicana e Socialista/ARS, apenas uma
parte minoritária da oposição parecia acreditar na possibilidade de uma
transição democrática, via processo eleitoral.
Tal
explica que mesmo os elementos mais destacados dos movimentos que advogavam a
transição pacífica, acabassem por participar nas intentonas reviralhistas. Se o
poder ditatorial se instalara pela força, também só pela força poderia ser
desalojado. Esta crença era em geral aceite, mesmo pelos grupos ou indivíduos
que se posicionavam fora do bloco reviralhista, embora na oposição não
comunista, nem anarquista.
Ao privilegiar
a estratégia insurrecional, a ação do Reviralhismo ficou aliada à
instrumentalização das unidades militares especialmente sediadas em zonas mais
urbanas. Para tal, tentou constituir no seio dessas unidades núcleos
clandestinos, os quais eram enquadrados politicamente por civis, provenientes
maioritariamente, do funcionalismo público, comércio e profissões liberais,
onde normalmente se integravam alguns advogados.
Neste
aspeto, o Reviralhismo manteve e reproduziu algumas semelhanças com formas
organizativas e as táticas que caracterizaram os movimentos revolucionários da
fase final da Monarquia e da I República, fiel à que tinha sido a base
político-social do republicanismo.
Na
seleção de operacionais foi dado relevo aos ferroviários, motoristas,
empregados dos telefones e telégrafos e muto especialmente os que possuíssem
experiência na manipulação de material bélico e explosivo, instrumentos
indispensáveis nas intentonas. Estes operacionais, eram em geral arredados do
conhecimento do plano de ação, até pouco antes da sua prevista eclosão do
movimento.
Face
às perturbações que as suas ações provocavam na vida das populações, pelo
cansaço e repúdio ao golpismo que décadas de instabilidade republicana tinham
inevitavelmente trazido à generalidade da população portuguesa, este reviralho
teve fraco apoio na opinião pública, sendo-lhe adversos a Igreja, as famílias e
os grandes meios de comunicação social. As dificuldades de comunicação e de
imagem do Reviralhismo eram grandes, nunca tendo conseguido fazer chegar uma
mensagem forte junto do grande público, especialmente o rural. Muitas das características
da ditadura, e depois do salazarismo, resultaram da sua propagada intenção de conter a
restauração do republicanismo democrático, parlamentarista e anticlerical.
Embora algum republicanismo conservador tenha consentido tácita e inicialmente
a ditadura como referimos, e os salazaristas tivessem admitido integrar no seu
projeto esta corrente, por razões de oportunismo e sedimentação, mas não de
convicção, o que aliás foi recíproco, as arremetidas conspiratórias do republicanismo
de esquerda e suas adjacências comunista e anarquista, exerceram uma profunda
influência sobre a estruturação e consolidação do novo regime, com destaque
para a instauração em breve da censura e a criação da polícia política.
A
criação em 1930 da União Nacional, surge no contexto da resposta da ditadura e das forças
que a apoiavam, à pressão do reviralho, procurando, através do enquadramento
das elites a que apelava e dos quadros do funcionalismo público conservador (até
aí com forte influência republicano-democrática), reduzir a influência
revolucionária e introduzir mecanismos de controlo e de redução das tensões. Criava-se
um espaço controlado onde, pelo menos formalmente, era permitida a participação
cívica. Na prática, este objetivo era pouco consensual em 1930, pelo menos em
Alcobaça.
Registe-se
que um grupo de 4 indivíduos que se supõe
serem funcionários do Fisco, surpeenderam na estrada de Pataias uns carreiros
que vinham buscar cal, saqueando-lhes os bolsos; o mesmo aconteceu a vários
trabalhadores que andavam nos seus trabalhos ali próximos, que foram intimados
a mostrar os seus fatos; nada foi encontrado a uns e outros, apenas a um pobre
homem de Fanhais, a quem chamam O Pireza, foi aplicado uma multa por lhe ser encontrado na algibeira um canudo
de fazer isca.
Não
obstante esses acidentes de percurso, a que as novas autoridades
político-policiais não davam expressa cobertura, a ditadura consolidou-se,
fazendo uso das condições sociais e do enquadramento externo que a vitória
franquista em Espanha, lhe potenciou.
Numa
atitude que não terá sido comum entre os reviralhistas, o capitão Nuno
Cruz (vagamente
aparentado com a minha família portuense pelo lado materno, que viria a morrer
no exílio em Madrid, depois de uma acidentada fuga da prisão, por participação
numa intentona), reconheceu que, apesar
do grande empenhamento de todos os participantes, nunca fora possível juntar
forças militares bastantes para vencer e apontava como causa do fracasso a dolorosa verdade em que muitos se recusam a
crer, sendo sempre mais fácil procurar as causas do insucesso nas fraquezas do
nosso campo, que gostosamente se espiolham, do que na força do inimigo, que
sempre ao nosso orgulho custam a reconhecer.
O
fracasso da oposição à ditadura em que se traduziu o ano de 1931, em particular
o insucesso do movimento de 26 de agosto e a eficácia da repressão que se lhe
seguiu, marcou o Reviralhismo. É portanto, por esta altura, que se vão
desnudando alguns factos do tempo da República.
Assim
nos relata, por exemplo, o Ecos do
Alcoa (10 de setembro de 1931), sob a epígrafe A Honra… do Partido Democrático:
Meu Ilustre e Querido Amigo Pimenta (não consegui apurar quem seria este senhor Pimenta): Não se esqueça de me recomendar o assunto
que sabe e além disso receber o portador, nosso querido amigo e correligionário
João Branco que tratará junto de si dum assunto que muito me interessa e pelo
qual tenho o maior dos empenhos. Um amigo nosso, (não consegui também
apurar a sua identidade), foi condenado
pela Boa Hora em dois meses de cadeia por um assunto que ele lhe contará. É
necessário que pelo Ministério da Justiça seja deferido um requerimento que se
deve fazer, a fim de a pena ser cumprida na Cadeia de Alcobaça, onde se
arranjarão as coisas de forma a ele nem sequer lá dar entrada. É um caso de
menos importância e pelo qual a política que defendemos e apoiamos se interessa
e faz caso de honra. Já vê por isso, o meu amigo, o quanto é urgente e preciso
que isto se consiga e faça. Mande no seu afeiçoado e Amgº, Obgº.
José Henriques Barreto
(Admnistrador).
NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE
SALAZAR, CAETANO E OUTROS
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