-MIGUEL TORGA, CENSURA, DEMOCRACIA E POESIA-
Fleming de Oliveira
O
relato de uma viagem que Miguel Torga (nome de batismo de um transmontano seco, áspero e telúrico,
pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, inspirado numa planta transmontana, a
urze campestre de cor de vinho, com raízes muito duras e agarradas, entre as
fragas), que realizou em 1937 por alguns países europeus, veio a ser publicado,
dois anos depois, com o título de o Quarto Dia Da Criação do Mundo.
Esta
obra deu origem à prisão de Torga, na sequência de uma queixa formulada a
Salazar por Nicolás Franco, irmão mais velho de Francisco Franco. Torga era um
homem livre, português iberista, mas
anti-união ibérica, cidadão do mundo, que tinha muito orgulho nas suas
origens, e se escorava no pressuposto do Nunca
descrer//Do chão duro e ruim.
Os
estudiosos de Torga, destacam a sua faceta ibérica, que não põe em causa a sua
Pátria Cívica. Segundo Manuel Alegre, Torga
era culturalmente um iberista, mas politicamente um português.
O
regime nacionalista espanhol, considerou injurioso e obsceno na sua alegada
propaganda anti-comunista, o livro de Torga que denunciava a tragédia da Guerra
Civil, as atrocidades e, muito concretamente, o bombardeamento a Guernica. Salazar
ordenou a prisão de Torga, que veio a ocorrer no seu consultório, ainda em
Leiria. A detenção teve como fundamento uma acusação de comunismo que incluía a
suspeita de ter recebido dinheiro de Moscovo para a compra de material
cirúrgico para o consultório médico!!!.
A
imprensa de Alcobaça, no único semanário que se publicava (Ecos do Alcoa, maio
de 1937), destacava a grande ofensiva
lançada pelas pseudo democracias europeias contra as forças de Franco que
mercê, da sua indómita bravura, alcançaram retumbantes vitórias na região da
Biscaia, ocupando alguns dos seus principais centros mineiros. O motivo
aparente de tão injustificado clamor é a anunciada destruição da cidade de
Guernica, pátria das liberdades…bascas, mas muito especialmente a de uma simbólica
árvore, a cuja sombra se reuniam os legisladores do Euzkadi. Esse o motivo
aparente que já não ilude ninguém, pois à nossa consciência repugna acreditar
que os homens vocifrem imprecações contra a destruição de uma árvore, por muito
respeitável que ela seja e não tenham feito ouvir os seus mais clamorosos
protestos perante o furor encandescido que revelaram os espantosos
bombardeamentos do Alcazar de Toledo, sagrada relíquia que, além do seu alto
valor material, encerrava épocas inteiras da maravilhosa História de Espanha,
do Convento de Guadalupe, da Catedral de Córdoba, de dezenas de monumentos de
maravilha e, muito recentemente do Santuário de Santa Maria de La Cabeza onde
se encontravam cêrca de 800 mulheres e crianças que a falsa caridade dos démo-bolchevistas
internacionais deixou durante perto de dez infindáveis meses, à mercê das
granadas e bombas de aviação que há mais de um mês, atingiam a espantosa cifra
de três mil e quinhentas (…). Fora
Tartufos…
A
guerra civil em Espanha era acompanhada com atenção e preocupação em Alcobaça,
onde havia apoiantes de um lado e do outro da barricada, que aproveitavam para
fazer a apologia junto dos respetivos correligionários.
Em agosto
de 1936, os Sindicatos Nacionais de Operários Portugueses, controlados pelo
governo, realizaram em Lisboa um grande comício anti-bolchevista que foi
difundido em direto pela E.N.. A Câmara Municipal de Alcobaça, por iniciativa
do indefetível Manuel da Silva Carolino, providenciou para que um altifalante
fosse colocado numa janela do seu edifício, a fim de transmitir os discursos. O
alegado objetivo deste comício e sua difusão, consistia em desmontar a informação canalizada pelos colossos da propaganda
internacional que têm provocado uma justificada repulsa.
A 29
de novembro seguinte, uma comissão composta pelo Presidente da Câmara, Manuel
da Silva Carolino, Dr. Joaquim Nascimento e Sousa, Dr. José Nascimento e Sousa,
Dr. Rodolfo Bacelar Begonha, Prof. Bernardo Correia de Almeida e Alberto dos
Santos Carvalho, organizaram uma manifestação anticomunista que, segundo o
referido Ecos do Alcoa, juntou muita gente, num consolador repúdio pelas doutrinas marxistas, apoio aos nacionalistas espanhóis, numa lição de civismo que
a nossa terra deu a todo o País e dum modo especial a todas as terras do nosso
lindo distrito.
Voltemos
a Miguel Torga e à censura.
Transportado
para o Aljube, onde se acolhiam também presos políticos, foi interrogado, mas
só foi libertado ao fim de cerca de três meses, aliás, sem acusação, nem
julgamento, como era prática corrente. Aí escreveu o poema de resistência
Ariane. (…) Ariane é um navio,//Tem mastros, velas e bandeiras à proa,//E chegou
num dia branco, frio,//A este rio Tejo, de Lisboa (…).
Miguel
Torga, um dos mais representativos escritores contemporâneos portugueses (que
em 2007 ano faria cem anos se fosse vivo), foi uma voz entre poucas de peso,
que se ergueram em Portugal contra alguns episódios da Guerra Civil de Espanha,
arrostando as consequências.
Em 1975,
pouco antes da morte de Franco, voltou a verberar o fuzilamento de dois
etarras, no que foi um dos últimos atos sanguinários do regime.
Para
Renato Nunes, biógrafo e estudioso de Torga, o aspeto mais relevante da atenção
que a PIDE lhe dedicou é o interesse
quase obsessivo da PIDE pelos vários domínios da vida do escritor (…) as violências sistemáticas da
correspondência, o registo das suas viagens, dos encontros com amigos, até os
rendimentos da sua atividade como médico.
Torga,
referiu-se à violência dessa devassa no seu Diário XII de 1975, quando depois
de 25 de abril teve acesso ao dossier da PIDE/DGS, pois vista através daquele registo laborioso e tenaz de gusanos
inexoráveis, a minha vida era a própria imagem da desolação.
Havia
publicado em 1928, o seu primeiro livro de poesia, Ansiedade, ainda como Adolfo Rocha, mas que acabou proibido de ser vendido,
por sua exclusiva decisão.
Em
1931, iniciou a sua contestação à Ditadura Militar e em breve, foi confrontado
com a censura, que exigiu a identificação do diretor, editor e proprietário da Manifesto, efémera revista de cinco
números.
Atravessou,
a Espanha em guerra civil, dando conta das impressões que lhe causou o conflito
em livros como A Exposição de Paris de 1937. Esta Exposição, teve uma interessante
presença portuguesa em cujo pavilhão, houve festas populares como o S. João, a
Festa do Vinho, a Festa do Mar, música e bailes.
Torga
foi preso em Leiria, a 2 de dezembro de 1939, e levado para o Aljube, na
sequência da publicação de O Quarto Dia da Criação do Mundo, que foi
apreendido. Tendo sido libertado a 2 de fevereiro, descreveu a experiência da
prisão em O Quinto Dia da Criação do Mundo.
Casou-se
a 27 de julho, com a belga e professora universitária Andrée Crabbé Rocha (expulsa
da Universidade de Lisboa), fixando residência em Coimbra, onde abriu
consultório médico no Largo da Portagem, ao qual ia todos os dias, paramentado
de bata branca.
Pelos
16 volumes do Diário de Torga, que compreende o período que vai de 1932 a 1993, perpassam as
várias fases da vida política, cultural e social do País, da Península Ibérica,
bem como do resto do mundo.
Editou
o Diário I, em 1941. Em 1942, escreveu no seu Diário II que dizia-me hoje alguém: Homem se você pudesse ser na vida literária o
que é na vida clínica, conciliante, passa-culpas, carregando o perdão, que
maravilha! Na verdade esse alguém, estava muito longe de o poder
compreender, isto é saber ler…
Após
publicação, em 1942, de Os Contos da Montanha, os volumes foram apreendidos em
Coimbra, o mesmo acontecendo ao poema dramático Sinfonia.
Dada a
sua origem rural, e conhecendo Portugal de uma ponta a outra, a sociedade e a
sua estrutura fundiária, pôde escrever que a
diferença que existe entre o Alentejo e o resto de Portugal é que aqui o homem
é dono da terra e lá a terra é dona do homem.
Por
esta e por outras opiniões, transformou-se persona non grata ao regime, que veio a
negar-lhe o passaporte. Ele que tanto apreciava sair, ficou preso na sua terra.
Participou na campanha de Humberto Delgado, não obstante
ser avesso à militância política e não apreciar os políticos como tal, por não
os considerar figuras intocáveis, como
por vezes se gostam de auto-rever.
Talvez se compreenda esta sua passagem do Diário VIII, estes trinta anos de poder pessoal acostumaram-nos
de tal maneira à canga que só através de outro poder individual sonhamos,
quando sonhamos, a libertação.
Sempre se mostrou pronto para tomar posição contra
medidas que privavam os portugueses de liberdades cívico-políticas, sendo que a
liberdade é uma penosa conquista da
solidão.
Em julho de 1970, no mesmo Diário, registou que morreu Salazar. Mas tarde demais para ele e
para nós, os que o combatíamos.
Conheceu e foi amigo de alguns políticos.
Escreveu no Diário IX, a sua preferência por medicina, literatura e política, por ordem
decrescente.
O Presidente Ramalho Eanes foi, mais que uma vez,
visitá-lo a S. Martinho de Anta e, quando Samora Machel se deslocou a Portugal,
foi Torga o seu cicerone na visita ao Douro.
Já bastante doente, registou que fora outra vez hospitalizado. Pode-se enganar a
vida. A morte é que não (abril de 1992).
A propósito do seu aniversário reuniu, entre outros,
Mário Soares, a quem deu a direita à mesa. Ouvi contar em Coimbra que o bolo comemorativo
desse aniversário, representava o seu livro
Nihil Sibit, reproduzia alguns versos e o encontro foi tanto mais
emocionante, quanto Torga sabia que o seu fim estava próximo.
Em dezembro de 1993, escreveu Requiem por mim: Aproxima-se
o fim//E tenho pena de acabar assim//Em vez a natureza consumada//Ruína humana,
//Inválido do corpo,//E tolhido da alma//Morto em todos os órgãos e sentidos
(…).
Quando
publicou o VIII Volume do Diário, mais uma vez veio a ser apreendido pela PIDE.
O caso
mobilizou ações de protesto e de solidariedade por parte de personalidades como
Urbano Tavares Rodrigues, Jaime Cortesão, Artur Portela (Filho), Vítor Direito
e Raul Rego.
Foi
proposto, em 1960 com Aquilino Ribeiro, ao Prémio Nobel da Literatura, sendo a
sua candidatura subscrita pelo professor francês da Universidade de
Montpellier, Jean-Baptiste Aquarone.
No ano
seguinte, escreveu com amargura e descrença que qualquer dia o sarcasmo vem já formulado no Diário do Governo: licença
à oposição eleitoral para mais uma confraternização exaltada de impotência.
Recusou,
em 1969, o Grande Prémio Nacional de Literatura, por ser atribuída pelo Estado
Novo e subscreveu o Manifesto dos Escritores ao País pela restituição da liberdade,
contra a máquina repressiva e as prisões políticas. Mas aceitou receber nesse
ano o Prémio Literário Diário de Notícias, que lhe foi entregue pelo Diretor
Augusto de Castro.
Quando
Caetano sucedeu a Salazar, escreveu no seu Diário XI (setembro de 1968):
A rádio acaba de transmitir a notícia de que
Salazar, em coma foi exonerado e substituído na Presidência do Conselho. Na
história do Mundo nada aconteceu, mas na de Portugal acabou o reinado, uma
época-trágica como se há-de ver- uma maneira específica de governar, qualquer
que seja a vontade do sucessor. As circunstâncias, uma inteligência impassível,
um certo sentimento de grandeza pessoal, o conhecimento satânico do preço dos
homens, a obstinação, o oportunismo, a ousadia, a crueldade e o desprezo podem
num dado momento fazer do mais apagado individuo um chefe providencial. Mas
quando o ídolo ou o déspota, obrigado pela força ou pela erosão do tempo, é
removido do pedestal, leva anos, às vezes séculos, a surgir outro.
Segundo
me contou uma vez um amigo do Dr. A. Magalhães, Salazar com quem Torga nunca se
terá encontrado pessoalmente, não se coibia de manifestar-lhe a admiração,
chegando a declamar em privado estrofes da História Trágico-Marítima: Noite medonha, aquela! //O mar tanto engolia
a caravela//como a exibia à tona, desmaiada!
A
Revolução do 25 de Abril não lhe granjeou, de início, grande entusiasmo.
Escreveu
no Diário XII, Golpe militar: Assim eu
acreditasse nos militares. Foram eles que, durante os últimos macerados
cinquenta anos pátrios, nos prenderam, nos censuraram, nos apreenderam e
asseguraram com as baionetas o poder à tirania. Quem poderá esquecê-lo? Mas
pronto: de qualquer maneira é um passo. Oxalá não seja duradoiramente de
parada.
Sobre
o processo de descolonização, pronunciou-se (julho de 1974) no sentido que vamos finalmente dar independência aos povos
colonizados. Uma independência que sem dúvida lhes irá custar caro, mas não há
nenhuma que seja barata. Ainda sobre este tema (um ponto de divergência com
o PS), escreveu que fomos descobrir o
mundo em caravelas e regressamos dele em traineiras. A fanfarronice de uns, a
incapacidade de outros e a irresponsabilidade de todos deu este resultado: o
fim sem a grandeza de uma grande aventura. Metade de Portugal a ser o remorso
da outra metade.
No
Verão Quente, publicou no jornal diário A Luta (pró PS), o poema Lamento, ah, meu povo traído//Mansa colmeia//A quem
ninguém colhe o mel (…) e num outro, Liberdade, Liberdade, que estais em mim//Santificado seja o vosso nome (…).
Nunca
se inscreveu em nenhum partido, pois o
meu partido é o Mapa de Portugal.
Torga
assumindo um sentido de responsabilidade cívica, para que uma ditadura não desse lugar a outra ditadura, participou em
comícios socialistas e presidiu em Coimbra ao primeiro celebrado por este
partido (1 de junho de 1974), graças ao empenho de Manuel Alegre.
A
propósito das eleições para a Assembleia Constituinte, realizadas em Abril de
1975, Torga escreveu no seu Diário XII,
eleições sérias, finalmente. E foi nestes cinquenta anos de exílio na Pátria, a
maior consolação cívica que tive.
Os
responsáveis do PS, manifestaram em geral apreço e respeito por Torga (nunca nele
se filiou), sem nome possível numa ficha
partidária, embora se identificasse com os seus grandes princípios
programáticos. A sua conceção de socialismo, radicava na sabedoria ancestral do comunitarismo agrário e pastoril.
Combateu,
pela escrita e palavra, os que antepunham a construção do socialismo à
edificação da democracia, pelo que em 6 de março de 1975, (antes do golpe
pró-comunista de 11 de março, chefiado por Vasco Gonçalves), registou em A Capital, que é necessário
interromper, sem demora, esta corrida leviana que nos leva à perdição.
Em novembro
de 1985, escreveu no seu Diário IV que, há
uma coisa que nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente
sem argumentos a minha esperança.
A
grande divergência de Torga com o PS, terá estado relacionada com a adesão de
Portugal à CEE pelo que, Soares chegou a deslocar-se a Coimbra para lhe refrear
o euro-ceticismo. Inútil, já que Torga repudiou a militância europeia, como
fizera com as outras, inclusivé a Socialista/PS.
Foi
promovida em 1978 uma nova candidatura ao Prémio Nobel da Literatura, recebendo
o apoio do escritor premiado no ano anterior, o espanhol Vicente Aleixandre.
Em 1987, a propósito das comemorações
oficiais do 10 de junho em Macau, integrado numa embaixada cultural de Coimbra,
que incluiu intelectuais, cientistas e políticos, bem como o Coro dos Antigos
Orfeonistas de Coimbra (de que fiz parte durante 10 anos, já pai de filhos e,
advogado radicado em Alcobaça), Torga numa conferência manifestou preocupação
pela perda das marcas da lusitanidade e referiu-o no seu Diário.
Foi,
ao que creio esta ida ao Oriente, uma das últimas saídas significativas de
Torga ao estrangeiro, ele que gostava muito de conhecer o mundo. Dessa vez,
percorreu os cenários que tinha antecipado para o herói do seu romance Senhor
Ventura. Torga, aproveitando essa deslocação também foi a Goa. No regresso,
registou que a civilização (está) no seu apogeu. Quando se vem da Índia e se
desembarca nesta terra é que se vê a que baixeza social o homem pode descer e a
que alturas subir.
Torga
conhecia Portugal, gabava-se de que ninguém o conhecia melhor que ele.
Falando
com ele, dava a ideia de ser pessoa socialmente difícil, pouco comunicativo,
aparentemente impermeável à lisonja, quando agradecia (?) nem sorria, falando
mais com convicção do que razão, muito cioso da sua imagem pública de aura
granítica, detestando fotografias, entrevistas, dedicatórias ou autógrafos (v. não sabe o que me está a pedir!).
Mesmo
assim não evitou que, num caso ou noutro, a sua imagem de lobo solitário
ficasse registada para contentamento de quem com ele aparecia. Segundo se diz,
houve pessoas que para lhe caçarem um impossível
autógrafo, fizeram-se passar por doentes e então obtiveram-no através da
prescrição médica.
Registou
no Diário X, que nunca me havia sucedido,
mas hoje aconteceu: oferecer um livro espontaneamente a uma pessoa
desconhecida, feliz por o ter escrito.
Recordo
do meu tempo de estudante da Faculdade de Direito de Coimbra, cliente de um
café da baixa, entretanto transformado num pronto-a-vestir, o encontrar a tomar
a sua bica e a conversar, normalmente na mesma mesa, junto a um enorme espelho
de parede.
Creio
que também algumas vezes o terei visto (ouvido não direi), ler textos que o seu
interlocutor aprovava, com um discreto muito bem.
Seriam
versos?
Disse,
numa entrevista ao jornal francês Liberation, (11 de fevereiro de 1988), que quis sempre manter-me um homem independente.
Sentimentalmente, sou socialista, mas, no fundo, permaneço um anarquista. Um
rebelde.
Um diligente PIDE, em relatório de julho de
1947, informou que Adolfo Correia Rocha, conhecido
literariamente por Miguel Torga (a própria mulher também o tratava por
Miguel… segundo se dizia em Coimbra), era
anti-situacionista, de ideias avançadas, mas moralmente nada consta.
Torga
quis ser de todos, em vez de camarada de poucos, na sua
poesia de resistente e cântico à liberdade.
A
poesia foi e será sempre universal. Transversal, atravessou de forma imparável
todos os tempos e sociedades, as ideologias e as correntes de opinião, como se
fosse a voz dos deuses. Ela foi o suporte dos grandes anseios e dúvidas da
Humanidade. Nenhum Hino capaz de mobilizar as energias de um Povo, utilizou tão
bem outra arma para o exaltar na alma coletiva. A poesia tem a vitalidade das
situações eternas, acompanhou os homens nos momentos de desalento, na solidão
das trincheiras, das grades de uma prisão, na subversão e claro… no amor.
NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE
SALAZAR, CAETANO E OUTROS
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