quarta-feira, 16 de abril de 2014

-D. ANTÓNIO DE CAMPOS, ALCOBACENSE E ILUSTRE FIGURA DA IGREJA PORTUGUESA. VASCA DA GAMA FERNANDES ANTICLERICALISTA MILITANTE E REVIRALHISTA-

 

-D. ANTÓNIO DE CAMPOS, ALCOBACENSE E ILUSTRE FIGURA DA IGREJA PORTUGUESA.
VASCA DA GAMA FERNANDES  ANTICLERICALISTA MILITANTE E REVIRALHISTA-
Fleming de Oliveira

Alcobaça revia-se com gosto e respeito, na pessoa do seu conterrâneo, D. António de Campos, Bispo de Fabiana, Auxiliar de Lisboa e mais tarde Vigário Episcopal de Santarém.
Tanto assim, que lhe prestou uma grande homenagem, em janeiro de 1955, primeiro no Salão Nobre dos Paços do Concelho e depois à noite no Cine-teatro, onde lhe foi entregue o anel episcopal oferecido por alcobacenses. D. António de Campos, grande figura da Igreja portuguesa e ilustre alcobacense, veio inesperadamente a falecer na Nazaré, aonde se encontrava de férias em agosto de 1969, ao que se diz vítima de uma fuga de gás.

O salazarismo entraria, ainda que pontualmente, em conflito com a Igreja, pelo menos com alguns membros da sua hierarquia, mas em moldes nada comparáveis com os afrontamentos da I República. Deus, Pátria e Família foi a fórmula, que o Estado Novo propagandeou, e que resultava do texto da Constituição.
Estas relações íntimas, não quer dizer que tivessem sido sempre totalmente pacíficas e sem margem para atritos.
Sem beliscar, formalmente, o princípio da separação entre a Igreja e o Estado, o regime obviamente com a oposição do reviralho, celebrou a Concordata, onde se consagraram privilégios e benefícios à Igreja, com o fundamento de ser a religião tradicional/oficial do País.
Já a Constituição de 1933, consagrara o princípio da liberdade de culto e de religião, e afirmava que a Igreja Católica é a religião oficial da Nação Portuguesa.
O Estado continuou a ignorar a existência de outras confissões. Só à Igreja Católica foi reconhecido o direito de ensinar nas escolas públicas, a isenções fiscais e outras benesses. As demais confissões tinham de se socorrer do sofisma de constituir uma associação de direito privado, sujeita a aprovação do governo e registo no Ministério da Justiça.

Vasco da Gama Fernandes, na sua militância anticlerical, ainda escrevia, a partir de Valência de Alcântara-Espanha, para o Voz de Alcobaça (reviralhista), a propósito do que apelidava a Feição Internacional do Catolicismo, que a Igreja, católica, apostólica e romana tem sido objecto do mais perseverante estudo através da evolução histórica da humanidade, no sentido de a desmascarar, pondo bem a nú, e ao alcance de criteriosos exames, todos os seus inumeráveis defeitos de constituição e influência e pretenso poderio espiritual. (…) As Democracias estão há muito convencidas pela experiência dura das realidades do que é, e do que vale a Igreja Católica. Sabem bem quanto ela é encarniçada inimiga das liberdades públicas e como ela se irmana bem com todos os poderes tirânicos.
NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE SALAZAR, CAETANO E OUTROS


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